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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘cacau’

Uma rica região rica

Ricardo Ribeiro

ricardoO sociólogo Selem Rashid Asmar costuma definir o sul da Bahia como “uma pobre região rica”. Paradoxo constatado ainda no tempo em que o cacau sustentava praticamente sozinho a economia desta ponta do território baiano. A riqueza então existente estava concentrada nas mãos de poucos, o que explica a interessante definição rashidiana.

Pensamento semelhante é externado pelo professor Alessandro Fernandes, economista e pró-reitor de Extensão da Universidade Estadual de Santa Cruz. Segundo ele, há 40 anos a região era considerada próspera em função do bom momento da cacauicultura. No entanto, afirma o professor, os indicadores sociais de hoje são melhores que os daquela época, o que à primeira vista é difícil de compreender.

Como se sabe, houve uma praga chamada vassoura-de-bruxa no meio do caminho, que destruiu lavouras, expulsou 250 mil trabalhadores do campo, desvalorizou terras. Em cidades como Ilhéus e Itabuna, assistiu-se ao crescimento de favelas, ampliação da miséria, surgimento de contingentes sem perspectiva.

Acontece que, além do estrago, a vassoura deixou como legado uma região que se reinventou. Da monocultura de cacau, para a diversidade produtiva e a fabricação de chocolate; da riqueza nas mãos de poucos, para uma melhor distribuição da terra, com o fortalecimento da agricultura familiar. Hoje, existem novas políticas públicas que ajudam a fixar o homem no campo.

É inegável que a região mudou seus paradigmas, depois de muito chorar pela vassoura espalhada. Presenciei recentemente, na arena virtual, um debate de temperatura elevada sobre a questão, com o nosso amigo Gerson Marques defendendo a melindrosa tese de que a vassoura-de-bruxa foi boa para o sul da Bahia. Entendi o argumento como uma defesa da mudança de mentalidade em uma região até então presa a um modelo produtivo atrasado.

Não chegaria a classificar a vassoura como algo positivo para a região, pois o preço foi demasiadamente alto, principalmente para os milhares de desempregados e suas famílias, ainda hoje atingidos pelas consequências da praga em múltiplas formas. A aplaudida mudança de paradigmas, que ocorreu “pela dor”, nada mais é do que uma reação necessária de uma região que chegou ao fundo do poço, mas tem plenas condições de se recuperar em novas bases, e seguir em frente.

Nosso desejo é de que esta venha a ser, futuramente, uma “rica região rica”. E os caminhos estão traçados para que assim seja.

Ricardo Ribeiro é advogado e editor do BA24Horas.

Geraldo Simões: “regulamentação da Cabruca é uma grande vitória dos produtores de cacau”

cabrucaO deputado federal Geraldo Simões destacou, em pronunciamento no Congresso Nacional, a assinatura pelo governador  Jaques Wagner  de um decreto de regulamentação da Política Florestal do Estado da Bahia, publicado no Diário Oficial. Entre outras medidas propostas, o decreto trata do Sistema Agroflorestal denominado “Cabruca”. “Para quem não é da região, ou não conhece a cultura cacaueira, é preciso esclarecer que o Sistema Cabruca é um sistema de cultivo do cacau combinado com a manutenção de espécies da cobertura vegetal originária, para sombreamento. Este tipo de consórcio é responsável para manutenção das características da Mata Atlântica no Sul da Bahia”, disse o deputado.

Ao contrário do acontecido em outras regiões, onde a Mata Atlântica foi praticamente devastada, no Sul da Bahia, a introdução da cultura cacaueira, ainda que inicialmente afetou a floresta local, ao cuidar da preservação de espécie nativas para o sombreamento, possibilitou a sobrevivência da Mata, minimizando os efeitos da ocupação produtiva da região.

GS Brasilia“Tenho a firme convicção que a melhor política agrícola adequada, em termos de sustentação ambiental é aquela que combina preservação e conservação, com desenvolvimento da agricultura e a ocupação econômica com características  de diversificação e consórcio produtivo e que possa ser manejável de maneira sustentável”, afirmou Simões.  O Sistema Cabruca, além de manter espécies originais, permite a manutenção do solo rico em matéria orgânica, conserva as nascentes e permite a continuidade da fauna e flora local, com impactos reduzidos. Tudo isto aliado à sustentabilidade econômica, não só pela produção cacaueira, mas pelo manejo florestal adequado.

“Em consonância com o exposto, em 2009 apresentei à Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 4.995, instituindo a política de conservação das áreas de cultivo tradicional de cacau no sistema Cabruca. Nele se define como Cabruca o sistema agrossilvicultural com densidade arbórea igual ou maior que 40 indivíduos de espécies nativas por hectare, que se fundamenta na implantação da cultura do cacau sob a proteção das árvores remanescentes da vegetação da Mata Atlântica, de forma descontinua e circundada por vegetação nativa”, ressaltou Gerado Simões.

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Projeto Cabruca vai impulsionar lavoura cacaueira no Sul da Bahia

cabrucaO Governo da Baia publica hoje (2) um decreto ambiental que regulamenta o manejo do sistema agroflorestal conhecido como “cabruca” – cultivo de cacau feito à sombra de árvores. A Bahia é o maior produtor nacional de cacau e grande parte da produção da amêndoa no Estado é realizada em consórcio com espécies florestais. Segundo o secretário de Meio Ambiente do Estado, Eugênio Spengler, o decreto vem sendo consolidado há um ano com base nas definições da cabruca previstas no Código Florestal e na Lei da Mata Atlântica.   Será reconhecido como cabruca qualquer cultivo de cacau consorciado com sombreamento que tiver 20 “indivíduos nativos de cobertura” (árvores, não necessariamente uma por espécie). Mas só será permitido o corte de um “indivíduo” nativo quando houver a partir de 40 deles na área de cultivo, diz Spengler. Espécies raras e ameaçadas de extinção não podem ser retiradas. E para cada árvore cortada, deverão ser cultivadas três em áreas degradadas.

Há uma série de critérios para a extração das árvores que fazem sombra aos cacaueiros. E o produtor precisará fazer um plano de manejo que terá de ter a aprovação do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado (Inema), diz Spengler.   O decreto também prevê o rastreamento eletrônico das árvores retiradas para evitar desmatamento ilegal, além de autorizar o cadastro das áreas de cabruca como cotas de reserva ambiental que poderão também ser usadas como compensação dos passivos de reserva legal. Dentre os principais Estados produtores de cacau, só o Espírito Santo autorizou, por meio de instrução normativa no início deste ano, computar o “cacau cabruca” como área de reserva legal.   Estima-se que já existam 550 mil hectares de cacau em sistema de cabruca na Bahia. Spengler diz que a cabruca está inserida no bioma da Mata Atlântica – embora não seja essa vegetação, tem o papel ambiental de contribuir para a reprodução de espécies nativas do bioma.

Estima-se que o manejo da cabruca poderá gerar um fluxo financeiro anual de R$ 3,3 bilhões com a venda de resíduos florestais. Guilherme Galvão, presidente da Associação de Produtores de Cacau (APC), afirma que, com isso, os agricultores ganham fôlego para pagar suas dívidas, já que suas rendas poderão subir cerca de R$ 12 mil por hectare.( Fonte: Valor)

Produtores do Sul da Bahia criam perfume de chocolate

chocofume 1

Imagine passear por uma fazenda de cacau, acompanhar todo o processo de coleta do fruto, preparo da semente, degustar um bom chocolate e ter a possibilidade de levar o cheiro do chocolate para presentar alguém, ou mesmo, para uso diário? Pois saiba que agora isso é uma realidade. A Phyla Perfumes e Cosméticos está lançando o perfume exclusivo com cheiro de chocolate.   Engana-se quem pensa que na Bahia os cacauicultores pararam no tempo, muita coisa mudou na cultura do cacau nos últimos anos. O investimento em alta tecnologia está agregando valor à produção. Tudo começou com investimentos em chocolate fino, que vem ganhando o mercado internacional, mas agora, outros dois produtores foram além e criaram o perfume de chocolate. Isso mesmo, agora para quem não quer ficar longe do chocolate, mesmo que seja do seu aroma, pode usar um perfume que lembra o cheiro do chocolate.

A inovação partiu dos cacauicultores baianos Heitor Drummond e Alexandre Gedeon que produzem o fruto do cacau à sombra da Mata Atlântica nas regiões de Ilhéus e Uruçuca, sul da Bahia, e para agregar valor ao produto investiram no cheiro do chocolate. “Todo mundo ama o chocolate, é atraído pelo aroma do doce, então, porque não ter também o cheiro do chocolate?”, questiona Heitor justificando a iniciativa.    O processo de fabricação da Phyla perfumes e cosméticos com aroma de chocolate é mantido em segredo, mas os produtores afirmam que para chegar à essência final do produto, foram necessários vários meses de pesquisa. “Nós testamos várias amêndoas, buscamos o auxílio de perfumistas, químicos e pesquisadores para chegarmos a esse perfume que, de fato, lembra ao chocolate, afim de, fazer um produto agradável ao olfato e de ótima fixação”, conta Alexandre.    Segundo o cacauicultor para que a qualidade do perfume agrade aos mais exigentes, é necessário também que a produção tenha alto padrão de qualidade, como se fosse mesmo produzir um chocolate fino comestível: “nós produzimos o cacau com os mesmos padrões para a produção de chocolate fino de qualidade, com os mesmos princípios e cuidados para ter um cacau de qualidade”, afirma Heitor.

Heitor Drummond e Alexandre Gedeon

Heitor Drummond e Alexandre Gedeon

Além de agradar ao olfato, esse cacau é ecológico. Há mais 250 anos, o cacau do sul da Bahia é produzido sob a sombra da Mata Atlântica, no sistema conhecido pelo nome de cabruca. O sistema associa o plantio à conservação de árvores raras, como pau-brasil e jequitibá, assim como dos animais que transitam por esses corredores de florestas. A cabruca preserva 13% das espécies de árvores de uma mata original. Cientistas do Jardim Botânico de Nova York registraram uma concentração recorde de biodiversidade na região: 476 diferentes espécies vegetais por hectare.    A Phyla perfumes e cosméticos com aroma chocolate surgiu em meio a esse cenário que emoldurada paisagens montanhosas e praias de areia fina, em meio às florestas de cacau do sul da Bahia, com o intuito de agregar valor e diversificar a produção após a praga da vassoura-de-bruxa que arrasou as plantações e se transformou na protagonista de uma tragédia que mudou o destino de quase 3 milhões de pessoas.

E alternativas como a da Phyla Perfumes e Cosméticos é o que tem compensado a região, contribuído para renovar os ânimos, possibilitar novos investimentos para a lavoura e atraído novos olhares para esta região que outrora era conhecida como a região do fruto de ouro, que concentrava riquezas e fora retratados tantas vezes na literatura do escritor Jorge Amado.    O perfume com aroma do chocolate pode ser adquirido incialmente através do e-mail da empresa phylaperfumesecosmesticos@hotmail.com diretamente com os criadores da marca, que além do aroma do chocolate, também produzem outros fragrâncias. (Fonte: Mercado do Cacau)

As crianças escravas da África e o gosto amargo do chocolate

Uma empresa de Portugal aproveitou o lançamento de uma marca de chocolate num shopping para denunciar o trabalho escravo de crianças nas roças do cacau na Costa do Marfim, África.

Veja o vídeo:

Vende-se um símbolo de uma Itabuna sem memória

castelo itabuna 2

Um casarão na rua Barão do Rio Branco, centro de Itabuna, está à venda.

O imóvel é um dos últimos remanescentes do patrimônio arquitetônico da cidade na primeira metade do século XX, nos chamados ´tempos de ouro` do cacau.

Outros casarões da mesma época, a exemplo do Castelinho, viraram poeira, dando lugar a prédios modernos ou vagas para estacionamento.

Ninguém é contra o progresso, mas não seria o caso de se tombar esse imóvel, preservando-o como museu, antes que venha abaixo.

Nosso histórico de cidade sem memoria indica que não vai ser o caso…

 

Geraldo Simões apresenta projeto que regulamenta utilização de cacau no chocolate

cacau 3Na próxima sessão da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio – CDEIC da Câmara dos Deputados deve ser votado o relatório do Projeto de Lei 851 de 2011 de autoria do deputado federal Geraldo Simões. Pelo projeto, para se aplicar o termo chocolate, é preciso que o produto tenha pelo menos 25% de cacau. No caso dos chocolates brancos, o percentual deve ser de 20% de manteiga de cacau.   Ele tomou a iniciativa em propor este projeto, no início de 2011 movido pelo bom senso que deveria existir em toda produção alimentícia, ou mesmo de toda a produção.

“Tudo que consumimos deveria ter designação de origem e informação dos componentes que integram o produto. O conhecimento do produto é um princípio básico da teoria econômica capitalista, que na prática não é observado e estamos longe de alcançar”, disse o deputado. Segundo ele, “vivemos em uma sociedade capitalista, mas princípios éticos devem ser obedecidos. Um dos princípios que deve ser observado é justamente a veracidade das informações. A correspondência entre os nomes com que se rotulam os produtos e seus componentes”. “Assim como não podemos compactuar com produtos falsificados e piratas, também não podemos aceitar que se tente enganar os consumidores com autofalsificações, classificando como chocolate o que não é chocolate”.

Geraldo-SimoesUm grande número de produtos existentes nas prateleiras dos mercados brasileiros ostenta a denominação de “chocolate” ou de “chocolate branco”, ou utilizam-se de outros termos como ‘achocolatado’e induzem o consumidor a entender que há na formulação daquele produto ao menos um pequena quantidade de chocolate, ou seja, de um produto derivado do cacau em uma de suas formas de incorporação aos alimentos industrializados.

Na verdade, tais produtos contêm, tão somente, produtos químicos que tentam imitar o inigualável sabor do chocolate. O consumo desses compostos químicos traz vários prejuízos ao consumidor

Geraldo Simões explica que “o consumidor assim enga nado, é lesado ao pensar que consome chocolate de alto valor nutricional ao consumir produtos químicos, alguns evidentemente nocivos ao organismo”.  Paralelamente, o nome chocolate e as palavras dele derivadas, são usadas de forma indevida ao não se utilizar a verdadeira matéria prima, em evidente prejuízo aos produtores de cacau, insumo indispensável ao verdadeiro chocolate.

“Acredito firmemente que, ao apresentar este projeto benéfico a todos os consumidores, estarei criando condições de aumento da demanda do cacau, o que estimulará a produção e a economia das regiões cacaueiras no Brasil, particularmente na minha região, Sul da Bahia, tradicionalmente produtora desta valiosa amêndoa”, finalizou Geraldo Simões.

 

Ilhéus quer ser destino nacional dos amantes de chocolate

chocolate estradaIlhéus, no Sul da Bahia, , quer se tornar uma referência como destino turístico dos amantes do chocolate. Com cinco fábricas, sete marcas do produto e pelo menos cinco fazendas de cacau aptas para a visitação, a região deve ganhar mais um produto, que vai facilitar a comercialização do roteiro junto a agentes e operadores de turismo: a Estrada do Chocolate, que terá 40km de extensão, entre a Terra de Gabriela e a cidade de Uruçuca.

Nesta quinta-feira (3), o secretário do Turismo da Bahia, Pedro Galvão, reuniu-se com o prefeito Jabes Ribeiro e o titular do Turismo de Ilhéus, Alcides Krushevsky, para discutir os termos de formatação da Estrada do Chocolate como produto. O responsável pelo órgão estadual comprometeu-se em oferecer capacitação aos representantes do município – tanto do setor público quanto o privado. “Também vamos atuar na promoção e divulgação do atrativo nos nossos mercados emissores. Acredito que esse novo produto vai dar um novo incentivo a Ilhéus como destino”, explica Galvão.
O secretário Krushevsky explica que é preciso colocar esse novo produto nas prateleiras das grandes agências e operadoras de turismo. Antes, entretanto, é preciso que o roteiro seja totalmente formatado.”O turista poderá visitar reservas de Mata Atlântica, acompanhar todo o processo de fabricação do chocolate, desde a colheita até o processamento e embalagem”, disse.
Atualmente, algumas fábricas e fazendas já recebem turistas, mas a visitação ainda não of ocorre da maneira ideal, segundo Krushevsky. “Ilhéus recebe cerca de 300 mil turistas por ano. Diante disso, vamos fornecer todo o auxílio, uma vez que esse produto turístico garante a permanência do visitante por pelo menos mais um dia no destino”, explica Pedro Galvão.

 

A Fazenda

Daniel Thame

 

fazenda 2“A gente passava várias  semanas colhendo cacau, levando para as barcaças, ensacando, os caminhões saindo lotados para Ilhéus. Tinha um monte de gente trabalhando aqui…”

A Mata Atlântica é exuberante, o verde chega a doer nos olhos, enquanto caminhamos em meio aos cacaueiros. Amaro, o autor da frase, é administrador de uma fazenda localizada numa estrada vicinal em Pau Brasil, no Sul da Bahia.

Ou, o que restou dela.

“A gente chegou a colher três mil arrobas de cacau. Esse ano vamos colher 120 arrobas. E olha que já colhemos menos. O dono só vem aqui uma vez por ano. Ainda bem que tem outras atividades, porque o que tira daqui não paga nem os trabalhadores…”

 Por “os trabalhadores”, entendam-se oito pessoas, quase todos da mesma família. A maioria ficou na fazenda por absoluta falta de opções. Amaro entre eles. Com a mulher e os filhos, cuida da pequena área de cacau e cultiva produtos de subsistência.

“O dono da fazenda fez clonagem, mas as árvores não eram resistentes e a vassoura voltou com tudo. Agora estamos tentando novos clones para ver se a produção aumenta de novo, mas nunca será como antes, isso eu sei…”

Por “antes” entenda-se duas décadas. Antes da chegada da vassoura-de-bruxa, doença que por absoluta falta de cuidados e de conhecimentos praticamente dizimou a lavoura cacaueira e que num par de anos empobreceu uma região absurdamente rica. O que Amaro sabe, o que todos já sabem, é que nunca será como antes.

“Olhe esse jacarandá, deve ter mais de cem anos. Essa árvore aqui é pau-brasil. O fazendeiro não permitiu que a gente derrubasse a mata, tá tudo conservado. Mas o cacau, a vassoura levou embora…”

 fazenda 1Amaro acaricia os poucos frutos sadios, aponta para as plantas semi-mortas, espera que dessa vez a clonagem seja bem sucedida, para que pelo menos o cacau pague as despesas da fazenda. O receio, evidente, é que o dono tenha um limite para arcar com os prejuízos, ano após ano.

“Quanta gente foi embora e hoje eu nem sei por onda anda. A gente vai nas outras fazendas e dá pena. Muitas delas estão abandonadas,  as casas depredadas, onde tinha cacau, hoje só tem mato. Tenho 50 anos, nasci e cresci nas roças de cacau. Nunca pensei que iria ver isso…”

 Amaro sai da plantação de cacau e se dirige para casa, onde a mulher, também nascida e criada nas roças de cacau, serve um café ralo. A  impressão é de que, ao transpor aqueles cacaueiros, deixou para trás um sonho.

Ou, um pesadelo, que insiste em atormentar o sono de Amaro e  de ilhares de pessoas que esperam pelo fim de uma crise como quem espera pelo fim de uma longa noite tenebrosa.

Um dia que insiste em não amanhecer…

12 mil toneladas de cacau de Gana desembarcam no Porto de Ilhéus

cacau desembarque

A primeira carga de cacau importado em 2014 está sendo desembarcada no Porto de Ilhéus, no Sul da Bahia.

São 12 mil toneladas de amêndoas procedentes de Gana, na África, e trazidas pelo navio  Sound Future.

Seis mil toneladas destinam-se à Nestlé, 3 mil à Barry Chalebaut e 3 mil à Cargill, que mantem fábricas processadoras em Ilhéus e Itabuna.

Criticada pelos produtores sul-baianos, a importação é considerada fundamental para manter o parque moageiro em atividade e evitar demissões de trabalhadores.





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