:: ‘cacau cabruca’
A cabrucas como estratégia climaticamente inteligentes para o cacau no Sul da Bahia
O cacau, principal produto agrícola o Sul da Bahia, é uma planta bastante sensível a limiares de temperatura e precipitação. Esta exigência climática explica em parte o sucesso da lavoura nesta região, que por quase dois séculos tem sido a principal produtora desta comoditie no Brasil.
Mas esta bonança climática não deverá ser mantida a longo prazo, pelo menos é isso que mostra a modelagem feita pela equipe do laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação (LEAC), da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), coordenada por Deborah Faria . Em um artigo publicado nesta semana na prestigiada revista científica “Agronomy for Sustainable Development” os pesquisadores elaboraram modelos climáticos com dois cenários distintos para o ano de 2050, um mais ameno e outro mais pessimista.
Em ambos haverá uma mudança grande no regime de precipitação e de temperaturas extremas que devem comprometer a adequabilidade climática da região ao cultivo do cacau. Isso ocorre porque os cacaueiros são particularmente sensíveis à deficiência hídrica e temperaturas extremas e, portanto, exceder estes limites de tolerância leva à mortalidade de árvores jovens e a perda de rendimento.
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Seagri destaca Manejo Sustentável da Cabruca
Um novo momento no desenvolvimento do cacau no Sistema Cabruca. Foi assim anunciada a mais recente investida da Seagri no setor, no sentido de impulsionar o desenvolvimento do manejo do sistema Cabruca, visando o planejamento do uso dos recursos naturais, tendo em vista a manutenção e aumento da produtividade do cacaueiro, bem como a conservação e uso sustentável do agroecossistema, destacando a produtividade somada ao aumento de captura de dióxido de carbono (CO2) no ambiente, em ação de combate ao efeito estufa, em consonância com a Política de Agricultura de Baixo Carbono ABC+.
A apresentação se deu no encontro da Câmara Setorial do Cacau do Estado da Bahia, realizado hoje (25 de março) e reunindo representantes dos variados setores da cadeia produtiva, sob a presidência de Valnei Pestana. Na ocasião, foi apresentado e discutido parecer do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) esclarecendo a possibilidade de supressão/manejo de espécies exclusivamente exóticas nas áreas de Cabruca, diminuindo e otimizando o sombreamento às plantas de cacau e aumentando a produtividade. Também foram anunciados os primeiros, e animadores, resultados de pesquisa que está sendo desenvolvida para se conhecer o potencial de sequestro de carbono no cultivo do cacau em Sistema Cabruca.
O Sistema Agroflorestal Cabruca é constituído pelo plantio do cacau à sombra das grandes árvores da mata, o que conservou espécies arbóreas nativas importantes ao equilíbrio natural do bioma Mata Atlântica. Mas há agricultores que reclamam dos patamares de produtividade nesse cultivo, por muitos considerados inferiores aos aferidos no plantio a pleno sol, que induz ao desmatamento. O projeto que vem sendo desenvolvido pela Seagri desautoriza esse raciocínio, mostrando que, com bom manejo, a produtividade na Cabruca pode ser muito boa. E aos ganhos com o cacau, na Cabruca, ainda podem ser associados a rendimentos com a captura de carbono, explorando esse novo mercado que cresce pelo mundo.
“O parecer do Inema abre caminho para desenvolvermos técnicas de manejo que tragam ainda maior produtividade ao cacau no Sistema Cabruca. A possibilidade de retirada de espécies exóticas da área de plantio irá viabilizar a adequação do sombreamento e isso, associado a outras práticas, aumenta a produtividade da planta. E queremos somar isso ao sequestro de carbono da atmosfera, propiciado pelo sistema agroflorestal, pela presença de grandes árvores da Mata Atlântica, em um planejamento que valoriza e conserva todo esse ecossistema”, esclareceu o secretário da Agricultura da Bahia, João Carlos Oliveira.
O secretário também fez questão de destacar que o manejo das espécies consideradas exóticas – ou seja, que não são nativas da Mata Atlântica, como erythrinas, jaqueiras e cajazeiras, dentre outras – não significa que “pode-se cortar as exóticas de qualquer forma, na quantidade que se quiser”. Mas, sim, passa a ser possível pesquisar e construir um manejo que busque o aumento da produtividade do cacau na Cabruca, sendo para isso aceitável a supressão de plantas exóticas da área em manejo, sendo dispensada a necessidade de autorização.
MP e Sema avançam nas negociações sobre o Porto Sul e o cacau cabruca
O secretário estadual do Meio Ambiente (Sema), João Carlos Oliveira se reuniu com a promotora de Justiça Regional de Meio Ambiente Costa do Cacau Leste, Aline Salvador. O ponto principal do encontro foi o planejamento para discutir com a sociedade sobre o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) no Complexo Portuário e de Serviços Porto Sul, empreendimento previsto para ser instalado no distrito de Aritaguá, do município de Ilhéus. O documento determina medidas para prevenir danos ambientais evitáveis e mitigar impactos não evitáveis na região.
Firmado com a finalidade de assegurar, por meio das medidas nele previstas, o desenvolvimento sustentável, a integridade das funções ecológicas e os serviços ecossistêmicos da região –, a recomendação tem o objetivo de promover a gestão ambiental integrada e estratégica; o planejamento territorial; o aprimoramento do monitoramento, avaliação e controle ambiental; o fortalecimento da fiscalização; a consolidação de unidades de conservação; e a preservação e proteção de corredores ecológicos.
Outras pautas que avançaram foram sobre a Portaria do Cabruca, e parcerias para realização do inventário das mudanças climáticas, que está marcado para ocorrer agora em janeiro. Participaram também da reunião a chefe de gabinete da Sema, Cássia Magalhães; a superintendente de Inovação e Desenvolvimento Ambiental, Clarissa Amaral; e Mariana Vidal, da assessoria jurídica da Sema.
Governo da Bahia define novo modelo de manejo de cultivo de cacau cabruca
O Governo da Bahia publica na próxima semana a portaria que dá novas diretrizes ao manejo de cacau no Sul da Bahia, conhecido como ‘Portaria da Cabruca’. O anúncio foi feito pelo secretário estadual do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, durante palestra sobre políticas públicas para o cacau e incentivos a legislação ambiental, no Chocolat Festival, que acontece até amanhã (14) na Bienal do Ibirapuera, em São Paulo.
A portaria incentiva a produção de cacau em áreas de mata nativa, com sombreamento, passando da média atual de 300 para 700 pés de cacau por hectare, preservando a Mata Atlântica, um sistema manejo moderno, que vai possibilitar o aumento da produção e da produtividade no Sul da Bahia. “Isso representa um avanço muito grande, era reivindicação dos produtores de cacau, cuja efetivação pelo Governo do Estado se deu num processo de construção coletiva com a participação de pesquisadores e técnicos da Universidade Estadual de Santa Cruz, Inema, Ceplac, Ministério do Meio Ambiente, Secretaria de Meio Ambiente e associações de produtores”, afirma o secretário.
“O cacau é uma planta conservacionista e graças a esse cultivo o Sul da Bahia possui grandes áreas de Mata Atlântica. É um produto inserido na sustentabilidade econômica, social cultural e ambiental”, finaliza João Carlos Oliveira.
Estado reedita portaria da Cabruca
O Governo do Estado reeditou Portaria de agosto de 2015 que dispõe sobre os critérios e procedimentos para a autorização de manejo da cabruca, sistema de cultivo agroflorestal sob o qual, há cerca de 280 anos, se fez a lavoura cacaueira.
O manejo facilita a supressão de árvores, permitindo ao produtor mais luminosidade na lavoura com elevação da produtividade por hectare. A decisão foi anunciada no encontro dos agentes da cadeia produtiva, o Bahia Cacau 2035, que aconteceu na terça-feira, em Salvador.
O governo mantém a política de estimular a verticalização da produção “para que o produtor possa ficar cada vez mais com o fruto do seu trabalho, no caso, o chocolate, que agrega muito mais valor que a amêndoa seca”.
No final do evento foi lançado o Sistema de Arranjo Produtivo Local (APL) do Cacau e Chocolate, pelo secretário Jaques Wagner e pela reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz, Adélia Pinheiro. (A Região)
Cacau Cabruca terá espaço no Salão do Chocolate de Paris
Faltando um mês para a Conferência do Clima em Paris, a técnica da Cabruca ganha destaque no Salão do Chocolate que está sendo realizado em Paris. Neste domingo (1), o sistema ganhará espaço no salão.
Neste dia será explicado como funciona a produção ambientalmente sustentável de cacau. O sistema Cabruca utiliza a produção de cacau cultivado sob a copa das árvores da Mata Atlântica, produzindo frutos de alta qualidade.
O método, praticado há mais de 200 anos no sul da Bahia, está despertando interesse do mundo, considerando, inclusive, a baixa da qualidade do cacau produzido na África, cujo continente está cada vez mais devastado.
INPI defere pedido de marca coletiva para produtores de cacau cabruca da Bahia
O INPI divulgou o deferimento da marca coletiva CABRUCA, da Cooperativa dos Produtores Orgânicos do Sul da Bahia, para assinalar cacau e produtos derivados. A entidade foi fundada no final do ano 2000, conta com 32 agricultores e tem sua sede no município de Ilhéus, centro da região cacaueira da Bahia.
O principal produto da Cooperativa é o cacau, que passa por vistorias anuais para obter o certificado de produção orgânica. A fruta é cultivada à sombra das árvores nativas da Mata Atlântica no tradicional sistema agroflorestal conhecido como “cabruca”. Por se tratar de um sistema de produção comum a quem atua no segmento de mercado cacaueiro, a marca foi deferida com apostila da expressão “cabruca”. Isso, portanto, não fere direitos de terceiros que fazem uso desta técnica de produção.
No regulamento de utilização da marca coletiva CABRUCA, a Cooperativa estabelece que a marca só pode ser usada por produtores que tenham o status orgânico e estejam em situação regular com a entidade. O Conselho Administrativo e a Equipe de Controle Interno da Cooperativa são responsáveis em determinar os produtos dos cooperados que poderão ser assinalados com a marca, nos casos em que a venda é realizada diretamente pelo produtor.
Câmara dos Deputados aprova o projeto Cacau Cabruca
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei nº 4.995 de 2009, de autoria do deputado federal Geraldo Simões (PT/BA), que institui o Sistema Agro Florestal denominado Cabruca na lavoura de cacau. O projeto já foi ao Senado Federal e deve ser distribuído para as Comissões e a tramitar no início de 2015.
O Sistema Cabruca é um sistema de cultivo do cacau combinado com a manutenção de espécies da cobertura vegetal originária, para sombreamento. Este tipo de consórcio é responsável para manutenção das características da Mata Atlântica no Sul da Bahia.
De acordo com Geraldo Simões, “ao contrário do acontecido em outras regiões, onde a Mata Atlântica foi praticamente devastada, no Sul da Bahia, a introdução da cultura cacaueira, ainda que inicialmente afetou a floresta local, ao cuidar da preservação de espécie nativas para o sombreamento, possibilitou a sobrevivência da Mata, minimizando os efeitos da ocupação produtiva da região”.
“Tenho a firme convicção que a melhor política agrícola adequada, em termos de sustentação ambiental é aquela que combina preservação e conservação, com desenvolvimento da agricultura e a ocupação econômica, com características de diversificação e consórcio produtivo e que possa ser manejável de maneira sustentável”, afirma Geraldo Simões.
O Cabruca, além de manter espécies originais, permite a manutenção do solo rico em matéria orgânica, conserva as nascentes e permite a continuidade da fauna e flora local, com impactos reduzidos. Tudo isto aliado à sustentabilidade econômica, não só pela produção cacaueira, mas pelo manejo florestal adequado.
O projeto aprovado, que agora foi encaminhado ao Senado, define como Cabruca “o sistema agrossilvicultural com densidade arbórea igual ou maior que 40 indivíduos de espécies nativas por hectare, que se fundamenta na implantação da cultura do cacau sob a proteção das árvores remanescentes da vegetação da Mata Atlântica, de forma descontinua e circundada por vegetação nativa.”
A aprovação desse projeto trará um avanço para a proteção ambiental e para a agricultura de nossa região”, finaliza Geraldo Simões.
Câmara dos Deputados aprova projeto que incentiva sistema de cacau cabruca
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei nº 4.995, de autoria do deputado federal Geraldo Simões (PT/BA), que que institui a política de conservação das áreas de cultivo tradicional de cacau, conhecido como sistema cabruca. O projeto tem o objetivo de conciliar a preservação da Mata Atlântica e ao mesmo tempo reconhecer e estimular o sistema de cultivo do cacau em áreas de cabruca.
O projeto segue agora para o Senado e após sua aprovação, para a sanção da presidente Dilma Rousseff. “Considero uma grande vitória para nossa região, onde o cultivo de cacau dá sinais de recuperação, dentro de um modelo de sustentabilidade, permitindo a atividade produtiva e a conservação ambiental”, afirmou Geraldo Simões.
Decreto regulamenta gestão de florestas na Bahia e inclui sistema cabruca do cacau
O decreto que regulamenta a gestão das florestas e das demais formas de vegetação da Bahia foi assinado nesta segunda-feira (2) pelo governador Jaques Wagner e o secretário do Meio Ambiente, Eugênio Spengler, em evento realizado no Salão de Atos da Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Também na cerimônia ocorreu a assinatura do Contrato de Repasse do projeto ‘Cadastro Ambiental Rural da Bahia’, entre o governo estadual e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que vai disponibilizar recursos da ordem de R$ 31 milhões.
Pela primeira vez, o estado dispõe de decreto que regulamenta a gestão das florestas. O objetivo é definir metas de conservação de vegetação nativa, o regime de proteção aplicável das Áreas de Preservação Permanente – procedimento especial para propriedades que pratiquem agricultura familiar – e a regularização da Reserva Legal, mediante compensação por servidão.
Spengler explicou que, por meio da iniciativa, o governo estadual incentiva à preservação e à recuperação ambiental, aliando conservação ambiental com atividades econômicas sustentáveis. O decreto vai regulamentar também o sistema Cabruca, tradicional sistema de produção de cacau no sul da Bahia, que alia o cultivo intensivo à conservação ambiental dentro da Lei Ambiental da Bahia.
Segundo o secretário, o manejo de cacau Cabruca é fundamental para impulsionar a economia regional, via a comercialização de madeira. A classificação da Cabruca como sistema agrossilvicultural permitirá que o produtor realize um manejo de sombra nas plantações, garantindo maior entrada de luz, e ampliar a produtividade da lavoura cacaueira.
“É uma maneira de incentivar a conservação ambiental, valorizando nossas riquezas ambientais. Para isso, damos suporte aos pequenos produtores rurais para usarem de maneira adequada os recursos naturais”, afirmou o governador. Ainda no evento, Wagner assinou mensagem à Assembleia Legislativa da Bahia para encaminhar projetos de lei, que institui o programa de regularização ambiental dos imóveis rurais e o programa de pagamento por serviços ambientais.