:: ‘Vivaldo Mendonça’
Bahia investe em tecnologia para retomar liderança na produção de cacau
Detentora histórica da maior produção de Cacau do Brasil, a Bahia investe em atualizações da matriz tecnológica que diferenciam nas técnicas de cultivo e produção de amêndoas de qualidade para retomar produção que sofreu com a escassez de chuvas e prejudicaram as safras dos últimos três anos. Atrelada ao manejo agrossocioambiental da região cacaueira e ao maior parque moageiro de amêndoas de cacau do Brasil, a Bahia possui vantagens perante outros estados e mais de 370 mil hectares para ampliar a área de produção.
Com o Parque Tecnológico do Sul da Bahia, o Centro de Inovação do Cacau, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e a Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac), a Bahia sedia o maior centro de pesquisa e tecnologia do cacau, demonstrando a alta capacidade produtiva e domínio tecnológico para desenvolver a cacauicultura no estado. O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação, Vivaldo Mendonça, ficou surpreso com a declaração do diretor científico da Ceplac, em Brasília, que a Bahia não tem condições de ampliar o processo produtivo.
“A Bahia tem, sim, condições de ampliação do processo produtivo. A agenda de expansão está colocada para além da região tradicionalmente produtora de cacau, ampliando para a região oeste. Também estamos em constante diálogo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) e a Associação Brasileira das Indústrias de Chocolate, Cacau, Balas e Derivados (Abicab), onde defendemos o investimento da indústria no Parque Científico que abriga a Ceplac e reúne as instituições de ensino Uesc [Universidade Estasdual de Santa Cruz], UFSB [Universidade Federal do Sul da Bahia], Ifba [Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia] e Ifbaiano [Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano”.
Detentora histórica da maior produção de Cacau do Brasil, a Bahia investe em atualizações da matriz tecnológica que diferenciam nas técnicas de cultivo e produção de amêndoas de qualidade para retomar produção que sofreu com a escassez de chuvas e prejudicaram as safras dos últimos três anos. Atrelada ao manejo agrossocioambiental da região cacaueira e ao maior parque moageiro de amêndoas de cacau do Brasil, a Bahia possui vantagens perante outros estados e mais de 370 mil hectares para ampliar a área de produção.
Governo apresenta parque para desenvolvimento do cacau e chocolate no Sul da Bahia
A apresentação do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia, que vai funcionar dentro da Universidade Estadual Santa Cruz (Uesc), na rodovia Ilhéus-Itabuna, marcou as comemorações dos 60 anos da implantação da Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (Ceplac). O evento foi realizado da manhã desta segunda-feira (20), na sede regional da instituição, e contou com as presenças dos secretários estaduais de Agricultura, Vitor Bonfim; Ciência e Tecnologia, José Vivaldo Mendonça; Meio Ambiente, Geraldo Reis; e Desenvolvimento Rural, Jerônimo Rodrigues.
Articulado pela secretaria estadual de Ciência e Tecnologia e a Uesc, o Parque vai funcionar dentro da Uesc com foco na criação e inovação da cadeia produtiva do cacau e chocolate no Sul da Bahia. Foram três anos de estudos para o desenvolvimento do projeto do Parque que irá auxiliar, ainda, na qualificação dos ensinos Técnico e Superior da região. O Parque tem previsão de investimentos de R$ 6,5 milhões até 2019 e possui ainda como metas o desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental, produtividade e competitividade do cacau e do chocolate, fomento à produção agroindustrial, agroecologia e agricultura familiar e manejo e conservação dos recursos florestais.
A primeira estrutura do Parque Científico e Tecnológico do Sul da Bahia será inaugurada no mês de março. Trata-se do Centro de Inovação do Cacau, instalado em uma área dentro do Instituto Nacional de Pesquisa e Análises Físico-quimicas da Uesc.
De acordo com José Vivaldo Mendonça, “a Ceplac é uma referência mundial em pesquisa de cacau. Com o apoio do Governo do Estado, atuando em parceria com a Ceplac, a Universidade Estadual de Santa Cruz, e a Universidade Federal do Sul da Bahia, vamos ampliar o processo de geração de tecnologia voltada para o desenvolvimento regional, que passa pelo fortalecimento da cadeia produtiva do cacau”.
O superintendente regional da Ceplac, Antonio Zugaib, destacou que “a parceria com o Governo do Estado é importante porque envolve não apenas recursos, mas difusão do conhecimento entre as instituições, tendo o Parque Científico e Tecnológico como agente catalizador para o desenvolvimento regional”.
Para o secretário Jerônimo Rodrigues, “o grande desafio é adotar um modelo que garanta a retomada econômica do cacau e, para isso, o Governo do Estado tem estabelecido parcerias que fortaleçam a cadeia produtiva do chocolate e programas de diversificação como agroindústria e fruticultura”.
O secretário Geraldo Reis afirmou que haverá investimentos em técnicas de produção que permitam a conservação ambiental, já que o cacau, por suas características de cultivo, contribui para a preservação da Mata Atlântica.
Ampliação da produção
Já o secretário Vitor Bonfim disse que o Governo está trabalhando em conjunto com a Ceplac para ampliar a produção de cacau e reduzir a dependência da importação de amêndoas da África e da Ásia, que oferecem riscos de introdução de pragas.
Para o presidente da Associação dos Municípios da Região Cacaueira e do Consórcio Intermunicipal Litoral Sul, Antônio de Anízio, “a Ceplac e o Governo do Estado são fundamentais nesse processo em que se busca agregar valor ao cacau, através da produção de amêndoas de qualidade e da fabricação de chocolate gourmet, ampliando a geração de emprego e renda”.
A comemoração dos 60 anos da Ceplac foi encerrada com a entrega de placas homenagens a funcionários e de uma palestra sobre a história da instituição, criada por Juscelino Kubitschek e que nas décadas de 1970 e 1980 elevou a produção de cacau na Bahia para 400 mil toneladas/ano. Atualmente, em processo de retomada, a produção é de cerca de 130 mil toneladas/ano e, além das amêndoas, estão sendo feitos investimentos na produção de chocolate, com a criação de cerca de 20 marcas, que já atingem os mercados nacional e internacional de chocolates finos.
Lançamento do Cacau para Sempre reúne mais de 600 agricultores familiares da região cacaueira
Com a presença de mais de 640 agricultores familiares, produtores de cacau do Sul da Bahia, foi lançada nesta sexta-feira (25), no Teatro do município de Ilhéus, a ação Cacau para Sempre. A estratégia de combate à pobreza rural e a inclusão socioprodutiva, que integra o programa estadual Vida Melhor, vai atender cerca de 10 mil famílias de produtores de cacau da Bahia.
A ação vai ser executada pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional (Sedir), e permitirá a recuperação da lavoura cacaueira, através do fortalecimento estrutural, logístico e produtivo para a produção do cacau de qualidade e da conservação do sistema cabruca.
De acordo com secretário da Casa Civil, Rui Costa, que esteve no evento representando o governador Jaques Wagner, o programa visa articular, apoiar e organizar todos os pequenos agricultores que produzem o cacau para que possam melhorar a produtividade. “Para isso o governo está utilizando fundos de combate à pobreza, do programa Vida Melhor, e junto com a Sedir e a CAR, que é a empresa responsável pela ação, lança esta iniciativa que visa dar melhor capacidade de produção a esses produtores e, com certeza, ajudará a levar renda e melhorar a qualidade de vida de todos eles”, afirmou.
Para o diretor executivo da CAR, José Vivaldo de Mendonça, foi um dia muito importante para a empresa pela implantação dessa articulação, no âmbito do Vida Melhor, uma ação regional ampla com uma quantidade expressiva de famílias a serem atendidas. “O Cacau para Sempre está vinculado ao Vida Melhor e, ao mesmo tempo, se conecta com o Brasil Sem Miséria. Inicialmente iremos atender a 3 mil famílias e, nos próximos anos, serão 10 mil famílias beneficiadas, o que certamente impactará decisivamente na vida e renda de milhares de pessoas”, explicou.
Para a execução da ação serão usadas estratégias como a recuperação e construção das estruturas produtivas do processo de beneficiamento da amêndoa do cacau (barcaças, cochos de fermentação, secadores e fornos); recomposição do estande com mudas de procedência garantida (plantio, replantio e clonagem); enriquecimento da Cabruca com essências florestais nativas e com espécies de valor econômico, a exemplo de flores tropicais, frutíferas e palmito, além da valorização e do fortalecimento das associações e cooperativas, viabilizando os processos de certificação e adequação socioambiental das propriedades rurais atendidas.
O Cacau para Sempre vai atender comunidades rurais, remanescentes de quilombos, aldeias indígenas e assentamentos de reforma agrária, dos Territórios Extremo Sul, Litoral Sul, Baixo Sul, Vale do Jequiriçá e Médio Rio de Contas, através de recursos oriundos do Fundo Estadual de Combate à Pobreza Rural (Funcep).
A ação, coordenada pela Casa Civil, é uma parceria entre a CAR, a Superintendência de Agricultura familiar (SUAF), da Secretaria da Agricultura do Estado, da EBDA, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Ceplac e UESC.
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