:: ‘ceplac’
Panela velha é quem faz comida boa
Walmir Rosário
Imortalizada na voz do cantor paulista Sérgio Reis, a música Panela Velha, composta pelo Celmar de Moraes, o Moraezinho, deu o que falar e ficou famosa como um mote para vários significados. Desde a simples vasilha para preparar a comida, ou a experiência da pessoa em determinada função, muitas das vezes ditas em forma de gracejo.
Não temos como negar que é uma meia verdade se a dissermos na forma figurada, conotativa, do jeito como o povão gosta e entende. E tomo a frase para lembrar os bons tempos da Ceplac, melhor dizendo, do restaurante que a instituição manteve por muitos anos na sede da Coordenaria Regional, na rodovia Ilhéus-Itabuna.
Não tenho qualquer informação fidedigna da quantidade de refeições (almoços) que servia aos seus servidores no dia a dia. Posso assegurar que esse número passava e dos dois mil, incluindo as marmitas para os operários de campo. Alimentação saudável, balanceada, conforme os estudos do pessoal da nutrição, apropriada para todas as idades e regimes de trabalho a preços subsidiados.
Filas enormes eram formadas diariamente e nos admiravam os tamanhos dos pratos servidos para uma turma já conhecida e que pegava pesado. Ali comiam desde os diretores ao mais simples operário, conforme o padrão burocrático. E garanto: a comida era de boa qualidade, com cardápio que não se repetia na mesma semana. Com o sucateamento da Ceplac, o restaurante pereceu.
Governo Federal cede área da Ceplac para a Universidade Federal do Sul da Bahia
Foi publicado no Diário Oficial da União o contrato de cessão de uma área da Ceplac às margens da Rodovia Jorge Amado (Ilhéus-Itabuna) para a Universidade Federal do Sul da Bahia-UFSB.
O contrato de cessão gratuita de uma área de 110.672,15 m² com 6.053,50 m² de benfeitoria, avaliada em R$ 5.639.464,34 é pelo prazo de 20 anos.
Ainda de acordo com o decreto, a área da Ceplac cedida para a UFSB será destinada à implantação de novas salas de aula, novos laboratórios, salas administrativas e espaços de lazer e convivência universitária
A Universidade Federal do Sul da Bahia, já ocupa uma área na Ceplac, onde funciona o campus Jorge Amado, além de uma parte dos laboratórios do Centro de Pesquisas do Cacau-CEPEC.
O processo foi iniciado na gestão do então superintendente regional da Ceplac, Juvenal Maynart.
Adélia: “a Ceplac está em todos os lugares de Ilhéus”
A professora e médica Adélia Pinheiro, candidata a prefeita de Ilhéus, avalia que, em seis décadas, a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira tornou-se onipresente em sua área de influência e ainda tem muito a oferecer ao sul da Bahia, com um novo formato de atuação.
“A Ceplac faz parte da minha vida e está em todos os lugares de Ilhéus. Lembro da Ceplac quando olho a ponte na estrada vicinal. Não é diferente na Uesc. A Ceplac foi responsável pela construção dos três primeiros pavilhões e da Torre Administrativa da Uesc. É uma contribuição inestimável num formato que já não existe mais, mas que deixou seu legado”, declarou a candidata nesta quinta-feira (5).
Para Adélia, o desafio que se impõe é encontrar, na política e nos limites institucionais, um novo caminho para a Ceplac, no qual ela possa ser reestruturada para cumprir seu papel como centro de pesquisa e extensão. “Esse é um compromisso que nós temos. Sabemos que não é fácil fazer. Se fosse, já estava feito”, ponderou.
Edital para venda de amêndoas de cacau arrecada mais de R$ 448 mil para estimular pesquisa e desenvolvimento da cacauicultura brasileira
O Ministério da Agricultura ePecuária, por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), e a Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) lançaram edital para venda de dois lotes de amêndoas de cacau produzidas no estado da Bahia. De acordo com a Ceplac, a estimativa de arrecadação era de R$ 417 mil, no entanto o valor apurado foi de R$ 448 mil superando as expectativas sobrepreço de R$ 75,00 /arroba.
“O resultado foi melhor do que esperávamos, os recursos obtidos serão destinados diretamente às unidades geradoras, garantindo a manutenção dos projetos em execução”, comemorou a diretora da Comissão,
Lucimara Chiari. O próximo leilão será no dia 07/08, lote único de 1.200kg de amêndoas Tipo 1, geradas na Estação Experimental Filogônio Peixoto no Espírito Santo: Edital 010/2024 – Ceplac Espírito Eanto – Leilão virtual amêndoas de cacau. As amêndoas ofertadas são produtos excedentes dos projetos de pesquisa realizados nas Estações Experimentais da CEPLAC nos estados do Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Pará, Rondônia e Mato Grosso.
A iniciativa estratégica de vender amêndoas de cacau excedentes dos projetos de pesquisa pela Fundação garante recursos adicionais que são essenciais para a continuidade dos projetos inovadores da Ceplac. “Este edital reflete o compromisso das Instituições em promover a sustentabilidade e inovação na lavoura cacaueira do Brasil”, destacou Lucimara.
Belterra AgroFlorestas promove Dia da Campo em Camamu
Foi realizado em Camamu, no Sul da Bahia o Dia de Campo promovido pela Belterra AgroFlorestas, que agregou produtores de cacau em torno do tema sustentabilidade. O evento, que aconteceu na Fazenda Custrosa, teve a participação do consultor Silvino Aldo Lavigne e o apoio da Cargill e Ceplac.
Tendo como projeto modelo a Fazenda Cutrosa; a estratégia é implantação de sistemas agroflorestais (cacau, açaí, banana, silvicultura), em parceria com proprietários de áreas degradadas em especial pastos abandonados. Também está prevista a comercialização de créditos de carbono provenientes da operação.
“A capacidade técnica da Belterra e seu lastro financeiro, ficou claro no Dia de Campo e o Programa Economia Verde; desde já será um divulgador dessa empresa para expandir suas operações no Sul da Bahia”, afirma o empresário e gestor ambiental Cléber Isaac Filho, produtor e apresentador do Economia Verde.
Prefeitura de Itabuna e UFSB desenvolvem projeto de criação de abelhas sem ferrão com pequenos produtores
A Prefeitura de Itabuna, através da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SEAGRIMA), reuniu-se com representantes da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) para tratar da expansão da meliponicultura no município, que é a criação de abelhas sem ferrão, também conhecidas como meliponíneos. Esses animais são nativos da América do Sul e são conhecidos por sua docilidade e produção de mel diferenciado.
Segundo o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Moacir Smith Lima, a meliponicultura é uma prática antiga e sustentável que vem ganhando cada vez mais espaço devido à crescente demanda por produtos apícolas naturais e orgânicos. As abelhas sem ferrão são excelentes polinizadoras de cultivos agrícolas e podem contribuir para aumentar a produção de frutas e sementes, beneficiando as plantações dos agricultores familiares.
É importante ressaltar que a meliponicultura requer conhecimento e cuidados específicos, pois as abelhas sem ferrão têm características próprias que devem ser respeitadas. Por isso, a SEAGRIMA entrou em contato com a UFSB e a partir desta segunda, dia 15, promoverão um curso inicial de criação de abelhas sem ferrão que contará com a presença de agricultores familiares e técnicos da SEAGRIMA na sede regional da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) na rodovia Ilhéus – Itabuna.
“O intuito é desenvolver a meliponicultura na região sul do Estado e criar fontes alternativas de recursos para os agricultores familiares”, disse o responsável pelo projeto, engenheiro agrônomo da SEAGRIMA Pedro Jerônimo.
Ceplac e UFSB fecham acordo para transferência de área no Sul da Bahia
Os comandos da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e da Ceplac praticamente selaram uma espécie de extensão do acordo de cooperação em que o órgão da lavoura cacaueira irá transferir nova área para a instituição de ensino superior.
A localização do terreno a ser transferido ainda não foi divulgada. O tamanho da área em questão deverá ficar entre 30 e 50 hectares.
Desde 2022, o campus Jorge Amado funciona em área de 37 hectares em terreno transferido pela Ceplac para a UFSB, na sede regional, na Rodovia Ilhéus-Itabuna (BR-415), em Ilhéus.
A primeira transferência – que permitiu a construção do campus sustentável – ocorreu ainda em 2015, como obra e esforços comuns de Juvenal Maynart, então superintendente regional da Ceplac, e do então reitor da UFSB, Naomar Oliveira, e sua vice-reitora Joana Guimarães, hoje reitora reeleita.
A cessão de mais terreno para a UFSB é vista como positiva, principalmente devido à perda de orçamento por parte da Ceplac e redução acelerada do seu quadro de pesquisadores e técnicos, além do sucateamento de sua estrutura e equipamentos. (do Pimenta)
Ceplac sedia reunião da Câmara Setorial do Cacau e Sistemas Agroflorestais
A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) do Mapa sediou a última reunião da Câmara Setorial do Cacau e Sistemas Agroflorestais de 2023. O encontro foi realizado na unidade de Ilhéus (BA), nesta quinta-feira (23), em formato híbrido, e reuniu membros da câmara e produtores locais.
A diretora da Ceplac, Lucimara Chiari, prestigiou o evento no qual a pesquisadora Karina Gramacho fez uma apresentação sobre o uso de defensivos contra a vassoura-de-bruxa do cacaueiro, projeto financiado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Os resultados alcançados até o momento apontam para o alto potencial de novos fungicidas, com princípios
ativos combinados para o controle da doença. Foram disponibilizados, ainda, os dados da cadeia do cacau e do chocolate, bem como do mercado de chocolates finos.
Durante o encontro foi anunciado o novo presidente da Câmara, Guilherme Moura, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que assume o mandato para o biênio de 2024 a 2026. Ele sucederá o atual gestor, Milton Andrade.
Participaram integrantes da Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia, Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab); Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC), Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), CocoaAction Brasil, Centro de Inovação do Cacau (CIC) e do Instituto Arapyaú.
Ministério da Agricultura afirma que Vírus do Mosaico do Cacau está sob controle

Novo vírus ataca cacau no sul da Bahia || Foto Leandro Fidelis
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou, nesta quarta-feira (13), que está tomando todas as medidas preventivas para controlar a disseminação do Vírus do Mosaico Moderado do Cacau (CaMMV) em plantas de cacau no sul da Bahia. Disse ainda que o vírus não figura na lista de pragas quarentenárias do Brasil e que, neste momento, a situação está sob controle.
“Estamos tomando todas as medidas necessárias para proteger a produção de cacau do país e garantir que a segurança alimentar e a sustentabilidade da cacauicultura nacional não seja comprometida”, disse a chefe da Divisão de Prevenção e Vigilância de Pragas do Mapa, Juliana Alexandre.
O Mapa destacou que os primeiros levantamentos em campo foram realizados por técnicos da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) nas áreas experimentais do Centro de Pesquisa do Cacau (Cepec) em Ilhéus, em ação de pesquisa sobre vírus associados ao genoma do cacau. As informações são do blog Pimenta.
A Ceplac coletou amostras de plantas sintomáticas e assintomáticas para envio ao laboratório parceiro nos Estados Unidos, que detém a patente do método de identificação, onde foi feita a confirmação da presença do vírus.
O órgão federal comunicou a situação ao Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas (DSV), à Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária (SFA) na Bahia e à Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Isso garante que todas as partes relevantes estejam cientes e envolvidas numa solução.
Há 60 anos nascia o CEPEC, sem prazo de validade
Walmir Rosário
Parece que foi ontem! Esta é a impressão que o engenheiro agrônomo Luiz Ferreira da Silva deixa transparecer no livro “A Fazenda Corumbá que virou Ciências (Cepec), 60 anos atrás”. Em janeiro de 1963, ainda com o diploma cheirando a tinta, ele aporta em Itabuna para iniciar sua vida profissional no ainda embrionário Centro de Pesquisas do Cacau (Cepec), mais ou menos convicto das dificuldades que o esperavam.
Assim que recebeu o diploma na Escola Nacional de Agronomia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) passou a analisar três propostas de trabalho: da Acar-ES, da Sudene, em Pernambuco, e do Ministério da Agricultura no Sul da Bahia, em convênio com a Ceplac. Duas dessas bastante conhecidas e conceituadas, e ainda por cima, já estava com a passagem aérea enviada pela Sudene para iniciá-lo no emprego.

Luiz Ferreira da Silva
Mas, por ironia do destino, Luiz Ferreira se influencia com uma explanação do engenheiro agrônomo Frederico Afonso sobre o início da operação da Ceplac na cacauicultura, inclusive com o levantamento dos solos da região cacaueira. Bom aluno de matéria Pedologia, ainda teria o seu professor Marcelo Camargo, como orientador. Soube de todas as dificuldades que passaria numa região inóspita, mas resolveu topar a parada.
E assim, em 22 de janeiro de 1963, Luiz Ferreira desce do Dart Herald da Sadia no aeroporto de Ilhéus para correr os quatro cantos das terras do cacau. Nesta época, o Cepec, que se transformou no maior centro de pesquisas de cacau do mundo, sequer existia. Pelo que ele conta, o ditado “tirar leite de pedra” era verdade e a ciência começava a ser feita numa casa sede da Fazenda Corumbá.