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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Academia de Letras de Ilhéus’

O adeus ao eterno mestre e professor Arléo Barbosa, sem pleonasmo

arleo (2)Efson Lima

 

efsonO professor Arléo Barbosa merece inúmeros adjetivos para qualificar suas ótimas características. Para além da amizade que desenvolveu com inúmeros intelectuais sul-baianos; ele foi um profissional exemplar nas relações de trabalho e formou uma geração de jovens grapiúnas, como eu. O professor Arléo Barbosa não lecionava, ele narrava a História como se estivesse vendo os fatos e com isso transportava-nos para a cena. Provocava-nos paixão pela disciplina e não importava quais fatos seriam estudados, ele conduzia-nos com tamanha maestria, cativando-nos, sem prejuízo da reflexão crítica. O quadro de giz estava sempre pronto, mas não para receber a sistematização conteudista, e, sim, as sínteses em forma de linha do tempo que passavam a fazer parte para sempre de nossas memórias.
Infelizmente, os humanos morrem e com a passagem para o além das linhas físicas, impõe-se uma enorme dor e uma saudade que misturada com sofrimento no primeiro momento vai sendo amenizada nos dias vindouros e vai deixando os melhores registros. Comentários maravilhosos não faltarão sobre o professor Arléo Barbosa. Certamente, inúmeros, centenas, milhares estão a aparecer. Lembro-me do dia 11 de setembro de 2001, quando ele me recebeu no Colégio Fênix para conceder uma entrevista sobre a História de Ilhéus; recordo – me também dele ter me recebido em janeiro de 2020 para conceder entrevista sobre a Academia de Letras de Ilhéus e a atuação dele na Academia. Professor Arléo não limitava tempo; não fazia cara feia e não faltava conteúdo para abordar em suas entrevistas, exposições e aulas.

 

arleo (1)Tive o prazer de participar do lançamento de uma das edições do livro “ Notícia História de Ilhéus”, sem sombra de dúvida, o primeiro lançamento em que fui na vida, estive acompanhando a então vereadora Marlúcia Paixão e Élvio Magalhães, assessor da edil naquele tempo. Quem não se lembra das revisões do professor Arléo Barbosa, no programa “Bahia Meio Dia”, da TV Santa Cruz sobre possíveis assuntos a serem cobrados no vestibular da UESC? Professor Arléo lecionou em dois momentos tendo eu na turma: um intensivo para o vestibular da Uesc e durante todo o ano de 2005, no Pré- vestibular Fênix.
O professor Arléo Barbosa vai deixar um império, não do ponto de vista físico ou financeiro, mas toda uma geração que lhe conheceu e lhe renderá tributo pelo compromisso em que sempre teve com a educação e com as pessoas. O professor Arléo foi o maior historiador da Nação Grapiúna. Nas entrevistas, humildemente, ele referendava uma estudiosa americana que havia pesquisado sobre Ilhéus. Professor Arléo juntamente com a professora Horizontina Conceição iniciou uma sistematização sobre a História de Ilhéus.

Na sequência, visando as comemorações dos 100 anos de elevação de Ilhéus à categoria de cidade, conseguiu arregimentar o livro “Notícia Histórica de Ilhéus”, que alcançou a 5ª edição. Na última conversa que tive com ele, o professor pensava em reeditar a obra. O livro se tornou uma referência para todos e continuará sendo. As obras dele ficarão eternizadas e continuarão a compor as referências de diversos cursos e obras. Mas elas precisam ser incorporadas na vida das escolas e em definitivo na vida acadêmica das universidades da Bahia. Não se pode falar de Bahia sem abordar a Capitânia de São Jorge de Ilhéus e sem tocar na Nação Grapiúna, e não significa ser bairrista, regionalista. Os fatos evidenciam a necessidade do conteúdo a ser tratado para compreender o chão baiano e a brasilidade que nos movem. Qualquer aspecto fora dessa linhas é tentativa de impor o cerceamento e contar os fatos pela metade.

 

A região merece fazer inúmeras homenagens ao professor Arléo Barbosa. Lamento profundamente ele não ter recebido o título de doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Santa Cruz, quiçá um póstumo? Mas, não choremos o leite derramado, avancemos: a Universidade pode criar em parceria com a Academia de Letras de Ilhéus concurso monográfico/ ensaísta para saudar esse grande mestre. Deixemos as nossas vaidades de lado para reconhecer o mérito daquele que foi gigante no seu tempo e continuará a ser.

 

Não se trata de favor, mas de obrigação e estímulo à promoção da Historiografia. Outras homenagens merecem ser articuladas, que tal Câmara de vereadores, a Prefeitura de Ilhéus entrarem em ação? O professor Arléo foi um defensor da memória regional e, portanto, agora, compete-nos fomentar a preservação da dele, consequentemente, preservaremos a da Nação Grapiúna.
As contribuições do professor Arléo são percebidas na nota da Editus, Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz, que lamenta a morte do escritor e ressalta que ele “durante anos, se dedicou a pesquisar e ensinar a história regional. Atuou como parecerista da Editus por diversas vezes, sempre dedicado e prestativo. Era também integrante da Academia de Letras Ilhéus e nunca poupou esforços para compartilhar conhecimentos e saberes.”

O professor e jornalista Alderacy Júnior, um estudioso da literatura regional, exibiu nas redes sociais a primeira edição do livro “ Nhoesembé “, exemplar constante na Sala de Leitura Ruy Póvoas, na Casa Ouro Preto, em Ilhéus e para saudar a memória do professor Arléo Barbosa, ele perfilou “ Vou recordar do Arléo como um grande cidadão, uma pessoa que amava história e soube ser o historiador.” Ele ressalta ainda que ministrava cursos de Redação na Academia de Letras de Ilhéus, quando o professor Arléo Barbosa era o então presidente do sodalício.

O canal “Tupy no mundo”, no Instagram, gerenciado por Sophia Sá Barretto, fez uma homenagem ao professor Arléo Barbosa, cujo historiador esteve em uma live promovida pelo perfil e mediada pela professora Maria Luiza Heine. Na rede, elas entabularam as homenagens recebidas pelo eterno mestre em vida: “Cidadão Ilheense e detentor da Comenda de São Jorge dos Ilhéus por serviços prestados à cidade. Mestre em Educação na linha de História e Cultura. Membro da Academia de Letras de Ilhéus. Professor da UESC por muitos anos até sua aposentadoria[…]Um exímio Especialista em História Regional, História Contemporânea e em Educação Brasileira e foi Diretor Pedagógico do Colégio Fênix de Ilhéus”, concluiu o perfil no Instagram.
As homenagens ao professor Arléo Barbosa sucedem nas redes sociais, diversas pessoas e autoridades postam sobre o falecimento do professor Arléo Barbosa, mas, especialmente, evidenciam a contribuição dele para a formação de cada um e as relações interpessoais sólidas estabelecidas, bem como o vasto subsídio do educador para a educação e a promoção da História Regional.

Alcides Kruschewsky, em caixa alta no Facebook, exclamou “ARLÉO BARBOSA, IMORTAL!” e avançou para considerar que “Faleceu a maior referência viva da educação de Ilhéus, da cultura, do saber…Este era talvez uma das últimas excelentes referências incontestáveis na área educacional da nossa cidade, na nossa cultura. Um patrimônio invejável, um acervo inestimável, um talento inimitável, com uma ternura indispensável.” O ex-vereador em Ilhéus e colega de trabalho em uma repartição bancária não poupa adjetivos para qualificar a vivência afetiva de ambos. Sem dúvida, o professor Arléo Barbosa foi isso para quem o conheceu. Sem embargo, Nelson Simões, ex-candidato a prefeito em Ilhéus, na postagem do ex-vereador, diz o seguinte: “Será que existe um único cidadão ou cidadã em Ilhéus que tenha tido o desprazer de ter sido ofendido pelo professor Arléo? Não há! Meu professor de História em 73 e 74 no CEAMEV. Contava a História. Desde os primórdios a vivenciou. Um brilhante intelectual. Ilhéus mais pobre. Arléo Barbosa saí da vida e entra na História”, concluiu de forma brilhante a postagem.

 

O professor Ramayana Vargens, em áudio aos seus confrades da Academia de Letras de Ilhéus, disse que o professor Arléo Barbosa foi um ser “corajoso e empreendedor na educação. Excelente diretor de escola. Pessoa querida por todos que o conheciam. Um grande humanista”. Ainda Ressalta o papel desempenhado pelo professor na sistematização do livro sobre a história de Ilhéus, que reverberou para difusão da cidade no Brasil e no exterior.
Infelizmente, temos que oferecer adeus ao eterno mestre e professor Arléo Barbosa, mas é sem pleonasmo. Foi professor e mestre de diversas gerações.

Estava sempre com o conteúdo pronto e atualizado na mente, a didática nos dedos e no exercício performático da docência. Para além do império educacional que construiu, pois, sua obra segue em cada um de nós, ele buscou ter uma família generosa. Aproveitemos para agradecer a professora Cláudia Arléo por tão bem cuidar do homem público que foi o professor Arléo, igualmente, as generosidades dos filhos ( Roberto, Ronaldo, Renato, Rosana e Thiciano) e daqueles que compuseram o conceito ampliado de família.

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Efson Lima – doutor, mestre e bacharel em direito/UFBA. Advogado. Membro da Academia Grapiúna de Letras e membro-eleito para Academia de Letras de

Maria Luiza Heine e as lições de um vírus assustador

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A professora, historiadora e escritora Maria Luiza Heine, imortal da Academia de Letras de Ilhéus, lançou em parceria com a mestra em Tecnologias Aplicadas à Educação Suede Mayne Pereira Araujo, o livro “Memória e História: Lições de um vírus assustador”.
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Editado pela Via Litterarum, o livro, lançando no estande da ALI durante o Chocolat Festival, o livro, com uma abordagem filosófica e pessoal da pandemia que paralisou o planeta, tem apresentação de Efson Lima e prefácio de Pawlo Cidade.
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Maria Luiza Heine falou sobre a obra em entrevista ao jornalista Daniel Thame, no estande da TV Cacau.

Confira a entrevista:

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Uesc e Academia de Letras abrem inscrições para o V Prêmio Sosígenes Costa de Poesia

 Prêmio Sosígenes (1) (1)A Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), através da Editus (Editora da Uesc), e a Academia de Letras de Ilhéus (ALI) abriram inscrições para o V Prêmio Sosígenes Costa de Poesia, cujo objetivo é movimentar o cenário da literatura poética baiana, revelar novos talentos e valorizar a cultura regional.

O concurso tem por finalidade a seleção de 01 livro de poesias e as inscrições ficam abertas até o dia 4 de março de 2022, conforme o Edital nº 125/2021, disponível no portal www.uesc.br. Os candidatos devem apresentar a obra escrita em língua portuguesa e inédita, que não tenha sido objeto de qualquer tipo de apresentação, veiculação ou publicação parcial ou integral (exceto publicação parcial em sites, blogs ou redes sociais) antes da inscrição no Concurso até a divulgação do resultado e entrega do prêmio ao vencedor.

O livro também não pode concorrer em outro concurso ao mesmo tempo. Podem se inscrever brasileiros maiores de 18 anos, desde que nascidos na Bahia e residentes no estado há no mínimo dois anos, conforme declaração a ser assinada pelo candidato. Cada autor poderá concorrer com apenas uma obra, devendo inscrever-se sob pseudônimo.

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Academia de Letras de Ilhéus entrega Comenda Rui Barbosa numa noite marcada por discursos e emoção

6A solenidade de entrega da Comenda Rui Barbosa, conferida pela Academia de Letras de Ilhéus a duas instituições e uma personalidade na noite de sexta-feira (19), marcou a retomada das atividades presenciais das atividades da Academia, numa noite marcada por discursos e muita emoção.

Estiveram presentes à sessão os acadêmicos Ruy do Carmo Póvoas, Ramayana Vargens, Antônio Carlos Hygino, André Rosa, Antônio Ezequiel, Anarleide Menezes, Luh Oliveira, Sebastião Maciel, Gerson dos Anjos e Leônidas Azevedo.

A mesa foi composta pelo Presidente Pawlo Cidade e pela Secretária Geral da Academia de Letras de Ilhéus Jane Hilda Badaró, pela secretária Estadual de Ciência Tecnologia e Inovação, Adélia Pinheiro, o reitor da Uesc, prof. Alessandro Fernandes de Santana, o representante do Exército Brasileiro, atual comandante da 18ª CSM, Coronel Rênor, o presidente da Fundação Pedro Calmon, Zulu Araújo, e o secretário Municipal de Cultura Geraldo Magela, representando o Prefeito de Ilhéus.

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Na categoria Personalidade das artes, da cultura ou da ciência, a contemplada foi a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia, a professora doutora Adélia Melo Pinheiro. Na categoria Instituição Social ou Cultural, a Fundação Fé e Alegria, Movimento de Educação Popular Integral e Promoção Social, representada por sua coordenadora professora, Josefa Soares dos Santos; e na categoria Instituição Pública, a Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc, na pessoa do Magnífico Reitor professor doutor Alessandro Fernandes.

 

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Academia de Letras de Ilhéus homenageia a Uesc com a Comenda Rui Barbosa

alessandroA Academia de Letras de Ilhéus realiza sessão nesta sexta-feira (19), para outorgar a Comenda Rui Barbosa à Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), à Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) e a Fundação Fé e Alegria. A reunião espacial terá início às 19h30min, na sede da Academia, situada na Rua Antônio Lavigne de Lemos.

 

A insígnia será entregue a Uesc, na pessoa do seu reitor, professor/Dr. Alessandro Fernandes de Santana, na categoria Instituição Pública, pelos excelentes serviços prestados à educação e completa 30 anos como Universidade pública, no dia 5 de dezembro de 2021, com uma intensa programação no campus Professor Soane Nazaré de Andrade.

 

Para o reitor, “a outorga da Comenda Rui Barbosa, pela Academia de Letras de Ilhéus reflete a importância da Universidade para a população. A láurea, neste momento em que a Uesc comemora 30 anos como instituição pública, gratuita e de ensino de qualidade é recebida pela comunidade acadêmica com alegria. Reforça o esforço de professores, técnicos e discentes para melhorar e aperfeiçoar a nossa participação objetivando fortalecer o tecido social de Ilhéus e de todas as cidades do Sul da Bahia,” afirma o reitor Alessandro Fernandes.

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Academia de Letras de Ilhéus debate Lingua, Leitura e Literatura

aliosA Academia de Letras de Ilhéus realiza, neste sábado, 17 de abril, às 18 h, roda de conversa entre os acadêmicos Sebastião Maciel, Ramayana Vargens e Ruy Póvoas, tendo como mediador o acadêmico Pawlo Cidade. O tema abordado será “LÍNGUA, LEITURA E LITERATURA”, no viés da “POBRE LÍNGUA RICA”, subtítulo que permitirá enfoques aos aspectos formais da língua portuguesa, a leitura na contemporaneidade e os gêneros literários que permeiam a literatura grapiúna. A transmissão será via Instagram da Academia de Letras de Ilhéus.

 

 
“Esta será a primeira de uma série de tertúlias que a Academia de Letras de Ilhéus promoverá ao longo do ano acadêmico de 2021. As tertúlias acadêmicas estão sendo programadas para acontecer mensalmente, e as temáticas abordadas visam a discussão do idioma, motivação do fazer literário, assim como o incentivo à leitura, com abordagens de vida e obra de autores diversos, resenhas de livros, etc. As rodas de conversas serão, certamente, especiais em seus conteúdos, e ocorrerão entre os membros da Academia de letras de Ilhéus e seus convidados com ricos saberes na área em comento ”, destaca o presidente da ALI, Pawlo Cidade.

 

As presidências da Academia de Letras de Ilhéus

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Efson Lima

 efson limaA Academia de Letras de Ilhéus nos seus quase sessenta e um anos de história teve treze presidentes, alguns ocupando mais de um exercício presidencial. Ao longo do ano de 2019 fomos trazendo fatos e personagens que compuseram a trajetória da ALI: narramos sobre os principais membros; sinalizamos sobre a literatura grapiúna; descrevemos alguns jovens que estão presentes na Academia; as mulheres; a presença dos juristas, que por sinal, merece outro texto. São muitos. Um só não deu a dimensão exata.

No futuro, precisamos abordar sobre os profissionais da saúde e do cuidado, assim como dos secretários-gerais que nos sodalícios das letras ocupam uma função destacada, assim como nos partidos comunistas.

Hoje, a nossa conversa é sobre alguns presidentes que lideraram a Academia de Letras de Ilhéus desde a sua fundação em março de 1959.  Maria Schaun, que compõe o quadro da Academia, registrou os seguintes presidentes, com base nas atas registradas e em suas anotações: Abel Pereira – 1959/1961/1963; Plínio de Almeida – 1963/1965/1967; Amilton Ignácio de Castro – 1975/1977/1979/1981/1983; Dorival de Freitas – 1993/1995; Ariston Cardoso – 1997/1999/2001/2003/2005; Francolino Neto – 2001/2003; João Hygino Filho – 2005/2007; Maria Luiza Heine – 2008/2009; Arléo Barbosa – 2009/2011/2013; Josevandro Nascimento – 2013/2015/2017; e André Rosa – que está ocupando o segundo mandato, iniciado em 2019.

O primeiro e um dos fundadores da ALI foi Abel Pereira, que comandou nos períodos de 1959/1961/1963. Foi também um dos percussores do haicai no Brasil. Nasceu em Ilhéus, precisamente, no ano de 1908 e faleceu em maio de 2006, com quase 100 anos de idade.  Esteve associado a tantos outros organismos literários.

Em seguida foi eleito presidente da ALI, Plínio de Almeida, que teve uma forte atuação política em Itabuna, contribuindo para o município ser considerada uma cidade integralista destacada no Brasil. Em seguida, tivemos uma série de presidentes: Amilton Ignácio de Castro – 1975/1977/1979/1981/1983; Dorival de Freitas – 1993/1995; Ariston Cardoso – 1997/1999/2001/2003/2005; Francolino Neto – 2001/2003, que será descrita em outra oportunidade.

Outro presidente da ALI foi João Hygino persistente acadêmico do sodalício, pertenceu à cadeira n.01.  O acadêmico foi autor de “Deus e os Deuses” (2008) e exaltou Porto Seguro, sua cidade natal.  Faleceu no ano passado, em 06 de março. Exerceu a presidência entre 2005/2007, quando adoeceu e foi sucedido pela professora Maria Luiza Heine na presidência.

A professora Maria Luiza Heine pertence ao quadro da Academia de Letras de Ilhéus e ocupa a cadeira n.º 20. Ela foi morar em Ilhéus nos anos 70. É doutora em Educação pela UNEB. Tem uma vasta obra de pesquisa sobre a história regional e tem atuado fortemente com pesquisa e extensão universitária. Atualmente atua em Aracajú. Exerceu a presidência da Academia entre 2008 e 2009.

 

Efson Lima  é Doutor em Direito/UFBA. Coordenador – geral da Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade 2 de Julho. Das terras grapiúnas de Itapé/Ilhéus.

O imortal Edvaldo Brito – O encontro da Academia de Letras de Ilhéus com a Academia de Letras da Bahia

Efson Lima

efson limaAs estórias começam assim: era uma vez, no interior da Bahia nasceu um menino, precisamente, no Recôncavo. De família humilde, cuja mãe tinha como “profissão lavadeira de ganho”,” Edvardo” tinha tudo para ser domado pelas regras do determinismo. Sendo negro, parecia já ter nascido com o sonho proibido e o destino traçado. Mas como dito “era uma vez” e em algum instante a história pode não se repetir, possibilitando assim o sujeito fugir das amarras e o círculo vicioso imposto a milhares de crianças brasileiras.

Fé, superação, apoio coletivo, esforço pessoal… uma palavra só explica? Um só fato evidencia? Talvez não. Só Sabemos que, no dia 29 de novembro de 2019, a Bahia ganhou seu mais novo imortal.  Edvaldo Brito passou a fazer parte do seleto clube do Estado da Bahia.  Foi pertencer à Academia de Letras da Bahia, fazendo parte da centenária Casa de Arlindo Fragoso. Somou-se a homens e mulheres que nos apresentam caminhos, contam-nos fantasias e nos impõem o   à realidade combalida. A cadeira n.°3 ocupada por Guilherme Radel será reverenciada pelo jurista.

edvaldo britoSalvo melhor juízo não é a cadeira que torna uma pessoa imortal, mas a obra, a caminhada… e o advogado, professor, escritor e intelectual Edvaldo Brito  possui uma carreira formidável. Ele integra o conjunto de grande juristas do  Brasil. Seguiu a tradição baiana de  excelentes juristas: Rui Barbosa,  Teixeira de Freitas, Orlando Gomes, Aliomar Baleeiro… Oh, céus! Para nossa honra e glória.

Com a vênia, chamá-lo-ei de professor, tive a honra de ter sido seu aluno no mestrado da Faculdade de Direito da UFBA  em 2013, cuja disciplina Jurisdição Constitucional tinha sido feita para acompanhar as mobilizações de ruas, os embates sobre o controle das decisões do STF em face das ações constitucionais concentradas, o  (não) monopólio das investigações pela polícia. Foi oportuno aprender com o mestre o quanto é imperioso o cumprimento do programado academicamente, o compromisso com a docência e o sacerdócio diário da retidão, a pontualidade e a persistência com o compromisso intelectual.  Verdade seja dita: sofri,  confesso, mas a admiração permanece.

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Os juristas na Academia de Letras de Ilhéus – o ministro José Cândido Carvalho

Efson Lima

 

efson limaAs letras parecem estar para o mundo jurídico, assim como os enredos jurídicos estão para as letras, entretanto, não vaticinarei, pois, o determinismo não faz bem ao progresso das ideias. Talvez, se fôssemos aprofundar os estudos, veríamos que juristas, médicos, diplomatas e outras categorias profissionais vivenciam o mundo das letras como vivenciam suas profissões. Certamente, poderíamos encontrar as causas a partir da estruturação da sociedade brasileira.  Não obstante, as primeiras instituições universitárias no Brasil estiveram atreladas às formações médica e jurídica.

 

Ao se observar o quadro de fundadores da Academia de Letras de Ilhéus, assim como os sucessores e os membros atuais tem-se um a presença maciça desse grupo, podemos registrar entre os falecidos: Francolino Neto, João Hygino, Orlando Gomes e João Mangabeira. Vivos têm uma plêiade poderosa: Soane Nazaré, Jane Hilda Badaró, Edvaldo Brito, Mário Albiani, Neusa Nascimento, Cyro de Mattos entre tantos outros, cuja lista poderia ser tranquilamente acrescida.  Não obstante, a ALI tem como patrono Rui Barbosa, que foi um jurista. Entre os juristas, podemos evidenciar a  figura do ministro José Cândido.

 

José Cândido Carvalho

José Cândido Carvalho

O ministro José Cândido integrou o grupo de fundadores da Academia de Letras de Ilhéus em 1959, ocupando a cadeira de n.°39, cujo patrono escolhido foi Visconde de Cairu.  Não obstante, José Cândido esteve entre os convidados na casa de Abel para fundar a academia “Aos quatorze dias do mês de março de mil novecentos e cinquenta e nove (1959), nesta cidade de Ilhéus, do Estado Federado da Bahia, precisamente as 17 horas, na residência do intelectual Abel Pereira, Edifício Magalhães, 2o. andar, apartamento 2, à Praça Visconde de Mauá, reuniram-se os srs. Abel Pereira, Nelson Schaun, Wilde Oliveira Lima e Plínio de Almeida, membros da comissão de iniciativa, e mais os convidados Dom Caetano Antonio Lima dos Santos, Osvaldo Ramos, José Cândido de Carvalho Filho, Halil Medauar, Jorge Fialho e Otávio Moura- para o caso especial de se estudar o plano e consequente fundação da Academia de Letras de Ilhéus.  Nessa reunião, fizeram-se representar pelo Sr. Abel Pereira, por meio de cartas de autorização, os srs. Fernando Diniz Gonçalves, Sosígenes Costa, Camilo de Jesus Lima, Raimundo Brito, Eusígnio Lavigne, Ramiro Berbert de Castro, Flávio Jarbas, Heitor Dias, Flávio de Paula e Milton Santos”, conforme trecho de Ata reproduzido por Jane Hilda Badaró no artigo “A Academia de Letras de Ilhéus Comemora 60 Anos de História! “
O Ministro José Cândido era o único fundador vivo, entretanto, estabeleceu o destino que partisse para outro plano, justamente, no ano em que a Academia de Letras de Ilhéus completara 60 anos – a idade do diamante. Certa vez, lia no Diário de Ilhéus, que a rua onde está instalada a subseção da Justiça Federal tinha tido o nome alterado para “Rua Ministro João Cândido de Carvalho”, confesso que estranhei. Eu não compreendia o motivo da alteração, certamente, faltava-me naquele momento informação suficiente para compreender a dimensão do Ministro e a relação dele com a cidade de Ilhéus. O tempo passa e se confirma como o senhor das razões. Então, fazendo minhas leituras, fui compreendendo o quanto o Ministro João Cândido tinha sido importante para Ilhéus e para a Bahia. Assim como, a sua atuação profissional tinha nos elevado no País.

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João Mangabeira: um imortal dos quadros da Academia de Letras de Ilhéus

Efson Lima

efson lima Sempre que tenho algum tempo busco ler fatos associados a João Mangabeira. Por vezes, os feitos, os acontecimentos e as pessoas passam despercebidas por nossos olhos apressados ou cometemos a injustiça de não lembrar, afinal, são muitas as informações no nosso dia a dia. Já não processamos tudo. Entretanto, João Mangabeira se notabilizou como um grande jurista no País, integrando o conjunto de notáveis juristas baianos do século XX, como Rui Barbosa, Orlando Gomes, Aliomar Baleeiro e Josaphat Marinho.

Os mais moços, certamente, podem passar apressados pelas ruas da cidade de Ilhéus – estou a relembrar a música “Gentileza” de Marisa Monte -, verem algumas homenagens prestadas a João Mangabeira e nem se darem conta de que esse jurista iniciou sua carreira na zona do cacau, precisamente, na Princesa do Sul. E com uma característica marcante de sua atuação profissional, João Mangabeira esteve muito próximo dos trabalhadores rurais, buscou estar ao lado dos empregados e colaborando com a estruturação do direito do trabalho no Brasil.

João Mangabeira, aos 17 anos um adolescente advogado.

João Mangabeira, aos 17 anos um adolescente advogado.

Não sem razão, João Mangabeira tem seu nome sinalizado nas terras do cacau. Certa vez, eu passando no CEDOC/UESC, perguntei se havia algum arquivo sobre João Mangabeira. Tinham diversos processos, tinha uma cópia de tese escrita no Canadá. Não obstante, o Centro Acadêmico de Direito da UESC recebe o nome de João Mangabeira, o CAJAM, o Fórum do Trabalho em Ilhéus.

João Mangabeira não fez sua formação jurídica em terras baianas, mas a sua atuação profissional transcorreu de forma  significativa no coração da Bahia. O arquivo pessoal está guardado no Rio de Janeiro sob os cuidados da Fundação Getúlio Vargas. Por outro lado, restos mortais estão na Faculdade de Direito da UFBA, no bairro da Graça. Impossível chegar à Faculdade de Direito e não se deparar com um “sarcófago” de pedra com uma bola azul na parte superior em homenagem a João Mangabeira. Fez parte de meu dia a dia durante dez anos, da graduação ao doutorado.

João Mangabeira se forma em direito em 1897 e aos 17 anos foi morar em Ilhéus, onde iniciou a sua vida de advogado. Um jovem! Destacou-se na cidade, possibilitando sua chegada a condição de prefeito, assim como de deputado estadual.  Tornou-se também deputado federal pela Bahia entre 1909 e 1911 e entre 1914 e 1929 e senador em 1930, entretanto, acabou tendo seu mandato cassado com a Revolução de 1930 orquestrada por Getúlio Vargas.  Foi uma derrota, especialmente, os sulbaianos. Posteriormente, foi nomeado Ministro de Minas e Energia e ocupou também a função de Ministro da Justiça.  Foi também um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro (PSB).

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