WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
hanna thame fisioterapia animal

prefeitura itabuna sesab bahia shopping jequitiba livros do thame




Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

abril 2024
D S T Q Q S S
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930  


:: ‘Havana’

Havana, a cidade paixão

Daniel Thame

 

San Cristobal de La Habana. Ou simplesmente La Habana. Capital de  Cuba, a maior ilha do Caribe. Dito assim,  poderia ser apenas a localização geográfica de uma cidade.

Mas La Habana,  Havana, não é apenas uma cidade. Cidades existem em todas as partes do mundo. Metrópoles, grandes, médias e pequenas cidades ou mesmo vilazinhas perdidas no mapa.

Havana é diferente. E nem se peça explicação. Porque explicação não há. Ou há tantas explicações que nem é o caso de se explicar.

Havana é para ser vivida com toda a intensidade que é possível viver numa cidade que tem alma, que pulsa e que  se reinventa sem perder a essência.

Cidade com alma e com coração. E o coração de Havana se chama Habana Vieja. A velha Havana, onde se tromba em cada esquina com a História e com personagens históricos.

Habana Vieja, dos monumentos que percorrem cinco séculos de um país e de um povo  dominados pelos conquistadores e que há meio século decidiu ser dono de seu próprio destino.

Monumentos e prédios históricos –e eles são as marcas indeléveis de Habana Vieja-  são testemunhas dessa saga única de nuestra América. Fascinam não pelo que mostram, mas pelo que representam.

Caminhar por Habana Vieja é respirar utopia na Praça da Revolução, que conserva relíquias da epopéia que começou em Sierra Maestra e está longe de terminar.

E beber um run e fumar um puro habano no Hotel Habana Libre (o antigo Hotel Nacional dos mafiosos americanos), onde se instalou o quartel general da recém-vitoriosa revolução cubana  e que, contam as paredes e as lendas, travou-se o inacreditável diálogo em que Fidel, ao escolher seus ministros, perguntou quem era economista. Che levantou a mão e Fidel imediatamente o nomeou Ministro da Economia. Che, entre uma baforada e outra de charuto, questionou. Ao que Fidel rebateu: “mas eu perguntei quem era economista e você levantou a mão”. E Che: “carajo Fidel, eu entendi você perguntar quem era comunista”. Che virou Ministro da Economia e ainda por cima presidente do Banco Nacional de Cuba. Notas de peso, a moeda cubana,  com sua assinatura são vendidas como souvenir em Havana.

É tomar almoçar ou jantar comida criolla (a comida típica cubana), beber um mojito e deixar um recado para a posteridade na Bodeguita del Médio, tão mundialmente célebre que dispensa apresentações. É ´conversar´  com Ernest Hemingway  no Hotel Ambos Mundos ou ler um poema ao lado de Pablo Neruda nas calles estreitas, que aparentemente não levam a lugar nenhum, mas levam a todos os lugares que a imaginação permite.

É achar relíquias entre livros, discos e pinturas nas praças, regateando os preços pelo prazer da conversa. É se perder  na luxúria do Tropicana e do Le Parisien, espetáculos que unem música, dança, teatro e sensualidade. É admirar sem pressa as  jóias arquitetônicas que surgem  a cada esquina.

É caminhar e sentir a brisa do Mar do Caribe no Malecon, a avenida beira mar.   onde casais apaixonados se apaixonam ainda mais e a noite é uma criança, porque é mais fácil trombar com Fidel Castro do que ser assaltado, seja noite ou dia, primavera, outono, inverno ou verão.

É conhecer o Teatro Nacional, o Capitólio, os hotéis em estilo da primeira metade do século passado. É tomar um sorvete de sabor incomparável na Copélia. É dirigir ou apenas tirar fotos em carros antigos e excepcionalmente bem conservados, uma das marcas de Havana. Ou passear sem pressa em taxis adaptados de bicicletas ou charretes, como se fosse fazer o tempo passar devagar. E em Habaja Vieja até o tempo passa sem presa.

É descobrir e redescobrir uma nova cidade a cada dia, tentas são as cidades dentro de Havana, e tantas são as nuances na mesma Habaja Vieja.

Habana Vieja não é para turistas, embora viva apinhada de turistas. Porque turista olha, fotografa e se empanturra de lugares comuns, guiados por folhetos que revelam justamente lugares comuns, mas não revelam a alma do lugar.

Habana Vieja – e me atrevo a dizer-  Havana, e a  Cuba de Santa Clara, Trinidad, Matanzas, Remedios, Cinfuegos, Pinar del Rio, Santiago,  é para ser vista e, principalmente, vivida por quem se sente parte daquilo tudo. Que não apenas vê, mas enxerga, que não apenas visita, mas incorpora.

Que ao respirar, não manda apenas ar para os pulmões, mas impregna as veias com algo absolutamente imaterial.

Uns chamam isso de alma.

Mas também pode chamar de paixão.

Porque Habana Vieja, e aqui se chegou à palavra síntese, é imensamente e inteiramente paixão.

 

Exposição em Havana mostra a situação desumana de antiterroristas cubanos presos nos EUA

prisão 1

“Não agradeçam ao silêncio” é o titulo da exposição do artista plástico cubano Alexys Leyva Machado (Kcho),  que acontece no Museo Nacional de Bellas Artes, em Havana, dedicada aos cinco antiterroristas cubanos detidos ilegalmente nos EUA (três deles continuam encarcerados).

prisão 2O propósito da mostra é refletir a maneira desumana com que os cubanos são tratados em prisões dos EUA. Os visitantes podem permanecer nas celas durante cinco minutos, num espaço pequeno, sem moveis e com um colchonete no chão, algo sem similar no sistema carcerário do pais.

A mostra inclui também uma sala com a história de heroísmo dos cinco antiterroristas e depoimentos em vídeo de René González, Fernando González (ambos já em Cuba), Ramón Labañino, Gerardo Hernández y Antonio Guerrero, durante os 15 anos de  batalha pela libertação de todo o grupo.

Los 5: Fernando Gonzáles já está em Havana

fernando gonzales

O antiterrorista e herói da República de Cuba Fernando González Llort  chegou a Havana às 13 horas de hoje (horário de Brasilia), após cumprir sua pena nos Estados Unidos.

Ao desembarcar no aeroporto José Marti, ele se reuniu com familiares, acompanhado do presidente cubano Raul Castro e de outros dirigentes da Revolução.

Fernando deixou ontem a prisão federal de Safford, no Arizona, e levado para o setor de imigração, onde foi embarcado para cubano. Ele é o segundo dos cinco antiterroristas cubanos presos nos EUA, depois de  René González.

Fernando, René, Gerardo Hernández, Antonio Guerrero e Ramón Labañino foram presos em 1998, quando estavam nos EUA para impedir ação de grupos de extrema direita baseados em Miami, que planejavam e executavam ataques contra Cuba.

Os três últimos seguem presos nos Estados Unidos, apesar de uma ampla campanha mundial para libertação de todos os cinco.

O abraço emocionado de René e Fernando, dois heróis cubanos

O abraço emocionado de René e Fernando, dois heróis cubanos

Universidade, uma experiência transformadora

Paulo Gabriel Nacif

paulo gabUm dia Che Guevara afirmou que o seu objetivo coma revolução cubana era transformar a ilha numa grande universidade. Em meio a todas as contradições da recente história cubana é possível afirmar que esse objetivo de algum modo vem sendo alcançado.

Após municipalizar o sistema de educação superior cubano por meio do Centros Universitários Municipais, a cada dois anos ocorre na Ilha um grande evento no qual representantes de todo o mundo, principalmente da América latina, se reúnem para discutir os rumos da educação superior no continente americano.

Esses eventos ocorrem desde 1998. O último desses eventos ocorreu em fevereiro de 2014. Com cerca de 5.000 participantes, o 9º Congreso Internacional de Educación Superior “Universidad 2014” teve como tema “Por una Universidad Socialmente Responsable”. Os debates foram intensos e registraram uma firme defesa da educação como um bem público social e um direito humano fundamental.

Tive a oportunidade de participar dos últimos quatro eventos (desde 2008). Dessa última vez fui responsável pela conferencia sobre “os desafios da democratização da educação superior no Brasil” no “V Taller Internacional de Universalización de la Universidad” que teve como Presidente o Dr. Dimas Néstor Hernández Gutiérrez, Chefe de Departamento de Universalización do Ministerio de Educación Superior de Cuba.

Nesta oficina pudemos debater de debater temas como a educação do campo, universidade e territórios, políticas afirmativas, a extensão universitária e a inclusão. Ao final, saímos convictos de que a universidade é uma experiência tão transformadora e que devemos perseguir para que não apenas a Ilha, mas todo o mundo se transforme num grande campus universitário.

 

Paulo Gabriel Nacif é  engenheiro agrônomo e doutor em solos, é reitor da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).

 

Celac: mais que os discursos, o empenho em integrar

 

celac 2(Francisco Chagas Leite Filho, de Havana)- ) A ação dos presidentes em servir-se do organismo como uma ferramenta eficaz para a integração e o desenvolvimento talvez seja o resultado mais concreto da II Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada em Cuba em 28 de fevereiro. Mais até que a declaração de princípios, por sinal, muito avançada em termos de soberania, contida na Carta de Havana. Dos presidentes de centro direita Peña Nieto, do México, e Juan Manuel Santos, da Colômbia, aos dos nacionalistas e de esquerda Raul Castro, Nicolás Maduro, Cristina Kirchner e Dilma Rousseff, se observou uma determinação em romper a burocracia e estreitar a comunicação entre si para melhor encaminhar as várias pendências. Um acordo bilateral com a china foi aprovado enquanto os Estados Unidos se enfurecericiam chamando a CE

O propósito é aumentar o intercâmbio e desenvolver a tecnologia para aproveitar adequadamente os recursos da região, rica em água doce, petróleo, energia e potencial alimentar com vistas a diminuir custos e competir internacionalmente como um bloco independente das grandes potências e suas transnacionais predatórias, consideradas responsáveis pelo atraso e a pobreza de seu povo. Esta é calculada pela CEPAL em 28%, ou seja  164 milhões de pessoas, das quais, como ressaltou o presidente de Cuba, Raul Castro, na abertura da reunião, 70% são crianças e adolescentes. Por esta razão, os presidentes enfatizaram a importância da segurança alimentar e nutricional, da educação e saúde, universal e gratuita, longe das privatizações pregadas pelos mercados.

Na verdade, a UNASUL, União das Nações Latino-Americanas, nascente da CELAC, já tinha demonstrado esta agilidade, em diferentes ocasiões:  tentativas de golpe no Equador e na Bolívia e na suspensão do Paraguai, por causa da deposição do presidente Lugo, em 2011. Como foi lembrada em diferentes intervençøes desta segunda cúpula, tal agilidade foi fruto da comunicação permanente, por telefone ou contato pessoal, que então impelia o presidente Hugo Chávez com seus congêneres. É tal a prioridade do tema que o presidente do Uruguai, Pepe Mujica, defendeu, no que foi aplaudido pela maioria, a criação de um gabinete especial em cada governo, para, acima das chancelarias, cuidar diretamente da questão.

O espírito de coesão ficou igualmente marcado nas posições soberanas adotadas e constantes da Carta de Havana a rejeição  às listas e certificações unilaterais (leia-se Estados Unidos), em particular as relativas a terrorismo, narcotráfico, tráfico de pessoas e outras similares como a que inclui Cuba na de Estados que promovem o terrorismo.  Nesta linha, a CELAC também proclamou o  caráter latino-americano e caribenho de Porto Rico ( “Estado Livre Associado aos Estados Unidos”) assim como o compromisso de trabalhar para que a região da América Latina e Caribe seja um território livre do colonialismo. Reiterou sua rejeição ao bloqueio estadunidense a Cuba e a dominação pela Inglaterra das Ilhas Malvinas, território da Argentina.

A reação dos Estados Unidos, potência habituada a mandar e desmandar nesses presidentes, foi imediata: ”Estamos decepcionados que a Celac, em sua declaração final, tenha traído a dedicação aberta da região aos princípios democráticos, ao apoiar o sistema unipartidário em Cuba”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, possivelmente agastado com o que “que significou o mais forte apoio da América Latina e do Caribe a Cuba desde 1959: os 33 chefes de Estado da região e líderes da Organização de Estados Americanos (OEA) e da ONU foram a Havana para a cúpula do organismo. No acordo mais simbólico do encontro, que terminou na quarta-feira, o presidente cubano, Raúl Castro, proclamou a América Latina e o Caribe como “zona de paz”.

Posição diametralmente oposta tomou a China, tendo o presidente Xi Jinping confirmado nesta sexta-feira (31) a disposição de seu país para fomentar o diálogo e a cooperação com a América Latina e o Caribe, mediante o foro bilateral aprovado pela (Celac). Em mensagens enviadas em separado aos presidentes de Cuba, Raúl Castro, e da Costa Rica, Laura Chinchilla (que assumiu a presidenta rotativa do organismo, antes ocupada por Cuba), o mandatário chinês expressou suas felicitações pelo êxito da reunião de cúpula.

Leia aqui a Declaração Final da II CELAC, em espanhol

A seguir os discursos principais da reunião de Havana:

Ban Ki-moon: Cuba tem a escola de medicina mais avançada do mundo

Ban Ki-moon na Elam

Ban Ki-moon na Elam

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, visitou nesta terça-feira (28) a Escola Latino-Americana de Medicina (Elam) em Havana, para conhecer o projeto desenvolvido pela ilha comunista que já formou mais de 11 mil médicos de 123 países.  Ban Ki -moon , que realiza uma visita oficial e é convidado na 2ª Cúpula Celac, foi recebido pelo Dr. Rafael Gonzalez Ponce de León reitor da instituição e pelo Ministro cubano de Saúde Pública, Dr. Roberto Morales Ojeda .

“Formar médico de ciência e consciência é a função desta escola”, disse ao secretário-geral o reitor da Elam, que explicou como funciona o programa educacional da escola, onde estudam atualmente 1015 estudantes e conta com nove graduações e mais de 20 mil diplomados. O Secretário- Geral da ONU elogiou Cuba pelo que chamou de “contribuições geniais para a saúde no mundo, e por estar na vanguarda da cooperação Sul-Sul”. E acrescentou: “pude ver em várias comunidades, muitas esquecidas, um fator comum: médicos cubanos ou formados em Cuba, estão lá ajudando a salvar vidas”, disse Ban.

“Cuba tem uma longa história de cooperação. Médicos cubanos são os primeiros a chegar e os últimos a sair. Cuba pode ensinar ao mundo sobre o seu sistema de saúde baseado na atenção primária, com conquistas significativas como baixa mortalidade, aumento da expectativa de vida e cobertura universal”, declarou.

Cuba nos dá uma lição de solidariedade e generosidade, pontuou. “Todos somos um, humanos e irmãos. A saúde humana tem de deixar de ser o privilégio de poucos para se tornar direito de muitos”, reforçou.

Ban Ki –moon também parabenizou os alunos da Elam que classificou como “a escola de medicina mais avançada do mundo”. “A saúde e o tratamento de doenças preveníveis é um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas e uma prioridade para salvar vidas. Isso é o que faz Cuba aqui e no mundo”, observou. (com informações do Pátria Latina)

Dilma agradece Cuba pelos médicos enviados ao Brasil

dilma cuba 2

A presidenta Dilma Rousseff destacou, nesta segunda (27), durante a inauguração do Porto de Mariel, em Cuba, o desejo do Brasil em transformar-se em um parceiro de “primeira ordem” para o país do Caribe. Segundo Dilma, a iniciativa é o primeiro porto terminal de contêineres do Caribe, e conta com financiamento de US$ 802 milhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O investimento serviu para contratação de bens e serviços de 400 empresas brasileiras.

“O Brasil quer tornar-se parceiro econômico de primeira ordem para Cuba. Acreditamos que estimular essa parceira é aumentar o fluxo bilateral de comércio. São grandes as possibilidades de desenvolvimento industrial conjunto, no setor de saúde, e medicamentos, vacinas nos quais a tecnologia de ponta é dominada por Cuba. (…) Queria aproveitar para agradecer ao governo e ao povo de Cuba pelo enorme aporte ao sistema brasileiro de saúde por meio do programa Mais Médicos”, afirmou Dilma.

Assista, aqui o discurso de Dilma.

Fidel reaparece em Havana

Fidel em Havana. O mito está vivo

Fidel em Havana. O mito está vivo

 

O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, fez sua primeira aparição em público em nove meses ao participar da abertura de um estúdio de arte na capital cubana. Jornais e sites oficiais mostravam nesta quinta-feira a fotografia do líder sentado de costas, apontando para um trabalho enquanto o artista Alexis Leyva conversa com ele, no evento ocorrido na noite de quarta-feira.

O jornal espanhol La Vanguardia publicou outras três fotografias em seu site que mostram o rosto de Fidel, usando uma jaqueta preta e um cachecol verde, numa noite fresca de Havana. A última aparição em público de Fidel havia sido em 9 de abril de 2013, quando ele participou da inauguração de uma escola, também na capital.

Em dezembro ele teve um encontro privado com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, importante aliado de Cuba. Fidel, de 87 anos, comandou Cuba por 48 anos antes de ficar doente em julho de 2006 e entregar o poder a seu irmão, Raúl, que se tornou formalmente presidente de Cuba em janeiro de 2008. (com informações são da Associated Press)

Maduro denuncia tentativa de implosão de encontro da CELAC em Havana

 

Havana sedia encontro da CELAC

Havana sedia encontro da CELAC

O presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, denunciou que a mídia conservadora, vem tentando implodir a reunião dos 32 chefes de Estado latino-americanos filiados à CELAC (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), marcada para os dias 28 e 29 deste mês de janeiro, em Havana, conforme denunciou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para quem, “a manobra vai fracassar”. A CELAC, é uma entidade fundada pelo presidente Hugo Chávez, em 2010, na cidade de Playa Del Carmen, no México, com a colaboração decidida dos presidentes Dilma Rousseff e o ex Lula da Silva, Cristina Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa, Sebastián Piñera, Daniel Ortega e do mexicano Felipe Calderón. Seu primeiro propósito: estabelecer uma agenda energética comum na região. A CELAC foi inicialmente presidida por Sebastião Piñera, do Chile, cargo que passou  recentemente ao cubano Raul Castro.

A cúpula da CELAC vai coincidir com a reinauguração, com  a presença de todos os chefes de Estado, do Porto de Mariel, em Havana, totalmente reformulado com a ajuda financeira e tecnológica do Brasil, à frente a empresa Odebrecht. Pretendendo se transformar num dos maiores centros portuários do Caribe,  o Porto de Mariel transformou-se no novo cartão postal de visitas e símbolo da revitalização econômica que Cuba vem empreendendo nos últimos anos. Como a obra representa um marco do vigor da nova integração latino-americana, desencadeada por Chávez, Lula e Kirchner, no início do novo século, e por contrariar incrustados interesses de multinacionais  americanas e europeias, antes habituadas com a exclusividade dos contratos, passou sou a ser objeto de sórdida campanha dos meios de comunicação, principais porta-vozes dessas empresas.

Com praias, cultura e história, Cuba quer atrair turistas brasileiros

Daniel Thame

O mar do Caribe, de beleza incomparável

Com o esfacelamento da União Soviética, responsável por 85% do comércio externo de Cuba, no início dos anos 90 do século passado, o turismo deixou de ser uma opção para se transformar na única saída capaz de evitar a derrocada da ilha caribenha, o que significaria  colocar um ponto final na Revolução Socialista comandada por Fidel Castro e Che Guevara.

Fidel, por sinal, sempre foi contra a abertura de Cuba para o turismo, já que juntamente com o bônus da enxurrada de dólares e euros, vem o ônus do aumento da prostituição, das drogas e do risco do contato dos cubanos com o estilo de vida capitalista que para a maioria dos cubanos soa como a encarnação do inferno na terra.

O turismo começou como uma atividade tímida em Varadero, balneário localizado há cerca de 150 quilômetros de  Havana, a capital cubana, banhado pelo estonteante mar do Caribe, com suas águas azul turquesa e praias de areia branca. Parcerias entre o Governo de Cuba e grupos espanhóis, como o Meliá, plantaram os primeiros resorts em Varadero, destinados basicamente a turistas europeus e canadenses (os norteamericanos, por conta de um bloqueio econômico brutal imposto pelos EUA depois que Fidel declarou o caráter socialista da Revolução, precisam fazer roteiros de malabarista para chegar à Ilha).

nos hotéis, cionforto e opções de lazer

Duas décadas depois, Cuba se consolida como um dos principais destinos turísticos do Caribe. Varadero já rivaliza com Cancun, balneário mexicano, com cerca de 20 mil leitos de hotel, todos na categoria cinco estrelas e serviços all inclusive (hospedagem, refeições, bebidas, serviços de lazer/entretenimento). Varadero abriu o caminho e hoje os hotéis se estendem por Cayo Largo,  Cayo Blanco, Cayo Villa Clara. Cayo Guillhermo, Holguim, Isla de La Juventud (ideal para mergulhos), Cinfuegos, Morón, Camaguey e Guardalavaca.

Os resorts oferecem todos os tipos de serviços: restaurantes, bares, danceterias, boutiques, quadras poliesportivas, academias de ginástica, lan house, veleiros, etc.  Por cerca de 110 dólares (ou 100 CUCs, a prosaica e valorizadíssima moeda paralela que Cuba criou para o turismo) é possível nadar com golfinhos em pleno mar e depois comer lagostas num restaurante rústico na praia.

O PARAISO EM VARADERO

hotel em Varadero, maior polo turístico de Cuba

Varadero ainda dispõe de um aeroporto internacional e Cayo Santa Clara de um aeroporto nacional. A faixa litorânea destinada aos turistas é uma espécie de uma Ilha da Fantasia, reduto capitalista dentro de uma ilha socialista. Não havia outra saída: era entregar os anéis para não ter que entregar os dedos. Ou as mãos todas.

“É maravilhoso. Temos toda estrutura, serviços de alto nível e um mar lindo, sem contar com a simpatia dos cubanos, que estão sempre com um sorriso no rosto”, afirma o turista canadense Michel Hart, que acompanhado da mulher e dos três filhos, passa o terceiro verão seguido em Varadero. “Está melhor e mais barato do que Cancun.  Os hotéis são magníficos, com inúmeras opções de lazer”, extasia-se a turista espanhola Manuela Rodrigues. O turismo no litoral de Cuba é, essencialmente, um turismo de família. Quem quiser agitação, que vá a Havana.

Os números mostram o acerto da abertura para o turismo. Cuba possui atualmente cerca de 62 mil leitos de hotéis (habitaciones) e recebe na temporada 2013 cerca de 2 milhões e 800 mil turistas. Desse total, 1 milhão e 100 mil turistas vem do Canadá, seguido de longe pelo Reino Unido com 150 mil turistas, Alemanha com 100 mil, México, Argentina, Italia e França com 80 mil turistas cada um.  O Brasil ocupa um modesto 19º. lugar, com apenas 16 mil turistas visitando Cuba.

O turismo gera cerca de 100 mil empregos diretos e 300 mil empregos indiretos em Cuba, gerando uma receita anual de 2 bilhões e 200 milhões de dólares. O diretor comercial do Ministério do Turismo de Cuba, Jose Manoel Bisbé, explica que a Havanatur, agencia estatal de turismo, pretende  ampliar o número de brasileiros na ilha, através de estratégias de marketing e do estreitamento das relações com os agentes de turismo. “Temos laços  muito fortes com o Brasil  e  Cuba é um lugar que vale a pena ser visitada pelos brasileiros, seja pelas belezas naturais, seja pelo patrimônio histórico e cultural”, diz Bisbé.

CUBA E BRASIL

Cayo Villa Clara: velejar no mar azul turquesa do Caribe

As novelas brasileiras são uma mania incontrolável em Cuba e atualmente está no ar “Avenida Brasil”. Os cubanos param para se envolver com a engraçada família de Tufão e as maldades de Carminha.  A Cubana Aviacion acaba de retomar o vôo semanal São Paulo-Havana, com saída às quintas-feiras do aeroporto de Congonhas e escala em Caracas, na Venezuela.

Bisbé revela ainda que novos hotéis estão sendo construídos e/ou em fase de conclusão, aumentando a capacidade de hospedagem e que o Ministério do Turismo pretende diversificar as atividades turísticas, hoje concentradas no litoral, que responde por 80% do movimento. Uma das alternativas é o “turismo de saúde”, para pessoas que desejam fazer tratamento médico no país. Outra é o turismo cultural, em cidades com Santa Clara, onde está o memorial em homenagem a Che Guevara, Remédios, Santiago, Trinidad, Pinar del Rio e Havana. Também está prevista a construção de novos shoppings centers em Varadero e Havana.

O diretor do Ministério de Turismo reconhece que é preciso investir nas telecomunicações. Fazer uma ligação telefônica para o exterior é difícil e caríssimo (cerca de 12  reais o minuto, para o Brasil) e acessar a internet é quase como ganhar na loteria.

Fazer turismo em Cuba é relativamente barato. Um pacote de uma semana em Varadero, com voo São Paulo-Havana, translado, hospedagem em hotel all inclusive e tour de um dia em Havana, custa em torno de três mil reais. É mais barato do que um pacote idêntico em qualquer capital nordestina. E, quesito importante, é absolutamente seguro. Em qualquer cidade cubana, Havana incluída, é possível passear a qualquer hora do dia e da noite sem correr o menor risco de ser assaltado.

hotéis all inclusive são um convite ao lazer

Em Havana, o máximo que pode ocorrer é ser abordado por um vendedor de charuto do mercado negro. Esses estão por toda a parte, mas não são inconvenientes e já fazem parte da paisagem.

O turismo foi, inevitavelmente, a saída para tirar a economia de Cuba da UTI. Hoje, abre as portas para quem quer conhecer um país único na história da América Latina, a ilha de onze milhões de habitantes, que há mais de meio século encara com altivez a maior potência do planeta, localizada a algumas dezenas  de milhas de distância.

Ou apenas para se divertir em meio às paisagens exuberantes, praias paradisíacas e  um clima de alegria, sensualidade e musicalidade que só o Caribe sabe produzir e que Cuba sintetiza como ninguém.

 

O jornalista Daniel Thame visitou Cuba a convite da Havanatur,

agência de turismo do governo cubano





WebtivaHOSTING // webtiva.com.br . Webdesign da Bahia