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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

maio 2024
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:: ‘Europa’

Teodorico Majestade se apresenta na Tenda do TPIe depois parte para a Europa

teoUm prefeito prestes a perder seu mandato por conta de denúncias que vieram a público. Num contexto como esse, poderia a arte ter um papel político? O espetáculo “Teodorico Majestade: as últimas horas de um prefeito” é uma sátira política em formato de cordel, construindo um protesto bem-humorado que mostra o lado ridículo dos bastidores da política corrupta e que, ao mesmo tempo, conclama o povo a exercer seus direitos de cidadão.

Em cartaz há quase 13 anos – desde 26 de novembro de 2006 – a montagem surgiu como um posicionamento do Teatro Popular de Ilhéus diante dos escândalos ocorridos na cidade. No ano seguinte, a repercussão da peça contribuiu para a mobilização da população ilheense contra o então prefeito Valderico Reis, tendo histórica importância na cassação de seu mandato. Inspirada na literatura de cordel, na xilogravura e no cancioneiro nordestino, a peça narra o drama do prefeito da fictícia Ilha Bela, acuado em seu gabinete, cercado pela população revoltada com suas trapaças. Boca-suja e beberrão, o alcaide se vê abandonado pelos seus comparsas e, num ato de desespero para se manter no poder, tenta negociar com o povo, que pede sua cassação imediata.

O espetáculo tem texto e direção de Romualdo Lisboa e conta com Ely Izidro no papel do prefeito “Teodorico Majestade”; Takaro Vítor como “Malote”; Tânia Barbosa como “Maria Antônia das Armas; Aldenor Garcia como “Gersinaldo Quina”; e Cabeça Isidoro como o “Cantador”. Teodorico Majestade vai em cena na próxima sexta-feira (05), às 20 horas, na Tenda do Teatro Popular de Ilhéus. A classificação é 14 anos, e os ingressos, que custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), já estão à venda na Livraria Papirus, no site do TPI (www.teatropopulardeilheus.com.br/programacao), podendo ser obtidos ainda na bilheteria do evento.

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Após 20 anos, 27 mil toneladas de eucalipto serão exportadas do Porto de Ilhéus para a Europa

(do G1, com reportagem da TV Santa Cruz)- O Porto de Ilhéus, no Sul da Bahia, voltou a fazer o transporte de toras de eucalipto para exportação após 20 anos com o serviço interrompido, pois não havia demanda. A informação é da direção da Intermarítima Portos e Logística, operadora do terminal. Conforme informou o diretor operacional da Intermarítima, Regilmar Costa, 27 mil toneladas de eucalipto serão exportadas para Portugal. Até esta terça-feira (18), já estavam no porto 25 mil toneladas da árvore que chegaram da cidade de Montes Claros (MG). Segundo Regilmar, a procura de Portugal pelo eucalipto do Brasil ocorre por conta de leis ambientais do país europeu que restringem a plantação.

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Costa disse ainda que as toras do eucalipto começaram a chegar no porto no dia 3 de maio deste ano, há pouco mais de um mês. A exportação está prevista para 4 de julho e eles têm até o dia 30 de junho para alcançar o número esperado para o carregamento, que é de 27 mil toneladas.
Diariamente, 18 carretas carregadas com eucalipto chegam ao Porto de Ilhéus. Com essa exportação, o faturamento do porto será de cerca de R$ 300 mil. Outra viagem já está prevista para 26 de agosto. “Serão duas exportações experimentais. Dando tudo certo nessas duas viagens que tem Aveiro [Portugal] como destino, faremos, ao menos, outras oito exportações”, explicou Regilmar.

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Parlamentares da América Latina e da Eurocâmara manifestam apoio a Lula

lula povoDeputados da América Latina e do Parlamento Europeu expressaram, nesta quinta-feira (5), solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar seu pedido de habeas corpus.

O apoio foi manifestado poe membros do Parlamento do Mercosul, da Esquerda Unitária Europeia/Esquerda Nórdica Verde (GUE/NGL) do Parlamento Europeu, assim como parlamentares centro-americanos de esquerda, do Parlamento Andino e Parlamento Latino-Americano, segundo o documento enviado à Agência EFE por deputados do Parlasur, com sede em Montevidéu.

“Nós, parlamentares europeus e latino-americanos, manifestamos preocupação com a democracia brasileira e repudiamos mais uma violação aplicada pelo Poder Judiciário contra a Constituição e o devido processo legal”, diz o documento.

Os parlamentares repudiam “as recentes manifestações de setores das Forças Armadas do Brasil, com explícito apoio de setores da mídia”, e condenam os ataques que ocorreram recentemente à caravana de Lula pelo sul do país.

“A saída para a crise política, econômica e social se encontra na realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e sem vetos autoritários a Lula”, assinalam.

*Com informações da Agência EFE

Neojiba realiza turnê na Europa com mais de 100 integrantes

Coletiva da SJDHDS com o Programa NEOJIBA.Foto: Carla Ornelas/GOVBA

Programa NEOJIBA. (Fotos Carla Ornelas/GOVBA)

A excelência musical praticada pelo Programa Neojiba poderá ser prestigiada nas principais salas de concerto da Europa. Sob a regência do maestro Ricardo Castro, 104 jovens, com idade entre 14 e 29 anos, participam de turnê internacional de 26 de agosto a 13 de setembro, com passagem pela Suíça, França e Itália. A Turnê Europa 2016 será a sexta viagem ao exterior da Orquestra Juvenil da Bahia (Osba), principal formação do programa, em nove anos de existência, e a segunda com todas as despesas pagas por promotores estrangeiros.

Coletiva da SJDHDS com o Programa NEOJIBA.Foto: Carla Ornelas/GOVBA

Coletiva da SJDHDS com o Programa NEOJIBA.Foto: Carla Ornelas/GOVBA

“Vamos nos apresentar como orquestra regente. Isso significa que vamos nos apresentar no mesmo local mais de um dia e não poderemos repetir as apresentações. Cada dia será algo novo. Os nossos músicos estão preparados para fazer bonito em outro continente”, afirma o maestro Ricardo Castro, diretor artístico do Neojiba.

Ao todo, serão apresentados 11 concertos. A Osba levará para a turnê um extenso e exigente repertório com obras como os Choros nº 6 de Heitor Villa-Lobos, o Concerto para Violino de Beethoven, o Concerto para Piano e Trompete nº 1 de Shostakovich e a Sinfonia nº4 de Tchaikovsky.

 

Para os jovens alunos e multiplicadores responsáveis pela disseminação do modelo social e pedagógico do Neojiba, a turnê é uma forma de valorização do trabalho. “A turnê é muito mais do que simplesmente chegar e tocar. Para nós, é uma experiência fantástica. Nós estamos representando a juventude da Bahia no exterior. Depois que o Neojiba foi lançado, o estado passou a ser visto de uma maneira diferente lá fora”, destaca o trompista Uriel Borges, 19 anos.

Rui busca investimentos na Europa

O governador Rui Costa (PT) embarca neste domingo (4) a Lisboa, em Portugal. A viagem é parte de roteiro pela Europa entre os dias 4 e 17 de outubro para buscar investimentos nas áreas de energia solar e indústria farmacêutica para oe stado. O petista vai para Itália, Alemanha e Espanha se encontrar com empresários produtores de medicamentos e equipamentos na área de saúde e desenvolvedores de tecnologias ligadas a energias renováveis e inovações na educação.

Durante a viagem também será discutida a reativação de um convênio com a FAO, que pode trazer R$ 50 milhões para a agricultura familiar baiana. Secretários e técnicos do Estado acompanharão o governador, além de representantes das federações das Indústrias da Bahia (Fieb) e do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio).

Pra não dizer que não falei das flores…

Uma criança imigrante oferece flores a um oficial da polícia turca em Istanbul que bloqueia o terminal rodoviário.  Gesto simbólico num mundo tão desigual, nesse imenso muro que separa os ricos dos pobres.  (foto AFTP)

Uma criança imigrante oferece flores a um oficial da polícia turca em Istambul que bloqueia o terminal rodoviário.
Gesto simbólico num mundo tão desigual, nesse imenso muro que separa os ricos dos pobres.
(foto AFTP)

Crise Russia-Ucrânia: os EUA empurram a Europa e o mundo para uma nova guerra?

 guerra

Conflicts Forum, Comentários, semana 25/7-1/8/2014
9/8/2014, http://www.conflictsforum.org/2014/conflicts-forum-weekly-comment-25-july-1-august/

“Há nova guerra começando na Europa” – disse ele. –
“Você realmente pensa que [a sentença de Haia no caso Yukos] tenha alguma importância?”
(Financial Times, 28/7/2014, citando fonte próxima do presidente Putin)
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O governo dos EUA anda expressando profunda satisfação. Afinal – contra as dúvidas, que persistiam semana passada – conseguiu empurrar uma relutante Alemanha a aceitar as sanções setoriais contra a Rússia e a unir-se à política para, claramente, isolar o presidente Putin. Sim, escrevi mesmo “Putin”, não “Rússia” – porque os políticos norte-americanos estão (outra vez!) convencidos de que, como resultado da ‘dor’ das sanções e de uma economia sob sítio, eles conseguirão induzir o povo russo a trocar o presidente Putin por algum outro presidente mais confortável e mais pró-ocidente. O presidente Obama chegou a manifestar abertamente o pervertido prazer de estar “desmontando décadas de genuíno progresso” na Rússia, e de ter tornado “uma já fraca economia russa, ainda mais fraca”.

E se Putin não cai, nesse caso uma ‘contenção’ de estilo iraniana tornará ‘impuro-intocável’ o presidente russo, e limitará a capacidade dele para desafiar a ordem global. E a Europa persistirá ancorada a Washington.

A liderança na UE, combinada aos seus profundos laços com a Rússia, significava que a Alemanha era o único estado que poderia reduzir ou conter a fúria dos anglo-saxões para impor sanções à Rússia e demonizar Putin. Em sentido importante, sancionar a Rússia tem tanto a ver com  o futuro da Europa (particularmente com o futuro da Alemanha e de seu relacionamento com os EUA) e a manutenção da hegemonia dos EUA sobre a ordem internacional – quanto tem a ver com a Ucrânia e o voo MH17. Mas, sobretudo, é reafirmação do poder dos EUA, num momento de fraqueza visível – como a campanha de Suez o foi para Grã-Bretanha e França.

A vitória sobre a Alemanha (pelo menos, por enquanto), a imposição de sanções e de fato o gerenciamento de toda a imprensa-empresa sobre o caso da Ucrânia e a derrubada do MH17 (uma catarata de emoção ‘humanitária’ de horror, como meio de ação psicológica para impedir que algum eventual verdadeiro jornalismo investigasse o que realmente aconteceu ao avião malaio); e o uso desse contágio emocional para demonizar Putin como ‘bárbaro sem qualquer limite’ – é nada além de espetáculo-show do poder norte-americano, assumidamente ‘para impressionar’. Nada, aí, tem a ver com ‘realidades’ – como já foi deixado abundantemente claro na carta de ex-oficiais de inteligência dos EUA ao presidente Obama. Ainda não se sabe (oficialmente) o que aconteceu ao MH17.[1]  É um espetáculo-show de poder: simplesmente isso.

O período mais recente, essencialmente, foi focado numa discussão profunda na Alemanha sobre sua alma germânica. Inicialmente, Alemanha adotou posição contra saltar depressa demais na trilha das sanções; mas pressões diretas dos EUA, e a matrix de influência indireta dos EUA que contamina tudo, sob a superfície europeia, afinal (por enquanto) prevaleceu. A questão e se isso marca algum ponto de virada na política europeia: Essa vitória dos ‘atlanticistas’ no caso das sanções contra a Rússia é vitória de valor meramente tático; ou tem valor verdadeiramente estratégico?

A questão envolve a alma germânica: imediatamente depois das duas guerras europeias, a Alemanha buscou desesperadamente reduzir-se, como um Gulliver – grudar-se naquele novo eixo ‘euro’ entre França e Alemanha — de tal modo que aquele conflito nunca mais voltasse e irromper. Consequência disso, o centro de gravidade da Europa depois da Guerra mudou-se claramente para os litorais atlânticos. Nem poderia ter sido diferente: a Alemanha emergiu da guerra como nação derrotada, com a indústria em ruínas e sob ocupação pelos Aliados.

Os anglo-saxões tendem a ver esse resultado (uma centricidade atlanticista) como nada além de seu direito legítimo como ‘vitoriosos’. Mas os alemães sabem – no fundo da alma – que a verdade é outra: que foi o Exército Vermelho quem, ao longo dos três anos antes do desembarque na Normandia, lutara contra a Wehrmacht e a derrotara.  Os alemães perderam a 2ª Guerra Mundial na Batalha de Stalingrado – quando a maior parte dos sobreviventes do poderoso 6º Exército Alemão renderam-se aos russos, inclusive 22 generais.

19 meses antes, a maior força de invasão jamais organizada invadiu a Rússia por uma fronteira de 1.600 km. 3 milhões de soldados alemães; 7.500 unidades de artilharia; 19 divisões Panzer com 3 mil tanques; e 2.500 aeronaves deslocaram-se por território russo durante 14 meses. Em junho de 1944, três anos adiante, pouco restava desse exército descomunal. O Exército Vermelho mastigara os nazistas.

É essa história terrível partilhada de milhões de mortos dos dois lados que uniu Alemanha e Rússia, depois do fim do Muro (além da presteza com que a Rússia aceitou a reunificação da Alemanha). A Alemanha queria (ainda mais do que quisera em relação à França) unir as duas grandes potências da Europa de tal modo que aquela guerra nunca mais voltasse a ser possível.

A partir dali, a Alemanha deu-se trabalho gigantesco e sofreu muitas dores para cortejar os russos. Ofereceu sua força industrial e seu know-how para ajudar a Rússia em importantes projetos russos de infraestrutura e construção industrial. A Rússia aceitou e valorizou tais aberturas. Os dois estados, com a infraestrutura industrial dizimada pela guerra, compreenderam também o imperativo de que qualquer estado industrial tem de ter recursos energéticos – e compreenderam também que os EUA, depois da primeira Guerra Europeia, haviam-se assenhoreado das principais fontes de recursos de petróleo (e, claro, da política internacional muscular que vem com elas).

O relacionamento russo-alemão cresceu como massa indivisa, de fato, em torno dessa perspectiva partilhada da importância de a Europa não se prender em relações de dependência energética: quando o presidente Putin concebia a estratégia para a empresa Gazprom, concluiu que, se os EUA efetivamente controlavam as principais fontes de petróleo, então a Europa – a Rússia – tentaria controlar as principais fontes de suprimento de gás (a nova fonte de energia e de influência política). A Gazprom então se pôs agressivamente a comprar as principais fontes de fornecimento de gás na Ásia.

O ponto aqui foi que esse projeto que foi concebido como parte da ‘ligação’ que tornaria inconcebível a guerra – foi iniciativa conjunta russo-alemã. Veio à luz graças à cooperação de Hans-Joachim Gornig, um dos ex-vice-presidentes da Empresa Alemã de Petróleo e Gás Industrial, e que supervisionou a construção da rede de gasodutos da Alemanha Ocidental; e o primeiro presidente foi Vladimir Kotenev, ex-embaixador da Rússia na Alemanha (e o chanceler Gerhard Schroeder passou a trabalhar na Gazprom quando deixou o governo alemão em 2005). Todos esses laços, por sua vez, garantiram a segurança energética da Alemanha, mediante a conexão direta com o gás russo pelo gasoduto Ramo Norte [orig. Nord Stream].

Em resumo, ali o centro de gravidade da Europa inexoravelmente se moveu para o leste, na direção contrária aos litorais atlânticos. Na verdade, a jornada da Alemanha poderia ter parado ali (Rússia); mas a jornada manteve sempre a perspectiva (na mente dos russos, como na dos alemães) de que se poderia estender pela Rússia até Pequim e para uma aliança euroasiática que, pelo menos, ‘equilibraria’ o poder dos EUA.

O ‘pivô da história’ é conceito velho (proposto pela primeira vez por Mckinder em 1904), segundo o qual quem controla o ‘pivô’ (que se estende do Volga ao Yan-Tsé, e das montanhas Himalaias ao Ártico) controla mais de 50% dos recursos mundiais e assim, portanto, controla efetivamente o mundo.  (Os EUA têm sido hostis há muitos anos a qualquer controle sobre as terras do continente eurasiano por qualquer desses dos países; também têm se oposto a a Alemanha depender de fontes russas de energia. Os EUA sempre preferirão que a Europa importe o caríssimo gás liquefeito, dos EUA).

Como, então, poderia a Alemanha, agora, esquecer uma Stalingrado inscrita para sempre em sua alma mais profunda, e embarcar num curso de ação que – com a extensão inevitável, até o fracasso, da missão já em curso – pode empurrar a Europa para muito perto da guerra?

Pyotr Akopovimportante analista russo, também está intrigado com isso:
“Moscou esperava que o ‘jogo’ dos EUA, de isolar a Rússia, acabaria por [paradoxalmente] catalisar a emancipação da Alemanha [da hegemonia dos EUA]. Com certeza, ninguém [na Rússia] contava com rompimento rápido – o objetivo de Putin era, de fato, obter uma neutralidade condicional da Alemanha (e também da UE como um todo), no conflito entre Rússia e EUA [pela Ucrânia]”.

“Para facilitar [o não alinhamento da UE], a Rússia estava pronta para fazer concessões substanciais – limitadas, é claro, ao interesse nacional russo. Mas [por essa via], ambas, a paz e uma Ucrânia não alinhada, poderiam ter constituído a base da cooperação russo-europeia nos próximos anos. Bastaria que a Europa estivesse preparada para abster-se de ‘pular dentro’ da Ucrânia, enfiando-se sob o guarda-chuva atlântico. Infelizmente, nem Bruxelas nem Berlin quiseram admitir o simples fato de que a Rússia em nenhum caso admitirá a secessão de parte do mundo russo – golpe que apareceu sob a mascarada de uma eurointegração”.
Quer dizer então que o jogo acabou? A Europa terá sido ‘puxada’ com sucesso para a iniciativa nos EUA para instalar em Kiev um regime pró-Europa, pró-OTAN e furiosamente anti-Rússia? Só o tempo dirá; mas não se trata de os europeus estarem apenas ‘desentendidos’, sem saber do que se trata.

Um importante intelectual norte-americano, Professor Wallerstein, escreveu que  “o problema básico é que os EUA estão, já há algum tempo, em rota de decadência geopolítica. A coisa não agrada aos EUA. De fato, os EUA não ‘aceitam’ essa realidade, não sabem como lidar com ela e tendem sempre a minimizar o que os EUA estão perdendo. Assim, tentam restaurar o que já é irrestaurável: a ‘liderança’ norte-americana (leia-se: a hegemonia dos EUA) no sistema-mundo.”

Os resultados dessa resistência a ver a realidade, dessa negação dos fatos (veja-se, por exemplo, o discurso de Obama em West Point sobre o excepcionalismo norte-americano) têm sido muito visivelmente confusos; e não raras vezes perigosamente desestabilizatórios: os europeus, sim, estão ‘entendendo’ o que se passa – e veem, sim, que a Ucrânia pode ser, sim, mais uma aventura sem sentido, sem justificativa e muito perigosa.

Os EUA estão em declínio e a ordem global está com problemas: Nos anos 1990s, ainda poderia ter sido possível para os europeus convencerem-se eles mesmos de que a ‘ordem liberal’ reinava na maior parte do mundo; hoje, não mais. Na realidade, a ordem global está muitíssimo distanciada dos valores ‘liberais’. Foi gerenciada a golpes mais ou menos declarados e com revoluções ‘coloridas, ou por ações da habilidade unilateral dos EUA para excluir estados, expulsando-os do sistema financeiro global, ou pela manipulação da dívida.  Isso é simplesmente impossível de manter, como mecanismo para o longo prazo; e Rússia, China e os BRICS já estão construindo um sistema paralelo.

Em outras palavras, a mudança do centro de gravidade no rumo da Eurásia tem sua própria dinâmica, seja em termos de política global seja como locus das últimas fontes de recursos energéticos de baixo custo. Está acontecendo. Está em aceleração. E a Ucrânia acelerará o processo, ainda mais. A Alemanha ter concordado com Washington, portanto, é mais evento tático, que estratégico: o mais provável é que a Alemanha mantenha, inalterado, seu jogo de longo prazo.

Putin já deve ter alertado Angela Merkel de que seus movimentos podem levar à guerra – guerra real em plena Europa, outra vez; mas evidentemente ela crê que a guerra será evitada e que conseguirá reencontrar a via para retomar o engajamento com o presidente Putin. (Até aqui, não se vê ainda como.)

E aqui está o ponto: Obama tem suas duras sanções; mas ficará nisso? As sanções obrigarão Putin a aceitar deixar-se ficar, impotente, enquanto Kiev vai suprimindo a ferro e sangue a resistência no Donbass (e em outras províncias)? E se Obama obtiver isso, ficará por aí? Ou, ou as sanções e exigências voltarão a morder, insistindo, então, que a Rússia tem de desistir da Crimeia?  É possível que o presidente Obama suponha que as coisas não chegarão até lá. Angela Merkel talvez também suponha que não. Mas alguns no (e fora do) governo querem que as coisas cheguem precisamente até lá.

Será que alguém realmente crê que sanções porão de joelhos o presidente Putin, ou dobrarão a Rússia e a forçarão à submissão? Por que Obama mudou tão radicalmente, de posição em relação a quando, ainda candidato, “ridicularizou seu oponente Republicano Mitt Romney, que dissera que a Rússia seria a maior ameaça geopolítica para os EUA no século 21”?Será tudo, só, politicagem doméstica?

A seguir, ouve-se o que disse o Conselheiro Econômico do presidente Putin, avaliando os perigos. Absolutamente não significa que Sergei Glazyev falava em nome do presidente Putin; seus comentários, que são visivelmente pessoais e refletem perspectiva russa de raízes profundas, foram feitos durante uma mesa redonda sobre temas econômicos noMoscow Economic Forum dia 10/6. Aqui, foram parafraseados [o vídeo tem legendas em inglês e foi comentado longamente também no blog Vineyard of the Saker (NTs)]:
“Quanto às políticas de Kiev, permitam-me dizer o seguinte: Kiev está claramente perseguindo uma política de genocídio para eliminar a população do Donbass. Está destruindo a infraestrutura social; já destruiu o melhor e mais moderno aeroporto de toda a Europa (importante projeto de infraestrutura); destruiu hospitais, jardins de infância e escolas. O destino que estão preparando para o povo do Donbass é servidão – objetivo do qual não fazem segredo. Basta ouvir os ideólogos de Kiev, como Liashko. A posição de Poroshenko não é significativamente diferente. O pessoal está sendo furiosamente explorado também economicamente – o que visa a forçar condições para que o povo do Donbass deixe a região, que se transformem em refugiados.

Obviamente, os EUA controlam completamente Kiev, controlam Poroshenko pessoalmente e estão forçando o governo a prosseguir nessa guerra contra o Donbass – e até o fim. Sem limites. Usando todos os meios, até que toda a resistência tenha sido eliminada.

Por que o tempo não está do nosso lado? Os norte-americanos definiram um curso de militarização da Ucrânia, a construção de uma ditadura dócil e uma total mobilização do povo da Ucrânia contra a Rússia. Embora a população não abrace entusiasmada essa mobilização, analisem essas dinâmicas: em dezembro de 2013, havia 2 mil milicianos fascistas em Kiev; em fevereiro, 20 mil; em maio, 50 mil; no verão, haverá 100 mil. Em breve, haverá meio milhão de soldados armados. Estão distribuindo equipamento militar tirado dos quartéis. A Ucrânia já possuiu um grande exército, o qual está sendo ressuscitado. Tanques e blindados foram retirados de depósitos e estão sendo restaurados (não é trabalho difícil); o mesmo está acontecendo com os aviões: estão sendo restaurados em Odessa.

O objetivo deles é guerra contra a Rússia. Não é coisa a que possamos só assistir sentados. Ao perder o Donbass, teremos perdido também a paz. O alvo seguinte será a Crimeia. Não estou brincando: a Ucrânia será brutalmente empurrada para uma guerra contra a Rússia, sob o pretexto da Crimeia.  Poroshenko já disse isso. Nuland disse claramente em Odessa que esperam que a Ucrânia entre em guerra para recuperar a Crimeia[negritos nossos]. Essa Armada de meio milhão de soldados invadirá a Crimeia. Disso, não há dúvida. Churchill disse certa vez: “Tiveram a chance de escolher entre guerra e desonra. Escolheram a desonra – e terão guerra.”

Falo aqui de guerra moderna – que não significa mandar nossos tanques contra Kiev. Mas temos o direito, nos termos da lei internacional de pelo menos deter o genocídio. Para tanto, basta fechar o espaço aéreo e usar o mesmo mecanismo para deter armas pesadas, que estão sendo usados contra o povo: como os norte-americanos fizeram na Líbia. Resultado daquela ação, o regime líbio não pode defender-se.

Ainda temos a chance de fazer isso. Dentro de meio ano, essa chance já não existirá. Lugansk e Donetsk estabeleceram dois parlamentos e autoridades que unem as duas repúblicas. A recusa de Kiev a negociar com elas é efeito de Kiev não ter qualquer independência. É vassalo dos EUA e, assim, é importante que identifiquemos claramente a Ucrânia como território ocupado – ocupado pelos EUA. Tão logo passemos a usar o quadro de referências correto, torna-se fácil ver o que temos de fazer. Temos de encorajar as outras regiões, não só a unir-se à Federação, mas, também, a se autolibertar da ocupação”.
A conclusão de Glazyev é que tudo sugere que os EUA estão deliberadamente tentando provocar um confronto militar entre as forças armadas da Ucrânia e a Rússia. Isso terminará em guerra. “Guerra europeia” – como ele prevê.

Depois que esses comentários foram redigidos, a resistência no Donbass conheceu vários sucessos na luta contra as operações militares de Kiev. Desde julho as forças de Kiev nada têm a exibir como sucesso militar (além de ter assumido o controle de Slavyansk, de onde as milícias da resistência fizeram uma retirada tática); consequência disso, estão recorrendo a armamento cada vez mais pesado, contra alvos civis. *******

 


[1] Mas extraoficialmente, sim, já se sabe de tudo [NTs].

 

WALDOMIRO DE DEUS, DO SUL DA BAHIA PARA O MUNDO

Reconhecido internacionalmente como um dos maiores pintores naifs brasileiros, Waldomiro de Deus fala de sua trajetória artística, desde seus primeiros passos no sertão da Bahia até o sucesso na Europa e Israel.

 

WALDOMIRO DE DEUS, AOS 68 ANOS, UM MENINO GÊNIO

Waldomiro de Deus. Gênio.

Waldomiro de Deus, um dos maiores pintores primitivistas do Brasil, completa 68 anos neste dia 12.

68 anos de uma existência mágica, 51 anos de pura arte, Do menino que emigrou de Itagibá, no Sul da Bahia, para São Paulo num pau de arara ao artista reconhecido mundialmente, Waldomiro conversa a alma de menino na sua vida cotidiana e nas telas onde expressa os sua visão de mundo, com olhar apurado e talento de gênio.

Waldomiro de Deus está na Europa, onde participa como convidado especial, de uma exposição de arte primitivista.

É merecedor de todos os parabéns, de todas as homenagens, esse menino gênio para quem a idade é só a passagem do tempo.

Nestlé elimina ingredientes artificiais de seus doces. Na Europa, não no Brasil…

A filial da Nestlé no Reino Unido anunciou ter removido totalmente cores, sabores e preservativos artificiais de seus doces, entre os quais barras de chocolate e balas. Em comunicado, a empresa anunciou que promoverá a mesma mudança em países europeus, mas não menciona o Brasil. Segundo jornais britânicos, a Nestlé seria a primeira grande empresa de produtos alimentícios a retirar todos os componentes artificiais de toda sua linha de doces.

A companhia, que produz marcas populares no Brasil como Nescau, Chokito e Tostines, eliminou mais de 80 ingredientes não naturais das receitas de 79 produtos vendidos no Reino Unido. Os químicos foram substituídos por alternativas naturais vindas de concentrados de frutas, legumes e plantas comestíveis, como cenoura, hibisco, cártamo, rabanete e limão.

No Brasil, continuamos consumindo coisa artificial mesmo, fingindo que é chocolate…

Ah, o 5º mundo…





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