:: ‘chocolates finos’
Marco Lessa, o chocolate de origem, do Sul da Bahia para o mundo
Criador do Chocolat Bahia, em Ilhéus, maior evento do gênero no país, que deu origem ao Chocolat Amazônia e ao Chocolat São Paulo, transformando o Sul da Bahia de produtor de amêndoas em produtor de chocolates finos, o empreendedor Marco Lessa encara um novo desafio.
Ele acaba de implantar uma base operacional em Braga, Portugal. O objetivo é abrir novos mercados para o cacau e chocolate de origem na Europa e Ásia, onde o consumo de produtos de qualidade não para de crescer. Para este ano, já está prevista a versão portuguesa do Chocolat Festival, com a presença de marcas da Bahia e do Pará.
Numa entrevista ao site Cacau&Chocolate, Marco Lessa revela como foram os primeiros passos na implantação de um projeto que, 11 anos depois, contribuiria para que o Sul da Bahia atingisse 70 marcas de chocolates de origem, comercializadas no Brasil e no Exterior.
“O polo chocolateiro é um caminho sem volta, que abre um novo modelo socioeconômico para a região. Não vamos perder a capacidade de sonhar, realizar, pensar grande”, afirma.
Veja a entrevista completa em www.cacauechocolate.com.br
Sul da Bahia se consolida como Capital dos Chocolates Finos
A verticalização da cadeia produtiva do cacau, com a valorização das amêndoas de qualidade, está provocando o surgimento de marcas regionais de chocolates finos, que variam de 50% a 100% de cacau na composição, um mercado que cresce 10% ao ano no Brasil, enquanto o mercado tradicional cresce apenas 2%. Atualmente são cerca de 40 marcas de chocolate do Sul da Bahia, que já estão conquistando mercado no Brasil e no Exterior.
A agricultura familiar também está presente na produção de chocolates. A Bahia Cacau, com uma unidade em Ibicaraí, implantada pelo Governo da Bahia, a primeira fábrica de chocolate da agricultura familiar no Brasil. Gerenciada pela Cooperativa da Agricultura Familiar e Economia Solidária da Bacia do Rio Salgado (Coofesba), que reúne 60 produtores rurais, a Bahia Cacau tem uma produção de 600 quilos de chocolate/,mês e está ampliando as instalações, com capacidade para atender outras marcas regionais que produzem as próprias amêndoas. “Estamos passando por um processo de consolidação e expansão, capacitando os cooperados e buscando novos mercados”, afirma Osaná Crisóstomo do Nascimento, diretor da Coofesba.
A Cooperativa de Agricultores Familiares do Sul da Bahia, com 420 associados, produz chocolates finos e achocolatados e está criando uma linha exclusiva para os supermercados. “Com assistência técnica e capacitação vamos melhorar cada vez mais a qualidade e criar novos canais de comercialização”, diz o diretor da Coopesulba, Gildeon Farias.
O presidente da Associação dos Produtores de Chocolate do Sul da Bahia, Gerson Marques, destaca “o modelo antigo, de mero fornecedor de matéria prima, está superado. Hoje o caminho é a verticalização, valorizando principalmente a produção de chocolates fino, de cacau orgânico que tem alto valor agregado”.
Chocolat Bahia
A valorização do cacau como um produto vital para a economia regional e a produção de chocolate, ganharam visibilidade e impulso com a criação do Festival Internacional do Cacau e do Chocolate, o Chocolat Bahia, que tem o apoio do Governo do Estado e chega à 10ª edição. Em 2017, o evento reuniu 80 expositores e 40 marcas de chocolate, com cerca de 60 mil visitantes e R$ 10 milhões em negócios, números que devem ser superados este ano.
O festival tem desdobramentos durante todo o ano, nos negócios, no surgimento e crescimento de marcas, no estímulo ao empreendedorismo e na divulgação da região cacaueira no Brasil e no exterior. “Essa é uma plataforma de fomento, de geração de emprego e renda, de estímulo à produção, de esperança na retomada do desenvolvimento em bases sustentáveis”, destaca Marco Lessa, que aposta na consolidação de Ilhéus como a Capital Brasileira dos Chocolates Finos, ou Chocolate com Certificado de Origem do Sul da Bahia.
Bahia Superior lança novas versões de chocolates no Salon du Chocolat
A Bahia Superior, reconhecida marca de chocolates finos e artesanais do Estado, acaba de lançar duas novas versões de chocolates sem adição de açúcares, uma com 60 e outra com 70% de teor de cacau. A entrada dos novos produtos no mercado acontece no Salon du Chocolat, maior evento mundial dedicado ao chocolate, que reúne, no Centro de Convenções de Salvador, de hoje a domingo, dezenas de produtores de cacau, fabricantes de chocolate e chocolateiros de vários países. Até então a Bahia Superior produzia sete tipos de chocolates, contendo 40 a 70% de teor de cacau, entre os quais com açúcar mascavo e sem adição de glúten e lactose. “Agora vamos oferecer opções voltadas aos consumidores que possuem restrição ao consumo da sacarose. A novidade é que a formulação contém um produto importado da França que substitui o açúcar, sem alterar em nada o sabor. A diferença é imperceptível”, revela o produtor Geraldo Farias.
Na opinião dele, o Salon du Chocolat se configura como uma oportunidade de os produtores de cacau da Bahia e do Brasil reafirmarem a sua capacidade de produção. “Vamos agregar mais valor ao nosso cacau, ao nosso chocolate, que é feito artesanalmente e possui sabores e aromas diferenciados”. O chocolate artesanal se diferencia dos demais pela qualidade de seus ingredientes. É preparado com pura manteiga de cacau, no lugar de ingredientes como manteiga vegetal ou até mesmo gordura hidrogenada. Outro aspecto extremamente positivo do produto é que faz bem à saúde. “Os benefícios são cientificamente comprovados. Médicos recomendam para o controle da pressão arterial, a redução do colesterol e a boa saúde do coração”, afirma Farias.
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