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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

dezembro 2024
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:: ‘Daniel Thame’

TV Cabrália, 37 anos do nosso primeiro amor

A TV Cabrália, primeira emissora regional do Norte-Nordeste está completando 37 anos.

O eterno ´primeiro amor` do Sul, Sudoeste e Extremo Sul da Bahia.

Assista a reportagem  de Camila Moraes, exibida no programa Balanço Geral, com depoimentos dos pioneiros da emissora, entre eles o jornalista Daniel Thame, editor do Blog do Thame e primeiro funcionário registrado na tevê.

 

O pintor de paredes que lia livros…

 

Daniel Thame

 

Recém saído do seminário (recém saído é um puta eufemismo para “expulso do seminário”), em 1977,  vivia eu sem eira nem beira lá pelas quebradas de Osasco. Tempos difíceis, até que um anjo chamado João Macedo de Oliveira me abrisse as portas, não do céu,  mas do jornalismo.

Num  período de três meses, trabalhei como feirante e pintor de paredes. Serviço duro mas fodido como eu estava (dispensemos o eufemismo),  era pegar ou largar,  numa fase em que pão com mortadela com tubaína era equivalente a caviar, que a bem da verdade, até hoje   nunca vi nem comi só ouço falar.

Deixemos o bolodório de lado  e vamos ao ponto: trabalhando como pintor numa fábrica chamada Brown Boveri (puta que pariu, e não é que a memória as vezes funciona!) vivi uma situação digna do realismo mágico (ou seria realismo trágico?) digna de um certo Gabo.

Num momento de folga, lia eu um livro quando o chefe chega e pergunta:

-Rapaz você gosta de  ler?

E eu, bobalhão que era, pensando numa promoção, respondi:

-Gosto sim, não abro mão de um bom livro. Leio muito.

A tréplica foi uma pincelada de ignorância:

-Quem lê livros é muito perigoso, pode colocar coisas na cabeça dos outros trabalhadores.

Uma semana depois eu fui promovido a desempregado!

O que por linhas (olha Gabo aí de novo!) me fez cruzar com João Macedo e fazer do jornalismo minha profissão de fé, de luta e de vida.

Quase 50 anos depois, continuo um leitor compulsivo e me tornei autor de cinco livros.

Continuo sendo um sujeito muito perigoso…

Homem Bomba

dt

Diário de Osasco, final da década de 70. Eu e Cláudio Cruz, amigo-irmão que Deus levou prematuramente em 2017,  trabalhávamos como repórteres, recém iniciados no jornalismo e escalados para funções que os veteranos sempre consideravam coisa menor: a cobertura nos bairros e as sessões de esportes e de polícia. Na verdade, eram as grandes escolas para quem estava começando e onde a gente fazia de um limão, uma limonada.

Ou de um cachorro quente um banquete, naqueles tempos difíceis, mas, hoje reconheço, felizes.

dt e ccA nossa produção jornalística não deveria andar lá essas coisas (não que faltasse assunto: Osasco tinha problemas típicos de uma cidade industrial encravada na Grande São Paulo com bairros sem infraestrutura e a violência era assustadora), porque resolvemos diversificar as atividades e nos embrenhar por outras áreas.

Com a luta armada brasileira nos estertores e a Revolução Cubana distante demais, decidimos explodir latas de lixo do bairro Presidente Altino, onde ficava a sede do jornal, com aquelas bombas típicas de São João, ´tamanho GG´.

Não me perguntem o que uma coisa tem a ver com a outra, porque não tem nenhuma mesmo. É apenas pra dar um certo charme ao texto.

O plano (!) era esperar o fechamento do jornal, lá pelas onze da noite, e sair detonando as latas de lixo que encontrássemos pela frente. Como havia bombas suficientes para explodir Presidente Altino e adjacências, achei que uma bomba a mais, uma bomba a menos não faria diferença.

E então, sorrateiramente, enquanto Cláudio revisava compenetrado uma de suas matérias, coloquei uma das bombas embaixo da sua cadeira e… BUM!

Bota “BUM!” nisso. A desgraçada era muito mais potente do que a gente imaginava e ao barulho ensurdecedor seguiu-se uma fumaceira que tomou toda a redação.

Deu-se o pandemônio. O pessoal da oficina achou que a caldeira da linotipo (onde o chumbo derretido a uma temperatura mercurial servia para compor as páginas do jornal) havia explodido e saiu correndo pra rua. Vrejhi Sanazar, o dono do jornal, achou que seu patrimônio tão duramente conquistado tinha ido pelos ares e entrou feito um doido na redação.

E o advogado Achoute Sanazar, irmão do Vrejhi, que morava ao lado, quase teve um enfarto, imaginando que após invadir, destruir e ocupar a Armênia de seus ancestrais, os turcos tinham decidido eliminar também os descendentes espalhados pelo mundo.

Serenados os ânimos e esclarecidos os fatos, Vrejhi me xingou de filho da puta em português, armênio e em todos os  idiomas que um dia poderia aprender, Cláudio ficou quatro dias praticamente surdo e as latas de lixo e os moradores de Presidente Altino foram poupados da nossa sanha revolucionária.

Minha carreira de Homem Bomba acabou ali.

O Estado Islâmico já sabe o que não perdeu.

 

De Osasco para ninguém

 Daniel Thame

Rádio Iguatemi, Osasco (SP), 1980. A emissora operava em Ondas Tropicais, podia ser ouvida na Amazônia, nos rincões da América do Sul, mas em Osasco mesmo só era captada em aparelhos de rádio especiais. Ou seja, era “falando para o mundo e cochichando para ninguém”.

Ainda assim, eu, Cláudio Cruz (um dos amigos que preservei por  quase 30 anos depois de ter trocado São Paulo pela Bahia e que faleceu prematuramente) e Chico Motta (que depois se elegeria vereador) fazíamos com galhardia um programa esportivo diário.

Acho que só o operador de áudio  da emissora  ou algum visitante eventual que estivesse no estúdio (ou então algum índio amazônico, um cocalero boliviano, um peruano perdido lá pelos altos de Machu Pichu) ouvia aquele programa; mas era como se falássemos para Osasco inteira e para boa parte de Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi e outras cidades da Região Oeste da Grande São Paulo.

Para nós não bastava apresentar um programa esportivo na única emissora de rádio de Osasco. O pioneirismo nos convocava, atiçava.

Pois eu, Chico e Cláudio decidimos que seríamos os primeiros a transmitir ao vivo um jogo entre dois times de futebol profissional de Osasco.

“Profissional” é um pouco de exagero. Rochdale e Montenegro disputavam o equivalente à 5ª. Divisão do futebol de São Paulo e teriam certa dificuldade em vencer o Itabuna e o Colo Colo, times do Sul da Bahia cujos jogadores tinham  sérios problemas  de relacionamento com uma dama chamada bola de futebol.

“Transmissão ao vivo” também é um pouco de exagero. O que a gente iria fazer era gravar o jogo, com narração, comentários e reportagens e depois correr pra rádio e colocar no ar. Um gravador pré-histórico foi colocado à beira do campo e fizemos o nosso trabalho, cobrindo aquela partida mulambenta como se fosse uma final de Copa do Mundo. Chico se esgoelava na narração, Cláudio caprichava nos comentários e eu fazia as reportagens de campo. Sintonia total e perfeita.

 

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ALAMBIQUE promove imortalcolizações e comendadorações na Festa Literária de Ilhéus

Com o Comendador José Nazal

A  Academia de Letras, Artes, Música, Birita, Inutilidades, Quimeras, Utopias, Etc., ALAMBIQUE    marcou presença na Festa Literária de Ilhéus e aproveitou o ágape para promover uma série de imortaalcolizações, com o critério que lhe é peculiar, primando pela seletividade e rigor na escolha de seus novos integrantes e beberantes.

Com o Comendador Rafael Gama

O presidente vitalício, imortalício e ditatorialício da ALAMBIQUE, Daniel Thame, num curto espaço de 20 minutos,  imortaalcoolizou 54.313 acadêmicos e concedeu, igualmente de forma criteriosa, 13.013  Comendas Dedé do Amendoim (ah, essa mal disfarçada predileção pelo 13).

Com o Comendador Jonildo Glória

Entre os agraciados, próceres dessas plagas grapiúnas como o historiador e fotógrafo José Nazal, o agitador cultural Rafael Gama e os jornalistas Jonildo Glória e Thiago Dias, que -oh, ingratidão!- nem se dignaram a pagar um reles copo de cerveja artesanal que estava sendo comercializada na Flios.

Com o Comendador Thiago Dias

Menção honrosa para a imortaalcolização e comendadoração de estivador que, depois de tomar umas a mais, parou na entrada do Centro de Convenções  para perguntar onde ficava o Porto do Malhado e ali mesmo entrou para o glorioso panteão dos imortais. Esse sim, grato pela honraria, fez questão de dividir sua garrafa de corote com o presidente da Alambique.

 

Com mais essa série de homenagens, ainda assim a Alambique está longe de superar suas co-irmãs, Academia de Letras de Ilhéus, AGRAL e ALITA, tamanho o número de literatos que brota nesse chão amadiano.

 

Alvissaras aos novos alambicanos!!!

Mia Couto perdeu a imortalidade por limitações intelectuais do presidente da ALAMBIQUE. Irreparável!!!

Em tempo: Daniel Thame pensou (sim, nosso presidente pensa!) em entregar a Comenda Dedé do Amendoim e imortaalcoolizar o escritor Mia Couto. Mas como mal fala o português, não quis se arriscar em outro idioma.

 

Peraí, Mia Couto é de Moçambique onde a língua oficial também é o português…

 

É nisso que dá um ex-jornalista em atividade querer se imiscuir no exclusivo universo dos literatos sem ter estofo intelectual para tanto!!!

Evento simultâneo Bahia-França discute violência contra jornalistas

Abordando a crescente ameaça à segurança dos profissionais da imprensa e o combate à impunidade dos crimes contra jornalistas foi realizado, no dia 7 de novembro, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), o “Dia de Ação”, evento organizado pelo Centro de Altos Estudos em Sustentabilidade e Educação (Caese/Ceaedd – França/Brasil) em parceria com a Unesco e a União Africana. O encontro integra o Fórum Ambição 2030, voltado para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A abertura do evento contou com nomes do jornalismo, como Moacy Neves, Daniel Thame, (ambos do SINJORBA); Nane Albuquerque, professora de Comunicação Social da Uesc; Rinara Luz, chefe de Redação da TV Santa Cruz e embaixadora de Comunicação do Caese para a Agenda 2030; e Maurício Maron, jornalista que relatou sua experiência na cobertura da guerra em Angola.

O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (SINJORBA) participou dessa atividade, representado por seu presidente Moacy Neves, e pelo diretor Regional do Sindicato, Daniel Thame, que apresentaram relatos sobre os riscos enfrentados por jornalistas baianos em coberturas de temas sensíveis como direitos humanos e crimes ambientais. Thame e Neves enfatizaram a importância de que políticas locais de proteção estejam alinhadas com as ações internacionais, para reforçar a segurança dos jornalistas no estado e garantir a liberdade de imprensa.

O presidente, Moacy Neves, chamou a atenção para a necessidade de colaboração entre organizações de imprensa e o poder público para coibir a violência. Já Thame lembrou que os jornalistas são alvos frequentes quando expõem interesses obscuros. “Precisamos de apoio institucional e de uma estrutura de proteção que ultrapasse as fronteiras nacionais”, afirmou o diretor.

Violência alarmante

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Radio Difusora Oeste, plantão de polícia e a hora de sair do ar

Daniel Thame

 

Rádio Difusora Oeste, Osasco, anos 1980. O rádio sempre foi a verdadeira escola de jornalismo e para os novatos na área  a porta de entrada era o noticiário esportivo ou a cobertura policial.

 

Ou no meu caso, as duas coisas juntas.

 

Recém saído do seminário (recém saído é eufemismo para recém-expulso, mas isso é outra história), já militando no Diário de Osasco, aventurei me pelas ondas da Rádio Difusora Oeste.

 

Fazia o plantão na Delegacia de Polícia de Osasco pela manhã e participava do programa de esportes ao meio-dia.

 

Isso quando não colocava uma mochila nas costas, uma única calça velha azul e desbotada, uma camisa branca igualmente velha e saia sem destino pelas quebradas de Nuestra América, mas isso também é outra história…

 

Voltemos às ondas do rádio.

 

Se no esporte, era duro cobrir times mulambentos que disputavam a 3466513ª. Divisão do Futebol Paulista e ter que encher espaço até com torneios de cuspe a distância, bocha e palitinho, na cobertura policial era, digamos, um banquete…

 

Afinal, Osasco era conhecida à época como a Capital do Crime, fonte inesgotável para o antológico jornal Noticias Populares, o que dispensa maiores apresentações.

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Foi num Carnaval que passou (e não põe a mãe na praça!)

dt

A TV Cabrália ainda não tinha completado três meses quando Nestor Amazonas (a quem o Sul da Bahia, repito pela 1000000ª. vez, ainda deve o devido reconhecimento) decidiu fazer a transmissão ao vivo do Carnaval de Itabuna, na época ainda concentrado na Praça Adami..

Era um desafio e tanto, mas pra Nestor,  desafio era algo do tipo “vão lá e façam essa porra”, ainda que a gente estivesse  engatinhando no negócio de televisão e nem a mínima idéia  do que era “essa porra”, uma  transmissão ao vivo, em média oito horas por noite, quatro noites de folia.

Escalado para ancorar a transmissão, Barbosa Filho, talento intuitivo e hoje bem sucedido empresário de tevê, comandando a TV Itabuna,  foi instalado numa cabine em frente ao palco.

Na base da empolgação de quem estava fascinado com a novidade de trabalhar em televisão, tocamos a transmissão numa boa, até porque carnaval não é lá o reinado da serenidade e certos exageros são permitidos  e/ou nem notados.

Mas, reconheço,  dois desses exageros, merecem entrar  para os anais da televisão.

No primeiro, Barbosa, tomado pela empolgação diante de uma grande multidão, perpetrou:

-Cerca de 100 mil pessoas lotam o trecho de 5 quilômetros da Avenida Cinquentário  entre a Praça Camacan e a Praça Adami.

Problema 1: o trecho em questão tem meros 500 metros, se tanto.

Problema 2:  100 mil pessoas, ainda que coubessem num espaço tão exíguo (se alguém usar o termo exíguo em televisão merece demissão sumária), representavam quase 70% da população de Itabuna à época.

A segunda barrigada vai na conta desse dinossauro que ora vos escreve. Mesmo vendo pelo circuito interno de tevê  que a Praça Adami estava  com pouca gente e não havia nenhum trio elétrico tocando, pedi pro apresentador que estava no estúdio chamar o link ao vivo e perguntar qual era a atração naquele momento.

Pego de surpresa, Barbosa só conseguiu responder:

-Como não tem banda tocando, a grande atração aqui é a equipe da TV Cabrália.

Era mesmo, mas Nestor, que  acompanhava a transmissão de sua sala, parece não ter concordado, pegou o telefone e me disse com a sutileza costumeira.

-Diz ao Barbosinha que a grande atração na praça deve ser a mãe dele. Ou a sua, que coordena essa porra e não viu a praça vazia.

Claro que eu não disse, até porque de atração já bastava a equipe da TV Cabrália. E o bestalhão aqui teria que incluir a própria genitora também.

(Abre parêntese: Barbosa não tinha como saber, mas fez escola: nos anos seguintes, nas caminhadas eleitorais, não era raro se divulgarem números do tipo 50 mil, 70 mil, 100 mil pessoas e fosse a campanha um pouco mais demorada, era arriscado ter mais militante do que eleitor, algo como 200 mil, 250 mil pessoas na Cinquentenário. Fecha parênteses).

A TV Cabrália é hoje um retrato amarelado na parede da memória, que as vezes retorna ao vivo em lapsos de saudade.

Que passa, como tudo é passageiro.

Menos o motorista e o cobrador…

O dia em que Che virou dono de uma loja de motos

Daniel Thame

 

No início dos anos 80, jornalista militante que sempre fui e sempre serei, decidi  que era hora de dar uma lustrada ideológica nos alunos do Colégio Eraldo Tinoco, em Itabuna,  onde cursavam o ensino médio adolescentes de bairros como São Caetano, Jardim Primavera, Jaçanã,  Daniel Gomes e Pedro Jerónimo.

Pedi a minha companheira e professora Marilucia Bandeira para me convidar para exibir para os alunos o filme ‘Diários de Motocicleta’, que mostra as aventuras e desventuras de Ernesto Guevara pela América do Sul antes de se tornar o Che.

Sala lotada, coloco a fita (VHS, pra terem idéia de como sou um dinossauro), falo do filme e pergunto se alguém sabe do que se trata.

E não é que um menino responde: “ é sobre o dono de uma loja de motos”.

Isso porque naquele tempo não havia a nobre profissão de motoboy.

O fato e que com vinte minutos de projeção o desinteresse da turma era tão evidente que uma providencial travada na fita foi a senha para encerrar a exibição (ou seria a doutrinação?) antes que o imenso Che Guevara que tenho tatuado no braço rompesse a minha pele e fosse se abrigar em Sierra Maestra.

Hay que endurecer, pero neste dia a ternura foi a ‘la puta madre’ como dizem meus irmãos cubanos.

Vai pra Cuba, Zé!

 

Daniel Thame

Segunda-feira pela manhã, ao celebrar minha participação na equipe de televisão e rádio na campanha vitoriosa de Augusto Castro em Itabuna, citei, quase ao acaso, que o destino não apenas jogava baralho, como trapaceava. Uma frase quase sem sentido no texto, que agora se revela uma premonição.

 

Ao receber a notícia da morte de José Carlos Teixeira, que após celebrar sua igualmente vitoriosa participação na campanha política em Madre de Deus, sofreu uma queda fatal, constato que além de jogador e trapaceiro, o destino também é um grande hijo de puta.

Teixeira foi um dos melhores textos do jornalismo baiano, com passagens por grandes veículos de comunicação do Estado, do Brasil e em Angola, mas foi acima de tudo um grande amigo.

Uma amizade iniciada lá pelos idos de 1990, na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Itabuna e que se consolidou ao longo de décadas, em telefonemas esparsos e conversas frequentes no wathsapp.

Lembro-me de uma viagem que fizemos com um grupo de jornalistas brasileiros a Cuba, em 2016, quando fomos conhecer o sistema de saúde da Ilha e, à época, escrevemos e bebemos com pompa e zelo. Mestre das palavras, Teixeira era mestre também em cultivar e cativar amigos.

Cuba, além do jornalismo, era uma de nossas paixões comuns.

Falamos pela última vez na semana passada,  reta final de campanha, naquele estresse que está no DNA do jornalismo. Ele planejava voltar a Havana agora em novembro, eu lá pra 2025. Me sinto obrigado a um mojito duplo na Bodeguita del Medio.

É foda e dói escrever sobre um amigo que se vai dessa maneira. A gente busca as palavras e elas nos driblam feito um Garrincha entortando um joão qualquer.

Teixeira, meu camarada, nós jornalistas somos um pouco disso: um bando de sonhadores incorrigíveis a desafiar o destino. Sempre achando que temos um ás salvador na manga, que quase nunca temos e ainda por cima nem sabemos blefar.

Chegue bem na eternidade, mestre-amigo.

Zé!





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