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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Efson Lima’

No Dia do Escritor live debate Literatura e Meio Ambiente

Neste sábado, dia 25, é o Dia Nacional do Escritor e para marcar a data, ocorrerá a live “ Literatura e meio ambiente “, o objetivo da live é dialogar sobre meio ambiente e literatura. A live será medida por Pawlo Cidade e Efson Lima, às 17 horas.O escritor Pawlo Cidade é gestor cultural, educador ambiental, membro da Academia de Letras de Ilhéus, ocupando a cadeira 13, que pertenceu a Jorge Amado. Tem 18 livros publicados e já tem um livro no prelo a ser publicado ainda neste ano.

live

Por outro lado, Efson Lima é professor universitário e advogado. Tem pesquisado sobre a Academia de Letras de Ilhéus e os autores que nasceram na região. Efson nasceu em Itapé e foi morar em Ilhéus aos 11 anos de idade, atualmente, mora em Salvador, inclusive, trabalha no contexto da economia solidária. Nas palavras do escritor Pawlo Cidade a “Literatura e meio ambiente estão essencialmente imbricadas quando falamos da natureza. Difícil separar esta daquela”. Na sequência, Efson Lima complementa que o debate ambiental tem sido um tema instigante no Brasil, inclusive, teve recentemente forte repercussão em Ilhéus.

RAIO X DA LIVE:
DATA: 25/07/2020
Horário: 17 horas
Perfis no Instagram: @pawlocidade @efsonlima

Ilhéus, o meio ambiente e o professor Soane Nazaré

Efson Lima

efson limaAs notícias que partem de Ilhéus em relação ao meio ambiente não são animadoras. A prefeitura municipal, por meio de seu aparato institucionalizado, cortou algumas amendoeiras da Avenida Soares Lopes, cartão postal da Princesinha do Sul. As pessoas devem estar se perguntado por qual razão coloquei o professor Soane Nazaré nesse emaranhado. Seguimos. É para frente que andamos e é refletindo que podemos melhorar a nossa caminhada.

Não nos esqueçamos que a cidade de Ilhéus, com o maior litoral da Bahia, certamente, encontra dificuldades para ter nos parques, nas praças uma atenção especial das pessoas, mas isso é cultural e pode ser melhor orquestrado com a inclusão do debate das questões ambientais na vida social. A educação formal e não formal são caminhos para a preservação ambiental. Não é razoável comparar Ilhéus com Curitiba, cujos parques são tomados pelos curitibanos e seus visitantes ou estabelecer relação com Belo Horizonte, onde seus parques lotam nos fins de semana, mas é necessário construir outros percursos.

Estamos cientes de que cada cidade desenvolve seus hábitos mediante as suas necessidades e possibilidades. Entretanto, a cidade de Ilhéus precisa mediar uma educação ambiental permanente. Não é possível encontrar as praias e as praças sujas e a Avenida Soares Lopes, lindo cartão postal, maltratada e tendo as suas amendoeiras arrancadas e as maritacas expulsas, como se visitantes ingratas fossem.

ilheusPor sinal, as amendoeiras são largamente adotadas nas arborizações das cidades brasileiras. Para termos uma ideia, na cidade do Rio de Janeiro, a espécie amendoeira lidera a lista de árvores mais vistas na Cidade Maravilhosa; ela também lidera a lista da mais problemática. Entretanto, a sua retirada depois de um longo tempo exige um manejo adequado. A prefeitura de Ilhéus poderia ter feito, inclusive, dialogado com a população. Não basta fazer a previsão e o debate técnico entre os pares, precisa convencer os cidadãos da proposta. Houve falha no processo da comunicação. O velho Habermas está rindo.

Aqui, não é forçoso trazer à baila o professor Soane Nazaré, que ao lado de outros pioneiros, fundaram a Faculdade de Direito de Ilhéus, berço do processo educacional superior na região, cuja matriz educacional nos levou a Fespi e, consequentemente, a UESC. A região não precisa recorrer a experiências estrangeiras, ela tem na UESC um dos maiores centros de estudos sobre a questão ambiental no país com um Programa de Pós-graduação consolidadíssimo que aborda essa temática muito bem, o Prodema. Não me digam que prata da casa não faz milagre, pois, esse chavão não nos convence e não nos eleva enquanto nação grapiúna.

É também em Ilhéus, que durante um tempo tivemos a Universidade Livre do Mar e da Mata (MARAMATA) pujante, talvez, muitos dos jovens nem saibam da sua existência. Eu tive o prazer de ir para alguns seminários organizados pela instituição , talvez, uma das minhas primeiras “iniciações acadêmicas”, eu ainda estava no ensino médio. Simplesmente era um jovem do morro. Precisamente, do alto do Basílio, onde da minha casa via o Terreiro de Pai Pedro, um espaço tombado e que muitos ilheenses não sabem. Lá tem uma matinha. Os gaviões que fazem a festa.

A MARAMATA foi uma sacada do então prefeito Jabes Ribeiro e não poderia ter indicação melhor para dirigi-la no seu nascedouro senão o professor Soane Nazaré. Na caminhada pude observar algumas discussões sobre a famosa Agenda 21. Vi relembrar a Expedição do Príncipe Maximiliano numa perspectiva da preservação ambiental. Visitei o Museu do Mar. Pensava-se a sobrevivência do Rio Cachoeira. De imediato, a preservação do Rio Cachoeira interessa aos sul baianos e ainda mais aos Ilheenses, não podemos ter o rio como esgoto a chegar à Baía do Pontal. Portanto, relembrar e saudar o histórico do professor Soane é nossa obrigação. Ele foi à Faculdade de Direito da UFBA, formou-se e voltou à região do cacau para levar o ensino superior. Ele nos propiciou uma consciência crítica.

A cidade de Ilhéus foi abençoada pela natureza. Temos o Parque da Esperança. Temos rios, as praias nos embelezam com sua água; o patrimônio cultural integrante desse ambiente nos apresenta um Centro Histórico rico; as fazendas de cacau, uma parte mesmo que degradada pela crise do cacau, ainda guardam uma parte da Mata Atlântica. Temos que oferecer outro destino para a cidade de Ilhéus. Será que Ilhéus foi abençoada pela natureza e amaldiçoada pelos que nela nasceram, circulam, moram? Tenho certeza que não, pois, até hoje protesto quando ouço a música “Bye, Bye Brasil” de Chico Buarque, ousadamente, ele disse que pegou uma doença em Ilhéus. Só tem perdão devida à licença poética. Vamos concedê-lo, por favor. Mas deve pagar prenda.

A paisagem da Soares Lopes, apesar das significativas alterações, tem presente a ideia de ser uma “avenida parque” conforme sinalizado pelo então prefeito Ariston Cardoso por volta de 1975. Não obstante, na primeira gestão do prefeito Jabes Ribeiro foi apresentado um projeto de urbanização liderado pelo paisagista Roberto Burle Marx, entretanto, não foi finalizado. Posteriormente, no segundo mandato de Antônio Olímpio, a Avenida Soares Lopes teve suas obras finalizadas, permitindo a artéria ter a atual paisagem mesmo sofrendo modificações no projeto do paisagista.

maritacasPortanto, o prefeito Mário Alexandre tem o desafio de atuar para minimizar os impactos causados à cidade e a imagem, inclusive, a dele com essa destruição das amendoeiras e o sofrimento imposto as maritacas. No processo eleitoral deste ano, o tema ambiental estará na pauta com bastante intensidade. Ele precisa se cercar de propostas alvissareiras e plausíveis ao meio ambiente. Ele não pode se furtar a ouvir os engenheiros ambientais, biólogos e outros profissionais que costumam se encarregar do tema. É necessário convencer a população e continuar reposicionando a Maramata.

De fato, o professor Soane Nazaré não merecia qualquer associação com a retirada das amendoeiras em Ilhéus, mas foi uma oportunidade encontrada para reverenciar a quem devemos a nossa formação e a formatação do ideário de nação grapiúna. Soane Nazaré merece muito mais que o nome de um campus universitário. Por óbvio não é pouca coisa, mas costumamos esquecer quando não reverenciamos a memória. Ele ainda vivo, merece nossa atenção. Não é problema homenagear as pessoas vivas e que atuaram comprometidas com o progresso regional, o despropósito é cultuar quem não merece ou nada fez.

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Efson Lima – Doutor em Direito/Ufba. Professor universitário. Escritor. Advogado. Das terras grapiúnas.

Polêmicas à brasileira: Banco Mundial e Organização Mundial do Comércio

Efson Lima

efson limaO Brasil tem sido um aventureiro nas relações exteriores para não considerar um desastre durante o atual Governo. Em 2019, o aventado Acordo Mercosul – União Europeia representou um fôlego, mas a sua implementação ficou incerta pois, ainda durante o anúncio e nos dias que se seguiram o comportamento da gestão bolsonarista com o meio ambiente não agradou os países europeus. Veio também a notícia do ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), cuja entrada é duvidosa.

Para além dessas ações, nos últimos meses, a postura brasileira diante da Organização Mundial do Comércio (OMC), cuja direção-geral do órgão está a cargo do baiano Roberto Azevêdo, que é diplomata de carreira e a recente indicação do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, para o Banco Mundial evidenciam que o Brasil não conseguiu estabelecer uma estratégia clara no plano internacional, exceto, se entendermos à subserviência aos EUA como estratégico.
roberto azevedoNa OMC, Roberto Azevêdo comunicou a sua renúncia da direção -geral da entidade. É difícil liderar acordos de livre comércio e defender uma economia de mercado quando o governo brasileiro não se movimenta para apoiar e legitimar as decisões. Tornou-se um tremendo desafio se manter na função. A renúncia do brasileiro não necessariamente é um abalo pessoal, mas ofusca a diplomacia brasileira e a elite do funcionalismo público. Atrapalha as estratégias futuras do Brasil no cenário internacional. Os governos passam, o Brasil queremos que fique e que seja muito melhor para a atual geração e as futuras.

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As letras e as mulheres na presidência de suas Casas Acadêmicas.

Efson Lima

 

efson lima 2
efson limaMulheres, mágicas para o bem viver humano. Em outra oportunidade, escrevi sobre a presença das mulheres nas Academias de Letras. Hoje, lembrei-me de escrever e pensei nessa temática. Eu nem estava associando ao mês, mas  caiu minha  ficha ao traçar a primeira linha:  maio é o mês das mães (deve ser sempre todos os meses). Vamos lá!

Sabemos que a primeira  Casa Literária a surgir no Brasil com esse espirito de congregar pessoas interessadas nas letras, artes e se mantém atuante é a Academia Brasileira de Letras. É verdade que tivemos outras agremiações antes, mas elas não se mantiveram. Coube a Machado de Assis puxar as rédeas para a criação do sodalício nacional.  No nascimento, temos a primeira injustiça: Júlia Lopes. Ela não pode fazer parte do quadro de fundadores, pois, era mulher e no seu no lugar foi indicado o esposo.

O machismo é tão perverso que muitas mulheres são forçadas a esconder o feminino. Os homens são humilhados quando os traços sobressaem. Uma pena:  mulheres são a razão da reprodução humana; a alma feminina é razão de parte de nossas emoções. Mulheres para além da função biológica, são competentes no que fazem, naquilo que ocupam, naquilo que lideram. Inteligentes por excelência! O nosso machismo de cada dia é que ousa as aniquilá-las e as invisibilizá-las.  Mas elas brotam como rosas, não desistem. A existência feminina é ato político diário.

efson lia 1Temos uma plêiade de mulheres na literatura, na produção do conhecimento, nas artes: Cecília Meirelles, Clarice Lispector, Rachel de Queiroz, Lygia Fagundes Telles, Gláucia Lemos, Conceição Evaristo, Zélia Gattai, Carolina Maria de Jesus…. São muitas. “Ler mulheres” é uma oportunidade de redescobrir caminhos. É fazer novos percursos. É oportunidade de aprender.

Retomando o percurso, o nosso bate-papo é sobre mulheres na liderança desses espaços acadêmicos coletivos, que ocupados por homens, coube a elas liderarem em um determinado período. Penso que não foi fácil. Tomando como referências a Academia Brasileira de Letras (ABL), a  Academia de Letras da Bahia (ALB)   e a Academia de Letras de Ilhéus (ALI), nas três já tivemos presidências femininas. Interessante que tanto na Academia brasileira e quanto na Baiana coube às mulheres o exercício da presidência no transcurso de seus respectivos centenários.

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Os livros e seus fazedores – uma ode a liberdade

Efson Lima

 

efson limaDia 23 de abril se comemora o Dia Mundial do Livro e também dos Direitos do Autor.  Poderia ser mais uma data, mas lembrar o dia do livro se tornou uma data obrigatória para quem cultiva a liberdade. Para além da liberdade, também é uma data muito especial para a cadeia do livro, para o processo criativo, para a economia, para a cultura… A importância é enorme, desde quando Gutemberg inventou a imprensa, certamente, o fato possibilitou uma proliferação de informação sem precedente, então, os interessados podiam consultar as fontes.  Por óbvio, a oralidade continuou, mas os registros foram sendo feitos e difundidos na sociedade. O homem não seria o mesmo, encontrava outros ares. Os limites passaram a ser a  capacidade de imaginação.

É  natural que as rupturas com o passado nem sempre acontecem com um passe de mágica. É um fazer, é um construir permanente com idas e vindas. As transformações decorrem dos valores  que são cotejados pela sociedade. Nem sempre a transfiguração é momentânea.  O bom (nem sempre) é que essas modificações nos atingiram com o passar do tempo, alcançaram também as terras sul baianas com o colonizador.

Uma mudança pode levar a outra. Assim, alcançamos o século XX, que foi fértil para as tipografias, para o surgimento de livros. E nas terras do cacau, elas ajudaram a  consolidar a expressão “nação grapiúna”. Deram vozes aos escritores regionais, permitiu que Adonias Filho informasse ao mundo que além de cacau, aquela civilização  dava frutos em forma de escritores. Afinal, a terra era fértil de escritores ( continua), mesmo os não nascidos eram/são contaminados pela fecunda literária. Portanto, sempre que posso insisto na terminologia da região literária e/ou em Ilhéus como uma cidade literária.

jorge tocaiaEstou a ler,  neste período,  “ Terras do sem -fim “  e “Tocaia Grande”  para desenvolver melhor essa ideia das terras da literatura, afinal, temos a literatura do cacau.  Estas são apenas duas obras de Jorge Amado, que sem dúvida, foi o nosso escritor maior. Mas temos tantos outros que moraram ou passaram por essa região:  Milton Santos, o já evidenciado Adonias Filho, Sosígenes Costa, Hélio Pólvora, Telmo Padilha, Valdelice Pinheiro e Euclides Neto – este com diversos livros sobre o homem do campo.  Fazedores de livros. Temos também os atuais: Cyro de Matos e Aleilton Fonseca, ambos pertencente à Academia de Letras de Ilhéus e da Academia de Letras da Bahia. Escritores que ultrapassam as barreiras desta região, possuem a capacidade de transportar nossas ideias, nossas identidades por meio dos livros. Somos gratos!  Eleva-nos a categoria de civilizados.

Temos escritores mais novos, tais como Geraldo Lavigne, Luh Oliveira, Pawlo Cidade, este por sinal, abrilhantou-nos com uma live no Facebook sobre processos criativos ao narrar sobre seus processos,  estimulando mais de uma dezena de pessoas a se lançarem ou aperfeiçoarem a escrita. Não só basta escrever, desperta a solidariedade mesmo que a escrita tenha um traço de produção individual. Pawlo tem 17 livros publicados e alguns no forno. Em breve, vamos saboreá-los. Afinal, ler é um ato gastronômico contínuo. Vão também nesta senda e brilhando: Marcus Vinicius Rodrigues que estar sempre a nos abraçar com o mar;  Tom S. Figueiredo – um escritor premiado e com uma produção diversificada; e Fabrício Brandão com  a Revista  Diversos Afins e com as  suas levas, ficamos curiosos, periodicamente, por elas. Certamente são muitos outros escritores. É uma mina constante o sul da Bahia.

noraSe o início do  Século XX possibilitou as nossas caminhadas com a literatura impressa, foi também no final daquele século que surgiu a Editus, no berço da UESC. Por vezes, essa editora pode  passar despercebida até mesmo entre os sul baianos. Não sei exatamente quantos escritores e autores regionais já foram publicados por ela, mas sem dúvida alguma, foi importantíssima, pois, mesmo diante da crise do cacau, ela conseguiu manter viva a  chama da escrita. Foram textos científicos, ensaios… literários, textos sobre a história regional, foi esse ambiente que permitiu a ideia circular. Estimulou a escrita. Lembremos que o acesso massivo à internet  só veio acontecer de forma tardia no Brasil e no sul da Bahia não foi diferente [sou um daqueles que só consegui pilotar um computador já em Salvador (2007), mesmo assim, coletivo, na Residência Universitária].

Portanto, reconhecer o trabalho da EDITUS é primordial. Sabemos também que as instituições podem surgir, mas pessoas precisam liderar, ser jeitosas, responsáveis e acreditar naquilo que estar a gerenciar sem deixar de olhar a bússola que, por vezes, parece não nos levar a lugar algum. Então, tem-se uma figura feminina, a senhora Maria Luiza Nora, conhecida como Baísa. Não a conheço e o que sei dela são pelos livros e por sua produção. Mas posso dizer que é a “fazedora de livros”, a fazedora de escritores regionais.

Estava a ler sobre o professor Ruy Póvoas, eis que encontro o artigo “A Obra de  Ruy Póvoas: Percurso Editorial” da fazedora de livros sobre o papel que exerceu para que conhecêssemos as produções do professor Ruy, especialmente, a partir de 1996. Lendo o livro“ Crônica da Capitania de São Jorge dos Ilhéus”, de João da Silva Campos, na semana passada, verifiquei que lá estava como Diretora da Editus, Maria Luiza Nora; e  Maria Schaun, assessora na Editus e responsável por cuidar da 3ª edição do título em tela. Papéis importantes no processo de editoria.  A capa do livro é primorosa. Então, os livros também permitem resgatar nossas histórias. Refletir é uma das condições humanas. Assim, verificamos acertos e erros. Avancemos!

paulo cidadeA publicação de autores regionais e as temáticas da região contribuíram para consolidar a produção literária; a produção científica e a sua difusão. Tão cara aos dias atuais e tão exigível pelas as agências de pesquisa. Pouco se falava, mas já se cumpria a missão na UESC ao seguir as diretrizes da professora  Renée Albagli, reitora na época, quando criou a Editus e traçou como um dos objetivos: publicar e incentivar autores regionais e novos autores.

Assim sendo, temos a EDITUS que vai brilhando com outras lideranças e cumprindo com sua missão institucional, fomentando e apresentando novos escritores. A EDITUS com a Academia de Letras de Ilhéus promovem o concurso literário Sosígenes Costa, permitindo que os escritores baianos se inscrevam e passem pelo processo de editoração, sem falar na premiação em espécie e a promoção do Festival Literário de Ilhéus.

Vivam os fazedores de livros: os autores, as editoras, os revisores e toso o pessoal que trabalha com esse ofício. Temos  as livrarias e seus livreiros. Surgiram as plataformas virtuais que continuam a massificar e a aproximar mundos tão distantes e grandes, que parecem pequeno.

Os livros transportam ideias, pensamentos. Eles são feitos porque somos livres para pensar, para idealizar. Cultivar boas imaginações. Os livros carregam  ideias políticas, defendem igualdade, semeiam a fraternidade. Permitem florescer rosas, apesar de os espinhos nascerem também. Mas, vamos tomando os cuidados que não nos machucam. O libertário consegue conviver com os diferentes, com o que pensa o ditatorialmente. Mas aquele que pensa ditatorialmente não consegue conviver com o libertário e muito menos com o diferente.  Quando os libertários assim não fazem, recebem críticas e considerações irrepreensíveis são feitas. É o demarcador da democracia.  Afinal, no papel e nas artes podem caber tudo, mas os nossos atos e gestos não comportam atitudes intolerantes, não permitem o cultivo dos atos antidemocráticos. Os livros são luzes, mesmo que alguns insistam em pôr fim a claridade.

Penso que o excerto do discurso de posse de Adonias Filho, na Academia Brasileira de Letras, sintetiza o culto pela liberdade e pelos valores de um Estado Democrático de Direito: “Seria imperdoável não mover o tempo, fazendo-o recuar, retomando o passado como a demonstrar que a infância não morre. O menino está deitado na terra, sombras na roça de cacau, os homens cortam os frutos. O agreste de Ilhéus, Itabuna e Itajuípe, em todas as aventuras do povo do sul da Bahia, chega pelas vozes que narram. Heróis que se isolam, o sangue escorre na fala, o menino escuta. A saga é violenta, guerra e ódio, também piedade e amor, a carga humana pesa como o chão de árvores. Ouviu, o menino ouviu. E quando o romancista se debruça para escrever – sem reinventar a fábula regional, sem trair as vozes, sem esquecer as figuras – é o menino quem na verdade escreve. Esses livros, porém, tempo imóvel em minha vida, não se fariam em um país sem liberdade.”

No mundo cada vez mais virtual o suporte para o livro tem mudado bastante. Temos sido seduzidos pelo ebook, mas os processos de criação  continuam com traços assemelhados. Não se busca o papel, mas carecemos de suportes como notebooks, desktops, smartphones. Além dos autores entram em ação outras pessoas que são importantíssimas pela qualidade e estética do livro: o designer, os diagramadores, os revisores… é uma cadeia de profissionais que vai se somando.

O cultivo aos livros em uma sociedade pode dispor sobre o grau de evolução desta civilização. Pode se verificar o acesso desta nação aos recursos culturais. Meu amigo e minha amiga, pode também dizer a respeito de como valoramos o Estado Democrático de Direito. Defender a existência de livros, a circulação e o acesso deles é assegurar a vida humana na sua completude de liberdade. É possibilitar o pleno funcionamento da República de Cidadãos. Vivam os fazedores de livros! Viva a liberdade! Nenhum livro a menos!

OBS: A ideia para escrever esse texto partiu da live feita por Pawlo Cidade, escritor, realizada no domingo, 19/04/2020, iniciada às 15 horas, com duração de uma hora

 

Efson Lima – doutor em direito/UFBA. Coordenador-geral da Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade 2 de Julho e do Laboratório de Empreendedorismo, Criatividade e Inovação ( LABECI).  Escritor. Das terras de Itapé/Ilhéus. efsonlima@gmail.com

 

Ruy Póvoas, um pai, um acadêmico, uma instituição sulbaiana

Efson Lima

 

efson limaTive a oportunidade, em 2013, de ser destacado para oferecer suporte jurídico a uma equipe da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, que estava cuidando de um edital, que mais tarde seria conhecido por Edital de Matriz Africana no contexto da economia solidária.  Foi uma oportunidade ímpar para voltar ao Sul da Bahia, agora, como profissional formado, melhor ainda encontrar os povos de terreiros com suas diversas lideranças entre elas, um pai, um acadêmico – Ruy Póvoas, constituindo-se em uma autoridade e responsável por colaborar com parte da identidade sul baiana.

 

Ruy Póvoas, generosamente e de forma acolhedora, abriu a porta do Terreiro Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon, para nos receber, cuja sugestão de local para reunião partiu do professor Wenceslau Júnior. Abençoada sugestão. Foi uma rica escuta com várias pessoas presentes. Para além de nos receber, Pai Ruy exalava seu sorriso e a simplicidade, mesmo com sua vasta formação e tradição, ouvia atentamente aquelas pessoas que mal balbuciavam. Eu era uma delas.

 

rpovoasCertamente discorrer sobre a identidade sul baiana vem à nossa memória a figura humana Ruy Póvoas, que há mais de cinquenta anos, tem fincado contribuições para o pensamento sul baiano no fazer educacional. Não obstante, de forma significativa tem contribuído para a consolidação da religião de matriz africana, assim como buscado a proteção do direito de cada um professar a sua fé, cuja recompensa não podemos oferecer. Estes aportes possibilitaram que grupos se organizassem e defendessem seus valores, permitiu o culto ao sagrado e que as pessoas pudessem apresentar a sua identidade.

 

É perceptível que o professor Ruy Póvoas se municiou de uma das maiores arma – a sabedoria, aquilo que a academia, por vezes, prefere chamar de educação/escolarização, guardadas suas devidas particularidades. Sendo assim, ainda na década de setenta (1972) pela Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna concluiu a Graduação em Letras, posteriormente, cursou mestrado em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, titulando-se em 1983. No mestrado com sua dissertação fincava ainda mais seus estudos sobre o candomblé cuja dissertação teve o seguinte título: “A Linguagem do Candomblé: níveis sócio-lingúísticos de integração afro-portuguesa.”

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Coronavírus e as artes

Efson Lima

 

efson limaSenhores e senhoras, somos uma geração que pouco conheceu o sofrimento coletivo. Poucas vezes paramos diante da televisão para acompanhar os acontecimentos. Lembro-me do 11 de setembro de 2001 nos EUA, que minha geração ficou vidrada diante da TV. Naquele dia e nos outros que sucederam, tivemos nossas rotinas alteradas, mas nada igual a este momento. Nada!

Somos pequenos diante da realidade que ousa a nos impor.  A palavra de ordem é: ficar em casa, preferencialmente, a 2 metros de cada pessoa. Para nós baianos, que adoramos os apertos de mãos, os beijos – não basta um, tem que ser dois, tem sido difícil.  O tocas respeitosamente é marca de nossa identidade. Tão identificador que surge logo a pergunta: você é baiano? É muito pegar. É muito se aproximar.

Agora, nossos medos, nossos pessimismos ou nossa histeria, caso se aproxime do (não) presidente Bolsonaro são vivenciadas na TV, pelas redes sociais, pelos computadores. Tudo tem sido instantâneo. A pessoa morre e a família sabe pela TV.

Quem diria, está tudo paralisado! O futebol, o vôlei, Formula 1 seguem tudo parado! Vozes do mundo todo surgem para solicitar a mudança de data das Olimpíadas de Tóquio, cujo evento só três vezes foi cancelado, justamente, quando das duas grandes guerras. A COVID-19 paralisou os esportes. Certamente, vão surgir os campeonatos virtuais. O contato físico e a aproximação nem pensar nesse momento trágico. Tem sido um ano que parece ter ensinado a sermos pequenos.

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Cogito lança projeto editorial para publicar 1350 poetas baianos em 27 antologias

bardos 2Com o objetivo de fomentar a produção poética por toda Bahia e a divulgação dos seus poetas, das mais diferentes regiões do estado, cada qual com a sua peculiaridade, a Cogito Editora, lança o projeto Bardos Baianos, que consiste na publicação de 27 coletâneas, uma para cada Territórios de Identidade, conforme metodologia desenvolvida pelo Governo da  Bahia.

Sob a organização geral do jornalista e editor Ivan de Almeida, as antologias contarão com um coordenador local que terá o papel de divulgar, angariar e selecionar 50 poetas da região. Até o momento antologias de 15 Territórios de Identidade estão sendo desenvolvidas: Chapada Diamantina, Bacia do Jacuípe, Bacia do Rio Grande,  Baixo Sul,   Litoral Norte e Agreste Baiano, Litoral Sul, Metropolitano de Salvador, Portal do Sertão, Recôncavo, Rio Corrente, Semiárido Nordeste II. Vale do Jequiriça e Velho Chico.

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Uma visita ao Pré-assentamento Dois Riachões – uma vivência em economia solidária, uma imersão na cultura do cacau

Uma vivência em economia solidária, uma imersão na cultura do cacau.

O chocolate como perspectiva sustentável

Efson Lima

 

EF 2Estive no dia 17 de fevereiro de 2020 no Pré assentamento Dois Riachões, encravado em uma pequena colina no município de Ibirapitanga. A recomendação de ir visitar foi feita pelo Superintendente de Economia Solidária e Cooperativismo, Milton Barbosa, cuja repartição está vinculada à Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia.

A visita foi orquestrada pelo jovem Fidel Max, uma das lideranças da Rede de Agroecologia Povos da Mata. Poderia ser mais um dia daqueles em que o gestor publico é amarrado pelas reuniões e sugado pela burocracia interminável, mas não, desta vez, a perspectiva foi outra. Foi alvissareira. Somava-se à tarefa da visita, o Centro Público de Economia Solidária ( Cesol) liderado pelo coordenador geral, Thiago Fernandes e o coordenador de articulação Gilson Araújo, ambos desafiados pelo ver, ouvir e fazer, equipamento mantido por meio de contrato de gestão financiado pela SETRE, no total, são 13 no Estado da Bahia.

EF 1Particularmente, sou um jovem que tive a sorte de não morar nas fazendas de cacau, mas tive a oportunidade de ouvir muitos relatos de meus pais e de tantos outros trabalhadores dessas fazendas. Uma coisa é ser dono, outra coisa é entregar sua força de trabalho. Assim sendo, o Pré – assentamento Dois Riachões vai se diferenciando, pois, nele a propriedade tem um sentido coletivo. A terra é meio de sobrevivência e não de acumulação e concentração de riqueza.

A beleza das ações do Pré – assentamento Dois Riachões não está só na ressignificação do conceito de propriedade. Vai muito além, perpassa pelo sempre presente desejo da região sul da Bahia em ser produtora de chocolate. Beneficiar o principal produto da região – o cacau. Nosso cartão postal.

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As presidências da Academia de Letras de Ilhéus

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Efson Lima

 efson limaA Academia de Letras de Ilhéus nos seus quase sessenta e um anos de história teve treze presidentes, alguns ocupando mais de um exercício presidencial. Ao longo do ano de 2019 fomos trazendo fatos e personagens que compuseram a trajetória da ALI: narramos sobre os principais membros; sinalizamos sobre a literatura grapiúna; descrevemos alguns jovens que estão presentes na Academia; as mulheres; a presença dos juristas, que por sinal, merece outro texto. São muitos. Um só não deu a dimensão exata.

No futuro, precisamos abordar sobre os profissionais da saúde e do cuidado, assim como dos secretários-gerais que nos sodalícios das letras ocupam uma função destacada, assim como nos partidos comunistas.

Hoje, a nossa conversa é sobre alguns presidentes que lideraram a Academia de Letras de Ilhéus desde a sua fundação em março de 1959.  Maria Schaun, que compõe o quadro da Academia, registrou os seguintes presidentes, com base nas atas registradas e em suas anotações: Abel Pereira – 1959/1961/1963; Plínio de Almeida – 1963/1965/1967; Amilton Ignácio de Castro – 1975/1977/1979/1981/1983; Dorival de Freitas – 1993/1995; Ariston Cardoso – 1997/1999/2001/2003/2005; Francolino Neto – 2001/2003; João Hygino Filho – 2005/2007; Maria Luiza Heine – 2008/2009; Arléo Barbosa – 2009/2011/2013; Josevandro Nascimento – 2013/2015/2017; e André Rosa – que está ocupando o segundo mandato, iniciado em 2019.

O primeiro e um dos fundadores da ALI foi Abel Pereira, que comandou nos períodos de 1959/1961/1963. Foi também um dos percussores do haicai no Brasil. Nasceu em Ilhéus, precisamente, no ano de 1908 e faleceu em maio de 2006, com quase 100 anos de idade.  Esteve associado a tantos outros organismos literários.

Em seguida foi eleito presidente da ALI, Plínio de Almeida, que teve uma forte atuação política em Itabuna, contribuindo para o município ser considerada uma cidade integralista destacada no Brasil. Em seguida, tivemos uma série de presidentes: Amilton Ignácio de Castro – 1975/1977/1979/1981/1983; Dorival de Freitas – 1993/1995; Ariston Cardoso – 1997/1999/2001/2003/2005; Francolino Neto – 2001/2003, que será descrita em outra oportunidade.

Outro presidente da ALI foi João Hygino persistente acadêmico do sodalício, pertenceu à cadeira n.01.  O acadêmico foi autor de “Deus e os Deuses” (2008) e exaltou Porto Seguro, sua cidade natal.  Faleceu no ano passado, em 06 de março. Exerceu a presidência entre 2005/2007, quando adoeceu e foi sucedido pela professora Maria Luiza Heine na presidência.

A professora Maria Luiza Heine pertence ao quadro da Academia de Letras de Ilhéus e ocupa a cadeira n.º 20. Ela foi morar em Ilhéus nos anos 70. É doutora em Educação pela UNEB. Tem uma vasta obra de pesquisa sobre a história regional e tem atuado fortemente com pesquisa e extensão universitária. Atualmente atua em Aracajú. Exerceu a presidência da Academia entre 2008 e 2009.

 

Efson Lima  é Doutor em Direito/UFBA. Coordenador – geral da Pós-graduação, Pesquisa e Extensão da Faculdade 2 de Julho. Das terras grapiúnas de Itapé/Ilhéus.





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