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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Dilma Rousseff’

Temer está tecnicamente morto depois das inconfidências de Jucá

UM CADÁVER POLÍTICO NO PLANATO

Por Paulo Nogueira, no Diário do Centro do Mundo

trio

Temer e Jucá com Delfim: rindo do quê?

O governo Temer, que já vinha se arrastando, está agora tecnicamente morto.

Não há salvação possível depois que veio a público, pela Folha, uma conversa entre o ministro Romero Jucá e um investigado na Lava Jato.

A conversa, numa linha, confirma o que já se sabia sobre o golpe: uma mulher honesta foi derrubada por homens corruptos.

A diferença, agora, é que isto foi claramente exposto por Jucá, um dos articuladores do impeachment e espécie de primeiro ministro de Temer.

O objetivo jamais foi combater a corrupção. Foi, sim, preservar corruptos como o próprio Jucá e tantos outros.

Não sobra ninguém da conversa. Temer, por exemplo, foi definido como “homem do Cunha”.

Em sua superior mediocridade, Temer passou uma vida inteira como como um figurante. Só foi notado pelos brasileiros quando apareceu com uma mulher que poderia ser sua neta. Agora, ele se consagra como o “homem do Cunha”.

Jucá cita também o Supremo como parte da trama. Afirma que esteve com vários ministros do STF para discutir o golpe.

Não os cita. Mas você pode deduzir facilmente que juízes militantes como Gilmar Mendes e Dias Toffoli falaram com Jucá.

Gilmar jamais fez questão de esconder sua militância. Numa cena infame, apareceu às vésperas do impeachment numa fotografia ao lado de Serra, e sequer ficou vermelho. Para ele, ficou natural ser um político desvairado com toga.

Nunca mais você verá uma sessão do STF da mesma forma, isto é certo. Aqueles senhores (e senhoras) circunspectos e com capas ridículas parecerão um bando de golpistas.

Rosa Weber há dias intimou Dilma a dizer por que ela anda chamando o golpe de golpe. Dilma pode entregar a Rosa uma cópia da conversa de Jucá.

Aécio também é citado na conversa: “Todo mundo conhece o esquema do PSDB.” Menos a mídia, talvez, que jamais tratou decentemente do assunto.

Isso permite ainda hoje a velhos demagogos como FHC, Serra e Aécio posarem de homens acima de qualquer suspeita e falarem de corrupção como se fosse alguma coisa da qual estivessem imaculadamente distantes.

A mídia também está lá na conversa gravada. Os barões da imprensa, está registrado, tinham todo o interesse em tirar Dilma.

Nenhuma novidade, mais uma vez. Colocar um presidente amigo, como Temer, daria às grandes empresas jornalísticas livre acesso ao dinheiro público, por meio de publicidade oficial, empréstimos do BNDES e outras mamatas que fizeram a fortuna bilionária dos Marinhos, dos Civitas e dos Frias.

A Folha, que participou ativamente da trama que derrubou Dilma, parece ter dado um golpe de mestre com esta história.

Enquanto a Globo descaradamente passou a praticar um jornalismo chapa branca, a Folha tenta mostrar que não tem rabo preso com ninguém, como disse seu marketing durante muitos anos.

É uma espécie de retorno aos últimos tempos da ditadura, quando a Folha pregava as diretas já e a Globo continuava a defender os militares.

Como a Globo vai-se sair dessa – se é que vai – é uma incógnita.

Quem, definitivamente, não tem como se livrar das consequências das inconfidências de Jucá é Temer, o Breve.

Dilma se emociona com recepção calorosa em BH e faz críticas a Temer

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(Agencia Brasil) -A presidenta afastada Dilma Rousseff participou na noite ontem (20) da abertura do 5º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais em Belo Horizonte. Ao chegar ao evento, ela foi recebida por milhares de manifestantes contrários ao processo de impeachment. Após abraçar diversos deles, ela fez uso da palavra e não conteve as lágrimas. “Iremos resistir. Eu agradeço a vocês a imensa energia dessa recepção”, disse.

Dilma disse em encontro de blogueiros que o governo do presidente interino Michel Temer não teria legitimidade para fazer as mudanças que propõeLeo Rodrigues/Agência Brasil

O 5º Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais começou hoje e vai até o próximo domingo (22). Na abertura, Dilma Rousseff criticou o fim do Ministério da Cultura (MinC) e a possibilidade de redução do Sistema Único de Saúde (SUS). Também acusou o governo interino de planejar cortes no Bolsa Família, acrescentando que o programa é elogiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e permitiu tirar o Brasil do mapa da fome.

Segundo a presidenta afastada, o governo não teria legitimidade para fazer as mudanças que propõe. “Não só as pessoas não foram submetidas às urnas, como o programa que eles estão tentando implantar também não foi. E isso é o mais grave”, disse. Dilma Rousseff considerou que o processo deimpeachment não se justifica e o classificou de golpe. “Não cometi crime algum, não tenho contas no exterior”. Na última quarta-feira, a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber notificou a presidente afastada   para explicar o uso da palavra golpe.

Dilma comparou a política externa do seu governo com a do presidente interino Michel Temer. “Uma vez Chico Buarque sintetizou que a política externa deles é a que fala fino com os países ricos e falava grosso com a Bolívia. Na época, a oposição queria até que invadíssemos a Bolívia. Mas a nossa política externa, que criou laços na América Latina e na África, foi a que tornou o Brasil respeitado internacionalmente”, disse.

Por fim, Dilma disse que não vai ficar presa no Palácio da Alvorada e pretende aceitar convites para participar de atos, além de seguir tentando impedir o impeachment no Senado e em todas as instâncias possíveis do Poder Judiciário. “No meu governo e no governo do presidente Lula sempre asseguramos que as pessoas pudessem se expressar mesmo quando eram contra nós, porque damos imenso valor à democracia. Eu temo que um governo ilegítimo, ao tentar implantar certas medidas, só tenha o recurso da repressão para fazê-las viáveis”, disse.

Durante o discurso, os presentes interromperam a presidenta diversas vezes para gritar palavras de ordem, criticando o presidente interino Michel Temer e a Rede Globo. A emissora de televisão foi acusada de contribuir com o processo que classificam de golpe. Os veículos de comunicação do grupo Globo foram vetados pela organização de receber credenciais para cobrir evento.

O encontro seria feito com patrocínio da Caixa Econômica Federal. Ontem (20), porém, o presidente interino Michel Temer suspendeu o repasse dos recursos. “Se eles acharam que esse corte iria nos impedir de debater a mídia alternativa, eles não nos conhecem”, disse na abertura do evento Renata Mielli, diretora do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, uma das entidades organizadoras.

 

 

É Golpe, sim!

Charge do New York Times. E aí, Rosa Weber, vai encarar?

Charge do New York Times. E aí, Rosa Weber, vai encarar?

“É o governo do Cunha”, diz Dilma sobre nomes de Temer

ladrõesSuspensa da Presidência, Dilma Rousseff assistiu do Palácio da Alvorada ao anúncio da equipe do governo provisório, na quinta-feira 12. Seis dias depois, sentada à biblioteca da residência oficial que ainda ocupa, não tem dúvidas sobre como resumir o gabinete interino de Michel Temer. “É o governo do Cunha. Uma parte do Ministério todinha é do Cunha.”

Cunha é outro suspenso do cargo, recém afastado do mandato de deputado e do comando da Câmara pela Justiça. Foi por obra dele que Temer nomeou como ministros os deputados Mauricio Quintella (Transportes) e Ronaldo Nogueira (Trabalho). Suas bençãos contaram muito também para as indicações do deputado Ricardo Barros (Saúde) e de Marcos Pereira (Indústria).

Ao chegar para uma entrevista à CartaCapital, a ser publicada na edição que começa a circular na sexta-feira 20, Dilma via no noticiário a probabilidade de Cunha emplacar outro apadrinhado num posto-chave do time de Temer: o deputado André Moura (SE), líder do evangélico PSC, era cotado para líder do governo provisório na Câmara.

A hipótese confirmou-se ao longo do dia, sob a suspeita de que, ao contrário de Dilma, Temer tenha cedido a uma chantagem de Cunha.

Por volta das 15h30, Moura convocou uma entrevista na Câmara para anunciar que será o líder de Temer. “Tivemos uma reunião ontem com o presidente [interino] Michel Temer e aceitamos o convite”, disse.

Um convidado à altura de Cunha. Moura é investigado na Operação Lava Jato e réu em processos criminais no Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de improbidade administrativa. Declarado “ficha-suja” pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe, só pode assumir o mandato em fevereiro de 2015 graças a uma liminar judicial de dezembro de 2014.

Não só: o Ministério Público desconfia de que ele está envolvido em uma tentativa de homicídio.

Como um parlamentar de tal currículo teria conquistado a liderança do governo na Câmara, cargo a partir do qual estará em posição de negociar todas as votações de interesse do Palácio do Planalto? Por chantagem, disse da tribuna da Câmara o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE), um dos maiores dilmistas em atividade.

Entregar a liderança de Temer a Moura foi uma exigência de 13 partidos cunhistas. Junto, o “centrão” é a maior força da Câmara. Ocupar o posto com um fiel era necessário para Cunha tentar escapar da Justiça. Ele precisa de um governo que o ajude no STF. Foi para isso que ele abriu o impeachment de Dilma, na esperança de manipular Temer, um velho parceiro.

No discurso, Silvio Costa contou como teria sido a negociação dos cunhistas com o Planalto. Uma repetição, com final distinto, dos dias que antecederam a abertura do impeachment de Dilma por Cunha.

Segundo Costa, os cunhistas foram na terça-feira 17 ao secretário de Governo, ministro Geddel Vieira Lima, cobrar o cargo para Moura. Vieira Lima teria pedido uma semana para decidir. A trupe saiu dali e foi a Cunha. Este teria orientado: digam que se não nomearem o Moura, os partidos do “centrão” irão indicar seus membros à comissão do impeachment de Temer.

O presidente interino assinou alguns decretos orçamentários do tipo “pedalada fiscal”, como Dilma. Seu impeachment foi solicitado por um advogado mineiro. Cunha negou a instalação da comissão.

No início de abril, uma liminar do ministro do STF Marco Aurélio Mello mandou o então presidente da Câmara repetir o que havia feito com Dilma. Na época, Cunha protegeu Temer e peitou o Supremo com uma artimanha. Combinou com seus aliados do “centrão” que ninguém indicaria membros à comissão. Na prática, ela não existiria. Pelo que contou Silvio Costa sem ser desmentido por ninguém no plenário, Temer topou ceder a Cunha para que ela jamais exista.

A propósito: na terça-feira 17, Marco Aurélio Mello liberou o caso do impeachment de Temer para uma decisão pelo plenário do STF. O processo pode ser julgado a qualquer momento. (Carta Capital)

 

 

E depois dizem que o STF não é ágil

Deu no Uol

Deu no Uol

Quer dizer que Dilma não pode dizer que Golpe  é Golpe?

Quanto aos ministros Lava Jato do governo da salvação, as denuncias contra Aécio, as pedaladas de Temer, bem, isso não vem ao caso…

Dilma “fui vítima de um Golpe e vou lutar até o fim”

Em evento no Palácio do Planalto, antes de ser afastada temporariamente da presidência, Dilma volta a condenar o Golpe e garante: vai resistir.

Veja:

Everaldo Anunciação: “continuaremos mobilizados com redobrado ânimo contra os golpistas”

veveuO presidente do PT/Bahia Everaldo Anunciação, afirmou hoje (12) que a decisão tomada pela maioria do senado e da câmara, tomando o país de assalto numa aliança com o que há de pior da elite brasileira, é um desrespeito à população que de forma soberana elegeu a presidenta Dilma com mais de 54 milhões de votos.

Everaldo enfatiza a confiança na força no povo brasileiro lembrando que “nem os militares, em 1964, com suas baionetas, metralhadoras e torturas conseguiram nos calar. Portanto, não serão estes grupos de golpistas que nos intimidarão.”

Ele adianta que o Partido dos Trabalhadores, ao lado da Frente Brasil Popular, Frente Povo sem Medo e todas as forças democráticas, continuará mobilizado “contra o golpismo, com redobrado ânimo em defesa da restauração constitucional e da absolvição da presidenta Dilma Rousseff, no julgamento de mérito que se realizará em alguns meses.”

Rui: “foi um atentado à Democracia”

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O governador Rui Costa manifestou, em sua página no Facebook, “a solidariedade à presidente Dilma, que não cometeu nenhum ato ilícito que justificasse o processo de impeachment”.

“O que aconteceu hoje foi mais um atentado à Democracia. Uma violência contra a escolha de milhões de brasileiros. Estamos vivendo um triste momento da história do país, mas nada vai me abater a continuar defendendo a democracia e os legítimos  interesses da Bahia”, disse.

 

Discurso de Dilma Rousseff, durante cerimônia de abertura da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres

dilma mulheres
Boa tarde. Boa tarde, queridas companheiras. Boa tarde para todas as mulheres que estão aqui e que representam as mulheres brasileiras de todo o Brasil, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, do interior. As mulheres lá da Amazônia, do Rio Grande do Sul, as mulheres de todos os 27 estados. As mulheres no Nordeste, lá no Centro-Oeste, enfim, as mulheres desse País. As mulheres do Ceará, as mulheres de Sergipe, as mulheres de Pernambuco, as baianas, as mineiras, as matogrossenses, as matogrossenses do Sul, as goianas, as mulheres aqui do DF, as mulheres que vivem no Norte do País, Rondônia, Roraima, Acre, Amapá, as de Santa Catarina, as do Paraná, as de São Paulo, as do Rio de Janeiro, as do Espírito Santo, Maranhão, Alagoas, Rio Grande do Norte, Piauí… minha filha, a fronteira é imensa, um País imenso com uma fronteira imensa. Bom, falei todos os estados. A Amazônia eu já falei!Eu queria aqui cumprimentar Rosemary Maria Vieira Teles e por meio da Rosemary eu cumprimento todas as companheiras aqui presentes, as conselheiras.Queria também cumprimentar aqui as ministras, cumprimentando a ministra Nilma Lino Gomes, das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos. A nossa querida Eleonora Menicucci, secretária especial das Mulheres. Cumprimentar a Tereza Campello, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a ministra do Bolsa Família. A Inês Magalhães, das Cidades, que é responsável pelo programa Minha Casa Minha Vida.

Queria cumprimentar a embaixadora dos Estados Unidos da América no Brasil, a embaixadora Liliane Ayalde,

Cumprimentar as ministras das mulheres ao longo dos ultimos 13 anos, responsáveis por tudo que nós construímos: a Emília Fernandes, a Iriny Lopes, a Nilcea Freire.

Queria cumprimentar as nossas aguerridas senadoras: Angela Portela, Fátima Bezerra, Gleisi Hoffmann, Regina Souza, Vanessa Graziotim.

Queria cumprimentar os deputados estaduais e as deputadas estaduais aqui presentes: a Ana Peruguni, a Angela Albino, a Benedita da Silva, a Érica Kokay, o Helder Salomão, a Jandira Feghali, a Jô Moraes, Lidiane Lins, a Luciana Santos, a Maria do Rosário, a Margarida Salomao, o Paulão, a professora Marcivânia,

Cumprimentar aqui dois secretários especiais: o Ronaldo Barros, da Promoção da Igualdade Racial, e o Rogério Sottilli, dos Direitos Humanos.

Queria cumprimentar também a presidenta da Caixa Econômica Federal, a Miriam Belchior,

Queria cumprimentar representantes de organismos internacionais: a Laisa Abramo, diretora da Unidade de Direito da Cepal; a Luísa Carvalho, diretora regional da ONU; a Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil,

Queria dirigir um cumprimento especial à deputada federal Alice Portugal. Vejam vocês, não botaram ela aqui, mas ela ganhou um cumprimento especial.

A Moeminha Gramacho.

Bom, todas vocês eles esqueceram de botar. Um abraço para todas.

A Neuza Geralda Tito, coordenadora-executiva da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres,

Queria cumprimentar as jornalistas, fotógrafas, as cinegrafistas e também os jornalistas, os fotógrafos e os cinegrafistas.

Olha gente, para mim é um momento muito importante, é um momento decisivo. É um momento decisivo para a democracia brasileira esse momento que nós estamos vivendo hoje. Sem dúvida, nós estamos num momento em que a gente sente que nós estamos fazendo a história desse País.

E para mim é muito importante que hoje eu participe aqui da 4ª Conferência das Mulheres com cada uma de vocês. Eu não poderia estar em um lugar melhor do que esse. Um lugar em que eu sinto a energia de vocês, sinto o acolhimento de vocês e sinto essa imensa capacidade de luta, de resistência e a determinação das mulheres brasileiras.

A história ainda vai dizer quanto da violência contra a mulher, quanto de preconceito contra a mulher tem nesse processo de impeachment golpista. Nós sabemos que um dos componentes desse processo tem sempre uma base no fato de eu ser a primeira presidenta eleita pelo voto popular, a primeira presidenta eleita do Brasil.

E eu quero dizer para vocês que uma parte muito importante da minha capacidade de resistir decorre do fato de eu ser mulher. Mas, além disso, decorre do fato de eu ter plena consciência que eu tenho de honrar as mulheres do meu País, mostrando que nós somos capazes de resistir e de enfrentar. Nós temos uma força que não se confunde com a brutalidade. A nossa força não está em sermos ferozes, em sermos irascíveis, raivosas. A nossa força está em sermos lutadoras, guerreiras e extremamente sensíveis e capazes de amar,  até porque temos essa imensa capacidade que é dar a vida.

Então a história vai mostrar, e vai mostrar como o fato de eu ser mulher me tornou mais resiliente, mais lutadora. E muitas vezes como até hoje, queriam que eu renunciasse. Jamais passou a renúncia pela minha cabeça. A renúncia passa pela cabeça deles, não pela minha. Por que eu digo isso? Porque eu sou uma figura incômoda, porque enquanto eu me manter de pé, de cabeça erguida, honrando as mulheres, ficará claro que cometeram contra mim uma inominável injustiça, enorme injustiça. A renúncia é algo que satisfaz a eles, não a nós. A nós o que satisfaz é a luta, é isso que nos satisfaz, é a luta.

Eu asseguro, portanto, a vocês que eu vou lutar com todas as minhas forças, usando todos os meios disponíveis, meios legais, meios de luta, vou participar de todos os atos e as ações que me chamarem. Quero dizer a vocês que, para mim, o último dia previsto do meu mandato é o dia 31 de dezembro de 2018. Eu quero dizer a vocês que eu não estou cansada de lutar, eu estou cansado é dos desleais e dos traidores. E tenho certeza que o Brasil também está cansado dos desleais e dos traidores.  E é esse cansaço dos desleais e dos traidores que impulsiona a mim a lutar cada dia mais.

Eles, portanto, quando propõem a minha renúncia, têm dois objetivos. O primeiro deles: eles querem, de todas as formas, evitar que eu continue falando com vocês e denunciando o golpe. Querem também disseminar uma ideia: “Ah, ela é mulher, ela não tem capacidade de resistir”.

Pois bem, eu quero dizer a vocês que a minha capacidade é enorme. Eu  carrego comigo a força das mulheres e também dos homens que  se tornaram protagonistas de seus direitos, sujeitos de seus direitos, nesses últimos 13 anos. Eu carrego em mim a força de vida dos 36 milhões de brasileiros e brasileiras que saíram da pobreza.  Eu carrego em mim os 11 milhões que moram em casa própria do Minha Casa Minha Vida. Eu carrego comigo os 63 milhões de brasileiros e de brasileiras que não tinham atendimento médico e agora têm, pelo Mais Médicos. Carrego os 9 milhões e 500 mil do Pronatec. O Pronatec, um programa de formação profissional no qual as  mulheres são a maioria. Carrego também todos os mais de 4 milhões que fizeram ProUni, que fizeram Fies, que entraram na universidade. E carrego todos aqueles filhos de pedreiros que viraram doutores. Todos aqueles que tiveram acesso à educação pela política de cotas. Por isso é que eu não, jamais vou desistir.

Quero dizer a vocês que os golpistas carregam outro tipo de promessa com eles mesmos. Eles carregam promessas que nós não votamos nelas. Elas foram derrotados nas urnas em 2014. Eles carregam com eles a promessa de retrocesso. Prometem eliminar a obrigatoriedade dos gastos em saúde e educação. Prometem desvincular os benefícios do salário mínimo, principalmente os previdenciários. Prometem privatizar tudo que for possível. Prometem acabar com o pré-sal. E é isso que nos diferencia. Eu não fui eleita para isso. Eu fui eleita com a força de vocês para garantir os programas sociais. Eles que prometem focar e flexibilizar, eles que abrem uma CPI da UNE, eles que perseguem todos os que são capazes de lutar a favor da diversidade e contra o preconceito, eles são os golpistas.

Nós temos um lado, o nosso lado é o lado que garante que as mulheres hoje sejam aquelas que recebem o cartão do Bolsa Família, que dá prioridade à titularidade da mulher no Minha Casa Minha Vida, que combate a violência contra a mulher, que aprovou a Lei do Feminicídio. Nós somos aquelas que queremos a casa da mulher brasileira porque queremos uma forma eficaz, efetiva, de garantir acolhimento, proteção às mulheres vítimas de violência. Nós queremos um País em que a intolerância, em que o preconceito não tenha espaço para crescer. Nós queremos um País em que sejamos cidadãos diferentes, porém não desiguais. É esse o país pelo qual todos nós lutamos.

Eu quero dizer a vocês que o povo brasileiro votou em mim duas vezes, e agora eu quero dizer que esses 54 milhões de votos que eu recebi das urnas no ano de 2014, eu vou honrá-los. Por isso eu quero dizer a vocês que esse processo de impeachment é um golpe, é golpe contra tudo isso que eu acabo de dizer. É um golpe.

Muitos deles dizem: “Ah”… Quando eles dizem: “Olha, na Constituição Brasileira está previsto o impeachment”. O que eles estão fazendo é contar só uma parte, uma parte da verdade. Eles ocultam que a Constituição Brasileira diz que impeachment só pode ocorrer se houver crime de responsabilidade. E eu não cometi crime de responsabilidade. Eles me acusam de seis decretos e uma transferência para o Plano Safra. Os seis decretos dos quais eles me acusam não são decretos feitos para beneficiar a Presidência da República, a minha pessoa ou quem quer que seja. São decretos de funcionamento do governo, decretos feitos pelos presidentes que me antecederam, como esses foram feitos 27 no governo de ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. E se naquela época não era crime, não é crime hoje também.

E eu vou dizer para vocês que tipo de decretos são esses. Não são decretos difíceis de entender. Um deles, por exemplo, diz respeito a pedido do Tribunal Superior Eleitoral, não tem nada a ver com Executivo. O Tribunal pede que nós aumentemos, suplementemos a verba de que ele possui por quê? Porque ele teve um excesso de arrecadação, porque arrecadou mais fazendo concurso público. Então, pedi a suplementação.

O outro pedido é do MEC, do Ministério da Educação, que pedia suplementação para hospitais federais. O outro, por exemplo,  é do Ministério da Justiça, que pedia para suplementar verbas para escoltas. Nenhum deles tem nenhum traço de irregularidade. O que eles questionam é que nós não poderíamos suplementar, que nós tínhamos de cortar despesas. É isso que eles questionam. Mas acontece que nós já tínhamos cortado as despesas. Então, há uma manipulação clara nesse caso.

E eu quero dizer a vocês: não tem nenhuma acusação, não tem nenhuma acusação de usar indevidamente o dinheiro público. Todos os decretos diziam respeito a ações e práticas limpas, límpidas, corretas. Se aplicado este mesmo princípio, vários governadores do Brasil teriam também de sofrer processo de impeachment. Isso é um absurdo, é um expediente que usam contra mim.

Agora, ainda pior é a acusação sobre o Plano Safra. O Brasil faz e financia, e financia – e nós temos orgulho disso: financiamos, financiamos, sim, a agricultura brasileira. Ela gera empregos, ela bota comida na mesa. E, portanto, o Plano Safra, ele é feito pelo Banco do Brasil. O governo, num período, atrasou o pagamento ao Plano Safra. E eles falam que esse atraso de pagamento é uma espécie de empréstimo que o Banco do Brasil fez para o governo, e isso não pode ocorrer. Eu nunca ouvi dizer que atraso de pagamento é empréstimo. Quando qualquer pessoa atrasa seu aluguel ou seu pagamento, ela não está pegando um empréstimo, até porque ela vai pagar juros  e multa pelo atraso. Nós pagamos. E tem mais, o que é pior ainda: eu, pela  lei, desde 1994, por essa lei, nenhum presidente da República executa o Plano Safra. Não somos nós que executamos o PLano Safra. Não tem uma assinatura minha nesse processo.

Então, eu estou sendo acusada por uma coisa que não é crime. E além de não ser crime, eu não estava presente nos atos. Não porque não queira, porque a lei assim prevê. E eles sabem disso. Por isso que isso é um golpe, o mais deslavado golpe. Mas não é um golpe qualquer. É um golpe que nós temos de entender a natureza dele. Esse pessoal não consegue chegar à Presidência da República por meio do voto popular, porque não vamos votar no projeto deles, que é um projeto de desmonte do Brasil. Então, eles usam esse processo do impeachment para fazer uma espécie de eleição indireta da qual o povo está alijado e não participa.

É isso que está em curso no Brasil: uma verdadeira eleição indireta. E nós temos de dar nomes aos bois. Esse é um processo conduzido pelo ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, em aliança com o vice-presidente da República. Os dois proporcionaram ao País esta espécie moderna de golpe. Um golpe feito não com as armas, um golpe feito não com baionetas, um golpe feito rasgando a nossa Constituição.

Eu tenho certeza que essa é uma luta pela democracia, é uma luta por essa democracia brasileira ainda jovem, ainda frágil, mas que está nas nossas mãos fortalecer. Como na vida das pessoas as crises servem para que cresçamos, para que avancemos, para que nos tornemos mais fortes. Da mesma forma num país um processo como esse deve servir para garantir que nós sejamos capazes de defender aquilo que conquistamos. Seja aquilo que conquistamos no plano da cidadania, seja aquilo que nós conquistamos no plano dos nossos direitos e das nossas lutas.

Vejam vocês, cada um de nós é diferente dos outros. E no Brasil essa diferença serviu para condenar alguns à escravidão, serviu para alijar a grande maioria do povo dos benefícios desse enorme, rico e cheio país, desse país imenso, continental.

Porém, o que nós fizemos, nos últimos 13 anos, foi mudar esse processo e mudar por um caminho: nós reconhecemos a diversidade, nos achamos que ela nos dá força, que ela nos dá vida. Mas nós sabemos que as oportunidades têm de ser iguais. As oportunidades. Quando as pessoas cantam que o filho do pedreiro vai virar doutor, que o filho da empregada doméstica vai se transformar em um médico, esse é o caminho pelo qual nós lutamos nos últimos 13 anos. É essa nossa proposta: a mudança radical em relação às oportunidades.

E aí nós vimos isso ocorrer. Nós vimos isso ocorrer quando quem nunca viajava de avião passou a viajar de avião. Muitos olharam e falaram: “O que esse pessoal está fazendo nesse lugar que era só nosso?” Esse lugar não é mais só deles, esse lugar é de todos nós.  Essa foi a maior revolução pacífica feita num país. E a força dela está em que nós provamos juntos, em cada uma das conferências, em cada um dos nossos diálogos, em cada uma das políticas que implementamos, que era possível mudar a realidade.

E quando se mostra que é possível mudar a realidade ninguém, ninguém, vai deixar de garantir que ela continue mudando. O que nós conquistamos, nós temos de ter clareza, foi só o começo. Tem muito para conquistar. Foi só um começo.

É óbvio que num país que há pouco tempo era um país escravista, um país que estava acostumado a um nível de diferença e de desigualdade social gigantesca, este foi um processo que trouxe descontentamentos de várias pessoas, não é de uma maioria, é de uma minoria. Daqui para frente nós vamos ter de assegurar também a nossa democracia, porque esse processo é um processo virtuoso, porque foi feito dentro da legalidade, sem violência. E nós vamos assegurar que a nossa democracia continue viabilizando, garantindo as oportunidades, construindo a participação de homens e mulheres.

E no nosso caso específico, no caso da desigualdade de gênero, nenhum fundamentalismo vai impedir que a nossa perspectiva de gênero se afirma cada vez mais. Nós sabemos o quanto existe, o quanto existe de misoginia, o quanto existe de machismo em algumas visões. Nós vamos reafirmar a nossa perspectiva de gênero. E eu tenho certeza que uma conferência desse porte, desse tamanho, dessa envergadura é, sem dúvida, uma das nossas mais importantes plataformas de luta.

Eu quero finalizar dizendo o seguinte para vocês: eu me sinto injustiçada, sim. Eu sou vítima de uma injustiça. Mas eu sou um tipo de vítima como nós brasileiros e brasileiras somos, principalmente nós brasileiras, vítimas, porém lutadoras, vítimas que não desistem, vítimas com consciência, vítimas com capacidade de luta.

Muito obrigada e um beijo em todas vocês.

Gilmar Mendes: `Dilma pode ir ao céu, ao papa ou ao diabo´ (só não pode ir ao STF, porque o Golpe passa por lá)

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ironizou nesta terça-feira 10 o recurso apresentado nesta tarde pelo ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União (AGU), contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Ah, eles podem ir para o céu, o papa ou o diabo”, disse Gilmar, quando questionado sobre a ação.

O ministro também ironizou a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de ter anulado o impeachment e depois voltado atrás em sua decisão.

“É interessante, né (risos)? Hoje eu vi uma notícia dizendo que isso (a decisão) foi regado a muita pinga, vinho. Isso até explica um pouco, né? É, tá muito engraçado isso. Estranho, né? Muito estranho”, comentou.





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