:: ‘cacau fino’
Organização Internacional do Cacau reconhece Brasil como país exportador de cacau fino
Depois de cinco anos de luta, o Brasil foi reconhecido pela Organização Internacional do Cacau (ICCO) como país exportador de 100% de cacau fino e de aroma. A inclusão no rol de países certificados no Acordo Internacional do Cacau ocorreu na quinta-feira (12), durante reunião do Conselho Internacional da ICCO, realizada em Abidjan, na Costa do Marfim.
A certificação que dá status diferenciado para países que exportam cacau fino e de aroma é feita desde 1972 pela ICCO. A certificação era uma luta dos produtores brasileiros de cacau e foi impulsionada pelo trabalho da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) na elaboração de um dossiê técnico com informações sobre o cacau do Brasil.
No documento aprovado, o Conselho da ICCO registra que, “embora as exportações de amêndoas de cacau sejam pequenas em volume, o painel reconheceu a apresentação de dados mostrando a situação do país como exportador exclusivo de amêndoas de cacau fino ou de aroma”.
Produção de cacau para chocolate fino aumenta no Brasil
(Valor Econômico)- Todos os alimentos têm histórias e sabores particulares, e, exceto por uma lista restrita de produtos como vinho, cachaça e alguns queijos, raramente os consumidores conectam as duas pontas. Essa distância existe no mundo do chocolate, mas, no Brasil, uma nova leva de empreendedores quer trocar esse disco e “reconectar” a produção nacional de cacau com a capacidade de produção de chocolates finos e de qualidade.
“Hoje você não sabe qual a origem do cacau, se é brasileiro, baiano, africano. Mas é possível ter um chocolate de origem se tiver rastreabilidade, quando você pode identificar de onde vem a amêndoa, e, principalmente, se tiver um percentual elevado de cacau na sua composição”, diz o empresário Marco Lessa.
Fundador da ChOr, que fabrica chocolates com alto teor de cacau produzido na Bahia, Lessa também é um dos principais expoentes da nova “cena chocolateira” brasileira. Já organizou festivais com empresas como a sua em Ilhéus, Belém e, no último mês, também em São Paulo.
Olhares mais atentos e bolsos mais cheios já notaram que as prateleiras de lojas em grandes centros urbanos como São Paulo estão começando a ser ocupadas por esses chocolates, que muitas vezes não têm só mais cacau, mas também a identificação da região de produção e até do agricultor responsável.
Trata-se, como reconhecem os próprios empreendedores, de um mercado de nicho. Mas eles acreditam que essa pode ser a solução para uma nova fase de crescimento da cacauicultura no Brasil, que perdeu o posto de maior produtor do mundo na década de 1990 ante os estragos causados pela vassoura-de-bruxa.
Brasil pode ser reconhecido como país produtor e exportador de cacau fino
O Brasil pode ser reconhecido como país produtor e exportador de cacau fino ou de aroma pelo Conselho da Organização Internacional do Cacau (ICCO, sigla em inglês), com sede em Abidjã, na Costa do Marfim.
O reconhecimento poderá sair até setembro, de acordo com o técnico da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Mendes, que neste mês participou de reunião no país africano.
Para Fernando Mendes, trabalho do Grupo OICACAU, constituído por representantes da Ceplac e da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI/Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), contemplou todas as demandas da ICCO sobre a qualidade das amêndoas de cacau exportadas pelo Brasil em recorte temporal até 2017.
O procedimento de reconhecimento internacional dos países está descrito no texto do Acordo Internacional do Cacau, de 2010, e prevê que os conselheiros da ICCO se reúnam a cada dois anos para finalizar análises e julgar os pleitos encaminhados em um dossiê técnico dos exportadores. No caso do Brasil, o dossiê com as informações requeridas foi elaborado pelo Grupo OICACAU do governo brasileiro.
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