:: ‘Organização Internacional do Cacau’
Organização Internacional do Cacau reconhece Brasil como país exportador de cacau fino
Depois de cinco anos de luta, o Brasil foi reconhecido pela Organização Internacional do Cacau (ICCO) como país exportador de 100% de cacau fino e de aroma. A inclusão no rol de países certificados no Acordo Internacional do Cacau ocorreu na quinta-feira (12), durante reunião do Conselho Internacional da ICCO, realizada em Abidjan, na Costa do Marfim.
A certificação que dá status diferenciado para países que exportam cacau fino e de aroma é feita desde 1972 pela ICCO. A certificação era uma luta dos produtores brasileiros de cacau e foi impulsionada pelo trabalho da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) na elaboração de um dossiê técnico com informações sobre o cacau do Brasil.
No documento aprovado, o Conselho da ICCO registra que, “embora as exportações de amêndoas de cacau sejam pequenas em volume, o painel reconheceu a apresentação de dados mostrando a situação do país como exportador exclusivo de amêndoas de cacau fino ou de aroma”.
Brasil poderá liderar aumento da produção mundial de cacau
A história do cacau no Brasil já passou por altos e baixos, mas os esforços recentes dessa cadeia no País para recuperar a produção já são vistos com otimismo pela comunidade internacional.
Recém-nomeado para a diretoria executiva da Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês), o belga Michel Arrion disse ao Valor que acredita que o Brasil deve liderar o crescimento de produção em todo o mundo, ao menos pelas próximas cinco safras.
As safras de cacau do Brasil têm sofrido nos últimos anos com a longa seca que abateu o Nordeste e derrubou os índices de produtividade na Bahia. Ao mesmo tempo, a produção do Pará vem demonstrando franco crescimento, com o apoio da Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
A estimativa da ICCO é de que a produção brasileira aumentará a uma taxa de 2,6% ao ano entre a safra atual (2018/19, iniciada neste mês) e a safra 2022/23.
Produção de cacau diminui e preços disparam
A diminuição de mais de 20% na safra 2013/2014 entre os produtores de amêndoa fez a indústria nacional de derivados do chocolate voltar a importar matéria-prima da África, principalmente da Costa do Marfim. No ano passado foram mais de 30 mil toneladas que chegaram no Brasil.
Especialistas alertam que o mundo vai enfrentar uma escassez de cacau e a oferta global não deverá atender a demanda, principalmente por chocolate.
A Organização Internacional do Cacau afirma que a última safra teve déficit de 175 mil toneladas, motivada por uma seca na África. Como consequência os preços subiram 25% em 2013 e dispararam em 2014.
A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau, calcula que o Brasil pode servir seu mercado interno ou externo. Segundo seus cálculos o Brasil tem capacidade de processar 240 mil toneladas de produto por safra. Para a safra 2014/2015 o cacau foi incluído, pela segunda vez, na política de preços mínimos: R$ 5,59 o quilo na região Nordeste e R$ 4,74 nas regiões Norte e Centro-Oeste.
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