:: ‘poema’
Perdão
Sione Porto
Nesta noite que abraça
O universo imenso
Aquela mágoa chorosa
Vem invadir o meu peito
Amargo e triste destino
Que ainda me assombra
Se põe entre o céu e a terra
Com marcas de desespero
São imagens que persistem
Pelo que te fiz sofrer
Consumindo meus dias
Sem dar trégua ao meu viver
Diz-me o que devo fazer
Para reverter esse mal
De forma definitiva
E acalmar meu coração
Errei e sei que fui cega
Mas hoje tudo conspira
Para alivio de minha culpa
Vim pedir o teu perdão
Êxtase
Sione Porto
És meu êxtase num profundo sopro
Éden exaltando meu corpo e minha alma
Natureza viril, meu sol de primavera
Que meu ser e minha vida acalmam
Gênese e essência do meu eu total
Como o som de harpas melodiosas
Que se espalha no ar com a beleza
E a pureza dos lírios e das rosas
Mais que vida, tua luz é quântica
Apaziguando meus cálidos desejos
Expondo anseios em tórridos beijos
Meu doce mel, és também
Meu desespero
Acaso
Sione Porto
Na tarde infindável
De desespero e brisa negra
Nada vejo e nada sinto…
Turbilhão de pensamentos,
Meus sonhos, meu acalanto
E o acaso
Na alma o desejo profundo
Floresce a ânsia de viver
Com teus abraços
Nessa paisagem outonal
Um aroma de rosas me aquece
Tua imagem feliz me enternece
E surge como um sonho
Ante os meus olhos
Traz de longe
Teu amor, doce pecado
Que explode em mim ardente
Como um beijo apaixonado!
Perfil da Imaginação
Sione Porto
Homem belo
de porte elegante,
possuis belezas
dos Deus do Olimpo
A natureza assim
quis te moldar
E com sopro de luz
te deu a vida
Com teu sorriso
iluminado de alegria
Fizeste em minha alma
tua morada
Porque és na terra
ideal de plenitude
em que meu amor
maduro se enclausura
Como eu te amo
Humana criatura!
Eu, Negro Sarraceno
Adroaldo Almeida
Quando fiquei muito rico
Virei um milionário das nuvens
Com os bolsos cheios de monstros
Tudo preso no zíper da calça
Uivando para as vagas do mar.
No colete do paletó
Levava o sol e a lua
As constelações estelares
Oprimidas na carteira de couro
Ao lados dos cartões, Cassiopeia
Ateia humanista da rua.
No porto azul do Mediterrâneo
Embaixo das falésias de Montecarlo
A princesa me esperava nua
Mas eu me lembrava de ti
No pátio do ginásio, recreio
Pirulito na boca, riso.
As lembranças atravessaram a praia
Peguei meu guarda-chuva de ouro
E voei para a África
Pendurado em seus lábios
E ancorado nos ancestrais
Berberes, marroquinos, mouros.
Perdão
Sione Porto
Nesta noite que abraça
O universo imenso
Aquela mágoa chorosa
Vem invadir o meu peito.
Amargo e triste destino
Que ainda me assombra
Se põe entre o céu e a terra
Com marcas de desespero.
São imagens que persistem
Pelo que te fiz sofrer,
Consumindo os meus dias,
Sem dar trégua ao meu viver.
Diz-me o que devo fazer
Para reverter esse mal
De forma definitiva
E acalmar meu coração.
Errei e sei que fui cega,
Mas hoje, tudo conspira
Para alívio de minha culpa,
Vim pedir o teu perdão!
Reminiscências
Sione Porto
No meu coração ardente,
Guardei teu amor maduro
Como pérolas de conchas
Que retirei do escuro.
No teu olhar apaixonado
De quimeras e desejos
Depositei meus segredos
Guardados dentro do peito.
Do nosso imenso amor
Frutificou a paixão
E bela noite de inverno
Ficou no meu coração.
Protegida em teus braços
E percorrendo as ruelas
Procuramos belos fados;
Os ouvimos em A SEVERA.
Lembro-me bem, meu amor
Do teu olhar carinhoso
Já repleto de saudade
Sofrendo com meu retorno.
Sob o som de calma música,
Com anjos “esvoaçantes”,
Vivemos prazeres mútuos,
E hoje estamos distantes.
Perdão
Sione Porto
Nesta noite que abraça
O universo imenso
Aquela magoa chorosa
Vem invadir meu peito.
Amargo e triste destino
Que ainda me assombra
Se põe entre o céu e a terra
Com marcas de desespero.
São imagens que persistem
Pelo que te fiz sofrer,
Consumindo os meus dias,
Sem dar trégua ao meu viver.
Diz-me o que devo fazer
Para reverter esse mal
De forma definitiva
E acalmar meu coração.
Errei e sei que fui cega,
Mas, hoje, tudo conspira.
Para alívio de minha culpa,
Vim pedir o teu perdão!
Reencontro
Sione Porto
Mágico reencontro no frio aeroporto;
Tu, a esperar-me de anorak vermelho,
Enquanto aflitos, meus olhos te buscavam
Através dos espelhos… desespero.
Teus olhos brilhantes me enxergaram,
Docemente e feliz me aproximei.
Com sorrisos repetidos e surpresos
Meus braços amorosos te apertavam.
Em Fátima, à noite, sinos badalavam,
E eu retraída, no frio que sufocava,
Em teu peito, feliz, me abrigava.
Naquela noite de inverno e silêncios,
Permiti percorrer-me suavemente,
E fiz-me tua sobre rosas e lençóis.