:: ‘2 de Julho’
Lula destaca papel da Bahia na indústria automobilística nacional
Presidente reafirma compromisso com o desenvolvimento do estado,
que tem R$ 105 bilhões em investimentos do Novo PAC

Dos R$ 65,6 bilhões do Novo PAC previstos até o fim de 2026 na Bahia, R$ 32,7 bilhões já foram executados. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Durante entrevista ao Jornal da Manhã, na Bahia, nesta quarta-feira, 2 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel estratégico da Bahia na retomada da indústria automobilística nacional. A instalação da montadora chinesa BYD no Polo Industrial de Camaçari, no local onde funcionava o complexo da Ford, marca a nova fase de industrialização e modernização do país.
“Pouca gente esperava que, depois da falta de respeito da Ford com a Bahia e com o Brasil, a gente fosse colocar no mesmo lugar uma empresa chinesa para fazer uma revolução na indústria automobilística brasileira. É isso que a BYD está fazendo”, afirmou.
Nós já temos muito investimento, muito carro novo. A disputa sobre quem vai ser o melhor carro elétrico e quem vai ser o carro híbrido é uma coisa extraordinária. A Bahia merece”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
Com investimento de R$ 5,5 bilhões, a fábrica da BYD está em fase de testes e deve iniciar a produção ainda em 2025. Terá capacidade inicial de 150 mil veículos por ano, podendo chegar a 300 mil. Para o presidente, a chegada da montadora estimula a competitividade. “Depois que a BYD se instalou na Bahia, recebi anúncio de R$ 130 bilhões em novos investimentos da indústria automobilística no Brasil inteiro. Isso não acontecia há mais de 10 anos”, destacou.
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Presidente Lula acompanha cortejo do Dois de Julho pelo quarto ano consecutivo
Data cívica baiana é marco na consolidação da Independência do Brasil
Pelo quarto ano seguido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez questão de marcar presença no Dois de Julho, em Salvador, data que celebra os 202 anos da Independência da Bahia. Ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do ministro da Casa Civil, Rui Costa, Lula participou do tradicional cortejo cívico, acompanhando o povo baiano em um dos momentos mais simbólicos da nossa história.
Em clima de festa e emoção, o presidente foi saudado pelo público com entusiasmo e seguiu junto ao cortejo até o Pelourinho, reafirmando o compromisso com a valorização da cultura e da luta do povo baiano. As primeiras-damas da República, Janja da Silva, e do Estado, Tatiana Velloso, também estavam presentes.
Na terça-feira (1), o presidente enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei que propõe transformar o Dois de Julho em feriado em todo o Brasil, em homenagem à consolidação da Independência.
“Ano passado ele se comprometeu que buscaria transformar a data em nacional e nós estamos aguardando. A gente vai constituindo aqui o material para consolidar um processo no currículo escolar, de uma data oficial. Transformar em lei é muito importante”, ressaltou Jerônimo Rodrigues sobre a relevância da iniciativa de oficializar as celebrações do Dois de Julho no âmbito nacional.
Fotos Thuane Maria e Joá Souza-GOVBA
Bahia celebra 202 anos de Independência com tradicional cortejo cívico; governador e presidente marcam presença nas comemorações
Ao nascer do sol, o Largo da Lapinha já estava cheio de gente animada para acompanhar mais uma edição do tradicional desfile do Dois de Julho, que este ano celebra os 202 anos da Independência da Bahia. Uma data que é muito mais que um feriado: é orgulho, resistência e memória viva do povo baiano, como explicou Rosane Pacheco, que mora há cinco anos em Salvador, mas acompanha o desfile há quatro décadas.
“Essa data representa a história que não é contada. Não sou de Salvador, mas tenho aprendido muito com as nossas histórias e me sinto pertencente. Aqui se vê toda essa mistura acontecendo, essa libertação. Dois de Julho para mim é isso”, pontuou ela.
Logo às 8h, o governador Jerônimo Rodrigues participou da cerimônia de abertura, com o hasteamento das bandeiras ao som do Hino Nacional, executado pela Banda de Música da Marinha do Brasil.
“É nossa alegria, porque nós começamos desde o dia 25 de junho, em Cachoeira, e hoje a consolidação. Desde criança e adolescente que eu participava dessa data, desfilando pela escola, fazendo as apresentações, fui crescendo e, cada vez mais, me consolidando enquanto um cidadão que tem consciência do Dois de Julho. Agora como governador, forçar para que a gente possa incluir no currículo escolar, para explicar às nossas crianças, adolescentes e jovens, o significado dessa data”, disse Jerônimo no início do cortejo.
Sindicato dos Jornalistas participa do cortejo do 2 de Julho e reivindica salário digno e valorização profissional
Em meio às cores vibrantes e ao entusiasmo contagiante do tradicional cortejo de 2 de Julho, o Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) marcou presença, reforçando seu compromisso com a história e a cultura do estado. A data, que celebra a Independência da Bahia, é um dos eventos mais importantes do calendário baiano, atraindo milhares de pessoas às ruas de Salvador.
O Sinjorba, representado por seus diretores e associados, levou às ruas suas reivindicações, mostrando à população algumas das lutas atuais da categoria, como a aprovação da PEC do Diploma, que está em tramitação na Câmara Federal e restabelece a exigência de formação superior em Jornalismo para o exercício profissional.
O Sinjorba, que está em campanha salarial, buscando negociar junto aos veículos e assessorias, também reivindicou um salário digno para a categoria e protestou contra o assédio no exercício profissional e o Projeto de Lei 1904, que criminaliza o aborto legal.
A vice-presidente do sindicato, Fernanda Gama, destacou a relevância da participação da entidade no evento: “O 2 de Julho representa a resistência do povo baiano, e a presença do Sinjorba no cortejo reafirma o compromisso da entidade com a categoria e a luta pela valorização profissional. O jornalismo tem uma função essencial na manutenção da democracia, e é fundamental que lutemos pelo respeito e garantia dos nossos direitos”, afirmou Fernanda.
Mais uma vez, Lula se une a Jerônimo na maior festa cívica da Bahia
O presidente da República e o governador do Estado seguem
em carro aberto pelas ruas do cortejo ao 2 de Julho
A celebração pela independência do Brasil na Bahia está sendo prestigiada, mais uma vez, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (2). Em carro aberto, com o turbante dos Filhos de Gandhy, Lula participa, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, do emblemático desfile do 2 de Julho. O cortejo segue em direção à Praça Municipal, acompanhado de milhares de baianas e baianos.
Fanfarras, ruas movimentadas e sacadas de casas decoradas manifestam a alegria e o orgulho do povo da Bahia pelos heróis dessa história que em breve será contada nos livros escolares de todo o país. Uma demanda do Estado reconhecida pelo presidente Lula, que já está em andamento e trâmites burocráticos.
Acompanham o cortejo, junto com o presidente, o vice-governador Geraldo Júnior, a primeira-dama do Brasil, Janja Silva, e a primeira-dama da Bahia, Tatiana Velloso.
(FOTOS: Mateus Pereira/GOVBA)
“Nossa história precisa ser contada nos livros escolares”, afirma Jerônimo no 2 de Julho
Durante o evento cívico mais importante da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues destacou que o presidente Lula já deu o aval para que livros didáticos brasileiros possam contemplar o 2 de Julho como marco importante para a Independência do Brasil. “A palavra do Lula ontem reconhece que essa história tem que ser contada para o Brasil”. O chefe do executivo disse que o projeto já está em andamento.
“No dia 25 de junho, encaminhamos um documento ao ministro da Educação, Camilo Santana, para que os livros didáticos do Brasil possam revelar, contar nossa história. E nós não estamos disputando com o 7 de setembro, não é isso, são outros momentos e etapas”, afirma.
(Foto Mateus Pereita-GOVBA)
Transferência da sede do Governo do Estado para Cachoeira, no Recôncavo, marca o início das comemorações pelo 2 de Julho
A cerimônia de transferência simbólica da sede do Governo do Estado de Salvador para Cachoeira, no Recôncavo Baiano, nesta terça-feira (25), marcou o início das comemorações pelos 201 anos da Independência do Brasil na Bahia. O ato simbólico contou com a participação do governador Jerônimo Rodrigues, que recebeu o título de cidadão cachoeirano e lançou a Feira Literária Internacional de Cachoeira (Flica 2024).
O tiro da alvorada, no porto de Cachoeira, marcou o início da solenidade. Em seguida, houve o hasteamento da bandeira na Praça da Aclamação, com execução dos hinos Nacional, da Bahia e de Cachoeira pela Banda de Música da PM e Filarmônica 25 de Junho; e o ‘Te Deum’, ato religioso na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, em memória aos que lutaram pela independência.
Na Câmara Municipal, o governador recebeu o Título de Cidadão Cachoeirano por suas importantes contribuições ao desenvolvimento do município, e na oportunidade, anunciou a entrega ao Ministério da Educação de um documento para que a luta pela independência do Brasil na Bahia seja um componente curricular na rede estadual de ensino e faça parte dos livros didáticos. “É uma honra receber essa homenagem em um local onde a independência do país começou. Com o Governo se instalando em Cachoeira temos a oportunidade de mostrar ao país a nossa força. Encaminharei um documento ao MEC, orientando que os livros e o currículo escolar possam contar a história real do nosso povo, que não é só da Bahia, mas do Brasil”, pontuou Jerônimo Rodrigues.
Batem mais fortes os brasileiros corações
Por André Curvello
Por uma bela obra do acaso, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tornou inelegível por oito anos o ex-presidente da República aconteceu poucos dias antes da comemoração dos 200 anos do evento histórico que consolidou a independência do Brasil.
Coincidência ou não, havia um clima diferente nos festejos de ontem, desde o Largo da Lapinha e por todo o trajeto do cortejo do 2 de Julho. As pessoas não disfarçavam sua felicidade, sua euforia, como se estivessem também celebrando os novos tempos do nosso país.
Tradicionalmente, o desfile da independência baiana é uma mostra de que a identidade nacional tem sido construída diariamente por mulheres, homens, jovens, pessoas mais experientes, negras e negros, povos tradicionais, e por todos aqueles que acreditam na democracia e defendem os direitos humanos.
Mais uma vez, as pessoas se manifestaram contra ou a favor desse ou daquele governo, e adversários políticos conviveram respeitosamente. Tudo com muita liberdade e democracia, como deve ser.
Havia um certo sentimento coletivo de rompimento com o passado recente. A forma calorosa com que o presidente Lula foi recepcionado foi uma grande prova disso. Por sinal, sua participação no desfile pela segunda vez é um sinal do seu carinho pela Bahia e uma forma de expressar sua gratidão aos eleitores e eleitoras.
O Brasil deseja e precisa de união e reconstrução. Para que isso seja conquistado, um bom começo é seguir o que diz o nosso hino: nunca mais o despotismo regerá nossas ações.
2 de Julho: nós, por nós mesmos
Ernesto Marques
Como há 200 anos, neste 2 de Julho de 2023, a sociedade baiana oferece uma generosa lição de brasilidade ao Brasil. Mais uma vez este país-promessa renasce na terra-mãe de todos nós, onde nasceu, para reescrever a sina que nos ensina a viver Pindorama: onde houver luta, há esperança.
Sobretudo depois do 8 de janeiro de 2023, irmão natimorto do 7 de setembro de 2022, estamos a viver uma experiência histórica que faz deste Bicentenário da Independência do Brasil na Bahia, muito mais do que uma ephemeride.
A data é, sim, argumento definitivo na peleja para se compreender sua importância para viventes de qualquer parte dos mais de 8,5 milhões de km². Território mantido íntegro à custa do sangue mestiço derramado nas batalhas travadas nas temidas províncias do norte. Sim! As províncias do norte… Onde há luta, há esperança, ensina a história.
Uma das belezas deste Bicentenário é isso: enquanto defendemos o valor da data, lembramos também que não foi coisa só da brava gente baiana. Tínhamos um longo histórico de levantes contra todas as desumanidades do colonialismo, começando pela escravidão e o genocídio. Mas veio gente dos quatro cantos para a luta preparada desde antes do Ipiranga. Assim como lembramos e reivindicamos o devido reconhecimento para as batalhas duríssimas ocorridas daqui até o Pará.
Outra luz desta nossa efeméride é a reparação construída e conquistada em honra aos nossos ancestrais e ao legado de coragem de quem oferece sua propriedade mais valiosa, o próprio corpo, em oposição à iniquidade. Às pessoas heroicas de 2 séculos atrás, correspondem descendentes que certamente se sentem bem representados pelo mestre Luis Henrique Dias Tavares. O faro de jornalista comprometido com a precisão, talvez o tenha inspirado no rigor do método científico. O coração comunista talvez o tenha inspirado a enxergar mais lentes a cada primeiro dia de aula, por detrás dos olhares atentos ao professor.
Há pelo menos 2 gerações de discípulos de Luis Henrique, além de remanescentes de sua geração de incríveis na pesquisa histórica, todos com algum protagonismo nas batalhas de hoje. Esta própria edição histórica do Diário Oficial do Estado é parte da luta colaborativa para reescrever a nossa história em ato coletivo de reparação. Como há 200 anos, somos nós por nós mesmos.
Na reescrita, devolve-se o justo protagonismo a quem lutou e venceu, promovendo a precedente, o absurdo da história de uma guerra só agora mais conhecida e mais bem contada pelos efetivos vencedores. A reescrita coletiva mobiliza crias da geração de Tavares, e novas crias se formam a partir da leitura da sua produção acadêmica e literária.
Há uns poucos anos, um novo exército pacificador iniciou a marcha gloriosa, porque em glória a ancestrais que conquistaram a “vitória pelos mares e campos baianos”. Hoje, como 200 anos atrás, o povo estará nas ruas em justíssima auto-reverência. Festa da felicidade cívica, celebração da liberdade, como fazemos desde 1824.
Ainda estamos longe da realização do sonho de justiça que nos conduziu à vitória naquele 2 de Julho. Assim como as marcas da escravidão estão bem presentes. O país parido na luta insiste em ter esperança de fazer-se nação plena, e a reescrita da história da Independência do Brasil na Bahia é mais uma contribuição da nossa brava gente baiana – conceito que alcança quem nasceu e quem escolheu renascer aqui.
No próximo ano, outro bicentenário: o da celebração. Como há 200 anos, somos nós por nós mesmos.
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Ernesto Marques é jornalista e radialista