:: ‘rio cachoeira’
Parceria para salvar o Rio Cachoeira
O secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Itabuna, Lanns Almeida Filho, apresentou à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento o projeto de restauração do Rio Cachoeira. Ele foi aprovado pelo Fundo Nacional de Mudanças Climáticas e obteve do secretário Cássio Peixoto, o compromisso de apoio à viabilização do projeto.
Ele prevê a estruturação do sistema de água e esgoto dos bairros São Roque e Antique, em ação articulada com a Emasa. Entre as ações está a recuperação de estações de tratamento de água. Também serão feitos a modernização do sistema de abastecimento, implantação de reservatórios, cooperação para a revitalização do sistema de esgotamento sanitário da cidade.
“Ao ampliar o escopo de atuação do projeto para abrigar ações de infraestrutura hídrica, podemos potencializar as ações que envolvem os recursos ambientais e oferecer à população melhor qualidade de vida”, disse Peixoto. A área de abrangência do projeto envolve ainda os municípios de Itapé e Ilhéus e já tem assegurados recursos da ordem de R$ 2,4 milhões do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas (FNMC).
O Rio Cachoeira e o balé dos peixes-garrafa
A elevação do nível do Rio Cachoeira, em Itabuna, provocada pelas chuvas, deu a sensação de um rio cheio de vida, em contraste com o rio semi-morto dos períodos de estiagem.
Mera ilusão. As dezenas de garrafas plásticas flutuando no trecho próximo à ponte de pedestres que liga o centro da cidade ao bairro Conceição, revelam os estragos feitos pela falta de consciência da população, que insiste em transformar o Rio Cachoeira num depósito de lixo, como se não bastassem o esgoto e os dejetos industriais sem tratamento.
O balé dos peixes-garrafa é também a ópera fúnebre do descaso com um rio que agoniza.
Nível do Rio Cachoeira sobre e aumentam os riscos nas regiões ribeirinhas
As chuvas não param de cair em Itabuna e o volume de água no Rio Cachoeira aumentou consideravelmente as ultimas horas. No centro da cidade, a água está a cerca de dois metros do nível da rua.
O clima é de preocupação nas áreas ribeirinhas, onde as cheias do rio já atingiram algumas casas.
A previsão do tempo indica que vai continuar chovendo no Sul da Bahia pelo menos até o próximo sábado.
Feira de Ciências do CEEP Itabuna alerta sobre poluição do Rio Cachoeira
A necessidade de preservação do Rio Cachoeira e o respeito ao meio ambiente foram os temas da Feira de Ciências realizada pelo Centro Estadual de Educação Profissional em Biotecnologia e Saúde/ CEEP Itabuna. O evento faz parte do projeto “Um rio que passou em minha vida”, com a participação dos alunos s dos cursos técnicos de Gerência em Saúde, Nutrição, Biotecnologia e Enfermagem.
A programação foi iniciada com um abraço simbólico ao Rio Cachoeira, com a presença de diretores, professores e alunos do CEEP Itabuna. Tomado pelas baronesas, o rio se transformou num imenso canal de esgotos sem tratamento e em depósito de lixo. “Esse abraço demonstra a preocupação dos estudantes com a preservação de um rio que faz parte da história de Itabuna”, afirma a diretora do CEEP, professora Josonita Marinho.
A Feira de Ciências, realizada no espaço de convivência do CEEP Itabuna, incluiu a apresentação de trabalhos sobre coleta seletiva de lixo, reciclagem, análise da água, doenças provocadas pela poluição do rio e consumo de alimentos saudáveis. Também foi realizada a exposição “Rio Cachoeira, um olhar”, com fotos da artista plástica Conceição Portela, que misturam a beleza e o definhamento do rio.
A professora Adriana Mabel, coordenadora do projeto “Um rio que passou em minha vida”, destaca que “buscamos despertar a consciência ecológica dos alunos e ao mesmo tempo mobilizar a comunidade para a necessidade de salvar o Rio Cachoeira. As estudantes do curso de Nutrição, Mariela Cristina de Jesus Silva e Michaela Pereira esperam que “as autoridades tomem providências para evitar a degradação do Rio Cachoeira e que a comunidade faça a sua parte, evitando jogar lixo e poluir ainda mais o rio”.
Cachoeira, um triste rio/esgoto
Entra ano, sai ano, entra prefeito, sai prefeito e o Rio Cachoeira continua seu inexorável destino rumo à morte.
Uma morte provocada não pela natureza, mas pelas mãos humanas, pelo descaso e pela insensibilidade.
O Rio Cachoeira, tão marcante na história de Itabuna, foi reduzido a um canal de esgotose depósito de lixo.
Sujo, fedorento, abandonado.
E esse o rio que (não) estamos legando para as gerações futuras?
Crônica de um rio que pede socorro
José Bastos não foi apenas um dos principais personagens da história centenária de Itabuna e nem é somente o nome de uma praça no centro da cidade.
Foi, também, um poeta talentoso, que ao lado de Telmo Padilha e Valdelice Pinheiro, rendeu em prosa e verso uma homenagem a um rio:
“Do Cachoeira escutando os bravios rumores/Como a Iara gentil destas águas profundas!/Oh! Como sou feliz e me sinto orgulhoso/ De um dia ter nascido em seu seio faustoso/Sob o esplendor de um céu de beleza tão rara”.
De José Bastos e, um pouco mais recentemente, de Telmo e Valdelice pode se dizer que, além da paixão desmesurada por Itabuna, viveram num tempo de bravios rumores, iaras gentis e águas profundas de um rio que transbordava vida, inspirava poetas, alimentava as pessoas com seus peixes fartos e garantia o sustento de lavadeiras e areeiros.
Um rio que, lá se vai mais de um vai um século, testemunhou caudaloso e silente (aqui, justas referências a Telmo Padilha e Valdelice Pinheiro) o nascimento de uma cidade, Itabuna, como décadas antes testemunhara o surgimento de uma vida, Tabocas, brotada às suas margens generosas.
Não é de todo exagerado dizer que a Itabuna metrópole, cidade de braços abertos, espírito empreendedor pairando sobre ela e que a despeito de eventuais crises cíclicas não para de se desenvolver, é filha desse rio, que serpenteia entre matas, divide/une as duas partes da cidade e segue seu caminho ao encontro da imensidão do mar.
Filha ingrata, diga se de passagem!
Ao longo das últimas três décadas, com o acentuado e desordenado crescimento de Itabuna, o Rio Cachoeira vem passando por um processo de deterioração que praticamente o transformou num imenso e fétido canal de esgotos. No trecho urbano de Itabuna, as matas deram lugar ao lixo.
Esse misto da falta de responsabilidade dos órgãos públicos e da falta de consciência da população transformou o antigo rio vivo, num rio quase morto, a implorar por um socorro que não vem.
Se nos tempos centenários a cidade precisou do rio para nascer, agora é o rio quem precisa da cidade para não morrer.
Enquanto ainda há tempo de evitar que ele morra…
É preciso que se olhe para o Rio Cachoeira, patrimônio que a centenária Itabuna insiste em maltratar.
Não com o olhar de piedade ou de indiferença, mas com o olhar, e principalmente com o compromisso, de quem sabe que é preciso agir agora para salvar o Rio Cachoeira.
O nosso rio.
CERB APRESENTA PROPOSTA PARA INÍCIO DE OBRAS DA BARRAGEM DO RIO COLONIA
A Companhia de Engenharia Rural da Bahia (Cerb) entrega nesta semana à Caixa Econômica Federal a proposta de edital para a licitação das obras da barragem do Rio Colônia, em Itapé. A licença ambiental para a obra foi concedida pelo Instituto de Meio Ambiente da Bahia,com a realização de uma audiência pública que reuniu cerca de mil pessoas, e os recursos já estão disponíveis pelo Governo Federal, sendo 41 milhões e 500 mil reais do Ministério das Cidades e 27 milhões e 500 mil reais do Ministério da Integração Nacional, estes através de emenda da bancada baiana, numa mobilização do deputado Geraldo Simões.
A barragem do Rio Colônia ocupará uma área de 1621 hectares, com altura de 19 metros e capacidade para armazenar 62 milhões de metros cúbicos de água, o que vai garantir uma vazão de 1.400 litros por segundo, Além de garantir o abastecimento de água de Itabuna, Itapé e Ibicaraí pelos próximos 50 anos, a barragem também poderá abastecer os empreendimentos atraídos pelo Porto Sul, permitindo ainda a manutenção regular da vazão dos rios Colônia, Salgado e Cachoeira durante todo o ano.
Em debate, o saneamento básico em Itabuna
Temas como o destino do lixo e dos esgotos domésticos e industriais, serão abordados durante o Seminário “Em Debate, o Saneamento Básico”, que acontece nesta terça-feira (06), a partir das 19 horas, no auditório da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Itabuna. O evento é uma iniciativa do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comam), que pretende abordar a questão do saneamento básico, a partir da lei federal 11.445/07, na qual estão estabelecidas as diretrizes nacionais para o saneamento básico.
A programação do seminário inclui palestras da engenheira sanitarista ambiental Aline Matulja, que abordará o tema “Saneamento e Saúde”; do economista, professor da FTC e doutorandoem Meio Ambientepela Uesc, Anderson Alves Santos, que falará sobre a Lei 11.445; e do promotor público Yuri Melo, acerca dos “Planos do Ministério Público da Bahia para Saneamento Básico”.
A preocupação maior com a questão do lançamento de dejetos nos mananciais terá destaque no seminário, que deverá fazer uma crítica à falta de investimentos do poder público para ampliar a coleta e o tratamento dos esgotos. Em Itabuna, as estações de tratamento há muito tempo chegaram à saturação e a maior parte dos esgotos é despejada “in natura” no Rio Cachoeira.
“É preciso enfrentar a questão e esse é o objetivo deste seminário, que pretende envolver toda a sociedade no debate, não apenas em torno do abastecimento público de água, mas do problema ambiental causado pelos esgotos”, afirma o professor Antônio Fontes, presidente do Conam.