:: ‘poemas’

A escritora baiana, Rita Santana, lança um livro de poemas chamado “Borrasca” no dia 9 de março. A obra é uma declaração radical de amor à arte e à vida. O evento de lançamento será às 15h, na BLÁ-BLÁ-BA, espaço cultural recém-inaugurado no Rio Vermelho, bairro de Salvador.

Segundo a autora, o livro “Borrasca” é um daqueles raros livros onde a literatura não rompe seu contrato com a fragilidade da condição humana.

O livro é dividido em 36 poemas que traduzem, em maior ou menor grau, o impacto dessas mudanças. Rita Santana se utiliza de uma linguagem clara e fecunda — como a água — para construir versos de intensa musicalidade, ousadia e rigor formal.

Olhar da escritora baiana sobre os livros

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Sione Porto

Quantos beijos naquela noite

… carinhos tão desesperados,

Por que não tivemos

coragem de ficar?

Teus olhos tão cheios de mágoas

… meus olhos tão cheios de dor!

Mãos cálidas ansiosas

… na escuridão de nossa solidão

abraçavam-se ansiosas

num desejo de se encontrar.

Por que não tivemos

coragem de confessar?

Nosso amor foi toda uma vida

… foste tu a própria vida

Vida que não posso estar…

A escritora baiana Renata Ettinger lança, neste domingo, 6, seu novo livro de poesias ‘GRITO – silêncios ecoando em minha voz’. O lançamento acontece às 18h, com um bate-papo online – pela plataforma Zoom – com a escritora e leitura de poemas.

O livro traz 45 poemas em uma sequência temática que funciona como guia para o processo de desenvolvimento da arte de se expressar buscada pela autora.

 

“GRITO é meu segundo livro de poesia, que nasceu depois de um silêncio de quase 20 anos e de um último poema que dizia “Não vou mais cantar”. Foi preciso tempo para maturar minha palavra. Para “ser corpo/ e casa/ e melhor morada/ para minha própria/palavra”. Para me entender uma voz. Uma voz que não tem medo de ser ouvida. Por isso, GRITO”, explica a autora, em tom de poesia.

As pessoas interessadas em adquirir a obra ou saber mais informações, devem visitar o site da autora. O link para participar do evento será disponibilizado no dia do lançamento, no Instagram @renataettinger.

Roseli Arrudha

Trago em mim perdidas guerras
chão adubado a carne e sangue supliciados
um cenário imenso manchado de esquecimento
na quietude parda e sofrida das serras.
Venho de um lugar modesto
Santo Antonio braço dado com Iansã
dizem que por ter esse sorriso franco
que não sou pura, que não presto
que o meu sangue é preto e branco
que sou mameluca nunca donzela
que ainda tenho o pé na senzala
que sou muambeira da favela.
Eu que trago substância exótica
na congada das primas lavadeiras
na reza das avós tupis
inicio aqui ventura das ladeiras
olhos no céu, alma no chão
e para o vosso entretenimento
ofereço os doces frutos mestiços
colhidos dessa árvore que eu sou
e a melodia do samba irmão
lamento doloroso da minha raça equilibrista.
Não é fácil não ser de lá e nem de cá
desde antanho sobre a cor da minha pele
combatem escravos e reis
e se ergo os punhos nativos em luta
erguem-se algemas estrangeiras em minhas leis.
Eu venho de uma terra de despossuídos
venho de um lugar modesto
e dizem que por ser o que eu sou
que sou miscigenada
que não presto
contudo, se eu me imundo
é de vossas heranças.

——

(poema do livro “Eu que sou o que sou, a vós absolvo”, lançamento 21 de setembro de 2018 em Lisboa, Portugal)

A Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (FICC) encerra suas atividades culturais de 2015 com o lançamento do livro de poesias “Tempo Útil”, de Carmelita Andrade. É o primeiro livro da autora, que tem 102 anos de idade.

O lançamento acontece n?esta ?segunda-feira (21), às 19 horas no Foyer Cultural da FICC

A publicação é resultado da preocupação de familiares e amigos de organizarem poesias que a autora vinha escrevendo ao longo de sua vida. A partir de 1973, os trabalhos escritos foram sendo guardados, e, hoje, compõem o livro “Tempo Util”. Os trabalhos revelam a história da autora, sua visão de mundo; num trabalho autobiográfico em forma de versos.