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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

abril 2024
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Filme: Nuovo Cinema Paradiso


Por Raquel Rocha

Salvatore Di Vita é um famoso cineasta que mora em Roma. A primeira cena do filme mostra sua mãe tentando ligar para ele para avisar que alguém havia falecido enquanto sua irmã diz que é inútil, que ele não se importa pois há 30 anos não retorna a Sicília, cidade em que nasceu. Seria Salvatore Di Vita um boçal que renega suas raízes? A noite o cineasta, ao deitar, recebe o recado que sua mãe havia deixado, comunicando o falecimento e o funeral de alguém chamado Alfredo. A câmera vai se fechando lentamente no rosto desse homem e acontece a magia do cinema.

Salvatore é então Totó, um o coroinha na igreja da pequena cidade. Após a missa o padre vai até o cinema assistir o filme do dia e censurar as cenas de beijos antes da exibição para o púbico. Totó vai junto escondido e se enfia na sala de projeção onde o projetista Alfredo exibe os filmes para o padre. Alfredo o expulsa mas ele sempre volta. Alfredo briga com ele mas ele sempre rebate. Ele olha Alfredo retirar os pedaços de filmes com as cenas dos beijos e pede-as para si. Alfredo não dá, diz que é material inflamável, perigoso. Mas Totó sempre rouba alguns pedados que encontra no chão.

Totó é um menino difícil, não se encaixa bem nos papeis que deveria desempenhar, como coroinha, como aluno e como filho. Seu pai não havia voltado da guerra e sua mãe vivia com dificuldade com duas crianças. A única forma de felicidade de Totó estava no mundo dos filmes, onde tudo era possível. Por isso não conseguia ficar longe da sala de projeção do Cinema Paradiso, mesmo quando foi terminantemente proibido após provocar um incêndio em sua casa com os pedaços de película que tinha furtado. A teimosia do pequeno cinéfilo é maior que a resistência do projetista e aos poucos Alfredo aceita aquele menino e divide com ele sua grande paixão.

Alfredo o ensina a projetar filmes mas sempre o incentivando a estudar, pois ele precisava ser alguém, se livrar do vício do cinema, para não acabar como ele, que passou a vida numa sala de projeção esquecido. Uma belíssima amizade nasce entre essas duas figuras tão diferentes, o menino e velho, unidos pelo amor aos filmes que são exibidos no Cinema Paradiso.

O filme conta uma história simples, sem grandes viradas, mas o roteiro é construído com tanta sensibilidade que o expectador fica duas horas encantado diante da tela, sentindo-se exatamente como Totó quando fugia para a sala de projeção.

A força do filme talvez decorra do fato de se tratar de um retrato autobiográfico do diretor Giuseppe Tornatore (La leggenda del pianista sull’oceano, La domenica specialmente) que conta sua história de vida com sutileza rara. O filme fala sobre amizade, sobre destino, sobre paixão e sobre o quanto uma pessoa pode se importar com outra. A cena final é umas das mais belas da história do cinema. Não só a cena, Cinema Paradiso é um dos filmes mais belos de todos os tempos, uma declaração de amor, uma verdadeira obra de arte.

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“Alfredo: Vivendo aqui dia após dia, você acha que é o centro do mundo. Você acredita que nada vai mudar. Então você sai: um ano, dois anos. Quando você voltar, tudo mudou. O fio está quebrado. O que veio a encontrar não está lá. O que foi o seu está desaparecido. Você tem que ir embora por um longo tempo … muitos anos … antes que você possa voltar e encontrar o seu povo. A terra onde nasceu. Mas agora, não. Não é possível. Agora você é mais cego do que eu.

Salvatore: Quem disse isso? Gary Cooper? James Stewart? Henry Fonda? Eh?

Alfredo: Não, Toto. Ninguém disse isso. Desta vez é sou eu. A vida não é como nos filmes. A vida … é muito mais difícil.”

 

 

FICHA TÉCNICA
Gênero: Drama

Direção: Giuseppe Tornatore

Roteiro: Giuseppe Tornatore, Vanna Paoli

Elenco: Agnese Nano, Antonella Attili, Enzo Cannavale, Isa Danieli, Jacques Perrin, Leo Gullotta, Leopoldo Trieste,Mario Leonardi, Philippe Noiret, Pupella Maggio, Salvatore Cascio

Produção: Franco Cristaldi, Giovanna Romagnoli, Mino Barbera

Fotografia: Blasco Giurato

Trilha Sonora: Andrea Morricone, Ennio Morricone

O Discurso do Rei

 

Por Raquel Rocha

 

“Ele renasce do silêncio que deveria parecer uma eternidade pra ele”

Hoje eu vou falar sobre um filme que gosto muito e há um tempão queria escrever sobre ele. “The King’s Speech” filme ganhador do Oscar 2011. A obra retrata uma fase da vida do Rei George VI (pai da Rainha Elizabeth II) e sua luta contra a gagueira que lhe acompanhava desde a infância.

Para tentar se livrar da dificuldade Albert, até então Duque de York procura vários médicos em vão. Sua esposa, Elizabeth busca então ajuda do terapeuta da fala Lionel Logue que utiliza métodos não convencionais para tratamento. Lionel logo percebe que a gagueira de Albert tem causas emocionais mas o membro da realeza britânica se recusa a falar sobre sua vida pessoal. “Qual foi sua primeira lembrança?”, “Quando você começou a gaguejar?”  pergunta o terapeuta diante da resistência do novo paciente.

O Duque, sentindo-se invadido só não abandona o processo na primeira sessão porque o terapeuta prova que sua dificuldade não é física. Para tanto ele coloca um fone de ouvido com música extremamente alta em Albert e pede que ele leia um texto para gravação.  A música ao mesmo tempo que o relaxa impede que o duque ouça a própria voz e quebre o bloqueio da gagueira.

Apesar do orgulho Albert se submete ao terapeuta que deixa bem claro “Meu castelo, minhas regras” e coloca-se numa posição de igualdade com o nobre. Desse tratamento atípico, cheio de cenas deliciosamente engraçadas, surge pouco a pouco uma forte amizade entre ambos. A figura de Lionel Logue é cativante, uma mistura de carinho, autoridade e espontaneidade. As cenas do médico se alternam entre ele tratando de Albert, ele em casa com sua esposa e filhos e sua paixão pelo teatro, marcada pelas inúmeras citações de Shakespeare e pela cena em que ele faz um teste para uma peça e é considerado velho demais para o papel.

Em meio ao tratamento o Rei George V pai de Albert morre e seu irmão mais velho Edward é coroado sucessor do trono. Albert parece conformado no papel de coadjuvante na família real mas seu irmão decide renunciar o trono para se casar com uma mulher divorciada, a americana Wallis Simpson. A renúncia do irmão coloca o Albert diante do desafio mais difícil da sua vida, ser o primeiro sucessor de um Rei vivo na história da realeza britânica e ainda ter que falar em público pois um Rei precisa ter voz, um Rei precisa ser a voz do povo.  Tudo isso se passa num período de pré segunda guerra durante a ascensão de Hitler.

O filme tem uma série de mérito, um deles é o roteiro bem construído David Seidler  que não deixa o expectador se cansar em nenhum momento mas o ponto alto do filme são as atuações: Geoffrey Rush (Shine, Quills, Shakespeare in love) que interpreta  maravilhosamente Lionel Logue, Helena Bonham Carter que, diferente das suas atuações espetaculosas nos filmes de Tim Burton, em The King’s Speech dá vida a uma jovem esposa generosa, discreta, doce e dedicada que se tornaria a Rainha Mãe e Colin Firth no que na minha opinião é a sua melhor atuação, conseguindo fazendo com que o expectador sinta toda angústia de alguém que tem algo a dizer e não consegue.

Colin que assistiu á vários discursos do verdadeiro George VI contou: E acrescenta: “Vê-lo lutando contra ente problema é de cortar o coração, eu me emocionei. Chorei quando vi.” Nós sabemos exatamente como o ator se sentiu, porque ele nos fez sentir igual.

O Discurso do Rei é minha dica de filme dessa semana, um filme bonito, bem feito, encantador do início ao fim. É uma prova  de que com um pequeno detalhe pode se fazer um grande filme.

“As pessoas sabiam que este homem estava enfrentando seus demônios, toda vez que tinha que falar para elas.”

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