Governo baiano apóia implantação de primeira indústria de carne de fumeiro
Tendo como prioridade a descentralização do desenvolvimento para o interior da Bahia e fortalecimento da agroindústria, deverá ser implantada em Maragogipe uma agroindústria destinada à produção de carne de fumeiro, em bases técnicas, segundo exigências da legislação federal e estadual, beneficiando mais de 30 agricultores familiares da região, em regime de cooperativa.
Com este investimento, que deverá envolver a parceria entre a Secretaria Estadual da Agricultura (Seagri), a Associação dos Produtores de Carne de Fumeiro de Maragogipe, a prefeitura do município, o Estaleiro do Paraguassu (EEP), o Sebrae e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão responsável pela elaboração do projeto, segundo o diretor de inspeção da Adab, Adriano Bouzas, cerca de 200 postos de trabalho diretos e aproximadamente 600 indiretos serão gerados. “A implantação dessa indústria vai fortalecer e estruturar a produção de iguarias peculiares da região, como é o caso da carne de fumeiro e da lingüiça defumada. Com a otimização da produção, a carne de fumeiro, referência em todo o Brasil, poderá ser até exportada”, enfatizou o secretário estadual da Agricultura, Jairo Carneiro.
Em reunião realizada esta semana na Seagri, com a participação dos segmentos envolvidos no projeto, ficou acordado que a decisão de implantação das etapas deverá ser firmada no prazo de 60 dias.
O projeto contará com o assessoramento do Sebrae na orientação da gestão, na construção de um plano de negócios e na capacitação dos produtores. Está prevista, também, a instalação de pontos de vendas dos defumados na frente da unidade de beneficiamento, que será contemplada pela localização estratégica, de grande movimento, visibilidade e fluxo de veículos. “Existe a possibilidade de certificação geográfica, por conta da tradição centenária desta iguaria tradicional de Maragogipe, o que valorizará ainda mais e diferenciará o produto de qualquer outro existente no mercado”, ressaltou o analista-técnico de Agronegócio do Sebrae na Bahia, Edirlan Miranda.
A Seagri, segundo o secretário Jairo Carneiro, além do projeto técnico elaborado pela Adab, prestará a assistência técnica e participação também nos custos de implantação, juntamente com os demais parceiros, seguindo a orientação do governo baiano em defesa dos pequenos agricultores e criadores.
Democratizando as comunicações
Robinson Almeida
Estes sete anos e três meses de gestão do governador Jaques Wagner, período em que fui responsável pela comunicação social, foram de aprendizado e realizações. À frente, vejo novos desafios. Porém, é o olhar para trás que me mostra qual caminho seguir.
A tarefa do governador era e continua sendo imensa: de um lado, mudar a cultura política, democratizar a Bahia; do outro, atender ao clamor das urnas e desenvolver o estado com inclusão social. E, assim como ele tinha que implantar uma nova forma de governar, minha missão, parte integrante da dele, foi desenvolver uma nova forma de comunicar. Nos dois casos, os paradigmas existentes não serviam aos nossos propósitos.
Tudo tinha que ser criado, inventado. A nova hegemonia precisava se estabelecer com a afirmação dos valores e signos da nova gestão, com suas prioridades econômicas e sociais, com sua vinculação orgânica ao projeto nacional. A decisão estratégica que conceituou o projeto continua atual até hoje: Bahia, Terra de Todos Nós.
A produção das notícias de governo deve atender sempre ao imperativo legal e ético de prestação de contas à sociedade. A relação com os meios de comunicação, indispensáveis para as informações chegarem a todos, foi estabelecida na absoluta defesa da liberdade de imprensa. Nesse ambiente, a busca do contraditório, do equilíbrio na cobertura das pautas do governo, se tornou um desafio permanente.
Tendo sempre como matéria prima a verdade, foram produzidas ações publicitárias de grande repercussão. O “agora tem, tem, tem” embalou as realizações do governo. A campanha de depoimentos espontâneos de gente do povo consolidou a marca social de um governo que faz mais para quem mais precisa. Quem não se lembra de Dona Enedina, alfabetizada aos 100 anos? Nesse caso, a publicidade baiana foi premiada nacionalmente.
Para democratizar a Bahia, teríamos que inovar e produzir uma comunicação democrática. Sob esse novo olhar, a comunicação não podia ser tratada apenas nas dimensões de notícia, publicidade e propaganda. O povo, assim como tem direito aos serviços de educação e saúde, também tem direito à informação. Era preciso, para mudar de verdade, produzir políticas públicas voltadas para o setor.
A Bahia foi o primeiro estado brasileiro a realizar uma Conferência Estadual de Comunicação em 2008. Do diálogo com empresários, radialistas, jornalistas e movimentos sociais, nós extraímos as reivindicações básicas do segmento. Duas despontaram de imediato: transformar a então Assessoria Geral de Comunicação (Agecom) em secretaria e implantar o Conselho de Comunicação Social da Bahia.
Assim, em 2011, após a reeleição do governador Wagner, foi criada a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e dessa organização administrativa foi possível falar e realizar políticas públicas de comunicação. Apoio aos segmentos comunitários, parcerias com setor do audiovisual, formação e capacitação profissional passaram a fazer parte da agenda da Secom. Nessa mudança, o Irdeb passou a ser ligado à Secretaria de Comunicação, dando integração a áreas comuns de governo. Destaco, nesse último período, os investimentos significativos, que colocaram a TVE na era digital.
Superando tabus, em 2012, foi instalado o primeiro Conselho de Comunicação Social do Brasil. Para a implantação do conselho, nós enfrentamos o preconceito de que o órgão teria o objetivo de censurar a imprensa. Nós, defensores da liberdade de expressão, éramos taxados de sensores. Eu tenho certeza de que a participação do empresariado, dos trabalhadores e da sociedade civil foi decisiva para desmitificar o debate e construir o conselho, que completou dois anos e renovou recentemente o seu colegiado.
Voltando ao presente, carrego os sentimentos de dever cumprido e de gratidão a todos com quem me relacionei. Para os novos desafios que vou trilhar, recorro a Paulo Freire: “ninguém caminha sem aprender a caminhar, sem aprender a fazer o caminho caminhando, refazendo e retocando o sonho pelo qual se pôs a caminhar”. Meu sonho é uma Bahia de todos nós!
Robinson Almeida é ex-secretário de Comunicação Social da Bahia
Ilhéus quer ser destino nacional dos amantes de chocolate
Ilhéus, no Sul da Bahia, , quer se tornar uma referência como destino turístico dos amantes do chocolate. Com cinco fábricas, sete marcas do produto e pelo menos cinco fazendas de cacau aptas para a visitação, a região deve ganhar mais um produto, que vai facilitar a comercialização do roteiro junto a agentes e operadores de turismo: a Estrada do Chocolate, que terá 40km de extensão, entre a Terra de Gabriela e a cidade de Uruçuca.
Assassino que matou ex-sogra diz que alvo era a ex-namorada
Já está no Conjunto Penal de Itabuna,Phillipe Assunção da Silva, de 23 anos. Ele foi preso na tarde de quarta-feira (2), logo após assassinar a ex-sogra, Rosilda Andrade Pereira Cardoso, de 46 anos. O crime ocorreu no bairro Monte Cristo, em Itabuna.
Phillipe Assunção foi indiciado por homicídio, ocultação de cadáver e tentativa de homicídio. De acordo com a polícia, o jovem confessou que, um dia antes de assassinar a ex-sogra, tentou matar o atual namorado de Vanessa Cardoso, filha da vítima.
Segundo a polícia, Phillipe Assunção confessou que pilotava a moto que transportou o homem que atirou no comerciário Cicero Oliveira, na manhã de terça-feira. A tentativa de homicídio foi na rua São José, no bairro de Fátima.
Na quarta à tarde, Phillipe Assunção saiu de casa disposto a assassinar a ex-namorada, a comerciária Vanessa. Como não a encontrou, esfaqueou a ex-sogra. Ele escondeu o corpo em um porão da casa em que ela morava, no bairro Monte Cristo.
Ufesba abre inscrições para concurso público
A Ufesba, Universidade Federal do Sul da Bahia, abre nesta sexta-feira (04), o prazo de inscrições no concurso público para servidor técnico-administrativo. São 92 vagas para os níveis médio e superior nos campi de Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas. A remuneração para as vagas de nível médio é de R$ 2.412. Os profissionais de nível superior vão ter remuneração inicial de R$ 3.765.
As vagas de nível médio são para assistente de administração, técnico em tecnologia da informação, técnico em contabilidade e tradutor e intérprete em linguagens de sinais. Já as vagas que exigem nível superior são para administrador, analista de tecnologia da informação, arquiteto e urbanista, arquivista, assistente social, bibliotecário e contador.
Também para o nível superior, há vaga para enfermeiro, engenheiro civil, engenheiro eletricista, engenheiro de segurança do trabalho, jornalista, médico do trabalho, nutricionista, psicólogo, secretário executivo e técnico em assuntos educacionais. A inscrição deve ser feita pelo site www.concursos.ufba.br. O prazo de inscrição encerra-se em 22 de abril. A Ufesba cobra R$ 80 para inscrição de nível médio e R$ 100 para as de nível superior. O prazo para isenção termina na próxima quarta, dia 9.
As provas serão aplicadas no dia 1 de junho e o resultado deve sair no final de junho. A universidade federal sulbaiana também abriu concurso para professor adjunto nível 1. São 28 vagas e salário superior a R$ 8 mil. Para estas vagas, o professor precisa ter doutorado. A inscrição custa R$ 120 e o prazo será encerrado dia 5 de maio.
Jango e os jovens que lutaram por um Brasil melhor forem, enfim, reabilitados
Paulo Nogueira
E então me dá uma sensação ambígua depois de todas as lembranças nascidas dos 50 anos do golpe.
Nunca falamos tanto de tanta gente.
“Janguei”, por exemplo. Cresceu em mim a admiração por João Goulart, o presidente deposto em 1964 e depois, por tantos anos, exposto a uma terrível propaganda caluniosa e infame.
(“Jangar” era o verbo usado na música de Jango nas eleições de 1961. O cantor dizia que ia “jangar”, votar em Jango.)
Tanta coisa foi silenciada em torno de Jango. Soubemos agora que ele era um presidente altamente popular quando foi derrubado. Era o primeiro nas preferências dos eleitores para as eleições de 65, bem à frente de seu carrasco, Lacerda, o Corvo.
Soubemos também que ele planejava dar voto aos analfabetos, na época cerca de 30% dos brasileiros. Só muitos anos depois os analfabetos foram libertados da exclusão eleitoral.
Também vimos que ele criou coisas como o 13.o salário, que na primeira página o Globo definiu como uma calamidade.
Como ministro do Trabalho de Getúlio, no começo da década de 1950, foi Jango quem fez os empresários aceitarem que greve não era coisa de polícia. Ele forçou as negociações entre as partes e mudou a história do sindicalismo no país.
Jango preferiu perder o poder a trair seus amigos sindicalistas. Em sua última conversa com o general sem cujo apoio os golpistas não teriam sucesso, Jango ouviu que poderia permanecer no poder desde que rompesse com os sindicalistas.
Não rompeu.
Soubemos, ainda, que numa entrevista inédita concedida a um brasilianista poucos anos depois da queda, ele argutamente identificou como um dos fatores chaves para Março de 64 a brutal guerra comandada pela mídia para desmoralizá-lo.
Foi bom reencontrar um Jango tão diferente daquele que nos habituamos a ver em anos de desinformação da ditadura.
É como se ele tivesse sido, enfim, reabilitado.
Mas o que mais me tocou foi o reencontro fugaz com os jovens idealistas que tombaram na busca de um Brasil melhor.
Foram capturados, foram torturados, foram mortos. Mas não foram derrotados porque seu sonho vive em todos os que rejeitam uma sociedade tão iníqua, tão injusta, tão cheia de privilégios para uns poucos.
Gabeira, numa entrevista à Folha, disse uma tolice. Afirmou que eles lutaram pela ditadura do proletariado, e não pela democracia.
Os anos parecem ter tirado a visão de Gabeira, ele próprio um militante da luta armada.
A luta dos jovens idealistas era, simplesmente, por um Brasil justo. Viveram para isso, e morreram por isso.
Foram, durante anos, satanizados por aqueles que favelizaram e sangraram o Brasil. Eram terroristas sanguinários, segundo as autoridades e a mídia.
Como Jango, também eles foram simbolicamente enfim reabilitados nestes 50 anos de golpe.
Eram os melhores de sua geração, os mais sensíveis aos horrores sociais promovidos pela ditadura, os mais generosos, e os mais dispostos a imensos sacrifícios.
Nos últimos meses, mergulhei na vida de muitos deles em livros, artigos, documentários. Dodora. Beto. Tito. Ana K. Aurora. Soledad. Tantos.
Encerrados os eventos em torno dos 50 anos do golpe, é tempo de deixá-los, enfim, em paz.
Eles saem agora do palco para o qual foram trazidos, do jeito certo, nos últimos meses.
Como que me acostumei à presença deles, e vou sentir a falta deles, como se fossem amigos que partem, eles, aqueles jovens brasileiros que ousaram enfrentar a ditadura e os homens maus que a mantinham.
Copa 2014: relatório reservado do Governo Federal inclui conflito de terras no Sul da Bahia como preocupação
Um relatório reservado produzido pela Secretaria Geral da presidência da República aponta os riscos de protestos durante a Copa do Mundo. A cópia do relatório foi obtida pelo jornal O Globo e mostra que o conflito de terras no Sul da Bahia está entre as preocupações.
A demarcação de uma área de 47 mil hectares que abrange os municípios de Ilheus, Una e Buerarema, para supostos índios tupinambás, contestada por produtores cujas famílias habitam o local há décadas, gerou um vlima de violência permanente, que resultou na morte do líder de assentamento, Juraci Santana.
A morte de Juraci, supostamente por ter se recusado a assumir a condições de indígena e se posicionar contra as invasões, permanece impune.
O relatório lembra que o risco de conflito na região é permanente e cita que as seleções da Alemanha e da Suiça terão centros de treinamento no Sul da Bahia, em Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália, onde a presença de indígenas é muito grande.
O relatório termina com uma sugestão inusitada: que o ex-presidente Lula “entre na Copa” para minimizar as manifestações.
O amor doentio venceu a fé e gerou uma tragédia
Espanto. Essa ainda é a reação das pessoas que convivem com o jovem Phillipe Assunção dos Santos, de 26 anos. Na terça-feira, ele baleou o comerciário Cícero Cardozo Oliveira, gerente da loja Buriti, em Itabuna.
Um dia depois, a crueldade foi ainda pior. Philipee matou a facadas a ex-sogra, Rosilda Andrade Pereira Cardoso, de 46 anos e escondeu o corpo no porão.
Motivo: ciúmes. Francisco não aceitava o fim do relacionamento com a ex-namorada Vanessa Andrade. Na sua mente doentia, brotou a dupla vingança. Tentou matar Cícero por achar que ele estava namorando Vanessa, com quem trabalhava na Buriti.
E assassinou barbaramente Rosilda, por acreditar que ela era um entrave no reatamento do namoro com Vanessa.
Coordenador de Catequese da Paróquia do bairro Santa Inês, em Itabuna, Phillipe era tido como um sujeito religioso, tranquilo e, aparentemente, inofensivo.
Até cruzar a linha que separa o cordeiro manso do lobo feroz.
Secretario de Turismo discute Estrada do Chocolate no Sul da Bahia
O secretário de Turismo do Estado, Pedro Galvão, desembarca em Ilhéus, nesta quinta-feira (3), para discutir a promoção e estrutura da Estrada do Chocolate, novo produto turístico da Costa do Cacau. Ele chega ao meio dia e será recebido pelo prefeito Jabes Ribeiro e pelo titular do Turismo no município, Alcides Krushevsky. Além da Estrada do Chocolate, ele também discutirá a realização de eventos como o Festival do Chocolate e o Halleluyah Fest, que ocorrerá durante a Semana Santa.
Na sexta-feira (4), Galvão participa da abertura do Festival da Cultura Quilombola de Itacaré e da inauguração da sede da Secretaria do Turismo do município.
O trajeto da Estrada do Chocolate vai de Ilhéus a Uruçuca e o projeto prevê a implantação de dois pórticos: um na Terra de Gabriela e outro na BR-101. O objetivo é levar os turistas para a conhecerem o processo de produção do cacau e do chocolate, com visitas às fazendas, fábricas e lojas. Os atrativos, porém, oferecem muito mais que isso: passeios por reservas de Mata Atlântica, por localidades históricas, dentre outros.
A Estrada do Chocolate será o fator mais visível da Rota do Chocolate, que inclui muitos outros roteiros turísticos. Trata-se de um produto nascido da produção associada ao turismo – cacau e chocolate – e corresponde a uma nova dimensão da história econômica da região, tão bem contada pelo escritor baiano Jorge Amado.
Investimentos estão sendo feitos pela iniciativa privada nas áreas de hotelaria e alimentação, preservando características de antigas fazendas e também pelo Poder Público, através da Secretaria do Turismo da Bahia e Bahiatursa, em promoção e articulação junto a agentes e operadores, além de capacitação profissional e empresarial.















