:: 19/out/2024 . 12:13
Foi num Carnaval que passou (e não põe a mãe na praça!)
A TV Cabrália ainda não tinha completado três meses quando Nestor Amazonas (a quem o Sul da Bahia, repito pela 1000000ª. vez, ainda deve o devido reconhecimento) decidiu fazer a transmissão ao vivo do Carnaval de Itabuna, na época ainda concentrado na Praça Adami..
Era um desafio e tanto, mas pra Nestor, desafio era algo do tipo “vão lá e façam essa porra”, ainda que a gente estivesse engatinhando no negócio de televisão e nem a mínima idéia do que era “essa porra”, uma transmissão ao vivo, em média oito horas por noite, quatro noites de folia.
Escalado para ancorar a transmissão, Barbosa Filho, talento intuitivo e hoje bem sucedido empresário de tevê, comandando a TV Itabuna, foi instalado numa cabine em frente ao palco.
Na base da empolgação de quem estava fascinado com a novidade de trabalhar em televisão, tocamos a transmissão numa boa, até porque carnaval não é lá o reinado da serenidade e certos exageros são permitidos e/ou nem notados.
Mas, reconheço, dois desses exageros, merecem entrar para os anais da televisão.
No primeiro, Barbosa, tomado pela empolgação diante de uma grande multidão, perpetrou:
-Cerca de 100 mil pessoas lotam o trecho de 5 quilômetros da Avenida Cinquentário entre a Praça Camacan e a Praça Adami.
Problema 1: o trecho em questão tem meros 500 metros, se tanto.
Problema 2: 100 mil pessoas, ainda que coubessem num espaço tão exíguo (se alguém usar o termo exíguo em televisão merece demissão sumária), representavam quase 70% da população de Itabuna à época.
A segunda barrigada vai na conta desse dinossauro que ora vos escreve. Mesmo vendo pelo circuito interno de tevê que a Praça Adami estava com pouca gente e não havia nenhum trio elétrico tocando, pedi pro apresentador que estava no estúdio chamar o link ao vivo e perguntar qual era a atração naquele momento.
Pego de surpresa, Barbosa só conseguiu responder:
-Como não tem banda tocando, a grande atração aqui é a equipe da TV Cabrália.
Era mesmo, mas Nestor, que acompanhava a transmissão de sua sala, parece não ter concordado, pegou o telefone e me disse com a sutileza costumeira.
-Diz ao Barbosinha que a grande atração na praça deve ser a mãe dele. Ou a sua, que coordena essa porra e não viu a praça vazia.
Claro que eu não disse, até porque de atração já bastava a equipe da TV Cabrália. E o bestalhão aqui teria que incluir a própria genitora também.
(Abre parêntese: Barbosa não tinha como saber, mas fez escola: nos anos seguintes, nas caminhadas eleitorais, não era raro se divulgarem números do tipo 50 mil, 70 mil, 100 mil pessoas e fosse a campanha um pouco mais demorada, era arriscado ter mais militante do que eleitor, algo como 200 mil, 250 mil pessoas na Cinquentenário. Fecha parênteses).
A TV Cabrália é hoje um retrato amarelado na parede da memória, que as vezes retorna ao vivo em lapsos de saudade.
Que passa, como tudo é passageiro.
Menos o motorista e o cobrador…
No Sul da Bahia, cacau também é símbolo de resistência
Alex Pantera
O sul da Bahia é uma região marcada por uma história de resistência e preservação cultural, protagonizada por comunidades quilombolas e indígenas que, por séculos, mantiveram vivas suas tradições e modos de vida. Um dos maiores símbolos dessa resistência é o cultivo do cacau, que se entrelaça com a história dessas populações e com a preservação ambiental. Atualmente, estima-se que existam cerca de 2.000 comunidades quilombolas certificadas no Brasil, sendo que aproximadamente 84 delas estão localizadas no estado da Bahia, com uma expressiva presença na região cacaueira. Somado a isso, os povos indígenas, como os Pataxós e Tupinambás, também desempenham um papel crucial na defesa da biodiversidade e da agricultura tradicional.
Essas comunidades têm sido guardiãs do cacau, em especial através de um sistema agroflorestal chamado “cabruca”, onde as árvores de cacau são plantadas sob a sombra da Mata Atlântica. Esse sistema permite a produção de cacau sem a devastação florestal, mantendo mais de 70% da cobertura vegetal original. A área preservada por esse tipo de cultivo na região sul da Bahia cobre aproximadamente 500 mil hectares, formando um verdadeiro cinturão verde em um dos biomas mais ameaçados do mundo. A preservação ambiental promovida pelas práticas quilombolas e indígenas não só protege a biodiversidade local, como também oferece um produto de alta qualidade que tem conquistado o mercado global.
O cacau produzido por essas comunidades tem se destacado no cenário internacional. Dados da Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) apontam que, em 2021, o Brasil produziu cerca de 245 mil toneladas de cacau, com a Bahia sendo responsável por mais de 70% dessa produção. Dentre essa produção, o chamado “cacau fino” ou “cacau gourmet”, majoritariamente cultivado por pequenos produtores e quilombolas, tem alcançado preços até 300% superiores ao cacau comum no mercado internacional. Isso reflete o reconhecimento pela alta qualidade do cacau baiano, especialmente o produzido de forma sustentável e tradicional.
Os prefeitos passam, o Rio Cachoeira fica
Cleber Isaac Filho
O lendário Cachoeira, no sul da Bahia, tem enfrentado sérios problemas com as mudanças climáticas e a ação humana. Nos últimos anos, o rio tem sofrido com secas mais longas, o que afeta o abastecimento de água e a vida aquática. Além disso, temos visto o oposto também: chuvas fortes fora de época que provocam enchentes. As inundações que aconteceram em 2021 e 2022 são um alerta, e há uma preocupação real de que essas enchentes se repitam.
Outro problema é o desmatamento nas margens do rio, que está acelerando a erosão do solo. Isso faz com que o rio fique mais raso por causa do acúmulo de sedimentos, dificultando a navegação e piorando a qualidade da água.
Essas mudanças todas colocam a biodiversidade local em risco, com algumas espécies de peixes já sofrendo bastante. Tudo isso mostra como é urgente agir para evitar que a situação piore, especialmente com o medo de novas enchentes e os impactos diretos que elas trazem para quem vive próximo ao rio.
Diante de todos esses desafios, fica a pergunta: será que os novos prefeitos de Ilhéus e Itabuna, recentemente eleitos, já colocaram essa questão na pauta? Afinal, proteger o Rio Cachoeira e prevenir novas enchentes deveria ser uma prioridade para evitar que a história de 2021 e 2022 se repita.
Só o Botafogo salva a seleção brasileira
Walmir Rosário
“De repente é aquela corrente pra frente, parece que todo o Brasil deu a mão”. Esse trecho do hino da Seleção Brasileira tricampeã de 1970, composto por Raul de Souza e Miguel Gustavo, dormiu eternamente em berço esplêndido por muitos anos. E sabe o motivo: a falta de jogadores do Botafogo na Seleção Brasileira. Isto fez com que ela se tornasse um azarão.
Mas agora – quem sabe? –, voltaremos a cantar: “Todos unidos na mesma emoção, tudo é um só coração. Todos juntos vamos, pra frente Brasil, salve a seleção”. Essa é uma pequena amostra da volta de jogadores da Estrela Solitária à seleção canarinho, decretada pelo técnico Dorival Júnior. No primeiro jogo, 2X1 aplicados contra a seleção chilena, sem dó nem piedade por Igor Jesus e Luiz Henrique.
Realmente, têm coisas que somente acontecem com o Botafogo, seja de forma positiva ou negativa. Eu até entendo esse boicote contra o Glorioso de General Severiano, liderados, principalmente, pelos rivais cansados de apanhar. Diria até desmoralizados em campo com goleadas acachapantes. Não são obrigados a reconhecer a grandeza do Botafogo, mas pelo menos respeitem.
Ligia Callaz lança videoclipe “Desafinado Amor”
A cantora, compositora e instrumentista independente Ligia Callaz está de volta com nova canção e videoclipe. O lançamento está marcado para o dia 25 de outubro, na Casa de Cultura Jonas&Pilar, às 15h, em um evento fechado para turmas do Colégio Enedina Oliva, com bate-papo sobre Produção Musical, Produção Audiovisual, Empreendedorismo, Renda e Questões da Comunidade LGBTQIAP+. Em seguida, às 20h, em um show aberto à comunidade, fãs e admiradores de seu trabalho.
A nova canção chama-se “Desafinado Amor”, de autoria da psicóloga e compositora itabunense Rochelle Magalhães, tem a produção musical assinada por Ismera Rock e Danilo Ornelas, da Canoa Sonora. Já o videoclipe é assinado por Carlos Neto, da Sul Bahia Filmes, com direção de arte de Anderson Andhy e Júlia Neves. O vídeo promete arrebatar os corações com cenas de paixão, amor, aventura e mistério.
“Pensamos em fugir do padrão do artista apenas cantando. Nossa ideia era realizar um curta metragem que contasse uma história e apresentasse a atmosfera da canção de modo surpreendente e tivemos sucesso nisso. O vídeo está muito bonito e gostoso de assistir”, nos contou Carlos Neto, diretor do videoclipe e da Sul Bahia Filmes.
Ambulatório do Luto será mais um modelo de acolhimento humanizado oferecido pelo Hospital Materno-Infantil de Ilhéus
A gestante N. fez todo o seu pré-natal de alto risco no Ambulatório do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, onde pôde ser acolhida por toda a equipe. O parto, no entanto, terminou ocorrendo em outro município da região. O bebê, infelizmente, não sobreviveu. O vínculo com a unidade de Ilhéus seguiu por mais um tempo já que ela teve que retornar para consultas pós-parto. Foi quando a equipe de Psicologia identificou sinais de depressão na paciente.
N. foi, então, a mulher escolhida pelo Setor de Psicologia do HMIJS para representar o projeto-piloto do “Ambulatório do Luto”, uma iniciativa que tem o objetivo de oferecer atendimento terapêutico às puérperas, de bebês nascidos com má formação e de fetos mortos ou natimortos. A proposta é seguir com o acompanhamento psicológico, a fim de minimizar o sofrimento e prestar acolhimento para escutar e entender a angústia que vivem.
A psicóloga Maria Quintino destaca que este projeto é inédito na região sul. O acompanhamento a N passou a acontecer todas as tardes de quartas-feiras, no ambulatório do HMIJS. “Essa triagem da equipe de Psicologia acontece mediante a necessidade e a expressão da emoção sentida pela paciente de vivenciar e falar sobre as fases do luto e buscar uma ressignificação desta dor”, explica Quintino. A paciente é convidada a participar de encontros com a equipe multidisciplinar para trocar experiências, expor situações e buscar caminhos que ajudem na autoestima e no recomeço familiar.
Recomeço
Governador Jerônimo Rodrigues decreta luto de três dias na Bahia pela morte de jovens em Heliópolis
O governador Jerônimo Rodrigues decretou, em edição suplementar do Diário Oficial do Estado (DOE), nesta sexta-feira (18), luto oficial de três dias na Bahia, pelas mortes de quatro jovens no município de Heliópolis. A medida expressa consternação e solidariedade aos familiares, amigos, comunidade escolar e toda a população da cidade e baiana. Os jovens, que tinham entre 14 e 15 anos, eram estudantes do Colégio Municipal Dom Pedro I, localizado no povoado de Serra dos Correias.
Mais cedo, em publicação nas redes sociais, o governador já havia lamentado as mortes e informado que determinou celeridade na apuração do caso. “Meus sentimentos a todos os familiares e colegas dos estudantes. Determinei a Secretaria de Segurança Pública a imediata apuração do fato”, afirmou Jerônimo.
De acordo com informações da SSP, as Polícias Militar, Civil e Técnica da Bahia estão no colégio municipal, tomando todas as medidas relacionadas à preservação do local, coleta de indícios, perícia e remoção das vítimas.
A Secretaria de Educação do Estado (SEC) enviou três psicólogos do Programa de Valorização à Saúde do Professor, para dar assistência e apoiar a comunidade escolar em Heliópolis.
- 1