:: ‘Hospital Materno-Infantil de Ilhéus’
Hospital Materno-Infantil de Ilhéus comemora três anos como referência para gestantes, bebês e crianças atendidos pelo SUS
Inaugurado em dezembro de 2021 para atender gestantes, recém-nascidos e crianças de 20 municípios da região sul da Bahia, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, consolidou-se como referência em saúde pública no interior do estado. Desde sua abertura, a unidade já realizou mais de nove mil partos, 19 mil internações, cerca de 38 mil atendimentos pediátricos, abrangendo 145 municípios baianos e pacientes de outros 14 estados do país. O hospital tem sido essencial para atender à alta demanda da região, impulsionada pelo potencial turístico e o fluxo de visitantes ao sul da Bahia.
Essa marca expressiva, na avaliação da diretora-geral do HMIJS, Domilene Borges, é resultado do trabalho humanizado e acolhedor realizado pelos cerca de 700 profissionais da instituição. Durante esse período, o HMIJS também se destacou como o único hospital da Bahia especializado no atendimento aos povos originários, uma conquista viabilizada pelo apoio da Fundação Estatal Saúde da Família (FESF-SUS), gestora da unidade, e da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab).
Importante investimento do estado
Construído pelo Governo da Bahia com um investimento superior a R$ 40 milhões, o HMIJS já realizou mais de 806 mil exames clínicos, laboratoriais e de imagem, além de quase 30 mil testes de triagem neonatal, como os exames da linguinha, coraçãozinho, orelhinha e olhinho. Antes da inauguração do hospital, crianças que necessitavam de UTI na região de Ilhéus precisavam ser transferidas para Salvador ou outras cidades. Em três anos, a unidade alcançou a marca de quase 900 recém-nascidos atendidos na UTI Neonatal e cerca de 360 crianças na UTI Pediátrica.
Espaço de acolhimento e transformação
Filha de trabalhadores rurais, nasce o bebê de número nove mil do Materno-Infantil de Ilhéus
A poucas semanas de completar três anos, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, registrou, neste domingo (17), o parto de número 9 mil realizado pela instituição. Às 4h47 da madrugada, nasceu Khatlyn Vitória. Ela é a segunda filha dos trabalhadores rurais Marcelo e Adriele, moradores do Núcleo Colonial, localizado a 10 km de Ituberá, região de Valença, baixo-sul do estado. Khatlyn Vitória nasceu de parto normal, com 50 centímetros e pesando 3.380 kg. Adriele Santos de Jesus chegou ao Materno-Infantil na noite de sábado (16). O parto ocorreu poucas horas depois, no Centro Obstétrico do HMIJS.
No dia 6 de dezembro o Hospital Materno-Infantil completa três anos de pleno funcionamento. A unidade conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI pediátrica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente R$40 milhões, entre obras e equipamentos. Desde a sua inauguração, o HMIJS é gerido pela Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS).
Referência
Novembro Roxo: a vida dos prematuros do Materno-Infantil ganha esperança das famílias e apoio de uma equipe de multiprofissionais
Foi nesta segunda-feira (11), que finalmente Emile Marques das Flores, de 32 anos, carregou no colo, pela primeira vez, o seu filho João Miguel, nascido no dia 23 de outubro, com apenas 29 semanas e seis dias de gestação. Agora pesando 1 kg e 300 gramas ele já oferece as mínimas condições clínicas para que a mãe possa sentir de perto o calor da sua pele, a sua evolução na UTI Neo do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, e consiga comemorar as reações de quem há pouco mais de 15 dias luta pela vida com a ajuda de aparelhos e a dedicação do corpo técnico do HMIJS.
“Quando eu falo ‘olha a mamãe’ eu sinto que ele olha para mim, como me reconhecesse”, afirma uma emocionada Emile. Moradora do bairro Teotônio Vilela, bairro popular localizado na zona oeste de Ilhéus, ela mantém uma cansativa rotina entre o hospital – onde passa a maior parte do tempo – e em casa, para ajudar a irmã que toma conta dos seus outros dois filhos. Ao lado do pequeno (na essência da palavra, mesmo) João Miguel Emile assegura que enxerga o coração dela “batendo fora do peito, dentro de uma incubadora em forma de gente”, numa alusão ao amor que sente pelo filho.
Rotina difícil
Materno-Infantil de Ilhéus promove troca de experiências com profissionais de saúde indígena de Pau Brasil
Único hospital na Bahia habilitado pelo Ministério da Saúde para atendimento especializado aos Povos Originários, o Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, recebeu nesta terça-feira (29), a visita do enfermeiro Iago Santos, coordenador do polo Base do DSEI – Pau Brasil; da enfermeira Patrícia Góes; da técnica Solange de Jesus, ambas da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI); e do representante do Conselho Municipal Indigenista do município, Antônio Ribeiro.
O grupo esteve no hospital para dialogar com a diretora-geral, Domilene Borges, sobre a necessidade de ofertar consultas especializadas para as comunidades indígenas dos municípios de Pau Brasil, Camacan e Itaju do Colônia, que, juntas, têm uma população estimada em 5 mil habitantes.
O encontro foi considerado bastante positivo pelo coordenador do polo e algumas das reivindicações – a exemplo de pré-natal de alto risco, disponibilidade de psicólogos, pediatras e ginecologistas e acompanhamento nutricional – poderão ser ofertadas de imediato.
Ambulatório do Luto será mais um modelo de acolhimento humanizado oferecido pelo Hospital Materno-Infantil de Ilhéus
A gestante N. fez todo o seu pré-natal de alto risco no Ambulatório do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, onde pôde ser acolhida por toda a equipe. O parto, no entanto, terminou ocorrendo em outro município da região. O bebê, infelizmente, não sobreviveu. O vínculo com a unidade de Ilhéus seguiu por mais um tempo já que ela teve que retornar para consultas pós-parto. Foi quando a equipe de Psicologia identificou sinais de depressão na paciente.
N. foi, então, a mulher escolhida pelo Setor de Psicologia do HMIJS para representar o projeto-piloto do “Ambulatório do Luto”, uma iniciativa que tem o objetivo de oferecer atendimento terapêutico às puérperas, de bebês nascidos com má formação e de fetos mortos ou natimortos. A proposta é seguir com o acompanhamento psicológico, a fim de minimizar o sofrimento e prestar acolhimento para escutar e entender a angústia que vivem.
A psicóloga Maria Quintino destaca que este projeto é inédito na região sul. O acompanhamento a N passou a acontecer todas as tardes de quartas-feiras, no ambulatório do HMIJS. “Essa triagem da equipe de Psicologia acontece mediante a necessidade e a expressão da emoção sentida pela paciente de vivenciar e falar sobre as fases do luto e buscar uma ressignificação desta dor”, explica Quintino. A paciente é convidada a participar de encontros com a equipe multidisciplinar para trocar experiências, expor situações e buscar caminhos que ajudem na autoestima e no recomeço familiar.
Recomeço
Crianças internadas no Materno-Infantil de Ilhéus ganham presentes, contação de estórias e visita de cães adestrados
As crianças internadas na pediatria do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, receberam na manhã deste sábado (12), Dia das Crianças, a inesperada visita de Ária e Nix. Os cães da raça Pastor-Branco-Suíço pertencem ao criador Iuri Fernandes, dono de uma escola de comportamento animal que funciona no município.
Estudos apontam que a Terapia Assistida de Animais (TAA) apresenta resultados físicos e mentais na inibição da dor e no estímulo à memória; bem como os benefícios sociais, com a oportunidade de comunicação, sensação de segurança, socialização, motivação, aprendizagem e confiança.
“Conheci esse projeto no Hospital Albert Einstein e resolvi promover também esta iniciativa no Materno-Infantil de Ilhéus. Fizemos pela primeira vez na Páscoa e estamos repetindo agora, no Dia das Crianças”, destacou o criador, acrescentando que o ingresso do animal ao ambiente hospitalar depende de autorização médica e de laudo veterinário atestando suas boas condições de saúde.
Setembro Amarelo do Materno-Infantil é encerrado com encontro com indígenas Tupinambá
Único hospital habilitado pelo Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria Estadual da Saúde, para atendimento aos Povos Indígenas da Bahia, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, participou na quinta e sexta-feira (26 e 27) do V Seminário de Jovens e Anciões nos Conhecimentos Tradicionais, promovido pela etnia Tupinambá, em Olivença, litoral sul do município.
Na aldeia Igalha, uma equipe de multiprofissionais do HMIJS – em parceria com a equipe da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), órgão responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas – promoveu uma roda de conversa, seguida de apresentação teatral, sobre saúde mental, encerrando a programação do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio.
Indígenas em depressão
Um estudo da Fiocruz mostrou que no Brasil os indígenas tiveram a maior taxa de suicídio por 100 mil habitantes em 2022. No ano passado o país registrou 180 mortes de indígenas. A faixa etária dos 10 aos 24 anos registrou os maiores números de suicídio em todos os anos observados. “Quando, por exemplo, uma indígena sofre uma depressão pós-parto é preciso entender mais do que só aquele momento, mas toda a sua história, as condições em que vive, por isso é que estamos todos aqui, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, assistentes sociais do hospital para contribuir neste debate”, destacou a coordenadora do Serviço Social do HMIJS, Maria das Graças.
Emergência pediátrica do Materno-Infantil de Ilhéus é referência na região e já realizou mais de 13 mil consultas em 2024
A emergência pediátrica do Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, já realizou este ano mais de 13 mil consultas e atendimentos em crianças com idade até 15 anos, 11 meses e 29 dias.
Os atendimentos de emergência correspondem a condições que demandam intervenção imediata, em virtude do risco iminente à vida e integridade do paciente, com procedimentos que envolvam alta tecnologia e alto custo.
Diretor médico da unidade, Samuel Branco destaca que grande parte dos atendimentos realizados na unidade deveriam ser feitos pelo município, mas são acolhidos no materno-infantil.
“A cada 100 atendimentos realizados na Emergência Pediátrica do HMIJS este ano, 82 teriam que ser feitos nos setores primário (UBS) e secundário (UPA) dos municípios, desafogando o hospital para os atendimentos que exijam situação de emergências graves”, revela.
Excelência
Hospital Materno-Infantil de Ilhéus recebe pela primeira vez turma de Enfermagem da UESC para estágio final
A primeira turma de estudantes do último semestre de Enfermagem, da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), iniciou na última quarta-feira (11) o estágio supervisionado que terá a duração de três meses, em setores estratégicos da instituição. Esta turma é pioneira neste modelo de estágio regulado pela Escola de Saúde Pública da Bahia, cuja missão é integrar as ações de todos os níveis de formação em saúde promovendo a capilarização das ações da saúde e contribuindo com os processos de regionalização e interiorização dos serviços de saúde e educação em saúde.
A coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do hospital, Ayalla Rodrigues, destaca que esta turma pioneira é formada por 26 estudantes. “Este é o estágio que tem uma importância grande, por que é quando realmente o estudante passa a se enxergar como um enfermeiro gestor, com um olhar mais administrativo e não só assistencial”, explica.
No primeiro dia da ação, Kayne Nascimento Teixeira, de 24 anos, já acompanhava as ações na Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (UCINCA). Ela lembra que seu projeto inicial era seguir a carreira militar. Natural do município de Santa Cruz da Vitória, a 104 quilômetros de Ilhéus, o desejo pela enfermagem surgiu quando precisou acompanhar um familiar ao hospital. Hoje se define como uma apaixonada pela pediatria. “É a área que eu quero seguir”, assegura. Kayne disse ter encontrado no Materno-Infantil de Ilhéus uma referência no atendimento. “Já no primeiro dia percebi que o cuidado não é superficial. É humanizado, feito por profissionais de excelência”, resume.
Setembro Amarelo do Hospital Materno-Infantil de Ilhéus terá ações voltadas para crianças, gestantes, trabalhadores e indígenas
Único hospital da Bahia habilitado ao atendimento especializado aos povos indígenas, o Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, terá uma programação extensa alusiva ao Setembro Amarelo, mês que destaca a luta contra o suicídio.
E, conforme o mais amplo levantamento sobre o tema, publicado em setembro de 2023, na revista The Lancet Regional Health – Américas, a proporção de mortes autoimpostas entre os integrantes dos povos originários era de 9,3 casos em cada grupo de 100 mil indivíduos em 2000 e quase dobrou em 21 anos, chegando a 17,6 por 100 mil. O Brasil tem quase 1,7 milhão de indígenas, segundo os dados divulgados pelo IBGE. Com 229.103, a Bahia conta com a segunda maior população indígena no país, o que representa 1,62% dos habitantes do estado.
Uma das ações de acolhimento e escuta vai acontecer durante o “Seminário de Jovens e Anciões Indígenas nos Conhecimentos Tradicionais”, marcado para os dias 26, 27 e 28 deste mês, na praça principal de Olivença, em Ilhéus. Profissionais do hospital, em parceria com a equipe da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), órgão responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas, realizarão rodas de conversa, tratando-as como um momento para relatar aflições com temas de vulnerabilidade, racismo estrutural, preconceito, violência, esgotamento e sensação de não pertencimento social.