:: 12/out/2024 . 13:13
O dia em que Che virou dono de uma loja de motos
Daniel Thame
No início dos anos 80, jornalista militante que sempre fui e sempre serei, decidi que era hora de dar uma lustrada ideológica nos alunos do Colégio Eraldo Tinoco, em Itabuna, onde cursavam o ensino médio adolescentes de bairros como São Caetano, Jardim Primavera, Jaçanã, Daniel Gomes e Pedro Jerónimo.
Pedi a minha companheira e professora Marilucia Bandeira para me convidar para exibir para os alunos o filme ‘Diários de Motocicleta’, que mostra as aventuras e desventuras de Ernesto Guevara pela América do Sul antes de se tornar o Che.
Sala lotada, coloco a fita (VHS, pra terem idéia de como sou um dinossauro), falo do filme e pergunto se alguém sabe do que se trata.
E não é que um menino responde: “ é sobre o dono de uma loja de motos”.
Isso porque naquele tempo não havia a nobre profissão de motoboy.
O fato e que com vinte minutos de projeção o desinteresse da turma era tão evidente que uma providencial travada na fita foi a senha para encerrar a exibição (ou seria a doutrinação?) antes que o imenso Che Guevara que tenho tatuado no braço rompesse a minha pele e fosse se abrigar em Sierra Maestra.
Hay que endurecer, pero neste dia a ternura foi a ‘la puta madre’ como dizem meus irmãos cubanos.
FIV e FELV – Entenda o que são essas doenças e como podem afetar o seu gato
Hannah Thame
A FIV (Vírus da Imunodeficiência Felina) ou também chamada de AIDS Felina é causada por um vírus da mesma classe que o HIV, que leva a uma queda na imunidade e diminui a capacidade do organismo de combater doenças. Assim como a AIDS humana, o vírus em si não é letal, mas qualquer problema simples pode se tornar um verdadeiro pesadelo, já que o gato não tem como combatê-lo de maneira eficiente.
A FeLV (Vírus da Leucemia Felina) ou Leucemia Felina também é causada por um vírus que causa deficiência imunológica, mas além disso pode afetar as células sanguíneas, levando a quadro grave de leucemia. Assim como a FIV, não tem cura e qualquer doença pode se tornar letal se não for tratada a tempo.
O gato que for positivo para essas doenças pode viver muitos anos sem manifestar sinais clínicos, o que as considera uma doença perigosa e silenciosa, tendo em vista que o animal pode ser portador e nunca ser diagnosticado. No caso de FIV, as doenças associadas podem aparecer muitos anos após o contágio, e incluem infecções oportunistas, doenças da cavidade oral, neoplasias, doenças oculares, doença renal inespecífica ou síndrome degenerativa crônica.
Já os gatos com FeLV apresentam doenças relacionadas principalmente à anemia, leucemia e neoplasias, além de sinais semelhantes aos encontrados em gatos com FIV, aparecendo os sinais clínicos no máximo 3 anos após a contaminação e causando o óbito do gato em até 3 anos após o aparecimento dos sinais clínicos.
A transmissão ocorre de um gato para outro, sendo que a FIV pode ser transmitida pelo sangue, através e brigas e mordidas e a FeLV pode ocorrer mais facilmente através do contato pela saliva, caixa de areia, bebedouros e comedouros.
O diagnóstico é feito através exame de sangue com kits comerciais específicos para FIV e FeLV. Como se trata de doenças que muitas vezes podem ser assintomáticas, o ideal é que todos os gatos sejam testados pelo menos uma vez na vida.
(*) A Dra. Hannah Thame é Médica Veterinária e Mestre em Ciência Animal com ênfase em Sanidade Animal pela Universidade Estadual de Santa Cruz e diretora do Centro de Especialidades Veterinárias em Vitória da Conquista.
Relação entre comida e emoção
Gilza Pacheco
Por que todas as nossas emoções se relacionam com o que comemos?
Estaria a comida longe de ser o único prazer verdadeiro em nossas vidas?
A comida não é apenas uma consequência: é também a origem de nossas emoções.
Certo é que, esconder nossos sentimentos na comida não é a solução dos nossos problemas.
A compulsão por comer ou a simples falta de vontade de comer escondem problemas que precisam ser resolvidos. Entender isso e assumir o controle desses sentimentos é tanto libertador quanto capaz de harmonizar cada pessoa com seus próprios sentimentos e elevar a autoestima.
Quando percebi, no meu caso, como era simples me alimentar, ou no caso de outras pessoas, acabar com a compulsão alimentar, comer o que seu corpo pede quando você está com fome e parar quando está satisfeita – foi como se estivesse pulando para fora da vida como eu vivia, um dia somente com água era o suficiente, de repente, descobri como se estivesse amarrada, presa com amarra, sendo que tudo o que precisei fazer – tudo que precisava ser feito – foi tirar as amarras, soltar a fixação no ego e deixar de me identificar com ele, permitindo-me adquirir uma grande liberdade interior.
As Marias
Dimas Roque
A vida, ah, a vida! Não cansa de me pregar peças. Vejam vocês, caros leitores, o que é o amor. Hoje, acredito ser algo incontrolável quando se apossa de nós. Me digam, o que têm passado por causa do amor e não escondam nada? Esse sentimento que ninguém busca, mas que surge do nada e toma conta de você. Não há homem ou mulher que o consiga controlar. Ele aparece no olhar, nos gestos, na forma de se vestir, em tudo o que você faz. Quando tomado pelo sentimento, é visto por todos ao seu redor.
Meses atrás, fui contratado por uma empresa para tomar conta de um grupo de pessoas que precisavam de acompanhamento para desenvolverem suas tarefas com mais assertividade. Após alguns encontros com o grupo, percebi que duas dessas pessoas se destacavam entre as outras. Todas as vezes que terminavam as reuniões, elas começavam a arrumar as cadeiras, pegavam vassouras e varriam o local, deixando tudo limpo como antes.
Aquelas meninas não precisavam fazer aquele trabalho, mas faziam. Foi aí que me lembrei dos japoneses quando vieram ao Brasil para a Copa do Mundo de Futebol. Eles viraram notícia por, após cada jogo, limparem o local das arquibancadas onde ficavam. E elas faziam o mesmo naquela cidade do sertão pernambucano.
Dias após ter visto aquela cena, encontrei-as novamente na reunião com o grupo. Já estava impactado com a imagem das duas. Mesmo durante as palestras, meus olhos sempre as buscavam onde estivessem. Naquela noite, por desígnio do destino, me demorei ao final em conversas, e elas estavam sem transporte para voltar a suas casas. Ofereci a “carona”, que foi aceita, e foi nesta noite que nossas vidas se juntaram e não mais se separaram enquanto eu desenvolvia meu trabalho na cidade.
Lourival Ferreira, seus pesos e medidas
Walmir Rosário
Lourival de Jesus Ferreira era um técnico em eletricidade e eletrônica que montou as três emissoras de rádio AM de Itabuna – Clube, Difusora e Jornal, nas décadas de 1950 e 60. Também foi redator, apresentador de programas e diretor de emissoras, um faz tudo conceituado e suas criações e produções eram respeitadas. Todas campeãs de audiência.
Apesar de pessoa de bom trato, educado, Lourival era muito exigente e cobrava qualidade dos colegas que dirigia. Na Rádio Difusora Sul da Bahia, do empresário e deputado estadual Paulo Nunes, tinha o aval dos filhos do parlamentar, sobretudo Paulo Nunes Filho e Hercílio Nunes, este o administrador da emissora.
Lourival Ferreira era o “homem de sete instrumentos” e suas recomendações deveriam ser cumpridas à risca, sob pena de um olhar mais duro, reclamação, suspensão e até demissão. Com o passar do tempo, Lourival estudou direito, advogou em Itabuna, prestou concurso para a magistratura, foi juiz em Una, Itabuna, Salvador e chegou ao cargo de desembargador.
Assim que foi trabalhar no setor esportivo na Rádio Difusora, o “olhar clínico” de Lourival Ferreira identificou outras qualidades no narrador Orlando Cardoso, como apresentador de programas e noticiarista. De início, passou a trabalhar em parceria com Romilton (Teles dos) Santos, já “cascudo” no microfone e que encarnava o personagem “Martelo”, no programa Martelo e Martelinho (Eurípedes).
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