:: ‘Universidade Federal de Minas Gerais’
Alexander Birbrair, da UFMG, é eleito para a The World Academy of Sciences
O professor Alexander Birbrair, do Departamento de Patologia do Instituto de Ciencias Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais-UFMG, acaba de ser eleito membro afiliado da The World Academy of Sciences (Twas), por período de cinco anos.
Com sede em Trieste, na Itália, a Twas é uma das mais conceituadas academias de ciências no mundo. Congrega pesquisadores de 70 países, que integram sociedades científicas de todo o planeta. Seu principal objetivo é promover capacitação e excelência científica em âmbito global, mas principalmente em países em desenvolvimento.
A eleição do professor é justificada pela alta produtividade em sua área de estudo e por sua contribuição alinhada com a missão da instituição. Para Birbrair, sua admissão representa uma oportunidade para interagir com importantes cientistas de outros países. “Ciência não se faz sozinho”, ressalta.
Birbrair, que fez graduação em Biomedicina pela Universidade Estadual de Santa Cruz- Uesc lembra que os cientistas reunidos na Academia, em colaboração internacional, devem contribuir para a formulação de políticas públicas, com base em evidências científicas. “Se essas políticas forem definidas apenas pela ideia de algumas pessoas ou grupos, correm o risco de não servirem ao bem comum”, observa.
Laboratório da UFMG estuda novo tratamento contra o câncer
Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG revela a relação entre o sistema nervoso e o câncer de próstata, mama e melanoma. Segundo a pesquisa, a presença de nervos dentro do microambiente tumoral, mais especificamente dos nervos sensoriais e das células de Schwann, estimula a progressão dos tumores. A partir da descoberta, os pesquisadores buscam identificar mecanismos nos quais o crescimento do tumor é regulado pelo Sistema Nervos Periférico e, assim, criar maneiras de manipular estes nervos para inibir o crescimento do câncer.
Ficha técnica: Produção e reportagem: Frederico Gandra Edição de conteúdo: Pablo Nogueira Imagens: Ravik Gomes Edição de imagens: Otávio Zonatto
Estudo de professor do ICB pode abrir caminho para cultivo em laboratório de células-tronco hematopoiéticas
Realizado com o objetivo de reconstituir os componentes do sangue de pacientes submetidos a processos agressivos como a quimioterapia, o transplante de medula óssea nem sempre alcança esse objetivo em sua plenitude, devido ao baixo número de células-tronco hematopoiéticas obtido nesse procedimento – apesar de seu enorme potencial, elas existem em quantidades reduzidas em cada organismo. No entanto, começam a ser desvendados os sinais químicos responsáveis pela reprodução dessas células-tronco – que originam todas as células do sangue –, o que abre caminho para seu cultivo em laboratório.
Essa descoberta foi descrita em artigo recém-publicado na revista Nature Cell Biology pelo professor Alexander Birbrair, graduado pela Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), do Departamento de Patologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais. Fruto de colaboração com pesquisadores de instituições dos Estados Unidos e do Japão, o trabalho identifica aspectos até então desconhecidos de microambientes dos ossos, onde se localizam dois tipos de células-tronco hematopoiéticas. Uma, mais potente, permanece “adormecida” na medula até o momento em que precisa formar células iguais a ela. A outra é acionada em casos de emergência para o organismo e se diferencia em vários tipos de células mais maduras, como macrófagos e linfócitos, capazes de eliminar micro-organismos e vírus. “Descobrimos basicamente a comunicação existente entre os microambientes vasculares e essas células na medula óssea”, comenta Birbrair.
O pesquisador explica que, diferentemente de outras células-tronco, as hematopoiéticas ainda não são obtidas eficientemente por multiplicação in vitro, já que, quando reproduzidas artificialmente, perdem a capacidade de formar todas as células sanguíneas. “Para criar esse ambiente artificial, precisamos compreender muito bem como funcionam no organismo vivo. Por isso, temos estudado os nichos onde elas se localizam, já que o osso é formado de várias estruturas e possui diferentes tipos de células”, diz.
Como me tornei um pataxó médico: a conquista de um povo
Por Zig Oliveira Pataxó* – no BHaz
Recentemente, colei grau na Universidade Federal de Minas Gerais, mais precisamente no dia 23 de dezembro de 2016. Poderia ser apenas mais um número se não refletisse ainda uma realidade rara. Sou Pataxó e me tornei médico. E o que esse retrato significa em nosso país?
Em se tratando de um país multicultural e multiétnico, esse recorte deveria ser comum, visto os direitos garantidos dessas minorias. Mas a realidade é bem diferente daquela inicialmente pensada. Falar de mim significa falar de todo um povo a qual eu represento. Pretendo aqui relatar um pouco sobre meu povo e abordar algumas questões relevantes em nossa luta.
Falar da minha história significa falar de vários aspectos da luta de um povo. Cada conquista significa reconhecimento e valorização cultural. Represento, assim, toda a luta de um povo resistente e ativo. Para entender o real significado desse ponto desejo abordar os temas mais significantes e que de alguma forma se relaciona com a minha graduação.
A ideia de indígena (e não índio) hoje ainda é distorcida pela maioria da população. Ser indígena não tem a ver com viver isolado na mata, pintado, pelado, carregando seus traços típicos e sendo lembrado em um calendário a cada ano como um ser místico. Ser indígena está ligado a noção de territorialidade – nossa maneira de viver, nossa relação com a terra, nossas inter-relações nos mais diversos campos.
A nossa imagem está romantizada por uma literatura brasileira não-representativa como o personagem Peri de José de Alencar. Então, quem quiser nos conhecer sugiro que procure por leituras de autores indígenas – Eliane Potiguar, Ailton Krenak, Sônia Guajajara, Edson Kayapó, entre tantos outros. Tenha em mente que mesmo indígenas e tendo em comum vários aspectos, somos diversos, carregamos uma riqueza cultural.
Logística para vencer o câncer
Ana Rita Araújo. no site da UFMG
Estudo desenvolvido por professor r Alexander Birbrair, da Universidade Federal de Minas Gerais, formado pela Universidade Estadual de Santa Cruz, com a colaboração de pesquisadores norte-americanos, sugere uma série de estratégias que, associadas, podem se constituir em promessa terapêutica para eliminar o glioblastoma, tumor cerebral agressivo, que dá ao paciente baixo prognóstico de sobrevivência. Descrito em artigo publicado neste mês na revista Stem Cells Translational Medicine, o trabalho mostra que é possível fazer as células-tronco neurais derivadas do músculo esquelético chegarem a todas as áreas afetadas – tumor central e seus satélites –, levando vírus modificado por engenharia genética, que produz, de forma contínua, uma droga potente e de eficácia comprovada contra esse tipo de câncer.
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