:: ‘Semana de Arte Moderna’
Colégio Batista de Itabuna celebra Centenário da Semana de Arte Moderna
O Teatro Candinha Doria, em Itabuna, foi o espaço escolhido para a celebração do centenário da Semana de Arte Moderna no Brasil. O ADMIRARTE, evento do Colégio Batista de Itabuna em comemoração à data, recebeu na noite desta quinta-feira(27), centenas de pessoas, pais e avós de alunos, professores e convidados.
“Em fevereiro deste ano comemoramos o centenário da Semana de Arte Moderna no Brasil. A data foi escolhida em homenagem ao então centenário da Independência do nosso país, no ano de 1922, como uma espécie de “grito” pela arte autenticamente brasileira”, disse a diretora do Colégio Batista de Itabuna, professora Graça Guimarães. “Depois de tantos anos, ainda persiste a questão: somos realmente independentes artisticamente? A arte é para todos(as)?”, complementou.
No palco do espaço das artes do município, a encenação feita por alunos e professores da escola, trouxe a história de personagens que fizeram parte da Semana de Arte Moderna, a exemplo do músico Heitor Villa Lobos, mostrando o seu trenzinho caipira, e da artista plástica Tarsila do Amaral.
A famosa autora do famoso quadro Abopuru não participou da Semana de Arte Moderna, por se encontrar na França, mas foi a personagem central no movimento por ter sido casada com o escritor Oswald de Andrade, um dos expoentes do evento cultural.
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Itabuna celebrou bicentenário da Independência do Brasil enfatizando o legado cultural da Semana de Arte Moderna
As comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, transcorrido nesta quarta-feira, dia 7 de Setembro, foi celebrado em Itabuna trazendo à memória e ao conhecimento da multidão de itabunenses o legado da história da arte brasileira deixado pela Semana de Arte Moderna de 1922.
Na Avenida do Cinquentenário, as milhares de pessoas acompanharam o desfile de entidades da sociedade civil e militares. Na sequência, a multidão que se concentrava nas calçadas e sacadas dos prédios aplaudiu os pequeninos de dois anos do segmento da educação infantil da rede pública municipal, bem como as centenas de jovens estudantes do ensino fundamental e médio de colégios da redes particular e públicas municipal e estadual, que renderam um verdadeiro tributo aos protagonistas da Semana de Arte Moderna Brasileira.
Assim, foi possível ouvir na Avenida as Bachianas Brasileiras 5, uma das grandes composições de Heitor Villa-Lobos, executada pela Banda Marcial da Guarda Civil Municipal, e ver reproduzidos em telas e textos obras de artistas da literatura, da dramaturgia e das artes plásticas, como Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Victor Brecheret e Vicente do Rego Monteiro. Um dos momentos mais emocionantes do desfile ficou por conta das crianças do Instituto de Educação Infantil Lúcia Oliveira, que vestidas de aventais de artistas plásticos homenagearam os gênios da pintura plástica moderna brasileira.
Também, arrancando aplausos efusivos do público, a Fanfarra Lobos Guerreiros do Centro de Atenção Integral à Criança – CAIC Jorge Amado deu um verdadeiro show executando clássicos da Música Popular Brasileira (MPB). Foi destaque ainda a participação da Escola Municipal Frederico Smith Lima, que reproduziu em mosaicos telas famosas de Tassila do Amaral – Abaporu e Operários e de Anita Malfatti – O Homem Amarelo.
As obras dos artistas da Semana de Arte Moderno também ganharam forma no desfile dos alunos das escolas municipais Marechal Humberto Castelo Branco, Luiz Viana Filho, Iolanda Pires, Comunitária Rainha da Paz, Grupo Escolar Roberto Santos e do Grupo de Estudos e Intervenção em Alfabetização. As homenagens ao Centenário da Semana de Arte também foram evidenciadas pelo grupamento da Rede Particular de Ensino, através da Escola PIO XII, Colégio Geórgia e Colégio Adventista de Itabuna.
100 anos depois ainda estamos em uma Semana de Arte Moderna
Após 100 anos da Semana de Arte Moderna o que temos é um Brasil que procura sua identidade. As inquietações permanecem e o país está “pluridiversificado”, tem-se uma plêiade de vontades e pouco foi feito até aqui. Uma coisa é certa: de lá para cá jamais fomos os mesmos. As coisas não ficaram no lugar. Deixamos de ser um país rural e adentramos na urbanização.
As cidades foram amontoando gente. Para abastecer toda essa gente, a agricultura foi maximizada e continuou a encher os bolsos de alguns. Nas cidades, os postos do setor de serviços são ocupados por aqueles que, supostamente, são os mais habilitados. A indústria se tornou pujante, cada vez mais tecnológica e empregando menos pessoas. Os nossos cabelos nos centros urbanos são depósitos para as fuligens, que se dispersam nas nossas carapinhas e se impregnam em nossa pele. Os rios se tornaram nossos esgotos, pois, conferem maior fluidez para as nossas sujeiras.
O Brasil de ontem é o mesmo de hoje quando o assunto são as castas e quem pode mais na república federativa. O QI ( Quem Indica) continua a desafiar os princípios republicanos e condena a nação no trópico. Cem anos depois uma elite continua a fazer a festa. Todos podem fazer arte, mas nem todos são valorizados. Apenas os bem “indicados” alcançam um patamar de visibilidade, esses são apresentados na TV e aparecem nos jornais impressos. As revistas fazem o arremate final com bastante tinta e brilho. Os quadros, leiam-se as telas, agora são usados para disfarçarem as propinas.
O Brasil continua sendo o país dos corpos. As pessoas malham e se exibem nas ruas e avenidas, que são vitrines. Sem falar nas redes sociais que potencializam e são senhas para as curtidas. Não vou me fazer de santo: eu adoro! Não sou pudico.
As músicas incentivam os tapas nas mulheres e as ofendem. Colocam-nas no porão da história. As bichas publicamente são esquartejadas. Os corpos negros caem nas ruas das cidades. Somos todos fiscalizados e monitorados no maior controle da História. Apologias a crimes contra a humanidade, constantemente, são defendidas por alguns em nome da liberdade de ofender minorias e tragédias humanas.
Sentimos saudade dos rebeldes com causa de 1922. Eles descortinaram nossa realidade e impuseram uma caminhada menos romântica. Seria trágico se pegássemos aquele caminho da pura idealização. O Brasil de hoje é plural e continuará a ser. Tem enormes desafios, cuja minha geração “já” fracassou. Precisamos recorrer à próxima geração para amenizar as angústias.
No contexto atual, as mulheres se rebelam, porém as regras estão bem delimitadas. Mas haverá de ser superadas. Os negros buscam quebrar as correntes, entretanto, há quem acha beleza em artesanato, com réplicas de pessoas escravizadas, para comercialização em aeroporto. Cem anos depois, ainda estamos em uma plena Semana de Arte Moderna, que precisa ressignificar nossa caminhada, quebrar o parnasianismo da elite e desmascarar uma gente que se finge de inocente.
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Efson Lima é Doutor e mestre em Direito/UFBA. Professor universitário. Aprendiz de escritor. Advogado. Membro da Academia Grapiúna de Letras.
FLISBA realiza colóquios para comemorar os 99 anos da Semana de Arte Moderna e inicia comemorações pelo ano do centenário
O Coletivo Flisba vai realizar hoje, dia 12 e nos dias 13 e 14 de fevereiro o Projeto “Colóquios Tupy Or Not Tupy – 99 anos da Semana de Arte Moderna”. O objetivo das lives é refletir sobre a importância desse acontecimento que impactou além da literatura, as artes plásticas, a música e tantos outros campos da sociedade brasileira.
As lives vão ocorrer sempre às 20 horas pelo Instagram, no perfil do Flisba: @flisba.
No dia 12/02 – 20h, o tema da live será sobre “Modernismo – Desvios e Preconceitos” sob mediação da professora Luh Oliveira. O convidado é o professor Ramayana Vargens.
Para o professor Ramayana Vargens, membro do coletivo Flisba e idealizador da proposta, a Semana de Arte Moderna merece reflexão, pois, “ às vésperas de completar um centenário, a Semana de Arte moderna merece uma análise que destaque não apenas sua contribuição estética renovadora. Faz-se oportuno examinar suas influências na formação dos padrões ideológicos que nortearam a política cultural no país” sintetizou ele sobre a importância da Semana de Arte Moderna para o Brasil.
No dia 13/02 , o tema será sobre “Patrimônio Cultural: as referências simbólicas das tradições populares” tendo a mediação da professora Anarleide Menezes. Ela vai receber André Reis, que é Diretor do Centro de Culturas Populares e Identitárias, órgão do Estado da Bahia. É Especialista em Gestão da Cultura E tem em seu currículo uma vasta experiência administrativa e ações.
Semana de Arte Moderna inspira Sarau Literário na Escola Cultural de Itabuna
O Colégio Modelo de Itabuna – Projeto Escolas Culturais, realizou um Sarau Literário, inspirado na “Semana de Arte Moderna”. Estudantes do 3º ano noturno, professores das áreas de Linguagens e Exatas do ensino regular, coordenação do Projeto Escolas Culturais e as professoras dos Cursos Técnicos de Dança, Figurino Cênico, Teatro e Produção em Áudio e Vídeo, juntamente com estudantes fizeram um evento repleto de sensações, trocas e aprendizagens ao longo do caminho.
A programação incluiu apresentações de teatro, dança, exposição de telas, fotografias e recital de poesias produzidas pelos estudantes. O evento teve participação especial da Escola Municipal de Dança, Banda Cabruca, o Rapper Nex e Ô Peste Gang.
O Projeto Escolas Culturais é uma ação do Governo do Estado da Bahia desenvolvida por meio da iniciativa interinstitucional firmada entre as Secretarias da Educação (SEC), Secretaria de Cultura (SECULT) e Secretaria de Justiça Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) executada pelo Instituto de Ação Social pela Música – IASPM.
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