:: ‘indústria 4.0’
A pandemia e a indústria 4.0: o desafio das novas relações de trabalho
Efson Lima
As relações de trabalho no Brasil não podem ser analisadas sem considerar o seu curso histórico, cujas marcas do escravagismo estruturaram consideravelmente as relações trabalhistas. Por sinal, o País foi o último a por fim ao escravagismo oficial nas Américas. Essa circunstância foi estruturando as relações de poder e de trabalho no Brasil, inclusive, concorrendo para uma administração pública que calcada na eficiência a partir de 1998, ver sobressaírem os traços do patrimonialismo.
A questão do trabalho, no século XX, esteve albergada nas Constituições da República brasileira e, especialmente, na Constituição de 1988, inclusive, integra os fundamentos da República no tocante aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, sem prejuízo de estar no rol dos direitos sociais, evidenciando o compromisso do Estado e da sociedade com as relações de trabalho.
A Faculdade de Direito da UFBA, recentemente, realizou o “Congresso Internacional de Direito, Justiça e Literatura em Horas de Pandemia Global”, no modo virtual, coordenado pelos professores Antonio Sá da Silva e Wilson Alves de Souza, na ocasião, durante a palestra, registrei que no bojo das Comemorações dos 100 anos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), uma das preocupações centrais estava o processo de automatização da sociedade com a crescente integração dos “mundos físico e virtual” por meio das máquinas, da inteligência artificial e dos robôs.
É nesse sentido que Klaus Schwab, uma das grandes referências mundiais no estudo da denominada Quarta Revolução Industrial, aponta como uma das peculiaridades da transformação social em curso, pois, a fusão e interação entre os domínios físicos, digitais e biológicos é uma constante.
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