:: ‘Ferrovia Oeste-Leste (Fiol)’
Novas oportunidades e o Santo Graal
Helenilson Chaves
Observando a rodovia que liga Itabuna a Ilhéus, meus olhos não enxergam apenas uma estrada, mas sim uma grande avenida que no futuro unirá as duas cidades-irmãs.
Diversos empreendimentos imobiliários de pequeno e médio porte ganham vida às margens da rodovia, sinal de que os sonhos que povoaram as cabeças dos investidores começam a dar os primeiros passos.
Com certeza, ali surgirá o ponto que mostra a força da nossa economia, que apesar de abalada e sofrendo os efeitos de Torquemada, reflete a enorme capacidade de resistência.
Além disso, veremos também empreendimentos realizados por empresários da nossa região, compartilhando com grandes empresas oriundas de várias partes do Brasil, as oportunidades que o Porto Sul e a Ferrovia Oeste Leste, -quando concluídos e espero que essas obras importantes se tornem realidade-, despejarão no Sul da Bahia.
Confiamos plenamente nessa chama empreendedora que vem desde os tempos dos pioneiros da lavoura cacaueira, característica marcante da gente grapiuna, que já deu seguidas mostras de superação e de capacidade de se reerguer, de dar a volta por cima.
Sabemos que os nossos empresários tem totais condições de aproveitar essa nova era, assumindo o papel de protagonistas e não apenas de figurantes, num processo de desenvolvimento que se mostra irreversível.
Vem aí um novo ciclo de desenvolvimento, mas vale ressaltar que o cacau será sempre emblemático, seja pela força dos que desbravaram uma região inóspita fazendo brotar uma economia forte, seja pelo imenso potencial de um produto que, tratado com o devido cuidado e contando com o apoio necessário para sua recuperação, terá condições de atender a uma demanda crescente em todo o mundo, com imensos ganhos sócioeconômicos para o Sul da Bahia.
O Porto Sul, a Ferrovia Oeste Leste e outros empreendimentos são bem vindos, mas o cacau será sempre o nosso Santo Graal.
Helenilson Chaves é empresário
Processo de construção do Porto Sul segue em andamento
O Governo da Bahia esclarece que, diferentemente das informações divulgadas por alguns veículos de comunicação, o processo de construção do Porto Sul continua em andamento. Em paralelo às providências para o início das obras do Porto Sul, o governo trabalha também com uma alternativa: usar o Porto de Malhado, em Ilhéus, para escoamento da produção que chegará através da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol).
Com essa alternativa, a carga transportada pela Fiol chegaria a um centro logístico, que seria construído no município de Uruçuca, a 40 km de Ilhéus, e, de lá, seguiria para o Porto de Malhado em caminhões através da já existente BA-262.
“Essa alternativa só será executada caso a Ferrovia Oeste-Leste seja completamente finalizada antes do Porto Sul”, explicou o coordenador de Infraestrutura da Casa Civil, Eracy Lafuente. Ainda segundo Lafuente, as obras do Porto Sul serão iniciadas tão logo seja obtida a autorização para supressão da vegetação.
Ibama libera licença para mais dois lotes da Ferrovia Oeste Leste
A licença de instalação para o avanço das obras nos lotes 5 e 5A da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) foi concedida nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Juntas, as obras resultam num investimento de mais de R$ 850 milhões.
A notícia foi comemorada pelo secretário estadual da Casa Civil, Rui Costa, que monitora as obras da Fiol na Bahia. “A licença de instalação do Ibama nos permite dar prosseguimento às obras deste que é um empreendimento de extrema importância para o desenvolvimento econômico de todo o nosso estado. Vamos dar celeridade às obras e gerar emprego e renda à população da região”. O lote 5 possui uma extensão de 162 quilômetros, partindo do município de Caetité até Bom Jesus da Lapa. O 5A consiste na construção de uma ponte de 2,9 quilômetros sobre o Rio São Francisco.
Também estão em andamento na Fiol as obras dos lotes 1, 2, 3 e 4, esse último já com 92,2% da terraplanagem concluída. Segundo informações da Valec, empresa executora das obras, com a liberação desses lotes, a ferrovia já gerou mais de seis mil empregos diretos.
Na Uesc, Gabrielli destaca implantação do Porto Sul e Ferrovia Oeste Leste
Com o setor de Serviços, que representa quase 2/3 do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, além do Comércio e Construção Civil, crescendo sistematicamente, a taxas superiores à brasileira, nos últimos doze meses, a economia baiana segue descolada do ritmo nacional. A afirmação é do secretário do Planejamento do Estado da Bahia, José Sergio Gabrielli, durante o encontro de ontem (3) à noite, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, onde fez palestra para 600 estudantes.
O objetivo do encontro foi apresentar uma análise do desempenho da economia baiana e brasileira, bem como discutir assuntos de interesse da comunidade, como a implantação do Porto Sul e da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), além da duplicação da rodovia que liga Ilhéus-Itabuna.
De acordo com Gabrielli, em 2012, apesar da crise internacional, a Bahia está em uma situação muito favorável para o crescimento. “Diferente do dinamismo de outras décadas, que era provocado por grandes investimentos, como a implantação do Polo Petroquímico, hoje, a economia baiana é movida pelo consumo”, destaca o titular da pasta do Planejamento.
Segundo o secretário, “o processo de distribuição de renda com os programas sociais e maior oferta de crédito, além de uma política de aumento do salário mínimo e formalização do trabalho, bem como elevação do nível de emprego e renda, ativou o mercado interno”, explica.
LOGÍSTICA – O secretário pontua ainda que “como toda economia movida pelo consumo, encontramos limites, mas estamos começando a enfrentá-los, como é o caso da logística”, afirma Gabrielli, lembrando que está em construção a Fiol, no trecho entre Ilhéus-Caetité, e que a expectativa é que neste mês a Valec, empresa do Governo Federal responsável pelas obras da ferrovia, solucione as pendências junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a fim de iniciar as obras no trecho Caetité-Barreiras.
Ainda falando de logística, o secretário disse que se deve investir cada vez mais nas diversas modalidades de transporte, porque cada uma tem vantagens competitivas. Segundo Gabrielli, de um modo geral, o transporte rodoviário atende bem distâncias de até 400 km; a ferrovia, entre 400 e 1500 km; e o transporte hidroviário, entre 1500 e 3000 km.
“Com a Fiol, que tem capacidade inicial estimada de 40 milhões de toneladas por ano, devemos reduzir o custo do transporte de mercadorias em cerca de 30%. Isso porque a capacidade de um trem com 100 vagões chega a superar a carga de mais de 350 caminhões”, ressalta o secretário. Um dos desafios, de acordo com a exposição, é promover articulações dentro do próprio estado, como o trecho ferroviário entre Juazeiro e o Porto de Aratu e a hidrovia do São Francisco.
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