Com o setor de Serviços, que representa quase 2/3 do Produto Interno Bruto (PIB) da Bahia, além do Comércio e Construção Civil, crescendo sistematicamente, a taxas superiores à brasileira, nos últimos doze meses, a economia baiana segue descolada do ritmo nacional. A afirmação é do secretário do Planejamento do Estado da Bahia, José Sergio Gabrielli, durante o encontro de ontem (3) à noite, na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, onde fez palestra para 600 estudantes.

O objetivo do encontro foi apresentar uma análise do desempenho da economia baiana e brasileira, bem como discutir assuntos de interesse da comunidade, como a implantação do Porto Sul e da Ferrovia Oeste-Leste (Fiol), além da duplicação da rodovia que liga Ilhéus-Itabuna.

De acordo com Gabrielli, em 2012, apesar da crise internacional, a Bahia está em uma situação muito favorável para o crescimento. “Diferente do dinamismo de outras décadas, que era provocado por grandes investimentos, como a implantação do Polo Petroquímico, hoje, a economia baiana é movida pelo consumo”, destaca o titular da pasta do Planejamento.

Segundo o secretário, “o processo de distribuição de renda com os programas sociais e maior oferta de crédito, além de uma política de aumento do salário mínimo e formalização do trabalho, bem como elevação do nível de emprego e renda, ativou o mercado interno”, explica.

LOGÍSTICA – O secretário pontua ainda que “como toda economia movida pelo consumo, encontramos limites, mas estamos começando a enfrentá-los, como é o caso da logística”, afirma Gabrielli, lembrando que está em construção a Fiol, no trecho entre Ilhéus-Caetité, e que a expectativa é que neste mês a Valec, empresa do Governo Federal responsável pelas obras da ferrovia, solucione as pendências junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a fim de iniciar as obras no trecho Caetité-Barreiras.

Ainda falando de logística, o secretário disse que se deve investir cada vez mais nas diversas modalidades de transporte, porque cada uma tem vantagens competitivas. Segundo Gabrielli, de um modo geral, o transporte rodoviário atende bem distâncias de até 400 km; a ferrovia, entre 400 e 1500 km; e o transporte hidroviário, entre 1500 e 3000 km.

“Com a Fiol, que tem capacidade inicial estimada de 40 milhões de toneladas por ano, devemos reduzir o custo do transporte de mercadorias em cerca de 30%. Isso porque a capacidade de um trem com 100 vagões chega a superar a carga de mais de 350 caminhões”, ressalta o secretário. Um dos desafios, de acordo com a exposição, é promover articulações dentro do próprio estado, como o trecho ferroviário entre Juazeiro e o Porto de Aratu e a hidrovia do São Francisco.