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Pesquisador baiano utiliza bactérias da caatinga como bioinsumo para combater a seca
Para o pesquisador e professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Adailson Feitoza, a água é um elemento cada vez mais escasso no planeta. É que segundo as projeções da ONU e Banco Mundial, a humanidade enfrentará secas mais severas nas próximas décadas e parte disso deve-se ao fato que cerca de 70% do consumo de água potável do mundo é proveniente do segmento agrícola. Pensando em como alterar uma equação que parece imutável, visto que plantações dependem necessariamente de água, o professor buscou uma solução para reduzir o consumo no segmento agropecuário e na proteção das culturas agrícolas contra as secas. A resposta pode estar nas bactérias da caatinga.
Adailson contextualiza que em muitos locais os eventos de secas e veranicos que atingem as plantações podem ser irreversíveis para os produtores que dependem apenas da água da chuva para cultivar. Com tantas prerrogativas, o grupo de pesquisa se questionou onde poderia estar uma solução capaz de economizar água e manter a saúde das plantas. “Acreditamos que a resposta pode estar na natureza”, disse o professor ao explicar que plantas nativas da caatinga conseguem passar por longos períodos de secas devido às adaptações fisiológicas e morfológicas que desenvolveram ao longo da evolução. “O que não sabíamos até estudos recentes é que diversas espécies de microrganismos (bactérias e fungos) estão associadas a estas plantas e podem ser responsáveis também pela resistência à seca.
Ararinhas-azuis retornam à caatinga
Extintas da natureza há 20 anos, 52 aves da espécie Cyanopsitta spixii, as ararinhas-azuis, retornam ao seu habitat de origem, no município de Curaçá, na Bahia. As aves chegaram da Alemanha ontem (3), no Dia Mundial da Vida Selvagem, que tem como objetivo celebrar a fauna e a flora e alertar para os perigos do tráfico de animais selvagens no mundo.
O secretário estadual do Meio Ambiente (Sema), João Carlos Oliveira acompanhou de perto a repatriação das ararinhas-azuis. “O retorno das aves ao bioma caatinga representa o resgate, o sonho e a esperança. A Sema e Inema vão atuar na fiscalização do entorno da Área de Proteção Ambiental, não só por conta das ararinhas, mas para coibir o tráfico de outras aves, como o papagaio”, destaca o secretário.
Também estiveram presentes o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles; o presidente do ICMBio, Homero Cerqueira; o presidente da instituição alemã Association for the Conservation of Threatend Parrots (ACTP), Martin Guth; o coordenador regional do Inema, Anselmo Vital e diversos técnicos dos órgãos ambientais.
Do Aeroporto de Petrolina, as aves foram encaminhadas para o Refúgio de Vida Silvestre da Ararinha-Azul, construído em Curaçá e que possui aproximadamente 30 mil hectares. As espécies passarão por um processo de adaptação e treinamento para viverem em liberdade na Área de Proteção Ambiental da Ararinha-Azul, que conta com 90,6 mil hectares. As unidades de conservação foram criadas pelo Governo Federal e a construção do Centro e o projeto de reintrodução são custeados pela ONG ACTP. A primeira soltura está prevista para 2021.
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