topa-1Estudar no Programa Todos pela Alfabetização (TOPA) fez toda a diferença na vida dos alfabetizados. Mais do que elevar a escolaridade, aprender a ler e escrever impacta diretamente na elevação da autoestima e na melhoria da qualidade de vida dos beneficiados. Isto é o que mostram os resultados dos testes cognitivos de entrada da 9ª etapa do TOPA, realizados pelo Instituto Paulo Freire e apresentados durante seminário, nesta quinta-feira (20), em Salvador, promovido pela Secretaria da Educação do Estado da Bahia.

topa-13Chegar a esta conclusão foi possível, segundo explica o presidente de honra do Instituto Paulo Freire, Moacir Gadotti, graças à introdução de perguntas qualitativas nos testes que também verificaram e mensuram o conhecimento em Português e Matemática de cinco mil alfabetizandos, em 11 regiões diferentes da Bahia. “Detectamos que, a partir das perguntas qualitativas dos testes, os resultados foram além do objetivo principal do TOPA, que é a alfabetização de jovens e adultos. Constatamos que o programa contribui para que as pessoas empobrecidas que não tiveram a oportunidade de serem alfabetizadas na idade certa tenham tido a sua autoestima aumentada e não mais se sintam sozinhas no mundo, porque são acolhidas por um coletivo”, relata Gadotti.

Além disso, completa Gadotti, “o programa vem contribuindo para diminuir a mortalidade por desnutrição, como reconhece o próprio Banco Mundial, porque os alfabetizados passam a entender mais de saúde, de condições de higiene”.

Outro ponto importante relacionado aos resultados dos testes cognitivos, conforme o representante do Instituto Paulo Freire, é o perfil de avaliação de acompanhamento da aprendizagem e de certificação. “E este é um papel importante dos testes que buscam avaliar os resultados do TOPA a partir de sua proposta, que é partir dos saberes do alfabetizando para construir o que eles não sabem, e isto é o que considero de mais fantástico no programa”.

Formação – Além de socializar e avaliar coletivamente os resultados da aplicação dos testes cognitivos de entrada, o seminário visou, também, apresentar propostas que venham promover melhorias da aplicação dos testes e da formação dos alfabetizadores e coordenadores de turma. “O Instituto Paulo Freire, com quem estamos trabalhando há quatro anos, é o responsável pela avaliação da atuação do TOPA, por meio da aplicação de testes cognitivos de entrada e de saída, e aqui estamos socializando os resultados por entendermos que o processo avaliativo é um momento de compartilhamento em prol da melhoria da qualidade pedagógica e da efetividade social do programa. A Bahia, inclusive, é o único Estado que realiza avaliação externa”,  destaca a coordenadora geral do TOPA, Elenir Alves.

A coordenadora de turma Eliana de Souza afirma que conhecer o resultado dos testes cognitivos aplicados entre os alfabetizandos é importante para que o trabalho da próxima etapa seja aperfeiçoado. “Considero que o TOPA já conquistou muitas vitórias, especialmente por ser reconhecido como um programa que já alfabetizou 1,4 milhão de pessoas em todo o Estado. Temos, então, que buscar melhorá-lo cada vez mais”.

 

Já a alfabetizadora Maria José Cruz, 62 anos, atuante no bairro de Pirajá, onde reside, mostra o seu orgulho em contribuir para a alfabetização de jovens e adultos de sua comunidade, há oito anos: “Este ano, fui responsável pela alfabetização de 11 pessoas e isto me deixa muito alegre. E isto é possível graças à riqueza do TOPA, um programa que muito ensinou. Agora, quero fazer universidade”.

 

O Seminário reuniu supervisores, alfabetizadores e coordenadores de turma do TOPA. Na quarta-feira (19), o TOPA promoveu o Encontro com supervisores do programa, também em Salvador. Durante o encontro, os participantes avaliaram o processo de execução da 9ª etapa/2016 e discutiram estratégias para a implementação da 10ª etapa do programa. (Fotos: Gladimir Ferreira)