:: 17/out/2015 . 21:27
Em debate na Flica, Livia Natália diz: ‘Eu digo como quero ser representada’

Não há mais o que se contestar sobre a legitimidade da literatura negra. Duas mulheres, escritoras, negras, feministas e o desafio da militância em campos invisibilizados historicamente. De um lado, a poeta e professora baiana Livia Natália. Do outro, Sapphire, escritora norte-americana autora do clássico “Preciosa”, levado para o cinema. Duas vozes capazes de prender a atenção do público que lotou o Claustro do Convento do Carmo neste sábado (17), na Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica). A mediação ficou por conta do jornalista Mário Mendes.
“Estamos em um momento em que a literatura tem nome e sobrenome. Voz, elas sempre tiveram, mas não podiam se fazer ouvir. Por exemplo, a homossexualidade deixa de ser doença no final do século passado, assim como negros eram tidos como sem alma, que podem ser mortos. Infelizmente a polícia ainda não pegou isso, eles acham que ainda podem nos matar”. A fala de Livia Natália arrancou aplausos calorosos da plateia. Apesar de não se considerar militante como escritora, Sapphire destacou que a vida dos negros tem sido reduzida por causa do racismo.
Para Livia Natália, a formação acadêmica brasileira rechaça a literatura de uma das escritoras negras mais conhecidas da história, Carolina de Jesus. Enquadrada como uma literatura menor, a escrita visceral da autora em “Quarto de Despejo” foi ressaltada pela poeta no debate, reforçando o valor literário da clássica escritora da literatura negra.
“Tem uma intensidade, uma construção de um universo simbólico, formal, todo mediado pela fome. E ela escreve de uma outra forma por causa dessa fome. É uma mulher que vai do topo de uma carreira literária e morre no mesmo lugar de onde saiu, que foi a favela”. Complementando a poeta baiana, Sapphire destacou a influência de Carolina de Jesus em suas obras.
“Todos os livros de Carolina que foram traduzidos para o inglês faz parte do que falei, escrevi. Tudo isso eu estudei”, revelou.
Entre outros assuntos, como processo literário, poesia, prosa, racismo, outro aspecto foi abordado pelas autoras. De acordo com Sapphire, a literatura escravagista foi a base dos primeiros livros dos afro-descendentes. “Antes não era algo muito popular. Entrou em discussão há pouco tempo, com o livro 12 anos de escravidão. Tem uma literatura fora da literatura, que são diários, cartas. Você tem que pegar a linguagem do povo mesmo, das ruas, a mulher afro-descendente busca essas cartas para criar uma voz que possa ser ouvida”, explica.
Nesse contexto, a poeta baiana defende o poder da palavra nas mãos dos sujeitos “invisíveis”. “Se todas as minorias se apossarem da palavra, a palavra é poder, eu digo quem eu sou. Eu digo como quero ser pensado, representado. Escrever é dizer quem eu sou e como eu quero ser pensada. Vamos continuar lutando, livre e simbolicamente. Literatura negra sim”, afirmou. (do G1)
Eunápolis ganha duas unidades básicas de saúde

Eunápolis passou a contar, com duas novas Unidades Básicas de Saúde (UBS), inauguradas na presença do governador em exercício, João Leão. As unidades estão instaladas no bairro de Antares e na Avenida Paulino Mendes Lima, no centro da cidade, e devem atender cerca de 20 mil pessoas por mês.
“A saúde é uma das prioridades para o Governo do Estado. Nós queremos saúde de primeiro mundo para a Bahia e, com a qualidade das unidades inauguradas, nós vamos chegar lá”, afirmou João Leão. As UBS vão realizar atendimentos médicos, odontológicos, triagem pré-natal e neonatal, planejamento familiar, vacinação, tratamento para tuberculose e hanseníase, além de acompanhamento para hipertensão e diabetes.
Ainda em Eunápolis, João Leão inaugurou uma Academia de Saúde, na Praça Vereador Alcides Ferreira Pinto, e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), localizado na rua Antônio Soares, no bairro Centauro.
TV Record Cabrália amplia ações de apoio ao Mutirão do Diabético de Itabuna

A TV Record/Cabrália mais uma vez será parceira do Mutirão do Diabético de Itabuna, que este ano acontece no dia 21 de novembro. A parceria foi renovada durante um encontro que contou com as presenças do coordenador do Mutirão, Dr. Rafael Andrade, do diretor da TV Cabrália, Marcelo Almeida, do apresentador do Balanço Geral, Tom Ribeiro, e da gerente executiva da emissora, Cristine Ribeiro.
Além da divulgação do evento durante toda a programação a TV Cabrália fará a transmissão ao vivo para todo o sul, extremo sul e sudoeste da Bahia, com programa “Balanço Geral no Mutirão do Diabético”, comandado por Tom Ribeiro, com a presença de músicos, bandas e personalidades regionais. Os artistas da Rede Record e grandes nomes da musica baiana gravarão mensagens orientando as pessoas para a prevenção do diabetes e a mobilizando para o mutirão.
A parceria da TV Record/Cabrália inclui ainda entrevistas ao vivo com profissionais de saúde no Balanço Geral, levando informações, esclarecendo dúvidas e alertando sobre a necessidade de prevenção da doença; a Blitz Azul, que vai visitar residências que estiverem iluminadas com a cor azul durante o mês de novembro e o apoio à Pedalada Azul, evento que acontece no dia 14 de novembro que serve como mobilização para o Mutirão do Diabético.
Flica celebra centenário de Adonias Filho
A dualidade e complementaridade entre amor e ódio, vida e morte. A obra do autor baiano Adonias Filho, nascido na cidade de Ilhéus, em 27 de novembro de 1915, foi tema da segunda mesa da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), nesta sexta-feira (16). Com mediação do escritor João Aguiar Neto, o jornalista e também escritor Carlos Ribeiro e a professora de literatura Silmara Oliveira relembraram a trajetória pessoal e literária do crítico, ensaísta, romancista e jornalista baiano Adonias Filho.
“Era uma figura de grande importância da história da literatura do Brasil. Homem público, mas, sobretudo, um grande ficcionista. O centenário é muito importante para lembrarmos isso. Vivemos essa lacuna, de pouca memória de Adonias”, reflete Carlos Ribeiro. “A condição humana e a universalidade permeiam a obra de Adonias. Tratar do amor, do ódio, da traição. Ser universal é se reconhecer naquela literatura em qualquer parte do mundo. Quem lê o texto de Adonias Filho não volta o mesmo”, destaca Silmara Oliveira, que também é coordenadora do memorial em homenagem ao escritor, que fica na cidade de Itajuípe. Com familiares do escritor na plateia, ele foi relembrado como um autor preocupado com relações humanas e com viés trágico da vida.
Entre leituras de textos do autor baiano que completaria 100 anos em novembro de 2015, os debatedores divagaram a respeito de outras linguagens para a obra de Adonias Filho, como por exemplo, o cinema. Esse foi um dos questionamentos de Carlos Ribeiro, que destacou a dificuldade em transformar a obra do autor baiano em uma linguagem cinematográfica, ao contrário do que ocorreu com o escritor Jorge Amado, que tem diversas obras traduzidas para o cinema. Silmara discordou desse ponto de vista e destacou a semelhança entre a obra de Adonias com o teatro e a tragédia grega.
Regionalismo e Universalidade
Silmara Oliveira destacou o regionalismo de Adonias Filho, tendo como foco o indivíduo. “Adonias é regionalista, é do sul da Bahia, tem o diferencial territorial. A maior preocupação não era o regionalismo. Ele está na terceira fase do modernismo, mas ele parte para algo singular, da personalidade do indivíduo. O aspecto regional está inserido no indivíduo, não no aspecto físico”, conta.
“Ele tem o microcosmo, o sul da Bahia, mas ele é um universo de paixões, de sentimentos, de relações profundas. Se observamos a construção da linguagem, o tratamento que ele dá para a linguagem não é o coloquial, e isso é muito surpreendente, pois a fase da obra de Adonias é aquela fase anterior a de Jorge Amado, quando os centros urbanos não estavam prontos. Adonias vai tratar do desbravamento, por onde os colonizadores chegaram, no sul da Bahia. Os falares típicos, pitorescos. Mas Adonias dá um passo além porque ali é um recurso que se usa para esse ser humano”, completou Carlos Ribeiro.
Segundo destacou Silmara Oliveira, Adonias Filho tinha cuidado especial sobre o que escrever e como escrever de forma precisa, sincopada, objetiva e expressa de forma intensa e rápida, o que difere de muitos autores da época. “Ele não se preocupa com o detalhamento da história. Ele diz o que aconteceu e pronto. É sua preocupação desenvolver esse detalhamento”, conta Silmara.
Leitor da tragédia grega, toda escrita de Adonias Filho era pesquisada, nada era gratuito na obra dele, como definiu a pesquisadora. “Há muito que estudar sobre a obra dele. Adonias era um crítico literário dele mesmo”, destaca Silmara. Ela ainda disse que o escritor é muito delicado para falar do sexo e do amor e também possui a marca regional do cacau, dos objetos da vida e do índio.
Contemporâneo de Jorge Amado, que o recebeu na Academia Brasileira de Letras em 1965, Adonias Filho apoiou a ditadura militar de 1964 e, segundo Silmara Oliveira, esse é um dos motivos para a obra do autor baiano não ser tão conhecida e valorizada como a de Jorge.
“A falta de espaços para ele também é política. Há retaliações. É um problema na vida do escritor. Ele era tímido, retraído. Jorge soube aproveitar a condição política de esquerda. Adonias, além da retração, tinha a retaliação. É preciso que a gente faça o reconhecimento da pessoa que ele foi. Homem simples, avô espetacular, metódico. Ele não era a pessoa que se divulgou”, defende Silmara. (do G1)
Cunha retira dinheiro da Suíça e investe no metrô de São Paulo para garantir sigilo absoluto
(do Blog Sensacionalista)-Decepcionado com o vazamentos de seus dados sobre suas contas secretas na Suíça, Eduardo Cunha encontrou outra forma de esconder seu dinheiro sem ser descoberto. O deputado sacou todo seu dinheiro guardado na Suíça e investiu tudo em obras do metrô de São Paulo, onde teria maior garantia de sigilo.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, agradeceu o investimento do deputado nas obras do estado e reforçou que irá tornar ainda mais sigilosos os dados sobre as obras do metrô, para garantir um investimento seguro para Eduardo Cunha.
Pessoas próximas de Cunha em Brasília revelaram anonimamente que ouviram uma conversa entre Cunha e Alckmin, onde Alckmin dizia que precisava de investimento no estado e prometia, além do sigilo nas obras, a total garantia de que se um dia algo for descoberto e investigado, tudo será arquivo como de costume.
Projeto Educação em Movimento será encerrado em Itabuna e Ilhéus
O projeto Educação em Movimento, que está no seu quinto ano consecutivo e já entrou para o calendário dos baianos, tem como objetivo ajudar estudantes das escolas públicas da capital e do interior na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e vestibular, passando conhecimento de forma lúdica e prazerosa.
O projeto que é gratuito e acontece em Salvador, Barreiras, Feira de Santana, Itabuna/Ilhéus, Juazeiro e Vitória da Conquista pretende também incentivar a leitura, disseminar a cultura local e nacional, promovendo a educação e contribuindo para o desenvolvimento intelectual e social dos baianos.
Este ano, o projeto é comandado por um time de professores da capital e do interior, como o professor Ricardo Carvalho (História Geral), Adão Alburque (Atualidades) e Zé Nilton (História).
Itabuna e Ilhéus encerram o projeto, no dia 20 de outubro, no auditório da UESC, com abertura as 18:30h, e terá a participação dos professores Zé Nilton (História) e Adão Alburqueque (Atualidades).
O projeto tem o patrocínio da Secretaria de Educação, através do Governo do Estado da Bahia, Petrobras e o Governo Federal e o apoio da Braskem, Faculdade Pitágoras e apoio institucional da TV Santa Cruz e da Bahia FM Sul. Para participar basta entrar em contato coma TV Santa Cruz (73) 3214 6600 // 3214 6617
Secretaria da Educação incentiva produtos da agricultura familiar na alimentação escolar
No Dia Mundial da Alimentação, comemorado nesta sexta (16), a Organização das Nações Unidas (ONU) tem como tema “Proteção social e agricultura: quebrando o ciclo da pobreza rural”. Alinhada com a valorização do pequeno agricultor e a obtenção de um produto orgânico e saudável para a Alimentação Escolar, a Secretaria da Educação do Estado está incentivando cada vez mais a aquisição de produtos da agricultura familiar para a alimentação escolar. Nesse sentido, inicia no próximo dia 19, uma série de encontros com gestores, diretores e coordenadores de Núcleos Regionais de Educação (NRE) e Nutricionistas. A primeira reunião será na cidade de Itabuna, às 8h, na sede do NRE 05.
“A Secretaria de Educação do Estado da Bahia executará, no ano de 2015, um orçamento de, aproximadamente, 70 milhões para aquisição da alimentação escolar em toda a rede pública estadual”, afirma Darlan Gomes dos Santos, superintendente de Planejamento e Organização da Rede Escolar, ressaltando que “a prioridade é a compra dos produtos da agricultura familiar que contribuiu para garantir uma maior qualidade da alimentação escolar para nossos estudantes, como também para dinamizar a economia das centenas de localidades agrícolas e municípios do interior da Bahia”. O superintendente salienta que estão credenciadas no Estado, 113 cooperativas e associações da agricultura familiar e 452 empresas, para o fornecimento da alimentação escolar em todos os NRE.
Almir Pereira, diretor de Logística Escolar, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, afirma que “estamos nos qualificando como comprador. Além disso, a Secretaria da Educação do Estado irá promover outras ações no próximo semestre, como capacitação dos manipuladores de alimentos, avaliação e diagnóstico nutricional das escolas da rede e atividades de educação alimentar e nutricional”.
A nutricionista Amanda Andrade, coordenadora de Alimentação Escolar da Secretaria da Educação do Estado, destaca que, durante os encontros nos NRE, será apresentado e discutido o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e feita uma abordagem sobre hábitos culturais e produção local, para reestruturar a composição dos cardápios das unidades escolares da rede estadual. “O Pnae também visa à promoção da saúde da comunidade escolar. Estas ações que estão sendo desenvolvidas objetivam, ainda, respeitar as peculiaridades de cada região, equilibrando as necessidades nutricionais dos alunos e respeitando a cultura e hábitos regionais”, assegura.
- 1












