:: ‘pataxó hã hã hãe’
Povos indígenas da Bahia desembarcam em Brasília para lutar contra projetos de lei e defender direitos constitucionais
Ainda falta um pouco mais de um mês para o Dia Nacional do Indígena – celebrado no dia 19 de abril –, mas Brasília já está tomada pela resistência dos povos originários. Nesta semana, cerca de 130 indígenas do estado da Bahia desembarcaram na capital federal para uma agenda de incidências. Entre as pautas da delegação, está o combate aos projetos de lei que caminham na direção contrária dos direitos originários. A previsão é que a mobilização se estenda entre os dias 8 e 12 de março.
Entre os povos presentes, estão Tupinambá de Olivença, Pataxó, Tupinambá, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Kamacã, Kiriri do norte e do oeste da Bahia, Atikum, Tumbalalá e Truká. Lideranças da Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (Finpat), do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba) e do Movimento Indígena da Bahia (Miba) também acompanharão a agenda na capital.
Além de cobrar dos poderes Executivo e Judiciário o apoio e a efetivação de políticas públicas para suas comunidades, os indígenas prometem também se mobilizar para derrubar projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional, como o PL 490/2007, que inviabiliza a demarcação das terras indígenas (TIs) de todo o país, e o PL 191/2020, que regulariza a mineração nas TIs e vem sofrendo pressão da base governista para que seja apreciado em caráter de urgência.
Assistência técnica transforma a vida de agricultores familiares do Sul da Bahia com produção de base agroecológica
O serviço de assistência técnica e extensão rural (Ater) vem promovendo a transformação da vida de 540 famílias dos municípios de Itaju do Colônia, Camacan, Pau Brasil, Mascote e Canavieiras, com a disseminação de conhecimentos técnicos que influenciam diretamente na qualidade de vida e na atividade produtiva de quem vive no campo. A ação segue os conceitos da produção de base agroecológica e vem promovendo o fortalecimento de sistemas produtivos estratégicos, como o do cacau.
Esse é o exemplo do trabalho realizado na região de Água Vermelha, em Pau Brasil, habitada pela tribo Pataxó Hã Hã Hãe, que pertence à Aldeia Caramuru Catarina Paraguassu, onde foi implantado o Sistema Agroflorestal (SAF), caracterizado pela forma de plantio em meio à Mata Atlântica, com foco na produção de cacau. Atualmente, a produção é em média de quatro a seis arrobas de cacau por hectare. A previsão é que, em 2022, a produção dobre e. nos próximos três anos. alcance 50 arrobas por hectare. Cada arroba equivale a quinze quilos de cacau.
Para compor o SAF em Água Vermelh, a foram plantadas, além das 1.000 novas mudas de cacau, 10 mil mudas de mandioca, banana, goiaba e açaí, entregues por meio de convênio firmado entre a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR) e a Biofábrica. No sistema, são cultivados ainda milho, feijão, abóbora, cana-de-açúcar, quiabo, maxixe, jiló e sorgo, garantindo diversidade.
Índio pataxó é assassinado no Sul da Bahia
Um índio da tribo pataxó hã-hã-hãe, Venisson Ferreira Silva, 25 anos, foi morto a tiros na zona rural de Itaju da Colônia, no sul da Bahia. O jovem, conhecido como Berró, foi alvejado com quatro disparos na cabeça por volta das 18 horas de terça-feira (4), quando estava em uma estrada na entrada da Fazenda Mandacaru, na reserva Camaru. Ele morreu no local.
A Polícia Civil investiga a motivação do crime, mas há a suspeita de “queima de arquivo” ou que o assassinato resulte de brigas com outro índio por causa de uma mulher. Segundo informações do jornal Correio, o Departamento de Polícia Técnica de Itabuna verificou que a arma utilizada foi uma pistola 380. Nenhum suspeito foi localizado até a tarde desta quinta (6). A polícia convocou familiares e testemunhas para prestar depoimento.
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