:: ‘artes plásticas’
Alumbramento de grande aquário para ballerinas
Oscar D’Ambrosio
Um fotógrafo, por menos que queira, com seu olhar, já interfere no ambiente onde realiza o seu trabalho. Analogamente, visualiza o mundo de uma maneira sempre diferenciada. Encontrar formas de dialogar com aquilo que se costuma chamar de realidade é um dos principais elementos apresentados pelo trabalho plástico de Penna Prearo.
Ao lidar com o espaço, ele oferece variadas possibilidades de encantamento. Talvez a mais significativa esteja na humildade com que se relaciona com aquilo que o cerca e deseja fotografar. Isso lhe permite contornar quaisquer imprevistos e se dedicar com paciência e perseverança a erguer momentos estéticos marcados pela força visual e por um clima que oscila entre o fantástico e o inusitado.
Galinheiros, água, encruzilhada de estradas, locais abandonados, detalhes do solo ou de elementos da natureza propiciam uma espécie de realidade própria e imaginária em que o lirismo predomina. A habilidade de Penna Prearo está em fazer isso com grande naturalidade, como se os mundos que propõe não fossem apenas dele, mas sim onipresentes, embora invisíveis para a maioria de nós.
O começo dos processos criativos do artista está geralmente associado ao cotidiano. Há muito de intuição e, principalmente, de uma sabedoria do contemplar desenvolvida em dois grandes momentos: a pureza do olhar de uma criança, que busca ver tudo como fosse pela primeira vez, e a sabedoria adquirida pela experiência nas mais variadas situações.
Seja quando toma situações já prontas para fotografá-las ou quando interfere naquilo que vê inserindo elementos, Penna Prearo nos propicia uma inserção num pensar em que pouco lhe escapa. Uma cena já pronta ou as alterações de uma situação pelo dinamismo gerado pelo vento são igualmente registradas pela observação do espaço como um amplo campo de trabalho.
O efêmero, nas lentes de Prearo, cristaliza-se. Isso não lhe dá um tom de morte. Pelo contrário, permite a uma situação passageira uma materialização que fornece uma observação posterior mais atenta. Ao lidar com as nuanças da água ou dos tons ocre da terra, esse processo permite o desenvolver de sequências que poderiam ser aprimoradas infinitamente.
O diálogo estabelecido entre cada objeto fotografado e o entorno faz com que aparentes cerceamentos ou liberdades tomem novas dimensões. Quem parecia estar preso se liberta e vice-versa, fatos que obrigam a pensar como o poder da fotografia não está, como se costumava pensar, em “roubar almas”, mas em deixar que elas aflorem, mesmo quando se trata de objetos aparentemente inanimados.
Os conjuntos propostos originam danças visuais em que o mistério surge como umas das principais características. O espaço do trabalho é onde se realiza a magia alquímica de dar vida àquilo que parecia inerte. A composição visual e a maneira de lidar com a cor são alguns dos recursos para criar uma poética e uma estética diferenciadas regidas pela sensibilidade.
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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus.
Introspecção
Oscar D’Ambrosio
O período de pandemia pode ser caracterizado pelas mais diversas necessidades interiores, entre elas a de estabelecer novos diálogos internos e com o mundo. O trabalho visual da artista visual Cibele Nakamura (@cibelemsnakamura), de São Bernardo do Campo, SP, promove justamente essa discussão ao apresentar duas obras que dialogam entre si.
Realizadas em cerâmica, pela modelagem de placas e queimadas em forno elétrico a 1260°C, com 28 cm diâmetro, a peça mais escura, e 26 cm de diâmetro, a mais clara, as obras apresentam, de maneira visual, como podemos nos sentir ao longo de diversas situações vivenciais, mas principalmente perante o período em que o mundo mudou com a COVID-19.
Enquanto uma peça conduz para uma interioridade, seja de si mesmo, da segurança do útero materno ou das entranhas do próprio cérebro; a outra já aponta para um movimento de conexões mais dialogadas com o mundo externo. São duas facetas que se completam, mostrando os movimentos internos de cada um de nós.
Os trabalhos apresentam a capacidade de nos fazer pensar se estamos em um momento mais voltado para atender os apelos externos ou mais fechados em nossos próprios labirintos perante a caminhada existencial terrena, com suas múltiplas aventuras, das quais nunca saímos ilesos, mas sempre transformados.
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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus.
Lana Bittencourt: a arte como contemplação da alma
Daniel Thame
Lana Bittencourt artista plástica natural de Santa Catarina, atualmente residindo em Cascavel, no Paraná, desde muito cedo desenvolveu o interesse pela arte, expressado através de desenhos e cores. Ela estudou várias técnicas que hoje compõem suas obras, entre elas, giz pastel, grafite, lápis de cor, tinta acrílica.
A técnica mais utilizada pela artista atualmente é acrílica sobre tela e o processo de criação se dá através da espátula e pincéis, com um constante olhar num colorido vibrante com movimento e luz. “A Arte é um exercício de contemplação da alma, onde a emoção se tornar real”, afirma “ Lana Bittencourt
No processo de criação, a artista utiliza sua intuição, sentimentos e seu olhar observador para a natureza os animais e a beleza das flores, que pelas suas mãos serão transformados em uma arte colorida e vibrante, com pinceladas que se cruzam, se entrelaçam, se mesclam revelando um estilo próprio, marcante e fortemente personalista.
Lana Bittencourt tem participação em exposições nacionais e internacionais
Exposições Internacionais
Arte Borgo Gallery- Roma-Itália
Exposição Semana Brasileña em Barcelona – Espanha Buenos Aires- Argentina ( Centro Cultural Casa Abierta)
Nacional Áustria- Viena – The Vienna Workshop Gallery
Exposição Art Barcelona- Barcelona-Espanha
Portugal-Vila Nova de Gaia -exposição Cores de Outono
Exposições nacionais
MAC Museu de Arte de Cascavel- Panorama das Artes Visuais – 2017
A Estrebaria Artes – Exposição Pintou o Verão – 2017/2018
Exposição Ecos da Arte -Alphaville Tênis Club – Barueri – São Paulo – 2018
Arte Esporte e Solidariedade – Leilão virtual – Barueri-SP 2018
Salão Premiado de Verão Solaris – Limeira /SP – 2018/2019
Espaço Paulista de Arte – São Paulo /SP– 2018
MAC- Museu de arte de Cascavel – Cascavel / PR – 2018
Exposição Mottainai- Memorial da América Latina – São Paulo/SP – 2018
Exposição as Belezas e Cores do Brasil- Academia Campinense de Letras – São Paulo/ SP – 2018
Centro Cultural e Histórico Brazilio Ayres de Aguirre – Itapetininga /SP
Le Bougainville – Alphaville /SP
Exposição Outono Arte Festival
VIII Salão Internacional De Artes Visuais- Assembléia Legislativa do estado de São Paulo SP
XLIII Intercâmbio Cultural Internacional de Artes
XXXIX Salon Premier Olhares Múltiplos no Mundo Contemporâneo – Limeira /SP
Semana de Artes – São Pedro da Aldeia- RJ
Exposição Mulheres -Ribeirão Preto-SP
Exposição Formas da Beleza- Cawcine-Rio de Janeiro/RJ -Exposição Amor Manifestado Ribeirão Preto SP
MAC – 4° Panorama Das Artes Visuais de Cascavel
Virginia Segatta e a paixão pela arte
Daniel Thame
A artista plástica Virgínia Segatta, paulistana residente em Leme, no interior do estado, desde criança despertou a paixão pela pintura aos 12 anos começou a terá aulas com a pintora Virgilina Nogueira. E nunca mais parou. Fez o curso de História e quadrinhos, desenho artístico e moda e em seguida cursou a EPA Escola Panamerica de Artes, do renomado Manoel Victor Filho, ilustrador da Editora Abril e ilustrou vários fascículos como A História de Cristo, Os Bichos. Aves e Plantas.
Na EPA, cursou mais um ano de Desenho Artístico , Publicidade com especialização em Ilustração e Artes Plásticas. Embora não se interessasse pela participação em concursos, foi premiada AACD- SP, em 1° Lugar , com a obra “Paz na Terra ” e Biblioteca Adelpha Figueiredo.
Com o estilo neo-romântico, Virginia começou a expor suas obras em 1983 ,na Galeria Nerivaldo Leal , na Rua Augusta, centro de São Paulo, onde participou de várias coletivas de artes e também fez exposições individuais, e em parceria com o artista Surrealista Eduardo Vilela.
A arte de Virginia foi levada a várias cidades de São Paulo como Salto, Itu, Indaiatuba, Pirassununga, Araras, Embú das Artes, Bragança Paulista e Piracicaba, cidade que participou de vários Salões de Artes na Pinacoteca Miguel Dutra. Ainda em Piracicaba expôs e foi premiada Mostra da Primavera, na UNIMEP
Casa de Turismo, Biblioteca Municipal e Festa do Divino. Ela também participou de uma coletiva de Artes na Galeria Marés em Búzios, no Rio de Janeiro e uma individual em Parauapebas, no Pará
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. Em Leme está sempre expondo , em mostras individuais e coletivas e organiza saraus reunindo artistas plásticos, músicos, bailarinos, mágicos e malabares ,e palhaços. O reconhecimento veio em várias entrevistas na TV Leme e na MIXTV , televisão regional que abrange 25 cidades.
Virgínia Segatta tem obra em vários países como França, Itália , Espanha, Portugal, Holanda,Bélgica , Japão e Estados Unidos
São 53 anos dedicados à arte, que ela define num poema:
“Fiz da Arte, minha vida!
A arte corre por minhas veias
A Arte faz pulsar meu coração!
A Arte é minha vida
Minha maior Paixão”
Vivo pela Arte e com muita Arte
Sou toda Inspiração !
Vivo da Arte ,por Amor
Pois Amo a Arte em Todo seu Esplendor !
Artes & Artistas
O colorido lúdico de Cristiane Campos
Juraci Masiero Pozzobon
Natural de Maringá/PR, Cristiane Campos é uma pesquisadora de cores brilhantes buscou aprimorar novos caminhos para suas criações Naif, voltado ao lúdico figurativo. Esse lindo trabalho que nos encanta. Ela usa tinta a óleo ou acrílica em suas telas.
Cristiane Campos tem uma trajetória para um livro, foi construído através dos anos errando e acertando, até finalmente chegar a sua satisfação. “Na verdade o estudo é um eterno aprendizado a alma do artista nunca pode estagnar e sim sempre buscando algo além da imaginação, construindo uma linha do tempo de vida” – Cristiane.
As ´cores vivas` nas telas de Nadja Alves
Com exposições já realizadas em Itabuna, Ilhéus e Salvador, a artista plástica Nadja Alves é um desses talentos em estado puro, com seu estilo naif (primitivista). A expressão artística de Nadja Alves salta das telas e ganha vida nos olhos de quem observa quadros que exprimem a alma baiana em todas as suas cores e nuances. E a Bahia é o universo da artista, embora sua arte tenha todo o potencial para romper fronteiras.
Em sua coletânea `Coisas da Bahia´, Nadja Alves revela habilidade de lidar com cores e temas, dando vida a personagens do dia a dia, como baianas do aracajé, pescadores, capoeiristas, trabalhadores rurais, etc. Grapiuna que é, as telas de Nadja também trazem a Gabriela e o cacau, da inesgotável fonte de Jorge Amado.
Nadja Alves pinta desde menina, mas só há pouco tempo passou a se dedicar exclusivamente às artes plásticas. Embora tenha trabalhos adquiridos por colecionadores de Salvador, Itacaré, Minas Gerais, São Paulo e Estados Unidos, está a merecer uma presença mais marcante no circuito regional de exposições.
“Pintar é uma terapia, a coisa que mais gosto de fazer, porque através dos quadros, posso exprimir meus sentimentos”, afirma a artista, que também faz trabalhos em madeira, com as mesmas cores fortes e marcantes.
A próxima exposição de Nadja deve acontecer no Shopping Jequitibá, um espaço privilegiado em que circulam milhares de pessoas de todo o Sul da Bahia.
Artes & Artistas
Adir Sodré e a pureza das cores
Juraci Masiero Pozzobon
Adir Sodré, de Rondonópolis – Mato Grosso de 1977, desenhista e pintor. Ele frequentou o atelier Livre da Fundação Cultural de Mato Grosso, teve como orientador o amigo Humberto Espíntola e Dalva e mais tarde se integra com outros colegas artistas, procurando sempre renovar a arte mato-grossense. Sodré expôs internacional, no Brasil e regional. Ele é irreverente em seus trabalhos um admirador pelo pintor francês Henri Matisse.
Sodré usa cores puras ultracolorido com elementos decorativos. Nela demonstra o erotismo dos quais são extremamente presentes.
Suas obras são secretamente consumistas, uma pintura de prazer safado para não deixar ninguém confortamente de boas atitudes.
Seu maior tema para obras são as flores. Uma descrição harmônica e linda para se observar. Seus elementos são extremamente interagidos na vida cotidiana, Sodré é diferente faz o que vê, faz o que sente, sua criação é atípica e invulgar.
Na arte contemporânea, Sodré ao retratar seus quadros sofreu repressão durante muitos anos por religiosos católicos, devido as imagens explicitas em romances e telas.
Sodré demonstra pinceladas fortes cores vivas para destacar os personagens, na época de forte tabu.
Alguns críticos aparece dizendo que é um contexto mais literário e ao mesmo tempo simbólico.
Não é o personagem que é erótico e sim a maneira que o expõe, ter a habilidade de entender os sentimentos que uma obra trás.
Sodré é um grande colorista, um monstruoso artista.
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Juraci Masiero Pozzobon, Bacharel em Artes plásticas na UNIC – Cuiabá, Graduada em Ensino da Arte pela FASIPE e Arte Terapia pela Cândido Mendes, RJ. Doutoranda em Epistemologia e História da Ciência pela Instituição Iesla/UNTREF – Buenos Aires, Argentina.
As telas que ganham vida nos quadros e mosaicos de Célia Messias
Amor à arte, prazer de transpor as emoções para a tela. É isso o que move a artista plástica itabunense Célia Messias, que começou a pintar em 1980 e que há dez anos se dedica integralmente ao ofício. São cerca de oito horas por dia, no ateliê localizado no bairro Berilo, em Itabuna. “É uma coisa que faço com paixão, que me entrego, nunca vi como trabalho, mas como algo que dá sentido à vida”, afirma Célia.
Depois de passar pela fase acadêmica e impressionista, com o inevitável foco no cacau, atualmente Célia Messias trabalha com arte contemporânea. Suas telas mostram figuras humanas, baianas e figuras sacras, que ganham vida pelo talento da artista. Ela também faz mosaicos, painéis de brilho e cores intensas, utilizando pedras e pastilhas de vidro. “Busco sempre mostrar a energia das cores no meu processo de criatividade”, afirma.
São estilos diferentes, mas que se completam pelas mãos de Célia, que já realizou exposições em Itabuna, Ilhéus e Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Paris e Genebra (Suiça). Ela também expôs no Shopping Jequitibá, em Itabuna, mas considera o mercado de arte regional ainda incipiente: “as pessoas não dão o devido valor às artes plásticas, mesmo nunca região com grandes talentos”, afirma.
ARTE E EDUCAÇÃO
Para Célia Messias, a valorização da arte e do artista passa também pela educação. “É preciso despertar nas crianças o gosto pela arte, com exposições e oficinas de pintura em escolas, praças e outros espaços públicos”, afirma. “Espero que a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania exerça esse papel, porque a arte está na essência do ser humano”, destaca.
“Pintar é colocar emoção, sensibilidade, passar uma mensagem”, resume a artista plástica, enquanto prepara o próximo quadro, a tinta e o pincel tocando a tela branca que em breve ganhará vida.