:: 4/jan/2025 . 11:13
Naquela mesa está faltando ela…
Daniel Thame
A sala era pequena e a iluminação dava um certo ar de penumbra. Mas ela tornava aquele espaço um infinito e iluminado com sua Luz.
Ela tinha uma saúde frágil, mas um coração que transbordava generosidade e uma vontade de viver que a fazia suportar dores que escondia, porque se preocupava com tudo mundo e não permitia que ninguém se preocupasse com ela.
Era uma leoa para trabalhar, ignorando dias, horários, finais de semana, feriados.
“Precisando, conte comigo”, dizia.
E com ela eu sabia que sempre poderia contar.
Convivemos juntos por cerca de sete anos.
Separados por uma parede de vidro. Ela na sua sala pequena-imensa, eu na minha sala imensa-pequena, cercada por quadros, garrafas de cachaça caixas de charutos e uma mesa cheia de papéis, livros e bugigangas espalhados, que eu implorava para ela não arrumar mas que ela às vezes não resistia e arrumava.
Mas eu sempre bagunçava de novo, nessa bagunça que é minha vida. No sentido literal e no sentido figurado.
Éramos pai e filha, mãe e filho, irmãos. Unidos pelas linhas invisíveis do destino que às vezes costura vidas que (não) se cruzam por acaso.
Juntos, compartilhamos alegrias, tristezas, expectativas, frustrações.
Ambos com um temperamento de falar pouco e ouvir muito, conversamos pelos silêncios. E como conversamos nesses longos-breves anos de convivência.
Reclamão e chorão incorrigível, comportamento mercurial, raríssimas vezes ouvi dela uma queixa que fosse. As suas lágrimas ela escondia atrás de um sorriso.
Nossos últimos oito meses foram marcados por uma paixão comum: eu pelo meu neto, ela pela sua sobrinha, nascidos com uma diferença de menos de um mês.
Cada qual a sua maneira, Juangui e Helena foram dádivas que trouxeram um novo sentido a nossas vidas.
Dezembro chegou. Últimas flores de primavera.
Pela primeira vez, durante uma formatura com mais de cem alunos, eu, naquela tensão maluca de fazer em pé um cerimonial de quase três horas, com a coluna cervical estropiada me chamando de hijo de puta, a vi reclamar por várias vezes de cansaço e de dores. Mas nem por um minuto deixou de ser a faz-tudo, que fazia além do que lhe cabia.
(E que nem sempre era reconhecida como merecia…)
Era um sinal.
Mas eu que sou tão intuitivo que me atribuo dotes de bruxo, não percebi sinal algum.
Ou percebi, porque no último dia antes do recesso de Natal e Ano Novo, 21 de dezembro, fiz questão de lhe dar um abraço carinhoso, algo raro, porque não éramos dados a esses gestos de afeto. Não fisicamente.
Mas a abracei e ela retribuiu.
Me lembro muito bem que não nos desejamos Feliz Natal ou Feliz Ano Novo.
Sim, eu senti uma coisa estranha, mas que na hora atribui à minha notória melancolia com essas baboseiras de festas idiotas em que você se vê obrigado a responder mensagens igualmente idiotas.
Foi nosso último abraço.
Sumara Serra. Amiga, Irmã, Companheira, Confidente, Anjo.
Corpo cansado, começou a sentir dores terríveis no sábado. Levada ao hospital, foi medicada, mandada de volta para casa. As dores aumentaram, voltou ao hospital no domingo, de novo medicada, as dores aumentaram ainda mais e na manhã de Natal, Menino Jesus ao Contrário, sentiu as últimas e terríveis dores, gritou que não estava suportando mais e fechou os olhos.
E então não sentiu mais nada.
Quando acordou em outra dimensão, já era Luz.
(Numa sala vazia e escura, há um silêncio que agora não fala)
Porque a exemplo desse texto arrancado a fórceps de alguém que faz das palavras a sua razão de viver, existem momentos em que até o silêncio emudece.
Até breve, até sempre…
Sumara!
Portrait
Sione Porto
Na memória, um rosto
Uma triste meia-lua
A energia megaton
Com sua breve passagem
Refletida num “Portrait”
Entre todos os pertences
E cansaços do meu rumo
Na cabeceira da cama
Estás num porta-retrato
Lembranças de frios risos
De ausências e descasos
E para sentir-me livre
Alço voo entre os ventos
Atropelando paisagens
Para encontrar a brisa
Que suaviza meus passos
E açoita longe o passado
De tristes experiências
Nos sinuosos percalços
Que venha o NOVO com risos
Em outro porta retrato
Camaçari: Luiz Caetano e Jerônimo Rodrigues anunciam investimentos e ações para a cidade
O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, teve uma reunião com o governador Jerônimo Rodrigues nesta sexta-feira (3), para discutir ações e investimentos para o município nos primeiros meses de 2025. O encontro contou também com representantes do secretariado municipal e estadual.
Foram confirmadas as entregas de ambulâncias para a Secretaria de Saúde de Camaçari, além da licitação de contratação para a UPA de Abrantes, e ônibus escolares para a rede municipal de educação. Ainda em relação à educação, o governador anunciou a abertura de novas turmas de cursos técnicos de formação.
Na área de serviços públicos, ficou estabelecida a assinatura do convênio com a administração municipal para distribuição de água para a comunidade de Baratas, zona rural de Camaçari, e ajustes para a revisão do convênio e ampliação do aterro sanitário do município.
“Só morrerei depois de ver Pelé jogar”
Walmir Rosário
O brasileiro sempre foi apaixonado pelo futebol. Não conheço nenhuma pesquisa que nos coloque no topo da pirâmide entre os vários países do mundo, mas nem precisa, somos nós e pronto. Nenhum povo alcançou os nossos feitos em copas do mundo, temos resultados fantásticos nos campeonatos mundiais de clubes e mais que o valham.
E nos apaixonamos por um clube, devotando a ele toda a nossa paixão. Pra cada um de nós o meu time é o melhor e só não ganhou o campeonato por fatores extracampo, como as decisões dos árbitros de futebol, cujas coitadas das mães são xingadas por qualquer motivo fútil. Pouco interessa se os diretores não contrataram os melhores jogadores e sim pernas de pau.
Mais que torcer por um time, alguns se apaixonam – no bom sentido – pelos craques, e isso tenho como provar desde meus tempos de menino lá pras bandas do ainda bucólico bairro da Conceição, em Itabuna. Tínhamos os nossos craques, jogadores dos times amadores e da imbatível Seleção Amadora de Itabuna, mas também devotávamos nosso amor pelos craques do Rio de Janeiro e São Paulo.
E um desses era o Tio Coló, que não era bom de bola, mas gostava de jogar com estilo. Estilo, aliás, era com o próprio: não dispensava uma calça de linho passada a ferro com goma, um sapato do tipo mocassim branco, camisa esporte listrada, fino violonista. No máximo se permitia andar com sandália japonesa, a legítima, nas cores preto e branco, como do Santos de Pelé.
Ivan Maia e Sônia Fontes discutem a ampliação da parceria entre EMASA e SIURB
O presidente da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (EMASA), Ivan Maia, acompanhado do gerente Técnico João Bitencourt, teve um encontro na manhã de hoje, dia 3, com a secretária de Infraestrutura e Urbanismo, Sônia Fontes, que também preside o Conselho de Administração da EMASA.
No encontro, foi discutida a ampliação da parceria entre a EMASA e a SIURB para a melhoria dos serviços realizados em conjunto pelos dois órgãos.
Ivan Maia também levou à secretária a necessidade de modernizar a concessionária de água e esgoto, renovando a governança corporativa e a estrutura tecnológica da empresa, por exemplo.
“Desde que assumi a presidência da EMASA, tenho dialogado com os técnicos para entender profundamente a empresa. A parceria com a SIURB é essencial, pois existem obras em andamento que envolvem ambas entidades, além de novos projetos que pretendemos desenvolver. É fundamental que a secretária Sônia Fontes, enquanto presidente do Conselho de Administração, esteja alinhada às nossas propostas para viabilizar as mudanças que planejamos”, afirmou Ivan Maia.
Prefeitura de Ilhéus lança marca que simboliza um novo amanhã
A Prefeitura de Ilhéus apresentou, nesta sexta-feira (03), a sua nova identidade visual, que simboliza o início de uma nova história para o município. A marca é minimalista e inspiradora, destacando o conceito de um futuro promissor e de um novo caminho que começa agora rumo a grandes conquistas.
Com um design inovador e ousado, a logo rompe com a tradição ao substituir o brasão oficial por uma identidade visual moderna e cheia de significado. As cores escolhidas, que também são as oficiais da cidade, representam os recursos naturais que fazem de Ilhéus um tesouro ambiental (verde), a fé e a força do seu povo (amarelo), e o amor pela terra e o sentimento de pertencimento único dos ilheenses (vermelho).
O design valoriza elementos que são a essência de Ilhéus, como o cacau, as praias, a natureza e os templos religiosos. A nova marca celebra a rica cultura local ao mesmo tempo em que olha para o futuro com ousadia e esperança.
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