Gilza Pacheco

 

Há momentos na vida das pessoas que a sensação que caracteriza é a que se denomina de perda da alma.

Muitos atribuem a falta do outro em suas vidas como uma causa para o triste sentimento, se é que podemos denominar isso de sentimento.

O fato é que, de modo muito claro, elegemos os relacionamentos como termômetros e deflagradores de nossa felicidade e completude, desprezando pelas nossas deficiências de ir ao mundo em busca de novas conquistas.

“A noite caíra sombria. Lá fora passadas de tristeza se aproximavam. Era o vulto de uma jovem, com toda certeza, pensou o sábio consigo mesmo. Mas o que a traria aqui a esta hora? Indagou-se…
Com o seu consentimento a jovem entrou, sentou-se e foi indagada: precisa de algo?
_Velho amigo, estou muito infeliz!
A pessoa que mais amei e ainda amo não está mais comigo. Não pelas mãos da morte, mas pela vontade de viver uma vida longe da minha, embora afirme que me ama também.
_Entendo, filha, a sua dor. E prosseguiu:
Com o seu amor nada mais poderá fazer a não ser senti-lo, como sentirá também a falta e a saudade…”

O diálogo é uma das estratégias literárias mais úteis. Ele reforça a presença dos personagens e contribui para o dinamismo da narrativa.
Requer perguntas e respostas que são submetidas a um exame racional pela troca de argumentos e objeções, o diálogo permite a cada um escapar da particularidade de sua opinião e ascender ao saber.

Assim o diálogo estimula a reflexão, a necessidade de confrontar ideias e de se posicionar.
Ouvir o que o outro tem a dizer, considerar a opinião, os seus problemas e angústias ajudam a criar base para um bom diálogo e uma boa relação, por mais que alguém desperte essa consciência para o fato de que concorre a nossa volta para a redescoberta do que está dentro de nós.

Por meio do diálogo existe a possibilidade de se conhecer o outro e assim compreender o seu comportamento, já que essa, por sua vez, pode implicar em várias questões, tais como os valores morais, éticos e culturais, por isso a importância de se conhecer.

Também outra forma de colaborar para a construção de uma cultura de Paz é sempre tentar resolver os conflitos por meio do diálogo e da compreensão empática. Isso certamente é um desafio para todos nós!

A interação pessoal, face a face, é o que mantém as pessoas produtivas, estimulam a cooperação e a permanecerem em sintonia. Isso acontece porque esse tipo de troca estabelece confiança e ajuda a construir um relacionamento mais forte e significativo.

Para o casal se conheça melhor, o diálogo é uma das características que representa essa abertura. Compartilhar sentimentos e emoções é uma atividade necessária para manter a saúde da relação e gerar mais conexões e proximidade.

Logo, é através da palavra que os parceiros compreendem os sentimentos, as opiniões, o modo de pensar e a história um do outro. Esse conhecimento ajuda o casal a se conhecer mais profundamente.

Quando um não fala passa a existir a possibilidade de frustração em relação ao outro. Assim, a ausência de diálogo cria uma espécie de ciclo vicioso que é destrutivo ao relacionamento e a perspectiva de ambos.