:: ‘Tarifaço’
Senadores iniciam missão nos EUA para tentar reverter sobretaxa sobre produtos brasileiros
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT?BA), afirmou nesta segunda-feira (28), em Washington, que vê com “expectativa positiva, apesar da dificuldade” as tratativas para tentar reverter a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo ex-presidente Donald Trump. “Eu acho que não [é possível adiar a entrada em vigor]. O que a gente está fazendo é diplomacia parlamentar. É preciso que os governos se entendam. A gente está aqui para contribuir”, disse o senador, durante o primeiro dia da missão oficial nos Estados Unidos.
A comitiva, formada por oito senadores brasileiros, esteve reunida nesta manhã com representantes do Itamaraty, ministros da Embaixada e o ex-diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo, na residência oficial do Brasil em Washington. A embaixadora Maria Luiza Viotti relatou os esforços diplomáticos iniciados em março e atualizou o grupo sobre ações judiciais em curso nos EUA que buscam suspender ou invalidar as novas tarifas. Segundo ela, os dados apresentados pelo Brasil desmentem a imagem de protecionismo econômico que circula em Washington.
Além de Jaques Wagner, integram a missão os senadores Nelsinho Trad (PSD?MS), Tereza Cristina (PP?MS), Fernando Farias (MDB?AL), Marcos Pontes (PL?SP), Esperidião Amin (PP?SC), Rogério Carvalho (PT?SE) e Carlos Viana (Podemos?MG). O grupo é acompanhado por assessores parlamentares, representantes da ApexBrasil e diplomatas brasileiros. A agenda desta segunda inclui reunião com líderes empresariais na Câmara de Comércio dos EUA. Nos próximos dias, os parlamentares também se encontrarão com senadores americanos, democratas e republicanos.
Senado inicia missão oficial aos EUA para reabrir diálogo político em meio à tensão comercial
Uma comitiva de senadores brasileiros parte, neste fim de semana, para os Estados Unidos, com o objetivo de fortalecer o diálogo político entre os dois países, em meio ao agravamento das tensões comerciais após o anúncio de novas tarifas contra produtos brasileiros. A missão oficial, organizada pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e aprovada por unanimidade pelo Plenário da Casa, terá compromissos em Washington de segunda (28) a quarta-feira (30). O líder do Governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA) também integra a comitiva.
A agenda inclui reuniões com parlamentares norte-americanos, empresários, especialistas em comércio internacional e representantes de organismos multilaterais. O foco é demonstrar a disposição do Legislativo brasileiro em fortalecer a interlocução bilateral e construir pontes institucionais em resposta ao cenário de incertezas.
Além de Wagner e Trad, integram a missão; Tereza Cristina (PP-MS) – ex-ministra da Agricultura e vice-presidente da CRE; Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) – vice-presidente do Grupo Parlamentar Brasil–Estados Unidos e ex-ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações; Rogério Carvalho (PT-SE) – líder do PT no Senado; Carlos Viana (Podemos-MG); Fernando Farias (MDB-AL); e Esperidião Amin (PP-SC).
Tarifaço, democracia e anistia
Efson Lima
Era comum considerarmos tarifaços quando os governos domésticos aumentavam os tributos. Mas, em 2025, o mundo conheceu um novo sentido para o termo. Não se trata mais de adotar uma medida com objetivo de proteger à economia ou um determinado setor de um país, mas meio de atacar e confrontar a ordem global, os Estados constituídos e a autodeterminação destes na sociedade internacional. As práticas adotadas pelo Governo Donald Trump colocam o Planeta em alerta e constata-se que o tarifaço deixou de ser um mecanismo de defesa econômica para subjugar as nações independentes e impor objetivos escusos.
O tarifaço imposto ao Brasil de 50% em face dos produtos brasileiros exportados aos EUA, inicialmente, poderia ser percebido como uma estratégia econômica, mas não se sustentaria, pois a balança comercial estadunidense com o Brasil se mostra superavitária. Entretanto, rapidamente, viu-se que a medida tinha o sentido claro de sobrepor aos poderes constituídos da República Federativa do Brasil.
Alguns, imaginaram que os brasileiros iriam recorrer ao “complexo de vira-lata” e aceitariam a tentativa de sanção norte – americana, contudo, em menos de 24 horas, quem optou por concordar com as medidas nortistas se viu superado pela narrativa de um Brasil soberano e altivo que reverberou. O povo brasileiro percebeu que os termos “pátria” e “nação” usados por uma parte da direita brasileira estão restritos a interesses antirrepublicanos e dentro do contexto de uma gestão patrimonialista. Esse grupo se disfarça de interesse nacional, mas na verdade visa romper com a ordem democrática e se perpetuar no poder, desrespeitando às normas constitucionais.











