:: ‘Lei Maria da Penha’
17 anos da Lei Maria da Penha: advogada explica por que mulheres ainda temem denunciar violência
Nos últimos anos temos acompanhado a explosão do número de casos de violência doméstica contra mulheres no Brasil, principalmente durante o período de pandemia. Atualmente, de acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o Estado da Bahia registrou 18.805 casos de violência contra a mulher, mas somente 3.706 denúncias foram efetivadas. Na capital do Estado, Salvador, este número foi de 5.282 casos, sendo apenas 1.032 denúncias feitas. Neste cenário, estão entre as principais violências a física, doméstica, sexual, psicológicas, patrimonial e moral.
A advogada e coordenadora do curso de Direito da Faculdade Unime Anhanguera, Ma. Wilmara Falcão, aponta que o medo de denunciar ainda é um grande obstáculo para muitas mulheres, devido a fatores como histórico de violência, dependência financeira e afetiva, falta de conhecimento sobre seus direitos e vergonha de se afastar do agressor. A advogada enfatiza que as leis, como a Lei Maria da Penha, desempenham um papel crucial para combater a violência e empoderar as vítimas.
Homenagem aos 16 anos da Lei Maria da Penha
Andréa Peixoto
A Lei n. 11.340/2006 que leva o nome em grande homenagem a Maria da Penha, completa hoje – 07/08/2022, 16 anos desde sua sanção. Foi aprovada para proteger as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, e, ao longo desses 16 anos, teve mudanças significativas e é considerada uma das Leis mais avançadas do mundo.
Consideramos que mais mecanismos de proteção ainda podem ser agregados e acreditamos também que somente leis não são suficientes no combate à violência contra a mulher. É preciso mais investimentos na educação, implementação de políticas públicas e, sobretudo na mudança de pensamento de toda sociedade brasileira que possui um dos institutos mais modernos do mundo, que é a Lei Maria da Penha, reconhecida inclusive pela ONU.
A Lei prevê que é obrigação de todos, o enfrentamento da violência contra a mulher, do Ministério Público, da Defensoria, do Judiciário, das autoridades policiais, da sociedade e, de cada um, individualmente, tendo como missão de punir e prevenir todas as formas de violência perpetrada contra a mulher.
Major Denice destaca trabalho em rede no combate a violência contra a mulher
O Seminário de abertura dos trabalhos dos Fóruns de Secretários Municipais ligados a Amurc, aconteceu nesta quarta-feira, 13, na Pró-reitoria de Extensão da Uesc e contou com a participação da Major Denice Santiago, gestora do programa Ronda Maria da Penha na Bahia, e representantes dos municípios do Território Litoral Sul. O momento foi de reflexão sobre a violência contra a mulher e de como esse problema social pode ser solucionado com o apoio dos fóruns.
O encontro foi realizado com o objetivo de criar uma rede de enfrentamento a violência contra a mulher em todos os municípios da região, e de fortalecer esse enfrentamento. Nesse sentido, a Major Denice estabeleceu um diálogo sobre a possibilidade de transversalização do tema da violência doméstica em cada um dos fóruns da Amurc, através do programa AGIR-LS, tendo em vista a abrangência do tema nas áreas da educação, saúde, assistência social, segurança pública, entre outras.
Segundo a Major, a Bahia ocupa atualmente, o 3º lugar no Brasil, em feminicídios. Sobre o trabalho de atuação da Ronda Maria da Penha em 14 cidades do Estado, 4,3 mil mulheres estão sendo acompanhadas, mas não chega a ser 10 % de mulheres com medida protetiva no Estado. “É importante entender que esse momento histórico é de aumento das denúncias e a gente precisa dar visibilidade a esse fenômeno para combatê-lo da forma adequada”, destacou a Major.
Major Denice Santiago participa de seminário na Uesc
Em comemoração ao Mês da Mulher, a Major Denice Santiago, comandante da Ronda Maria da Penha da Bahia participa nesta quarta-feira, 13, das 8h30 às 12h, do seminário de abertura dos trabalhos dos Fóruns de Secretários Municipais ligados a Amurc. O encontro acontece na Torre Administrativa da Uesc e é uma ação do programa de Apoio Gerencial e Institucional às Prefeitura do Território Litoral Sul, em parceria com a Pró-reitoria de Extensão da universidade.
O seminário será aberto com a participação da Major Denice, que vai falar sobre as diversas formas de violência contra a mulher, tendo em vista o aumento dos inúmeros tipos de violência e feminicídio que têm ocorrido no Território Litoral Sul e em todo o país. Na oportunidade, os fóruns também assumirão o compromisso de combater todas as formas de violência a partir das diversas pastas.
Os fóruns são compostos por secretários municipais das áreas de educação, saúde, assistência social, comunicação, cultura, turismo, administração, finanças, procuradoria, agricultura e meio ambiente. Em grupos, os gestores das pastas em comuns elaborarão um planejamento de ações para 2019, visando solucionar as demandas específicas de cada município.
Major Denice Santigo é convidada do programa Perfil & Opinião
Criadora da ronda Maria da Penha, um programa da Polícia Militar da Bahia, a major Denice Santiago é a convidada do programa Perfil & Opinião desta semana. A exibição nesta quarta-feira (21), às 20h15, na TVE.
Reconhecida por suas ações pioneiras de combate à violência doméstica e ao racismo, e pela promoção do feminismo, Denice Santiago trocou a força pelo acolhimento no trabalho policial. Dentre os assuntos abordados no programa, o trabalho que a major vem desenvolvendo, os dados de agressões sofridas por mulheres e as mudanças que foram percebidas após a ronda Maria da Penha, além de suas premiações.
Lançada em agosto, a nova temporada do programa “Perfil e Opinião” tem 1 hora de duração e vai ao ar todas às quartas-feiras, sempre às 20h15, com reapresentação aos sábados, às 14h. O público também poderá acompanhar pelo Portal (www.tve.ba.gov.br/tveonline).
Lei Maria da Penha completa 11 anos de combate à violência contra a mulher
Sancionada em 7 de agosto de 2006, a Lei Maria da Penha está em vigor há onze anos e incentivou o surgimento de ações que dão fluidez ao combate à violência contra a mulher no país. Na Bahia, a Operação Ronda Maria da Penha faz o acompanhamento das medidas protetivas estabelecidas pela justiça em Salvador, Juazeiro, Vitória da Conquista, Paulo Afonso, Feira de Santana e Itabuna.ada há 2 anos e 5 meses, a ação atende a mulheres como a gestora de Recursos Humanos (RH), Edileia Leal, que desde 2010 se defende das agressões do ex-marido.
As agressões verbais, psicológicas e físicas começaram quando Edileia descobriu o relacionamento extraconjugal do então companheiro. Foram xingamentos, humilhações e até socos. Após a separação, por não aceitar que a ex-esposa seguisse em frente com sua vida, o agressor cometeu três tentativas de assassinato. Há um há 1 anos e 3 meses, Edileia recebe o atendimento da Ronda Maria da Penha. “Eu me sinto segura com o acolhimento e eu devo muito à equipe que me acompanha e quero continuar sendo atendida”, diz Edileia.
A gestora de RH reforça a mensagem. “Mulheres, não tenham vergonha, denunciem seus companheiros. Eu não tive nenhum pingo de vergonha, eu corri atrás, foram dois processos, o primeiro não deu certo, mas o segundo deu. Não se intimidem”, incentiva Edileia, que ainda sofre abordagens do ex-marido, do ex-sogro e das ex-cunhadas, mesmo diante das medidas protetivas.
Dez anos da Lei Maria da Penha: Bahia está preparada para atendimento às mulheres
A sede da Ronda Maria da Penha, no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) de Periperi, em Salvador, tem o toque feminino. Plantas marcam a entrada e a cor lilás compõe a logomarca da Companhia de Polícia Militar especializada na proteção à mulher. Mas a delicadeza não esconde o propósito da Ronda. Desde a fundação, há um ano e meio, até agora, 357 vítimas de violência doméstica foram atendidas na unidade, que possui 26 policiais preparados para receber este público.
Segundo a subcomandante da Ronda, capitã Paulo Queirós, a capacitação da equipe é fundamental para o desenvolvimento do trabalho. “Os policiais que atuam no enfrentamento à violência doméstica passam por uma capacitação, até para revisitar a história de formação cultural do nosso povo e compreender um pouco melhor as raízes dessa violência. O policial passa a entender tudo aquilo que a mulher vivencia, para não promover a vitimização ainda maior dessas mulheres, que já sofreram tanto”.
Também no Disep fica a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), a segunda existente em Salvador. Para a delegada da unidade, Vânia Nunes, mesmo com os 10 anos da Lei Maria da Penha, completados na próxima segunda-feira (8), uma das dificuldades a serem vencidas é o receio da mulher de fazer a denúncia ou de levá-la adiante.
“A demanda tem crescido. Apesar de chegar a denúncia até aqui, como é um crime diferente, às vezes a mulher não quer levar adiante, porque se arrepende, tem esperança de que o agressor vá mudar, tem a pressão da família. Por isso, temos 1,3 mil registros de janeiro até agora, mas apenas 430 inquéritos remetidos”, comenta a delegada.
A Deam presta um atendimento diferenciado, buscando prevenir e conscientizar o público masculino, além de prender quem infringir a lei. Reforçando a estrutura no interior da Bahia, novas sedes serão construídas em Alagoinhas e Paulo Afonso, com um investimento de R$ 4,8 milhões.
Reunindo as ações do Governo do Estado voltadas para a proteção feminina está a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM). De acordo com a titular da pasta, Olívia Santana, a secretaria “tem o papel de fazer acontecer as políticas públicas voltadas para a promoção dos direitos das mulheres, a partir das frentes de saúde, educação, cultura e, claro, segurança pública, entre outras. Nós estamos trabalhando para mudar a sociedade e as relações entre homens e mulheres”
Defensoria terá atendimento para mulheres, garante Rui
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