:: ‘injuria racial’
Polícia Civil indicia investigada por injúria racial em Itacaré
(do Pimenta)- A Polícia Civil indiciou uma mulher pelo injúria racial em Itacaré, no sul da Bahia, após a conclusão de inquérito sofre ofensa da investigada a uma colega de trabalho. Segundo as investigações, o crime foi cometido durante uma discussão, quando a autora afirmou que a opinião da vítima não deveria ser levada em consideração pelo fato dela ser negra e ter cabelo crespo.
Repreendida pelos colegas que presenciaram a declaração, a mulher acrescentou o seguinte: “não gosto de preto nem tenho obrigação de gostar”, conforme nota divulgada pela Delegacia Territorial de Itacaré. Testemunhas confirmaram a agressão. De acordo com a Polícia, a própria autora admitiu ter utilizado termos racistas para destratar a vítima, alegando que teria sido ofendida antes. Não houve apresentação de prova da ofensa alegada pela investigada.
Como o caso ocorreu em 2022, não houve aplicação da nova lei que igualou o crime de injúria racial ao de racismo, que tem penas mais severas, já que a norma mais dura não pode retroagir. Em janeiro deste ano, a Lei 7716/89 passou a incluir penas de até cinco anos de reclusão para quem ofender alguém em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional.
IIhéus: homem não aceita ser vacinado por enfermeira negra
Uma estudante de Ilhéus foi vítima de injúria racial numa unidade de saúde do município, Thaís Carvalho, de 30 anos, que é estudante de enfermagem e voluntária, denuncia que, por ser negra, um homem não aceitou ser vacinado por ela contra o novo coronavírus, na segunda-feira (17).
Voluntária na campanha de vacinação contra a Covid-19 em Ilhéus, Thaís Carvalho atua no Centro de Referência e Assistência Social Norte (Cras), no bairro Jardim Savóia. “Entendo que a população precisa ser vacinada, sim, eu decidi doar um tempo para a imunização”, explica.
A voluntária relata ter sido surpreendida que uma mulher pediu que uma das vacinadoras fosse até o carro dela para aplicar a dose de imunizante em um homem, que seria o pai dela. Thaís Carvalho dirigiu-se até o veículo e perguntou se o homem queria que ela o vacinasse logo.
O senhor teria respondido que não. ” Perguntei: o senhor já fez a ficha? Ele respondeu: minha filha está fazendo, mas você, não [vai me vacinar]. Foi aí que questionei: por que não eu? O homem respondeu: porque você é negra. Na hora, eu não tive reação”, relatou a vacinadora voluntária.
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