:: ‘Ilan Fonseca de Souza’
Pesquisa da UFSB relaciona premissas do trabalho assalariado para entender o fenômeno da uberização
por Heleno Nazario
No livro “O Germinal” (1885), o escritor francês Émile Zola descreveu o cotidiano claustrofóbico e faminto dos mineradores de carvão e como esses trabalhadores se organizam e desencadeiam uma greve em protesto por melhores condições de vida. A precariedade como motor de busca por mudanças pode ser observada nos movimentos e associações de operários no período da Revolução Industrial, no século 18, pressionando e obtendo, sempre com longos períodos de luta, a criação de regras protetivas para o trabalhador. As premissas que organizaram essas formas de relação de trabalho e os ajustes feitos em diferentes períodos, partindo de como o labor existia e era regulado desde a Antiguidade, integram um estudo desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e descrito em um artigo recente que analisa o trabalho assalariado como lente para compreender o processo do labor junto a empresas-aplicativo, no fenômeno chamado de “uberização”.
O tema é candente, tanto pelo nível atual de desemprego no país, quanto pelas características da uberização que a tornam uma alternativa acessível, ainda que precária e, atualmente, em plena discussão. O artigo A Formação do Trabalho Assalariado como Premissa para Entender a Uberização foi publicado na edição de maio/junho de 2021 da Revista Magister de Direito do Trabalho, da Academia Brasileira de Direito do Trabalho, e é assinado pelo procurador do Minstério Público do Trabalho e doutorando do Programa de Pós-Graduação em Estado e Sociedade (PPGES), Ilan Fonseca de Souza e pelo seu orientador, o professor Roberto Muhájir Rahnemay Rabbani, que leciona e pesquisa no Instituto de Artes, Humanidades e Ciências do Campus Sosígenes Costa (IHAC-CSC/ da Universidade Federal do Sul da Bahia- UFSB), em Porto Seguro.
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