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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

outubro 2025
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:: ‘Claudio Cruz’

De Osasco para ninguém

 Daniel Thame

Rádio Iguatemi, Osasco (SP), 1980. A emissora operava em Ondas Tropicais, podia ser ouvida na Amazônia, nos rincões da América do Sul, mas em Osasco mesmo só era captada em aparelhos de rádio especiais. Ou seja, era “falando para o mundo e cochichando para ninguém”.

Ainda assim, eu, Cláudio Cruz (um dos amigos que preservei por  quase 30 anos depois de ter trocado São Paulo pela Bahia e que faleceu prematuramente) e Chico Motta (que depois se elegeria vereador) fazíamos com galhardia um programa esportivo diário.

Acho que só o operador de áudio  da emissora  ou algum visitante eventual que estivesse no estúdio (ou então algum índio amazônico, um cocalero boliviano, um peruano perdido lá pelos altos de Machu Pichu) ouvia aquele programa; mas era como se falássemos para Osasco inteira e para boa parte de Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi e outras cidades da Região Oeste da Grande São Paulo.

Para nós não bastava apresentar um programa esportivo na única emissora de rádio de Osasco. O pioneirismo nos convocava, atiçava.

Pois eu, Chico e Cláudio decidimos que seríamos os primeiros a transmitir ao vivo um jogo entre dois times de futebol profissional de Osasco.

“Profissional” é um pouco de exagero. Rochdale e Montenegro disputavam o equivalente à 5ª. Divisão do futebol de São Paulo e teriam certa dificuldade em vencer o Itabuna e o Colo Colo, times do Sul da Bahia cujos jogadores tinham  sérios problemas  de relacionamento com uma dama chamada bola de futebol.

“Transmissão ao vivo” também é um pouco de exagero. O que a gente iria fazer era gravar o jogo, com narração, comentários e reportagens e depois correr pra rádio e colocar no ar. Um gravador pré-histórico foi colocado à beira do campo e fizemos o nosso trabalho, cobrindo aquela partida mulambenta como se fosse uma final de Copa do Mundo. Chico se esgoelava na narração, Cláudio caprichava nos comentários e eu fazia as reportagens de campo. Sintonia total e perfeita.

 

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Homem Bomba

dt

Diário de Osasco, inicio dos anos 80. Eu e Cláudio Cruz, amigo-irmão que Deus levou prematuramente em 2017,  trabalhávamos como repórteres, recém iniciados no jornalismo e escalados para funções que os veteranos sempre consideravam coisa menor: a cobertura nos bairros e as sessões de esportes e de polícia. Na verdade, eram as grandes escolas para quem estava começando e onde a gente fazia de um limão, uma limonada.

Ou de um cachorro quente um banquete, naqueles tempos difíceis, mas, hoje reconheço, felizes.

dt e ccA nossa produção jornalística não deveria andar lá essas coisas (não que faltasse assunto: Osasco tinha problemas típicos de uma cidade industrial encravada na Grande São Paulo com bairros sem infraestrutura e a violência era assustadora), porque resolvemos diversificar as atividades e nos embrenhar por outras áreas.

Com a luta armada brasileira nos estertores e a Revolução Cubana distante demais, decidimos explodir latas de lixo do bairro Presidente Altino, onde ficava a sede do jornal, com aquelas bombas típicas de São João, ´tamanho GG´.

Não me perguntem o que uma coisa tem a ver com a outra, porque não tem nenhuma mesmo. É apenas pra dar um certo charme ao texto.

O plano (!) era esperar o fechamento do jornal, lá pelas onze da noite, e sair detonando as latas de lixo que encontrássemos pela frente. Como havia bombas suficientes para explodir Presidente Altino e adjacências, achei que uma bomba a mais, uma bomba a menos não faria diferença.

E então, sorrateiramente, enquanto Cláudio revisava compenetrado uma de suas matérias, coloquei uma das bombas embaixo da sua cadeira e… BUM!

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UM CHOPPS, DOIS PASTEL E A VOLTA AO COMEÇO

      

A velha máquina de escrever: e era apenas um sonho...

      São Paulo não é mais um retrato amarelado na parede da memória.

       Com Hannah Thame, uma de minhas filhas, devidamente adaptada ao trajeto Alphaville-Imperatriz Leopoldina (ônibus, trem e uma caminhada razoável), onde faz estágio em fisioterapia e acupuntura em cães e gatos (coisa de paulista cheio de real, que trata seus animais de estimação a caviar), tive tempo para dar um mergulho no começo de minha vida profissional.

       Lá se vão 34 anos!

       Foi com emoção e alegria que reencontrei Vrejhi Sanazar, que me abriu as portas do jornalismo, quando eu ainda era um meninote de 18 anos. Daquele modesto Diário de Osasco em Presidente Altino, Vrejhi construiu o principal jornal da Região Oeste da Grande São Paulo, o Diário da Região.

Vrejhi Sanazar, o barao da midia de Osasco, e o exemplar de Vassoura

A sede do jornal ocupa um imenso prédio no centro da cidade, com uma redação com quase 30 profissionais de imprensa e prestes a receber uma nova rotativa, importada dos EUA, capaz de imprimir 30 mil jornais por hora. Com o coração generoso de sempre e hospitalidade armênia, Vrejhi recebeu-me com a alegria de um filho que retorna à casa paterna, intimando-me para um almoço no restaurante do jornal onde ele e o filho Marcelo, diretor administrativo, compartilham a mesa com os funcionários.

       Vrejhi ganhou um exemplar de “Vassoura” e, no melhor estilo paulista, deixou-me ocupando a mesa dele para uma entrevista do tipo “nosso ex-repórter que virou até escritor na Bahia” e foi cuidar da vida, prestes que está a viajar para o Japão e China, em companhia do prefeito de Osasco, Emídio Souza, do PT.

       Em Santana do Parnaíba, revi Claudio Cruz, Amigo com A maiúsculo, companheiro de aventuras e desventuras. Ao lado da companheira Fátima, que o botou nos eixos, Claudio comanda o Jornal Comunicação, um semanário com distribuição gratuita e  tiragem de 15 mil exemplares. O maior e melhor jornal de Santana do Parnaíba.

Claudio Cruz, amizade que ignora tempo e distância

Claudio Cruz, que começou comigo como revisor no Diário de Osasco, do Vrejhi,  compartilhou os tempos duros, onde o salário do mês acabava lá pelo dia 15, a calça velha azul e desbotada era velha azul e desbotada porque era a única,   mas que foram a base de um espírito solidário e um senso de ética que o tempo só reforça.

       Vrejhi  está batendo nos setentinha com a jovialidade dos empreendedores. Eu e Claudio cruzamos a barreira dos 50 com a certeza de que ainda há muito a caminhar e que a amizade verdadeira dispensa tempo e distância.

       E foi em São Paulo, já de volta ao presente, que me deparei com uma virtude infelizmente rara nos dias de hoje, ainda mais nesse poço de vaidades que é a televisão: a gratidão, expressada por Claudia Barthel, apresentadora do Leitura Dinâmica da Rede TV.

Claudia Barthel, quando chegou a minha vez de abrir a porta

       Claudia, que lancei aos 18 anos na TV Cabrália (retirada sem escalas de um sorteio semanal do Posto Universal, transmitido pela tevê), apresentou o Jornal do Meio Dia, o Repórter Regional e o Jornal de Sábado, além de protagonizar, ao lado deste que ora vos escreve e de Eduardo Lins e Renata Smith, de um antológico programa especial sobre os 80 anos de Jorge Amado; passou pela TV Santa Cruz, RBS/Santa Catarina, Rede Globo e está há mais de uma década na Rede TV.

        Pra alguém que começa a ficar sentimentalóide (é a idade, é a idade) é um bálsamo ouvir dela um “se eu cheguei aonde cheguei é porque você me abriu as portas”. E, da palavra para a ação, receber Hannah em sua casa como se fosse uma filha.

No Mercado da Lapa, um chopps e dois pastel. Orra meu, oxente!

      Ah, sim, tomei um chopps e comi dois pastel no Mercado da Lapa.

      Não fazer isso em São Paulo, seria como ir a Roma e não ver o Papa.

       Aliás, o papa que se dane.
 
      Prefiro o chopps e os dois pastel.

       Orra meu, quer dizer, oxente!





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