:: ‘bomba’
Homem Bomba
Diário de Osasco, final da década de 70. Eu e Cláudio Cruz, amigo-irmão que Deus levou prematuramente em 2017, trabalhávamos como repórteres, recém iniciados no jornalismo e escalados para funções que os veteranos sempre consideravam coisa menor: a cobertura nos bairros e as sessões de esportes e de polícia. Na verdade, eram as grandes escolas para quem estava começando e onde a gente fazia de um limão, uma limonada.
Ou de um cachorro quente um banquete, naqueles tempos difíceis, mas, hoje reconheço, felizes.
A nossa produção jornalística não deveria andar lá essas coisas (não que faltasse assunto: Osasco tinha problemas típicos de uma cidade industrial encravada na Grande São Paulo com bairros sem infraestrutura e a violência era assustadora), porque resolvemos diversificar as atividades e nos embrenhar por outras áreas.
Com a luta armada brasileira nos estertores e a Revolução Cubana distante demais, decidimos explodir latas de lixo do bairro Presidente Altino, onde ficava a sede do jornal, com aquelas bombas típicas de São João, ´tamanho GG´.
Não me perguntem o que uma coisa tem a ver com a outra, porque não tem nenhuma mesmo. É apenas pra dar um certo charme ao texto.
O plano (!) era esperar o fechamento do jornal, lá pelas onze da noite, e sair detonando as latas de lixo que encontrássemos pela frente. Como havia bombas suficientes para explodir Presidente Altino e adjacências, achei que uma bomba a mais, uma bomba a menos não faria diferença.
E então, sorrateiramente, enquanto Cláudio revisava compenetrado uma de suas matérias, coloquei uma das bombas embaixo da sua cadeira e… BUM!
Bota “BUM!” nisso. A desgraçada era muito mais potente do que a gente imaginava e ao barulho ensurdecedor seguiu-se uma fumaceira que tomou toda a redação.
Deu-se o pandemônio. O pessoal da oficina achou que a caldeira da linotipo (onde o chumbo derretido a uma temperatura mercurial servia para compor as páginas do jornal) havia explodido e saiu correndo pra rua. Vrejhi Sanazar, o dono do jornal, achou que seu patrimônio tão duramente conquistado tinha ido pelos ares e entrou feito um doido na redação.
E o advogado Achoute Sanazar, irmão do Vrejhi, que morava ao lado, quase teve um enfarto, imaginando que após invadir, destruir e ocupar a Armênia de seus ancestrais, os turcos tinham decidido eliminar também os descendentes espalhados pelo mundo.
Serenados os ânimos e esclarecidos os fatos, Vrejhi me xingou de filho da puta em português, armênio e em todos os idiomas que um dia poderia aprender, Cláudio ficou quatro dias praticamente surdo e as latas de lixo e os moradores de Presidente Altino foram poupados da nossa sanha revolucionária.
Minha carreira de Homem Bomba acabou ali.
O Estado Islâmico já sabe o que não perdeu.
Diretorio do PT em São Paulo é alvo de bomba
Uma bomba atingiu o diretório do PT no Centro de São Paulo, de acordo com informação do portal do Partido dos Trabalhadores. O explosivo não deixou feridos, mas quebrou vidros e danificou a porta de entrada do prédio.
Segundoo site do PT, felizmente não havia ninguém no local durante o ataque. A Polícia Militar (PM) registrou o ataque às 3h e até então não há suspeitos do crime. O imóvel fica na Rua São Domingos, no Bairro da Bela Vista.
De acordo com nota publicada no portal do PT, o presidente municipal do partido em São Paulo, Paulo Fiorilo, o ataque atingiu parte do escritório e recepção, e móveis e documentos foram destruídos. Ele atribuiu o incidente a uma “onda de intolerância e ódio contra o partido”.
Segundo o PT, este foi o segundo ataque a uma sede regional do partido no mês de março. No dia 15 (domingo), quando manifestações contra o governo Dilma Rousseff foram às ruas, a sede do diretório do PT em Jundiaí, no interior de São Paulo, também foi alvo de bomba, sendo neste caso, um coquetel molotov.
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