:: ‘Associação de Produtores de Cacau (APC)’
Ministério da Agricultura confirma inclusão do Cacau na política de preço mínimo da Conab
Próxima safra é estimada em 255 mil toneladas, 62,3% na Bahia
O cacau será incluído na Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), conforme informou nesta segunda-feira (13) o secretário executivo do Ministério da Agricultura (Mapa), José Gerardo Fontelles, durante reunião na Câmara Nacional do Cacau, em Brasília, com o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, diretores da Conab e da Ceplac, representantes da Associação de Produtores de Cacau (APC), Instituto Pensar Cacau (IPC), Federação da Agricultura do Estado da Bahia (Faeb), de sindicatos e do território de identidade. O valor será definido até o final dessa semana, e o anúncio será feito pela presidente Dilma Rousseff, no lançamento do Plano Safra.
Atendendo ao pleito dos produtores e do governo baiano, o Mapa concordou e a estimativa de safra do cacau já está sendo feita pela Conab, com metodologia da Ceplac. De acordo com Helinton José Rocha, diretor geral da Ceplac, a previsão é que a próxima safra brasileira de cacau atinja a marca de 255 mil toneladas, sendo 179 mil toneladas (62,3%), produzidas na Bahia.
A inclusão do cacau na PGPM atende a um dos pleitos dos produtores apresentados ao Mapa há um mês, quando o secretário Eduardo Salles e representantes dos produtores estiveram em Brasília, discutindo alternativas para o cacau. Entre as reivindicações apresentadas estavam, além da PGPM, a solicitação para que a Conab realizasse a estimativa de safra do cacau, em conjunto com a Ceplac, maior fiscalização sanitária nas importações, a taxação de amêndoas e produtos derivados do cacau importados, e a redução do prazo do drawback.
Para o secretário Eduardo Salles, essas conquistas são importantes para a cacauicultura brasileira. Agora, com a estimativa de safra sendo feita pela Conab, segundo disse Fontelles, o governo vai conversar com a indústria para estimar a necessidade das processadoras e poder definir as tarifas de importação e o prazo do drawback. O objetivo é chegar a um acordo entre o produtor e a indústria.
Em relação às questões sanitárias, o diretor de Defesa Vegetal do Mapa, Cosam Coutinho, informou que o ministério vai rever as Análises de Risco Para Amêndoas Fermentadas de Cacau (ARPs), para os países exportadores Gana, Costa do Marfin e Indonésia, feitas há mais de dez anos.
Para fazer a revisão o Mapa vai constituir um Grupo de Trabalho (GT), composto por um representante da Ceplac e dois do ministério, mas o secretário Eduardo Salles solicitou a inclusão da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab). Os representantes dos produtores reivindicaram a participação da Associação Nacional de Ervas Daninhas no GT.
O prazo máximo para que as novas ARPs estejam prontas é de seis meses. O objetivo é propor e ajustar requisitos para proteger a cacauicultura brasileira.
Seagri discute com bancos e produtores crédito para novos investimentos
O governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura (Seagri), em parceira com o governo federal e agentes financeiros, tem avançado nas ações para viabilizar a renegociação das dívidas dos agropecuaristas, mas os produtores da região do cacau não estão tendo acesso a créditos para novos investimentos. Encontrar soluções para destravar o crédito, criando condições para a expansão da cacauicultura e o aumento da produtividade, é o objetivo das reuniões de trabalho que acontecem nesta quinta-feira (24) nos municípios de Ilhéus e Gandu, escolhidos por estarem entre os maiores produtores de cacau. “Queremos traçar um diagnóstico da região, identificar as dificuldades e destravar o crédito”, resumiu o secretário da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles.
Além do secretário, participam das reuniões o diretor geral da Ceplac, Jay Wallace; o superintendente da instituição na Bahia, Juvenal Mayard; os presidentes da Faeb, João Martins, da EBDA, Elionaldo Teles, e da Adab, Paulo Emílio Torres; os superintendentes de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri, Raimundo Sampaio, do Banco do Nordeste do Brasil, Nilo Meira, do Banco do Brasil, João Batista, e o presidente da Desenbahia, José Ricardo Santos: dirigentes de sindicatos rurais, associações e cooperativas de Ilhéus e Gandu, além de gerentes das agências dos bancos e secretários de agricultura dos municípios. Participam também representantes da Associação de Produtores de Cacau (APC), Fetag e Fetraf.
A primeira reunião, em Ilhéus, começa às 7h30, no auditório da Faculdade Madre Thais. Pela tarde, às 14h30, os trabalhos serão realizados na sede do Sindicato Rural de Gandu. Como parte da programação, a Ceplac fará palestra de mostrando as tecnologias disponíveis para o aumento da produtividade na região, indicando as necessidades de recursos para custeio.
Representante da Associação das Indústrias Produtoras de Chocolate (AIPC) também fará apresentação, demonstrando aos bancos a necessidade de cacau para as indústrias baianas, que tem interesse de comprar a matéria prima produzida na região, com preços estáveis.
Esse interesse da indústria, além de fazer com que o Estado reduza e até possa suspender a importação de cacau, dará segurança aos bancos, demonstrando que o cenário é favorável e que os produtores terão mercado garantido, aumentando a renda e tendo condições de honrar os compromissos assumidos com as instituições financeiras.
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