:: 1/mar/2025 . 16:24
Governo do Estado garante sustentabilidade e acolhimento para catadores com Projeto Ecofolia Solidária
O projeto Ecofolia Solidária, desenvolvido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), em parceria com outros órgãos estaduais, visa garantir condições dignas de trabalho para catadores e catadoras durante o Carnaval. São 3.300 catadores cooperados e autônomos beneficiados este ano com equipamentos de proteção individual, composto por fardamentos, botas, luvas, protetor auricular e uma estrutura de apoio para comercialização do material recolhido.
Os coletores cooperativados já integrados ao projeto definem a ação como de grande avanço na história da ecoreciclagem na Bahia. Michele Almeida, catadora e vice-presidente da cooperativa Cama Pet, narra um pouco da história: “ A gente faz diferencial na vida dos catadores autônomos, trazendo essa dignidade. A gente iniciou projeto muito pequeno, na época poucos catadores ainda conheciam a ação. Agora em 2025 já tem um diferencial que é uma bonificação pelo plástico coletado, que alguns anos atrás a gente não tinha esse trabalho”. A coordenadora também ressaltou: “E esse ano também a gente já tem os espaço que as mulheres possam fazer seu descanso, sua massagem, sua ioga para trabalhar relaxadamente”, referindo-se aos Espaços de Convivência ‘Cuidar de Quem Cuida’ que oferecem estrutura para descanso e bem-estar.
Mazé Torquato entrevista Altina Ribeiro
A franco-portuguesa Altina Ribeiro está lançando « (IL)Légitime », “(I)legítima” em português, um novo romance inspirado em fatos reais. A obra traça o retrato de uma mulher ao mesmo tempo comum e singular, denunciando a violência contra crianças e mulheres.
O livro está disponível em Portugal na Editora Alma Letra: https://www.almaletra.pt/produtos?sea... e em Paris: https://librairie-portugaise.com/?s=a...
Veja a entrevista concedida a Mazé Torquato, em Paris.
Paz e Bem
Iva Santos Guimarães
No silêncio do amanhecer, há um canto,
Que ecoa na vastidão do coração.
É o hino da paz, um suave encanto,
Que traz a harmonia e a reflexão.
Na simplicidade de um gesto sereno,
Encontra-se a beleza do bem.
No olhar que acolhe, no abraço pleno,
Há a luz que ilumina o além.
Paz é o sonho que nos guia e acalma,
É a brisa leve que acaricia o ser.
Bem é a semente que enche a alma,
Com o amor que nos faz renascer.
Que em cada dia, ao dar o primeiro passo,
Busquemos no outro o espelho do afeto.
Pois é na bondade e no abraço,
Que se constrói um mundo mais perfeito.
Que a paz e o bem sejam nossa estrada,
Em cada escolha, em cada intenção.
E que, ao fim de nossa jornada,
Encontremos um mundo de união.
Firmino Rocha, o orgulho da poesia itabunense
Walmir Rosário
Embora nunca tenhamos marcado qualquer encontro, religiosamente nos víamos, e sempre ao cair da tarde. Posso afirmar que nossos hábitos eram bem distintos em variados aspectos. Assim que terminava o expediente, eu o famoso operador de som da antiga Rádio Clube de Itabuna, Eliezer Ribeiro (Corpinho de Leão), nos dirigíamos ao Ita Bar para tomarmos um (uns) aperitivo(s).
Aos poucos, vislumbrávamos a figura do nosso personagem cruzar a rua que separava a praça Olinto Leone, onde morava, e embocar no beco em direção ao Ita Bar. Passava rente ao saudoso castelinho, com sua pasta de couro, daquelas que os vendedores viajantes utilizavam àquela época. No interior da pasta, nada de talões de pedidos ou prospectos de publicidades. Só poesias.
Pelo caminho o ritual diário era o mesmo: cumprimentava a todos com sorrisos, algumas frases de elogios, especialmente flores para as mulheres. Essa distinção era rotineira. As pessoas que ainda não o conheciam geralmente olhavam aquela figura com desconfiança, até serem informados e certificados que se tratava de Firmino Rocha, poeta, pessoa de bem, e para alguns com a cabeça nas nuvens.
A indumentária era a mesma: um terno surrado, voltado para a cor cinza, às vezes com gravata, bem frouxa no pescoço e a cabeça protegida por um chapéu de baeta. Sempre com um sorriso nos lábios. Se houvesse oportunidade, abriria a maleta e pegaria os papéis soltos ou o caderno e os mostraria, declamando uma das dezenas de poesias.
Ao chegar ao Ita, sentava-se num banco junto ao balcão ou à mesa diante dos convites. Luzia, a garçonete com anos de experiência e conhecimento dos fregueses, lhe servia uma cachacinha pura ou o famoso “leite de onça”, aperitivo da casa. Engrenava a conversa, apresentava seus novos trabalhos, desfiava versos de seus novos poemas.
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