luto

Cleide Léria Rodrigues

cleide leriaEstamos atravessando um período repleto de desafios em função da pandemia da COVID-19. E um dos desafios mais recorrentes que temos observado é a dificuldade de lidar com a morte daqueles que tanto amamos , ou o medo de morrer.

Estamos tendo que elaborar o luto não somente dos entes queridos  mas também de tudo aquilo que planejamos em 2020/2021,ressignificando nossa forma de viver. Sim , nós sabemos que não está sendo fácil.

Mas nós não estamos sozinhos, estamos todos juntos e precisamos ter esperança que tudo isso vai passar . Talvez demore um pouquinho, mas vai , assim como outros períodos difíceis de nossa história. Mas não sairemos ilesos , mas com certeza precisamos sair melhores ! Rever valores se fez necessário, conectaram o essencial também, tudo um aprendizado, uma mudança de hábitos.

Refletindo sobre as perdas de pessoas queridas por complicações decorrentes da COVID-19 e como pode impactar de formas diversas a maneira de como a humanidade vivência seus rituais de luto. Rituais estes que são tão importantes para nossa saúde mental.

Muitas vezes os símbolos que desenvolvemos para lidar com a possibilidade de perda e a perda em Si, não estão mais sendo possíveis na pandemia . Como por exemplos a extrema unção dos enfermos praticado na fé católica, os banhos no corpo do morto da fé Islâmica, as grandes reuniões festivas das tribos indígenas, os velórios nas casas ou capelas, os abraços que acolhem e mostram solidariedade, as procissões que levam o corpo ao túmulo, as celebrações de corpo presentes… Enfim  , são inúmeras as formas que a humanidade em sua diversidade desenvolvem para a despedida na hora da morte

O luto é um processo individual e cada pessoa sente de uma forma única.

Portanto, o período é variável quanto a sua duração dependendo de como você está reagindo ao seu momento

Só você sabe o tamanho da sua dor e isso não quer dizer que vai durar para sempre.  O fato é que o luto tem um período estabelecido necessário para ressignificar algumas situações, mas quando ele se prolonga além do normal, te paralisa, traz maior adoecimento psíquico. Surge as incertezas que trazem a inquietude diante de tudo o que está ocorrendo. A partir daí surge a pergunta. Como vamos ficar ? Será que vamos voltar ao norma?  Essas dúvidas trás a ansiedade em relação ao futuro  questionamentos sobre o vírus, traz adoecimento como depressão, o transtorno do estresse pós traumático, transtorno de pânico, entre outros… é muito importante ficar atento a mudanças de comportamento e pensamentos negativos na forma de lidar com as perdas por causa da pandemia, é importante aprender a ter o equilíbrio e se ressignificar esse processo de luto.

Mas a dica é ter resiliência, agir no fortalecimento dos fatores de proteção de forma a diminuir os impactos dos fatores de risco.

Ser resiliente não significa que não sinta a perda e a falta da pessoa querida, que não fique triste. Significa que seu enfrentaremos é a sua aceitação adequada ao seu contexto . O que lhe promove maior flexibilidade psicológica inerente a uma boa saúde mental

Ressignificar algumas situações que não está bem e  busca ajuda quando se percebe que não está dando conta sozinho.

Se você perdeu alguém querido com esta pandemia ou conhece alguém que perdeu e tem interesse em receber este apoio psicológico entre em contato comigo , será um prazer poder ajudar diante sua dor

 

Cleide Léria Rodrigues

Psicóloga Clínica CRP03/18383.