:: ‘Rondinelli’
Meninos do Flamengo, Meninos do Brasil
Daniel Thame
Os meninos sonham na imensa noite do Rio de Janeiro, dos cabrais e marieles, das delícias e das milícias.
O sonho é sonhado junto.
Maracanã lotado, tingido de rubro e de negro.
O goleirinho sonha com a defesa impossível que consagra. Júlio César?
O zagueiro sonha com o bote perfeito que desarma o adversário. Rondinelli?
O meio campo sonha com o passe perfeito, o toque genial. Zico?
O atacante sonha com o gol que beija a rede e explode o grito: “é campeão!”. Nunes?
Eles sonham…
Driblar a pobreza, ajudar a família e, porque não?, desfrutar de carrões, mansões, aviões, celulares da moda e comer as mulheres mais gostosas do mundo…
E ai, feito um Ghiggia num Maracanã que em segundos fez da festa um velório, vem um maldito fogo e destrói vidas e sonhos, como que a mostrar que nesse país de merda em que nos transformamos, aos meninos (do Flamengo, do Brasil) nem é dado o direito de sonhar.
A noite em que o juiz chamou o Deus da Raça pra dançar…
No início dos anos 90, torcedores que lotaram o Estadio Luiz Viana Filho para ver o time de másters do Flamengo, que tinha em seu elenco campeões mundiais de 1991 no Japão como Andrade, Adílio, Rondinelli e Zé Carlos, jogar contra os másters do Itabuna, viram um show do juiz Marcos Bandeira.
Esqueçam o apito. Marcos Bandeira, que brilhou como atacante na Seleção de Ilhéus, é juiz no Fórum de Itabuna e nessa noite trocou a toga pelo uniforme azul e entortou a defesa rubro-negra.
Quem mais sofreu foi o zagueiro Rondinelli, o Deus da Raça, que levou um baile de Marcos Bandeira.
O vídeo registra a noite em que o juiz ofuscou os campeões do Flamengo.
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