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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Wilson Gomes’

Secti promove debate sobre Fake News com Malu Fontes e Wilson Gomes

card (1)A próxima edição da série “Secti Diálogos Virtuais”, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, vai debater o tema Fake News com os professores da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, Malu Fontes e Wilson Gomes, no dia 5 de novembro, às 10h30, através do canal no Youtube @SectiBahia. A série, que estreou no dia 22 de outubro com o tema Inteligência Artificial, traz convidados especiais, quinzenalmente, em um encontro para debater sobre assuntos relacionados à contemporaneidade da ciência, da tecnologia e da inovação.

De acordo com a secretária da Secti, Adélia Pinheiro, o modelo virtual surgiu como uma alternativa em meio à pandemia de Covid-19. “Os encontros que eram frequentes entre os atores do ecossistema de inovação, tiveram de ser suspensos devido às normas de distanciamento social. Pensando em se adaptar a essa situação, quando se faz cada vez mais necessário falar sobre conhecimento científico, a Secti se propôs a lançar esta série, com o objetivo de reiterar a necessidade de investir neste tema para o avanço da sociedade”, destacou Adélia.

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O médico cubano, a mãe do professor e a “praga” que virou aula

Wilson Gomes

medicubaQuando, no ano passado, eu defendia a chegada de médicos cubanos, uma das ameaças mais comuns das pessoas que “debatiam em mim” (porque no Facebook é assim) consistia em desejar que alguém da minha família fosse atendido por um deles. Faz parte do padrão de ataque conservador quando você não adere ao  “pega! esfola!” ou não se junta à milícia unidimensional: “está com pena de bandido, leva pra casa”, “é contra antecipação da maioridade penal, quero ver quando estuprarem alguém seu”, “gosta de médico cubanos, tomara que um deles atenda a sua mãe”.                                                                                                                            

Pois não é que aconteceu o que gentilmente me auguraram acerca dos cubanos? Camacã, 20 mil almas, tem orgulhosamente o seu “médico cubano”, um rapaz bonito e atencioso, segundo a minha mãe. Tem também e sempre teve outros médicos, brasileiros, alguns bonitos, alguns que eram atenciosos quando lá chegaram. Desde que me entendo por gente, todo médico que por lá desembarca tem por meta, além daquelas associadas ao seu mister, enriquecer. “Enricar”, no dialeto local. E isso acontece em 10 anos, em média. 

Quase todos viraram fazendeiros de cacau e, basta ver como foram as últimas cinco eleições por lá, são políticos e empresários. Nada contra enricar, embora eu seja incompetente nesta área, tudo contra o que acompanha esse processo do lado da medicina: desatenção, arrogância, desprezo pela vida e o sofrimento alheios. As “histórias de médico”, em que se narram os tidos e havidos quando alguém precisou de serviços hospitalares ou atendimento de urgência, são histórias de horror, desrespeito e humilhação dos mais vulneráveis.

Pois a minha mãe adorou justamente por isso o cubano do Posto de Saúde. A cadeira para ela estava do lado da dele, houve escuta, falou-se de mãe distante e de saudades da família, tudo isso enquanto se examinava a paciente. É uma questão de eixo: acostumamo-nos todos a um eixo vertical, em que o paciente está embaixo, bem embaixo, e o doutor lá em cima (“paciente tem que ter paciência” divertem-se os profissionais de saúde); mas há mais humanidade no eixo horizontal, em que dois seres humanos, um que padece e o outro que cuida, colocam-se no mesmo nível (paciente é quem sofre, diz a etimologia).  

Nem sempre a interação médico-paciente foi desse jeito no Brasil, mas a experiência com os cubanos ao menos deu a velhinhas como minha mãe a percepção de como as coisas poderiam ser diferentes. No mínimo, os cubanos do #MaisMédicos  trouxeram mais civilidade, humanismo, compaixão ao atendimento clínico. No mínimo. Trouxeram mais competência? Não sei, mas com certeza a minha cidade não era um paraíso de competência médica que poderia declinar com a chegada de quem quer que fosse. Mas, como me disse Dona Maria, pelo menos (a) o médico está lá e (b) te vê. E isso certamente não é pouco.

 

(*) Wilson Gomes, é professor da Universidade Federal da Bahia





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