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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

maio 2024
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:: ‘Oscar D’Ambrosio’

Fusão visual

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Oscar D’Ambrosio

Um dos importantes requisitos de um fotógrafo para desenvolver um trabalho sobre uma pessoa ou uma etnia é o envolvimento. Dessa empatia, surge um trabalho que, além de questões técnicas bem resolvidas, apresenta alma. É justamente o que ocorre com os elos entre o fotógrafo Sérgio Guerra e os Hereros.

Seminômades que vivem espalhados entre Angola, Namíbia e Botsuana, os Hereros entraram na trajetória do fotógrafo em 1999, quando ele integrou um programa de comunicação institucional do Governo de Angola. Começou aí uma relação que o levou a um progressivo conhecimento da etnia e, é claro, de si mesmo.

Visualmente, o que impressiona é a cor. Os fotografados se fundem com a terra, em uma esfera que está além do jornalístico e do documental. A grande questão visual que se impõe é o estabelecimento de uma poética marcada pela confiança. São almas que se deixam conhecer e fotografar.

Os Hereros são desvendados pelo fotógrafo, que produziu livros, documentários e exposições sobre o tema, dando visibilidade a uma África esquecida. Nesse contexto, a arte de Sergio Guerra, em diversas manifestações, eterniza uma cultura. Suas imagens fundem almas, corpos e terra em uma caminhada diferenciada, numa relação que se estabelece para sempre.

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Oscar D’Ambrosio é graduado em Jornalismo pela USP, mestre em Artes Visuais pela UNESP e doutor e pós-doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.

 

Atmosferas de encanto

candido oliveira

Oscar D’Ambrosio

A arte é uma manifestação que se dá em várias dimensões. Uma delas está na capacidade técnica de um criador visual de comunicar sentimentos, valendo-se para isso de sua percepção da realidade, habilidade e sensibilidade. Nesse sentido, o pintor Cândido Oliveira desenvolve uma cuidadosa linguagem.

Pinceladas bem colocadas luz são características de uma pintura que percorre diversos assuntos, em que se destacam os efeitos de luz de cenas românticas de Paris e Veneza ou as paisagens rurais caracterizadas pelo trabalho acurado de alguns detalhes, como a poeira ao focalizar um conjunto de carros de bois ou o fluir da água ao instaurar imagens bucólicas

O encantamento da obra do artista está na maneira como consegue lidar, ao mesmo tempo, com dois desafios: o do conjunto da obra, para criar a atmosfera desejada, e o dos detalhes, revelando como cada parte contribui decisivamente para a formação de um todo harmônico, em que o olhar atento do observador possa encontrar fascínio.

Boa parte do impacto das imagens do artista reside nessa busca permanente de uma renovação de imagens e de cuidado na construção e no acabamento de seu trabalho para a construção de atmosferas cada vez mais encantadoras, que gerem empatia no observador, levando-o a admirar a cena e o talento de quem a realizou pictoricamente.

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oscar 2
Oscar D’Ambrosio é graduado em Jornalismo pela USP, mestre em Artes Visuais pela UNESP e doutor e pós-doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.

Ressignificando brinquedos

Georgia

Oscar D’Ambrosio

Uma das chaves para penetrar no mundo da arte contemporânea, inclusive em suas vertentes mais conceituais, é a ressignificação. O termo é muito usado, mas muitas vezes deixamos de lado seu principal significado, que é justamente o estímulo a “significar de novo”, ou seja, a olhar novamente, sob novos ângulos, para um objeto e/ou situação.

Esse processo gera a atribuição de um novo significado, transformador, que pode libertar o artista e a sociedade de conceitos anteriormente consolidados, geralmente carregados de (pré) conceitos. Esse processo dá a cada criador a capacidade de criar um próprio mundo, que o faz dialogar de maneira enriquecedora com si mesmo e com o entorno social e existencial.

Ao pedir brinquedos velhos para a família e amigos, Georgia Peruzzo desenvolveu projetos de instalações e de performances registrados em fotos. Utilizou o papelão como base e prendeu, com elástico e barbante, pequenos bonecos para obter o efeito desejado. A pintura com guache auxiliou a compor o cenário.

A simbologia das cores aponta para o verde da esperança de a natureza continuar viva sendo destruída pelo vermelho das queimadas, que destrói biomas com seus animais, seja no Pantanal, na Caatinga, no Cerrado, na Mata Atlântica, na Amazônia e no Pampa Gaúcho.

Dessa maneira, a partir de brinquedos velhos não mais utilizados, o trabalho os ressignifica e mantém, com a denúncia, a esperança na recuperação da fauna, da flora, do clima e do solo. Afinal, um dos papeis da arte é justamente o de denunciar aspectos da sociedade, evitando que temas importantes para o ser humano sejam esquecidos ou deixados de lado.

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oscar 2

Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br

Espírito do tempo

 

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Oscar D’Ambrosio

A coleção “Zeitgeist”, de Miagui, traz alguns aspectos essenciais para a arte contemporânea. Um deles está no próprio nome, que provém de uma palavra alemã que aponta para a existência de um “espírito do tempo”, ou seja, cada artista está vinculado à atmosfera intelectual, sociológica e cultural de sua realidade mais próxima e do conjunto de seu período.

O conceito, que existia no romantismo alemão, ganhou notoriedade com a obra “Filosofia da História” (1837), de Hegel. Nesse sentido, André Miagui retoma o estudo da técnica e das imagens principalmente dos retratos da Renascença ou do Barroco e os pinta com pastel oleoso, conseguindo resultados tecnicamente admiráveis.

Mas a sua intenção não é repetir o passado. Além do desafio técnico, ao colocar uma placa de celular sobre os olhos desses personagens, cria esse elo entre o passado e o presente, pois o objeto pintado justamente bloqueia a visão daquelas figuras clássicas da história da arte. Surge, assim, um lúdico clima permeado de senso crítico que oxigena cada trabalho.

O grande ensinamento da pintura de Miagui está justamente em criar o seu próprio espírito de época. Dá ao passado uma roupagem presente com um trabalho técnico esmerado, resultado de estudo e escolha cuidadosa dos materiais. Os seus retratos, portanto, são uma viagem pela história da arte e pela jornada vivencial de cada um de nós.

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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br

Caminhos da fé

benzedeiras

 Oscar D’Ambrosio

A cura e a fé têm muitos caminhos. O projeto “Benzedeiras, tradição milenar de cura e fé”, de Bruno e Marinilda Boulay, aponta alguns deles. Trata-se de uma iniciativa que permite uma reflexão que apresenta muitas portas de entrada, todas marcadas pelo diálogo entre a ciência e a religião; e entre a pesquisa e o mistério.

Afinal, o benzedor ou benzedeira é aquele que busca curar uma pessoa doente, aplicando sobre ela gestos em geral acompanhados por alguma erva com poderes nem sempre comprovados pela ciência e por alguma forma de prece. Há, nesse processo, elementos da cultura indígena e da africana – e um diálogo ainda com a tradição cristã.

A riqueza é tanta, que obriga um levantamento de indagações antropológicas, médicas, parapsicológicas, psicológicas, religiosas e existenciais. A questão pode ser abordada pelo ponto de vista de quem realiza a cura ou de quem a recebe – e mesmo sociedade que abriga essas práticas.

Ao somar vídeo, exposição presencial e online (https://totemcultural.org.br/expo/benzedeiras/), oficinas sobre o tema e o lançamento de um livro-catálogo, o projeto tem um de seus pontos altos na reflexão sobre quem cura e quem é curado. Existe ali uma empatia, um autêntico re-ligare, origem da palavra religião, no sentido do estabelecimento de uma conexão da pessoa com ela mesma, com quem cura e com o todo da natureza.

Dentro da tradição oral que domina as profundezas do Brasil, a exposição obriga a repensar qual é o papel dos saberes que envolve esse universo – e como curador e curado estabelecem uma relação semelhante à de criador e criatura na arte, ou seja, um não existe sem o outro. Por isso, o projeto “Benzedeiras, tradição milenar de cura e fé” traz esperanças de cura, em todos os sentidos, para cada um de nós.

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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br

Portais do ser

rosa

A poética visual de Rosa de Jesus se dá pela maneira como lida com as cores para instaurar percepções cromáticas e existenciais. As tonalidades e as formas apontam para um mundo com um equilíbrio próprio em que cada trabalho comporta a sua poética. A reunião de três séries acentua a importância de cada imagem individualmente e o diálogo entre elas.
A série “Portais”, com a predominância do branco traz a sensação constante da possibilidade de a arte nos levar para novos mundos. A tinta parece abrir caminhos para sermos introduzidos em outra dimensão, da qual talvez possamos voltar renovados para ter uma melhor compreensão daquilo que nos cerca.
Em “Blue”, naturalmente, é o azul que predomina, mas ele não se apresenta plácido. Surge com toda força e energia de maneira dinâmica, em explosões de cor e de movimento, algumas vezes mesclado com outras cores, como o vermelho, que surge com intensidade plena na série
“Queimadas”.
Existe assim um incinerar interno da alma da artista que se expressa constantemente. Isso independe da cor. Há uma busca e uma inquietação constante que permeia as séries no sentido de estar atento aos próprios sentimentos e aos do mundo. O conjunto é de uma expressão visual intensa, fruto de um ser, pensar e fazer artístico permanente.
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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br

Mergulhos interiores

rosangela

Oscar D’Ambrosio

 

Arte é uma construção de caminhos. A pintura faz isso por meio de uma tela habitada por tinta distribuída por pincéis dentro da construção de um projeto visual por cada criador. A forma de organização do espaço propicia as mais variadas composições, caracterizadas pela maneira pessoal de interpretar o mundo.

As paisagens de Rosangela Marassi lidam justamente com estados de espírito. Sejam casas rurais ou visões do sol no horizonte, revelam um progressivo amadurecimento técnico em busca de soluções visuais que revelam uma carinhosa relação com a natureza, que se integra aos nossos olhos e às nossas emoções.

A maneira de trabalhar visualmente com as árvores merece especial reflexão. Ao mostrar esses seres vivos, o faz com delicadeza e carinho, despertando empatia no observador. É possível assim que cada um de nós se sinta parte de um todo, fascinante e rico em detalhes, que nos convida a prestar atenção nos numerosos detalhes do trabalho.

A horizontalidade das paisagens, a profundidade dos caminhos e a verticalidade das árvores são tratadas com lirismo e mistério. Os ocres da terra, o verde das árvores e o azul dos céus ganham vida com diversidades tonais de acordo com as atmosferas desejadas, mostrando o talento de Rosangela Marassi para nos conduzir a mergulhos interiores.

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Oscar D’Ambrosio (@oscardambroisoinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus e é responsável pelo site www.oscardambrosio.com.br

 

Alumbramento de grande aquário para ballerinas

penna prearo_geral

Oscar D’Ambrosio

oscar 2Um fotógrafo, por menos que queira, com seu olhar, já interfere no ambiente onde realiza o seu trabalho. Analogamente, visualiza o mundo de uma maneira sempre diferenciada. Encontrar formas de dialogar com aquilo que se costuma chamar de realidade é um dos principais elementos apresentados pelo trabalho plástico de Penna Prearo.

 

Ao lidar com o espaço, ele oferece variadas possibilidades de encantamento. Talvez a mais significativa esteja na humildade com que se relaciona com aquilo que o cerca e deseja fotografar. Isso lhe permite contornar quaisquer imprevistos e se dedicar com paciência e perseverança a erguer momentos estéticos marcados pela força visual e por um clima que oscila entre o fantástico e o inusitado.

 

Galinheiros, água, encruzilhada de estradas, locais abandonados, detalhes do solo ou de elementos da natureza propiciam uma espécie de realidade própria e imaginária em que o lirismo predomina. A habilidade de Penna Prearo está em fazer isso com grande naturalidade, como se os mundos que propõe não fossem apenas dele, mas sim onipresentes, embora invisíveis para a maioria de nós.

 

O começo dos processos criativos do artista está geralmente associado ao cotidiano. Há muito de intuição e, principalmente, de uma sabedoria do contemplar desenvolvida em dois grandes momentos: a pureza do olhar de uma criança, que busca ver tudo como fosse pela primeira vez, e a sabedoria adquirida pela experiência nas mais variadas situações.

 

Seja quando toma situações já prontas para fotografá-las ou quando interfere naquilo que vê inserindo elementos, Penna Prearo nos propicia uma inserção num pensar em que pouco lhe escapa. Uma cena já pronta ou as alterações de uma situação pelo dinamismo gerado pelo vento são igualmente registradas pela observação do espaço como um amplo campo de trabalho.

 

O efêmero, nas lentes de Prearo, cristaliza-se. Isso não lhe dá um tom de morte. Pelo contrário, permite a uma situação passageira uma materialização que fornece uma observação posterior mais atenta. Ao lidar com as nuanças da água ou dos tons ocre da terra, esse processo permite o desenvolver de sequências que poderiam ser aprimoradas infinitamente.

 

O diálogo estabelecido entre cada objeto fotografado e o entorno faz com que aparentes cerceamentos ou liberdades tomem novas dimensões. Quem parecia estar preso se liberta e vice-versa, fatos que obrigam a pensar como o poder da fotografia não está, como se costumava pensar, em “roubar almas”, mas em deixar que elas aflorem, mesmo quando se trata de objetos aparentemente inanimados.

 

Os conjuntos propostos originam danças visuais em que o mistério surge como umas das principais características. O espaço do trabalho é onde se realiza a magia alquímica de dar vida àquilo que parecia inerte. A composição visual e a maneira de lidar com a cor são alguns dos recursos para criar uma poética e uma estética diferenciadas regidas pela sensibilidade.

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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus.

Boneca Gaiola

cecilia menezes

Oscar D’Ambrosio

A arte, com as questões que levanta, é uma maneira de escapar do mundo e de nos trazer de volta para ele. Cecília Menezes realiza justamente esses movimentos. A sua “Boneca Gaiola”, ao remeter, no mínimo, a dois aspectos importantes do universo feminino, traz um pensamento sobre a condição da mulher ao longo da história e no momento contemporâneo.
A imagem de sua cerâmica esmaltada evoca, por exemplo, as Santas de Roca do barroco mineiro, denominação que se dá as imagens sagradas feitas para serem carregadas em procissão e que, por terem uma armação de madeira, podiam ser vestidas. Por isso, recebiam também o nome de imagem de vestir, de bastidor ou de procissão.
A obra também se relaciona com as célebres “cage” crinolinas ou anáguas armadas que lembravam gaiolas de pássaros e eram usadas sob as saias para lhes conferir volume. Inicialmente feitas artesanalmente, com crinas de cavalo trançadas (daí seu nome), a partir de meados do século XIX, passaram a ser produzidas industrialmente, com tirantes e finos arames de aço.
Ao remeter tanto ao universo sagrado das santas como ao profano das mulheres do século XIX, a “Boneca Gaiola” surge como um alerta para a libertação da mulher de qualquer tipo de amarra que seja colocada em seu corpo e em sua mente, colocando-se em pé de igualdade , por mais que as condições históricas lhe tenham negado isso ao longo do tempo, para a construção de uma sociedade mais justa e equânime.
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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus.

Introspecção

cibele_1

Oscar D’Ambrosio

O período de pandemia pode ser caracterizado pelas mais diversas necessidades interiores, entre elas a de estabelecer novos diálogos internos e com o mundo. O trabalho visual da artista visual Cibele Nakamura (@cibelemsnakamura), de São Bernardo do Campo, SP, promove justamente essa discussão ao apresentar duas obras que dialogam entre si.

 
Realizadas em cerâmica, pela modelagem de placas e queimadas em forno elétrico a 1260°C, com 28 cm diâmetro, a peça mais escura, e 26 cm de diâmetro, a mais clara, as obras apresentam, de maneira visual, como podemos nos sentir ao longo de diversas situações vivenciais, mas principalmente perante o período em que o mundo mudou com a COVID-19.

 
Enquanto uma peça conduz para uma interioridade, seja de si mesmo, da segurança do útero materno ou das entranhas do próprio cérebro; a outra já aponta para um movimento de conexões mais dialogadas com o mundo externo. São duas facetas que se completam, mostrando os movimentos internos de cada um de nós.

 
Os trabalhos apresentam a capacidade de nos fazer pensar se estamos em um momento mais voltado para atender os apelos externos ou mais fechados em nossos próprios labirintos perante a caminhada existencial terrena, com suas múltiplas aventuras, das quais nunca saímos ilesos, mas sempre transformados.

 

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Oscar D’Ambrosio (@oscardambrosioinsta) é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, graduado em Letras (Português e Inglês) e doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Coordena o projeto @arteemtempodecoronavirus.





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