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Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

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:: ‘Efson Liima’

Mano Brown: o doutor honoris causa da UFSB para o mundo e o dia da favela

Efson Lima

 

A Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) entregou na quarta-feira última, dia 01/11, o título de doutor honoris causa  a  Mano Brown. Para algumas pessoas “bem nascidas,” os títulos são uma questão de tempo, mas para os jovens periféricos brasileiros o grande título é o da sobrevivência. E a homenagem de doutor honoris causa para Pedro Paulo Soares Pereira confirma a sua sobrevivência e abre possibilidades de reflexões sobre a periferia brasileira, inclusive, ensejando reconfiguração do papel desse grupo social no  desenvolvimento nacional.

O Mano Brown ao receber o título de doutor honoris causa pela UFSB significa que a  ele se distinguiu pelo saber e/ou pela atuação, em prol do desenvolvimento das Ciências, das Letras, das Artes, da Educação, da Cultura, da Tecnologia e Inovação, das Políticas Públicas, dos Direitos Humanos, do Desenvolvimento Social ou do Meio Ambiente, cuja contribuição seja ou tenha sido de alta relevância para o País ou para a humanidade, conforme preceitua a Resolução da Universidade sobre a concessão de títulos honoríficos.

O laudeamento foi proposto pelo professor Richard Santos, um estudioso da cultura hip hop e, atualmente, pró-reitor de extensão e cultura na UFSB. O docente no memorial  pormenoriza as contribuições de Mano Brown para a sociedade brasileira, especialmente, a periferia. Assim, o proponente foi entrelaçando as razões justificadoras para a concessão do título a Mano Brown, rapper e figura central do grupo de rap Racionais MC’s. O artista nasce em São Paulo, mas a sua mãe é natural de Riachão do Jacuípe, na Bahia, onde ainda moram tios e primos.

No farto memorial,  as justificativas que levaram o Conselho Universitário à unanimidade aprovar a distinção para o principal representante do movimento hip hop nacional são percebidas: “Essas (…) informações sobre Pedro Paulo que darão conformidade a imagem de Mano Brown nos é importante para a compreensão de todo o processo formativo não apenas do cidadão que forjará o artista, mas, principalmente de sua rede de relações políticas, culturais e ancestrais que o farão o principal representante de uma juventude periférica racializada brasileira emergida da abertura democrática, da retomada da organização do movimento negro brasileiro em sua pluralidade e que resultará na luta por direitos cidadãos, antirracismo e insurgência,” sinaliza o propositor da homenagem, que foi reconhecida pelo professor Francisco de Assis, relator da homenagem.

Ontem, dia 04/11, comemorou-se o dia da favela, cujo termo foi utilizado pela primeira vez no ano de 1900, em um documento oficial, quando o delegado se referiu ao morro da Providência como “favela”. Favela é uma planta medicinal do semiárido brasileiro, especificamente, encontrada na caatinga baiana.  O termo ganhou as páginas da imprensa brasileira por meio do jornal “ Estado de São Paulo”,  sendo Euclides da Cunha o jornalista correspondente do massacre de Canudos a evidenciar o termo. Posteriormente, na obra “Os Sertões”   do mesmo jornalista, o signo favela cada vez mais foi se afirmando no cenário nacional. Os símbolos e signos da solenidade não param por aí.

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Saudade de ontem

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Efson Lima

  

efson limaComeço com um pleonasmo para na sequência fazer uma das perguntas mais óbvias: quem já sentiu saudade? Foi humano, certamente, todos! Os bebês sentem logo, eles exprimem com o choro. Os animais não – humanos também sentem, os cachorros padecem das ausências de seus tutores  A sensação da saudade desafia a nossa caminhada.

 

A saudade mais óbvia pode ser aquela que sentimos das pessoas, mas sentimos saudade também do lugar que deixamos, dos acontecimentos, dos animais, da sombra da árvore. E daqueles brinquedos de nossa infância? E daquela festa? A saudade é reconstituída de acordo com a carga axiológica de cada pessoa diante do vivido e do experimentado.

 

ef 1Quem não sente saudade do programa de TV, daquele jogo bem jogado e da comida da vovó? E de nossas mães? Ouço lentamente as histórias contadas por minha mãe. Ela lentamente vai  destrinchando cada um dos acontecimentos de sua adolescência, da sua fase adulta. Narra pitorescamente os episódios, oferece pitadas. A saudade pode ser uma recordação de um fato positivo, mas também de fatos negativos. A saudade é a forma de reviver o ontem sem filtro. É a possibilidade de desenhar na memória o passado sem precisar de pincel e habilidade artística.

 

No Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado pela Academia Brasileira de Letras, saudade é uma palavra feminina. No Aurélio,  substantivo de dicionário, registra que é “ Lembrança nostálgica de pessoas ou coisas distantes ou extintas”.

 

E no  campo da literatura , quis um dos maiores poetas de todos os tempos, Fernando Pessoa, eternizar a saudade na sua poética, por meio de seu heterônimo Álvaro de Campos “(…) Só válida à emoção através da saudade futura,/Da saudade, esquecimento que se lembra,/Da saudade, engano que se deslembra da realidade,/Da saudade, remota sensação do incerto/Vago misterioso antepassado que fomos,/Renovação da vida antenatal,[…]/Absurdamente surgindo, estática e constelada/Do vácuo dinâmico do mundo.” Por sua vez, quem não se lembra do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias?  Um canto à pátria, a saudade do lugar e de tudo que há nele. A súplica ao sagrado na espera de ser correspondido: “Não permita Deus que eu morra,/ Sem que volte para lá; /Sem que desfrute os primores/ Que não encontro por cá;/ Sem qu’inda aviste as palmeiras, /Onde canta o Sabiá.”

 

A saudade é tão forte, que no mundo das academias de letras, faz-se a sessão da saudade, para só então declarar vaga a cadeira ocupada pelo imortal que faleceu. Então, é momento de registrar os feitos, as contribuições do acadêmico e imortalizá-lo em definitivo. Surgem as recordações, comentam-se das obras.

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