WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
hanna thame fisioterapia animal

prefeitura itabuna sesab bahia shopping jequitiba livros do thame




Daniel Thame, jornalista no Sul da Bahia, com experiência em radio, tevê, jornal, assessoria de imprensa e marketing político danielthame@gmail.com

maio 2024
D S T Q Q S S
 1234
567891011
12131415161718
19202122232425
262728293031  


:: ‘Adalgisa Silveira’

Canção de ninar para David

david (2)Daniel Thame

 

Resgatado ainda no ventre da mãe, Victory, uma das milhares de vítimas da invasão russa na Ucrânia, pela Associação de Voluntariado Chiara para as Crianças do Mundo, da Itália, que incluiu a baiana Adalgisa Silveira, radicada no país, David veio ao mundo em Bolonha, após uma travessia de mais de 2.500 quilômetros repleta de riscos.

 

David, ucraniano-italiano já nasce como um sobrevivente. Longe da sua pátria, certamente, a exemplo do personagem bíblico que lhe empresta o nome, terá que enfrentar muitos golias vida afora.

david (5)

A hora é de celebração de um nascimento seguro, contra todas as possibilidades de um parto em meio aos horrores da guerra.

 

A celebração da vida, em meio à morte de centenas, milhares de ucranianos, vítimas da máquina de guerra russa, embora esse seja um embate em que se misturam, dos dois lados do conflito, anjos e demônios.

 

David, embalado por Victory e cercado de amor, está longe de entender o que se passa à sua volta.

david (4)

Mas se hipoteticamente David pudesse pedir uma canção de ninar, certamente incluiria  Give Peace a Chanche, de John Lennon.

Dar uma chance a paz é dar uma chance ao mundo. E uma chance a David, seus pais e seus irmãos de ter um país para chamar de seu.

E crescer e viver em paz!

 

Baiana integra grupo de voluntários que levam mantimentos e medicamentos para a Ucrânia e transportam mulheres e crianças para a Itália

adalgisaDaniel Thame

A bordo de um pequena van da Associação de Voluntariado Chiara para as Crianças do Mundo, uma baiana, Adalgisa Silveira, e dois italianos, embarcaram em Roma para uma viagem até a fronteira da Polônia com a Ucrânia, invadida e bombardeada pela Rússia. Além de resgatar ucranianos e trazê-los para a Itália, a missão levou alimentos e medicamentos  aos que permaneceram no país.

 

ucrania (1)
“Diz um dito popular da província romana  que ´há  mais para fazer do que para dizer´ e resolvemos entrar em ação”, declarou a baiana de Caetité, radicada na Itália e que sempre realiza ações humanitárias.

 

Numa  conversa com seu parceiro, Emílio Giovannone, de 65 anos ela questionou:  “porque não vamos levar ajuda humanitária diretamente ao povo ucraniano?” No dia seguinte já estavam preparando a van para uma viagem de cinco mil quilômetros de ida e volta.

 

A viagem foi divulgada nas redes sociais, permitindo a arrecadação de donativos  para as vítimas da guerra no leste europeu.

 

ucrania (3)
“Em poucas horas ficamos impressionados com tudo o que havia sido arrecadado, incluindo medicamentos básicos, que as farmácias doaram com suas indicações, muitos alimentos longa vida de todo tipo, especialmente para crianças, e muitas coisas para higiene pessoal”, diz Adalgisa.
Um dia após o anúncio da missão, depois de ter selecionado, encaixotado, etiquetado e carregado,  o amigo italiano, Roberto Bianchi, de 70 anos, ligou o motor da van em direção à Ucrânia.

Mesmo sem indicações precisas do roteiro, o caminho certo foi encontrado durante a viagem, em meio  neve que  acompanhou o grupo por um longo caminho, carregado de um  frio intenso, que nem mesmo o pouco aquecimento do micro-ônibus conseguiu aliviar.
ucrania (5)

A SOLIDARIEDADE VENCE O MEDO
“Não podemos negar a preocupação, sabíamos que no lugar de ajuda humanitária, poderia ser o mesmo  que alimentava a guerra com armamentos e aí tínhamos medo de represálias da Rússia, em função do grande número de soldados na região” ressaltou Adalgisa.
O grupo atravessou  a Áustria e a Checoslováquia, percorrendo toda a Polônia, em direção ao ponto de chegada estabelecido, na  cidade de Medyka, o mais próximo da fronteira entre a Polônia e a Ucrânia, onde foi organizado um ponto de recepção para aqueles que fogem da guerra, e esperam ser transferidos para lugares mais seguros e acolhedores.

Após uma longa fila, já anoitecendo, juntamente com voluntários locais, foram descarregadas todas as caixas de donativos com a ajuda de um polonês que já havia trabalhado em Roma e também atuou com uma espécie de guia e segurança.

 

ucrania (2)

A noite, para descansar da longa viagem, o grupo pernoitou, mesmo com riscos, numa pousada em território ucraniano, a 68 quilômetros da fronteira com a Polônia.

 

No dia seguinte o segundo objetivo,  trazer pessoas em fuga da guerra, que neste ponto só poderiam ser mulheres, velhos e crianças, pois na Ucrânia, foi estabelecida a Lei Marcial, para que nenhum homem possa cruzar a fronteira, pois devem permanecer para combater.

 

AS MÃES E A ESPERANÇA

ucrania 9

O grupo foi direcionado a um  local onde havia pessoas que tinham interesses de ir para Itália, por terem parentes, já terem trabalhado, conhecer alguém e /ou falarem a língua. A escolha não foi fácil, diante da multidão que queria fugir dos horrores da guerra.

Adalgisa e seus amigos continuam sua história: “foram várias centenas de pessoas que pediram a carona da esperança, foi dada prioridade às mulheres com filhos e sobretudo às que tinham referências na Itália.

 

“Escolhemos e  nos foram dadas  em confiança três jovens mulheres, uma Médica acompanhando duas outras pessoas, uma  delas grávida de  meses,  outra mãe com um recém-nascido, e mais duas crianças”, relata a baiana.

 

 

ACOLHIMENTO NA ITÁLIA

ucrania (6)

Partimos, lotados de carga de humanidade e esperança, em direção a Itália, com várias paradas, pois não podíamos esquecer que a bordo tínhamos uma grávida, fizemos última parada em Modena, já na Itália, onde os  ucranianos puderam abraçar uma senhora, mãe da jovem médica, que já os esperavam”, conta . Dali os ucranianos foram bem recebidos e abrigados pela Itália, essa pátria acolhedora por tradição.

“Eram olhos e olhares cheios de gratidão, lágrimas e sorrisos misturados com tristeza e alegria e nunca deixaram de nos agradecer”, diz . A esperança de uma nova vida estava estampada nos olhos deles. Foi uma missão arriscada, mas da qual nunca esqueceremos, uma experiência inesquecível  e a alegria de salvar vidas”, finaliza Adalgisa Silveira que pretende voltar à Bahia brevemente para visitar parentes e amigos.

 

A NARRATIVA DA VIAGEM DA SOLIDARIEDADE

 

 

NASCE UM UCRANIANO-ITALIANO





WebtivaHOSTING // webtiva.com.br . Webdesign da Bahia