
Mais de 30 marcas baianas participarão da estreia do Chocolat Festival em Brasília
Mais de trinta marcas baianas, além de empreendimentos da agricultura familiar, irão participar da primeira edição do Chocolat Festival em Brasília (DF), que será realizada entre a quarta-feira (20) e o domingo (24). Das iniciativas, 20 contarão com o apoio da MVU Eventos, do Sebrae e do Governo da Bahia para estar presentes na tão esperada estreia do evento na capital federal, como são os casos da Chocolate Yrerê e da Mestiço Chocolates.
“O Chocolat Festival é uma plataforma essencial que busca construir pontes entre os pequenos e médios empreendedores do setor de cacau e chocolate de origem, impulsionando a geração de negócios e promovendo uma rede de contatos e oportunidades vitais para o crescimento sustentável dessa indústria”, afirma Marco Lessa, CEO do evento.

Marco Lessa
Situadas respectivamente em Ilhéus e Itacaré, no sul do estado, ambas são fábricas “tree to bar”, ou seja, produzem desde os grãos de cacau até a barra de chocolate. O Chocolate Yrerê, por exemplo, provém do cacau colhido na fazenda de mesmo nome e em terras de produtores parceiros.
“Produzido por um sistema de alta qualidade, ele passa por um processo de fermentação muito mais longo e cuidadoso, com o foco de diminuir seu amargor e sua acidez, porque nossos chocolates são feitos somente com cacau e açúcar demerara, sem lactose”, explica o produtor e proprietário Gerson Marques.
Fora o aspecto sensorial, essas iniciativas existem em harmonia com o meio ambiente, já que utilizam o sistema cabruca — valioso para a recomposição de áreas de floresta degradadas pela criação extensiva de gado. “Nós fazemos chocolates que, além de muito gostosos, são bastante sustentáveis ambiental e socialmente”, garante ele.
Importância do evento — A relação da Chocolate Yrerê com o Chocolat Festival é antiga: começou com o lançamento do evento, em 2009. “Temos crescido junto com o festival, hoje internacional e parceiro dos produtores de chocolate, porque é um canal de vendas importante para a gente aqui na Bahia, no Pará e em outras regiões no Brasil”, ressalta Gerson.
Além de catalisador, o maior evento de chocolate e cacau na América Latina é também um celeiro de negócios: foi a partir do evento, por exemplo, que surgiu a Mestiço Chocolates. “A decisão de começar a fazer chocolate veio numa edição do Chocolat em Ilhéus, lá em 2015. De lá para cá, sempre participamos de todas as edições que temos condições: de Ilhéus a São Paulo, chegando ao Porto, em Portugal”, conta o chocolate maker e proprietário Rogério Kamei.
Dona de cacau e chocolates premiados, a empresa apresenta barras intensas e puras de cacau varietal. “Queremos mostrar aos clientes que cacau não é tudo igual. Usamos tipos diferentes de cacau e temos chocolates diferentes, também”, afirma Rogério. “A Mestiço surgiu como uma forma de aumentar o valor do cacau de qualidade que produzimos na fazenda.”
Capital federal e também do chocolate — Além de capital federal, Brasília carrega outro título relevante: o de maior consumidora de chocolate no país, segundo um levantamento do Ibope Media. Isso é motivo de otimismo para a Chocolate Yrerê.
“Nós estamos chegando a uma das principais praças do Brasil, com enorme potencial para o nosso chocolate”, avalia Gerson, que visa reforçar a presença da empresa na região Centro-Oeste. “Muita gente de Brasília conhece nossos chocolates e nossa fazenda. Depois dos paulistas, os brasilienses são nossos maiores clientes.”
Já para a Mestiço Chocolates, o momento representa uma chance de se familiarizar com o mercado de chocolates local. “Queremos entender como funciona o mercado em Brasília e como será a receptividade a nós, além de ter a oportunidade de conhecer um pouco mais nossa capital, claro”, diz, ansioso, Rogério.
Programação — Ao longo dos cinco dias de evento, realizado no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, o público vai poder apreciar o Show Cooking, um espaço para o preparo, ao vivo, de receitas à base de chocolate por grandes chefs. Haverá ainda o Fórum do Cacau, com painéis sobre a cacauicultura no Brasil e no mundo, a produção de cacau fino, a sustentabilidade da cultura do cacau e seus avanços tecnológicos.
Também integram a programação o Chocoday, cujos palestrantes, nacionais e internacionais, abordam tendências no mundo do chocolate; o Atelier do Chocolate, no qual chocolatiers produzem, em tempo real, esculturas que tenham essa guloseima como matéria-prima; e o Kids Cooking, um espaço com atividades recreativas e minicursos voltados ao público infantil.
Os ingressos para o festival custam 20 reais (inteira) e 10 reais (meia-entrada). Mais detalhes da programação estão disponíveis no site chocolatfestival.com.
Sobre o Chocolat Festival — Realizado desde 2009, o Chocolat Festival é considerado o maior evento de chocolate de origem na América Latina e reúne toda a cadeia produtiva do cacau, desde o fruto até o produto final. Já são mais de 30 edições realizadas entre os estados da Bahia, Pará e São Paulo, levando aonde vai diversas marcas de chocolate de origem, “bean to bar”, premium e gourmet.
Em 2023, o festival já passou por Salvador (BA), Altamira (PA) e Ilhéus (BA) e Belém (PA).