foto (1)Em busca de suprir a demanda real e necessária para um manejo eficiente e sustentável da pior doença da bananeira, o analisa Leandro Rocha, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, selecionou um agente de controle biológico, o Trichoderma asperellum, para controlar o fungo Fusarium oxysporum f. sp. cubense (Foc), causador da doença murcha de Fusarium em bananeira, antes conhecida como mal-do-Panamá. De acordo com o analista, os resultados obtidos nos últimos cinco anos de experimentação demonstraram a capacidade do isolado de T. asperellum em melhorar o sistema radicular das plantas de bananeira, o que ajuda na absorção de nutrientes e combate ao patógeno, além de agir diretamente sobre os causadores da doença. “Os resultados são animadores para o estabelecimento de um manejo sustentável direcionado a pior doença da bananeira atualmente”, disse Leandro.

Segundo ele, a questão ambiental trouxe à tona o conceito de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável. “Tendo em vista a missão da Embrapa Mandioca e Fruticultura, que apoiou o projeto em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), em viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade da agricultura, este trabalho surgiu de uma necessidade para combater esta doença que afeta inúmeros agricultores. A ideia de desenvolver esta solução tecnológica teve início com meu trabalho de tese de doutorado, que foi desenvolvido no CNPMF sob a orientação do pesquisador Fernando Haddad da Embrapa, e da professora Ana Cristina Fermino Soares, da UFRB”, declarou.

Leandro afirma que o trabalho passou por todas as etapas necessárias, desde o laboratório, passando pela casa de vegetação e campo, até chegar aos resultados promissores. “Nossa proposta nunca foi de focar apenas no agente de controle biológico, o fungo T. asperellum, mas sim, em um pacote tecnológico que reunisse controle biológico, manejo integrado de pragas (MIP) e manejo cultural. Com esta ideia em mente, podemos dizer que nosso maior diferencial é entregar um processo agropecuário eficaz e sustentável para controlar esta doença nas bananeiras e que pode abrir espaço para estabelecermos novas práticas capazes de diminuir ou controlar pragas que afetam culturas como: mandioca, abacaxi, mamão, citros, maracujá, etc”, explicou.

Com os resultados obtidos, o projeto, conforme o analista, animou produtores em fazendas no Norte de Minas Gerais. “Chegamos ao nosso objetivo inicial que era estabelecer um pacote tecnológico para esses agricultores, mas novos estudos serão demandados, novas soluções serão requisitadas, então é um trabalho ao mesmo tempo de pesquisa e de campo, que não pode parar”, finalizou Leandro, ao completar que os benefícios encontrados na aplicação do fungo são muitos, pois ao garantir um manejo sustentável, para a murcha de Fusarium, o processo vai reduzir custo de produção para os produtores, diminuir perdas de áreas produtivas devido a infestações deste tipo, reduzir contaminação do meio ambiente com produtos químicos, gerar empregos, etc. “Estamos aplicando a tecnologia na rotina de agricultores, acrescido do fator sustentável. Esta união só pode gerar benefícios para os produtores de banana e na qualidade de vida dos trabalhadores”.

Bahia Faz Ciência

A Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb) estrearam no Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico, 8 de julho de 2019, uma série de reportagens sobre como pesquisadores e cientistas baianos desenvolvem trabalhos em ciência, tecnologia e inovação de forma a contribuir com a melhoria de vida da população em temas importantes como saúde, educação, segurança, dentre outros. As matérias são divulgadas semanalmente, sempre às segundas-feiras, para a mídia baiana, e estão disponíveis no site e redes sociais da Secretaria e da Fundação. Se você conhece algum assunto que poderia virar pauta deste projeto, as recomendações podem ser feitas através do e-mail comunicacao.secti@secti.ba.gov.br